Broadway Dance porque também nasci estrela…

Hoje faz uma semana que me matriculei em uma academia. Foi caro pra cacete, mas impagável mesmo é só a sensação de fazer exercícios sem obrigação nenhuma. Confesso que fui fisgada por 1 aula apenas: Broadway Dance. Cansada de acordar todos os dias as 7h para cumprir a obrigação dos “30 minutos na esteira para não enfartar aos 40” e sem mais paciência de assistir a Ana Maria Braga fazendo whatever she does no Mais Você porque o meu vizinho, que fazia exercícios na academia do prédio que nem eu, ligava a TV antes de eu chegar, resolvi procurar algum exercício que realmente me desse prazer. E sabia também que quando o encontrasse, faria apenas por diversão – já que emagrecer e ficar malhada nem entram na minha wishlist da vida.

Resolvi honrar o dinheiro investido. Minha mãe sempre me ensinou que o salário deveria ser dividido em 3 partes: 1 para pagar as contas, 1 para guardar na poupança e outra para gastar em diversão e bem-estar. E assim, rezei a sábia missa da Dona Fran toda a minha vida, assim, pago as contas sem nunca deixar que elas ultrapassem o limite de um terço do meu salário; guardo um terço para, quem sabe, realizar meus sonhos maiores; e o último terço ficou para atividades complementares como saídas e, agora, academia.

Eu sempre amei musicais – filmes, balé e teatro – algo na maneira como o corpo se movimenta me cativa, me emociona e me faz querer copiar. Em vão: sou PÉSSIMA dançarina, mas não custa tentar. Já me matriculei na 4ª feira, dia da aula de Broadway Dance, para não ter que esperar. Fiz e amei. Começou com o meu favorito: Chicago. Dancei como se fosse Catherine Zeta Jones interpretando Velma Kelly em All That Jazz. Resolvi que ficaria para mais uma aula, de pilates no colchão. Gostei e descobri da pior forma músculos que tinha esquecido que existiam no meu corpo: morrendo de dor porém feliz de descobrir autocontrole em outros músculos para além da minha língua. Tá aí outro prazer no exercício: autodescoberta e autocrontrole.

Faz uma semana que larguei a caminhada diária e vou todo dia à academia fazer aulas diferentes. Não vou virar uma musa fitness, provavelmente não vou emagrecer também porque fazer exercícios me dá o dobro de fome. Nas aulas dou risada, me balanço e vejo minhas gorduras no espelho de um lado para o outro, acho graça. Acho bonito. Consigo ver no balançar do meu corpo a mesma beleza que vejo nas intérpretes dos musicais, porque a beleza nada tem a ver com o formato do corpo. Me fez lembrar o caso da  Vanessa Braga, uma adolescente plus size que se inscreveu e participou do Garota Verão, um concurso de beleza do Sul que não impõe limite de medidas às suas candidatas. Ela não precisou ganhar para provar seu ponto, ganhou já nossos corações e deu uma lição de vida: você é tão bonita quanto o que você acredita ser. Me sinto um pouco Vanessa na academia: originalmente não pertenço a esse mundo, minha silhueta causa estranhamento no ambiente onde todas são mais magras do que eu, mas não estou nem aí. Como diria Vanessa: FUI LÁ E ARRASEI. Vale dizer: não acertei nenhum passo na aula de dança… E nem liguei, afinal não estou lá para provar nada pra ninguém… hua hua hua

 

Fique com a matéria e o vídeo da Vanessa nese link, depois aperta o play no vídeo da Velma Kelly em All That Jazz e imagine eu no lugar dela, ok? Só tenho mais uma coisa a dizer: você pode ser uma gorda saudável, você pode ser uma gorda na academia e você pode ser uma gorda que não quer emagrecer, porque o ser gorda não define em NADA o que você é de verdade. 

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Por hoje é isso, mas pretendo me filmar dançando um dia, assim você pode rir comigo!

 

HUA HUA

BJÓN

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