DIVERSIDADE e mulheres na liderança: 10 conclusões do debate Entre Vírgulas, do Santanter

Olá queridas! Na última quinta-feira, eu participei do Entre Vírgulas, uma roda de conversa pra debater temas relacionados à diversidade. O evento rola no auditório do banco Santander e é direcionado aos funcionários.

O primeiro do ano e no mês de março não poderia ser diferente: foi sobre as mulheres em cargos de liderança no mercado de trabalho.

Como o Entre Vírgulas é um encontro super relevante, mas ainda é um programa interno do grupo Santander, então achei muito bacana trazer pra vocês os pontos mais legais conversados.

Quero ouvir também a opinião de vocês, ok?

Pra conversar nessa roda foram convidadas eu e mais 4 mulheres incríveis:

Mônica Martelli > atriz e apresentadora – e quem comandou nosso bate papo

Regina Madalozzo – PhD em economia e professora do Insper

Vanessa Lobato – Vice-presidente de RH do Santander

Marília Rocca – Diretora geral da Tickets, já esteve à frente de empresas como a Totvs e a Mãe Terra

(além de mais de 200 funcionárias e funcionários na platéia e mais de 1.000 pessoas no app do Santander)

Todas nós com histórias absolutamente diferentes umas das outras, mas todas com histórias inspiradoras pra contar.

 

COMO PROMOVER A DIVERSIDADE E FAVORECER A POSIÇÃO DAS MULHERES NA LIDERANÇA?

A conversa ainda está no início, afinal toda mudança tem que começar de algum lugar. Porém alguns pontos são ESSENCIAIS pra se iniciar qualquer conversa rumo à evolução. Olha só:

1. TODOS têm que participar

Não basta encorajar as mulheres a serem o que são, falar pra elas que o ambiente de liderança também as pertence, se as pessoas em volta e seus subordinados não entenderem. O trabalho de RESPEITO acima de qualquer outro fator – seja de gênero, sexualidade, corpo, etc – deve ser feito com TODAS as pessoas.

2. Criar oportunidades e valorizar o trabalho feminino

Já ouviu a expressão “juntas somos mais fortes”?! Pois é a mais pura verdade. Criar oportunidades pras mulheres em entrevistas de emprego, valorizar o trabalho das colegas e apoiar e incentivar outras mulheres é essencial para que as mulheres cheguem ao topo.

A Marília contou que uma regra nas empresas que ela comanda é ter ao menos uma mulher em todas as entrevistas de cargos. A escolha final é sempre por meritocracia e resultados de forma justa, independentemente do gênero. As mulheres não têm vantagem, elas têm as mesmas chances que os homens. Ela acredita que com essa regra, semelhante a uma cota, as mulheres são menos “esquecidas” e cada vez mais normaliza a ideia de mulheres concorrendo com equidade.

3. Cobrar mais empatia

Não basta ter autoconfiança e se aceitar como é, para se desenvolver em um lugar é preciso que haja integração. Pra quem não sabe o significado da palavra empatia, é o seguinte: “capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc“. Ou seja, pra promover um ambiente sem hostilidade ao que é diferente dos padrões e propenso às pessoas se desenvolverem 100%, a empatia é o BÁSICO.

4. Cada pessoa tem sua própria fórmula

Não existe um jeito certo ou um errado de ser líder, de ser mulher, de ser mãe, de ter um corpo, etc. Cada pessoa desenvolve a própria fórmula da felicidade e cabe ao outro respeitar e entender que o que não atrapalha sua vida, não lhe diz respeito.

5. As fórmulas próprias de umas, inspiram outras

Acredite: sua história pode ser inspiradora pra outra mulher e vice-versa. É o que eu chamo de ciclo da inspiração. Não precisa ser famosa, ser digital influencer ou coisa do gênero. As vezes a maneira como você superou um obstáculo e como lidou com uma situação é exatamente o que outra mulher precisa ouvir pra ter uma luz em algum problema próprio.

Compartilhe! E também aprenda a ouvir sem julgamentos, afinal cada pessoa tem uma fórmula própria da felicidade.

6. Não substituir um padrão por outro

Aceitar, respeitar e conviver bem com quem é diferente não quer dizer que você precise se tornar o diferente também. Quando a gente fala de diversidade um cuidado grande a ser tomado é de não substituir um padrão por outro.

Então, o objetivo final é que você possa continuar sendo o que você é, enquanto o outro tenha a mesma liberdade pra ser como é sem ter que se encaixar em um único padrão – de beleza ou comportamental.

7. Aceitar a vulnerabilidade

Segundo a professora Regina Madalozzo, uma série de estudos aponta que as mulheres sentem que pra merecer um cargo maior elas têm que estar completamente preparadas e aptas àquilo, enquanto os homens com 60% de aptidão para o mesmo cargo já acreditam que merecem.

Não é um defeito dos homens, mas sim um problema em como as mulheres são criadas. Para se sentirem preparadas, seja pra vida amorosa/social ou para um passo a mais na carreira, a mulher é levada a acreditar que tem que corresponder 100% às expectativas alheias. Só assim ela poderia MERECER alguma coisa além do que já tem.

A gente precisa aceitar que tem vulnerabilidades e que isso não é uma coisa ruim. Essas vulnerabilidades também não indicam que não podemos crescer e evoluir. São pontos a serem trabalhados, claro, mas não precisamos ser 100% perfeitas em tudo que fazemos para sermos eficientes e evoluirmos.

8. Parar de gastar tempo útil em coisa inútil

Já parou pra pensar em quanto tempo do seu dia você perde tentando se encaixar em padrões? Quanto tempo você perde pensando o que as pessoas vão achar de você se você vestir isso ou comer aquilo? Não existe perfeição e não dá pra agradar a todos ao mesmo tempo. Então olha quanto tempo e energia perdidos na vida! Imagine pegar todo esse tempo e investir em coisas produtivas?

Se você já faz MIL coisas no seu dia, imagina o quanto aumentaria sua produtividade se parasse de tentar agradar às expectativas dos outros?!

Ou até mesmo usar esse tempo perdido pra fazer uma massagem, ler um livro, assistir uma série, dormir mais… 😉

9. Tenha mais coragem

Por fim, mas não encerrando o assunto, porque isso é só um começo… TENHA CORAGEM, MULHER! Não só de ser você mesma, mas de acreditar no seu potencial, de saber que você pode ser tão boa quanto qualquer outra pessoa. Coragem pra aceitar a diversidade e acreditar que seu gênero não tem que definir sua capacidade ou sua personalidade. Coragem pra apoiar outras mulheres no caminho e pra ser um ponto de força pra elas. Coragem pra não ficar calada frente à uma situação de machismo ou de preconceito.

Coragem pra sair do comodismo e lutar pela evolução e por situações mais favoráveis pra todo mundo!

10. Diversidade é algo bom!

É da diversidade que nasce a INOVAÇÃO. Só entre pessoas diferentes é que as ideias tomam novos rumos, novas visões, e delas surgem novas soluções.

O padrão todos fazem, para fazer diferente é preciso pensar diferente. Ou seja, para uma empresa que quer se destacar, em qualquer área, quanto maior a diversidade entre seus funcionários maior é a chance de sucesso.

 

Bom, minha gente, o encontro foi muito legal e eu saí de lá com outra visão ATÉ em relação a “maternidade X trabalho” baseada no relato da Marília Rocca. Ou seja: fato que se inspirar em mulheres na liderança faz a gente crescer na vida profissional e pessoal hehe.

Ah! Pra quem não sabe, a presidente mundial do banco Santander é uma mulher, a Ana Botin, e o banco conta com 60% de funcionárias mulheres, sendo 42% em cargos de liderança. Ou seja, é incrível ver as grandes instituições não só dispostas a discutir temas relevantes, como também empenhadas em colocar resoluções em prática, né?!

 

Agora me contem, quais atitudes vocês acham que pode favorecer a diversidade e o aumento das mulheres me cargos de liderança?

 

 

HUA HUA

BJÓN

 

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5 coisas que aprendemos com o discurso da Oprah no Globo de Ouro 2018 e toda a repercussão que ele teve

O Globo de Ouro 2018 rolou no último domingo, 7 de janeiro, na Califórnia, Estados Unidos, mas toda a repercussão da premiação ainda está dando o que falar. Isso porque o discurso de Oprah Winfrey chamou atenção do mundo para um assunto muito sério: o assédio contra as mulheres. A ex-apresentadora, que foi homenageada com o prêmio Cecil B. DeMille, foi a primeira mulher negra a receber a honra e aproveitou o momento de agradecimento para falar do movimento TIME`S UP. Fiz uma lista com 5 coisas que aprendemos a partir da fala dela e de tudo que rolou em seguida. Se liga!

Atrizes usando preto no tapete vermelho do Globo de Ouro 2018 | Foto: Getty Images

1) A Oprah é, mesmo, uma mulher incrível

A Oprah é incrível mesmo. Desde que assisti “A Cor Púrpura” fiquei apaixonada nessa mulher, que ganhou o mundo com seu maravilhoso talk show. A questão aqui é que ela teve coragem de fazer um discurso contra o assédio em pleno Golden Globes. Ela destacou a importância de receber o prêmio, como mulher e negra, para que crianças se sintam representadas.

“Eu tenho consciência de que neste momento há garotas assistindo eu me tornar a primeira mulher negra a receber esse mesmo prêmio.”

Todas precisamos de representatividade para sentirmos que fazemos parte da sociedade como um todo, não é mesmo?

Oprah Winfrey em seu discurso no Globo de Ouro 2018 | Foto: Getty Images

2) Nós precisamos nos apoiar e denunciar, sim!

Diante de várias denúncias de assédio em Hollywood nos últimos meses, em especial o caso do produtor Harvey Weinstein (acusado de assédio por dezenas de atrizes, entre elas Angelina Jolie), nasceu a campanha TIME`S UP. O movimento conta com o apoio de 300 atrizes e visa ajudar mulheres com baixo poder aquisitivo a se defenderem judicialmente em processos de assédio, em especial no trabalho. Em seu discurso, Oprah reafirma a necessidade de apoio entre as mulheres para denunciar esses casos.

“Eu tenho certeza de que falar a sua verdade é a ferramenta mais poderosa que temos, e sou muito orgulhosa de todas as mulheres que se sentiram fortes o suficiente para se manifestarem e compartilharem suas histórias.”

Oprah Winfrey dá show em seu discurso poderoso no Globo de Ouro 2018 | Foto: Getty Images

3) Está começando, de fato, uma revolução!

No final de seu discurso, Oprah cita Recy Taylor (que faleceu no final de 2017), uma mulher negra americana que foi estuprada por 6 homens em 1944. Recy recebeu apoio de Rosa Parks, ativista conhecida por não ceder o lugar no ônibus a um homem branco, ato que deu início ao movimento negro nos Estados Unidos.

Recy Taylor foi estuprada por 6 homens em 1944 e recebeu apoio de Rosa Parks em seu processo | Foto: NY Times

“Rosa Parks se tornou a principal investigadora em seu caso e juntas elas procuraram justiça. Mas justiça não era uma opção. Os homens que tentaram destruí-la nunca foram processados. Recy Taylor morreu dez dias atrás. Ela viveu, como todos vivemos, muitos anos numa cultura quebrada por homens brutalmente poderosos. Por muito tempo, mulheres foram desacreditadas se ousavam falar suas verdades contra o poder desses homens. Mas o tempo deles acabou. E eu só espero que Recy Taylor tenha morrido sabendo que sua verdade, como a verdade de tantas outras mulheres que foram atormentadas naqueles anos, e que são até hoje atormentadas, continua viva.”

Rosa Parks não cedeu lugar a um homem branco no Estados Unidos e iniciou o movimento negro | Foto: NY Times

Em seguida, Oprah faz menção ao movimento TIME`S UP e ME TOO, este último lançado no ano passado logo após as denúncias de assédio em Hollywood. A hashtag #metoo viralizou no Twitter após milhares de mulheres usá-la para compartilharem suas histórias de assédio, incentivando, assim, a denúncia.

“Então eu quero que todas as garotas assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está por vir! E quando esse novo dia finalmente chegar, será por causa de muitas mulheres magníficas, muitas das quais estão aqui conosco nesta noite e alguns homens bastante fenomenais, lutando para garantir que se tornem os líderes que nos levem ao tempo em que ninguém nunca mais precise dizer ‘eu também’.”

Tem noção do quão incrível é ouvir essa fala numa premiação globalmente assistida? Sim, podemos esperar por mudanças a nível mundial a partir disso.

4) Mexeu com uma… Mulheres unidas fazem uma REVOLUÇÃO

O Globo de Ouro não teve apenas o discurso poderoso de Oprah. Aliás, tudo começou no tapete vermelho: as atrizes usaram preto em apoio ao TIME`S UP, boicotaram o uso de Marchesa (grife da mulher do produtor denunciado) e levaram como acompanhantes ativistas feministas, esportistas e outras mulheres líderes em seus segmentos.

Ou seja, não levaram um homem como acompanhante. E, o mais maravilhoso de tudo é que elas evitaram falar de seus looks e focaram as entrevistas em causas políticas. Veja só uns exemplos de quotes:

“Estamos aqui juntas pois Tanara começou um movimento muito importante. Tenho muito orgulho de estar ao lado desta mulher, sinto as lágrimas nos meus olhos”, Michelle Williams. 

Michelle Williams ao lado de Tarana Burke, diretora da organização Girls for Gender Equity e fundadora do movimento #MeToo  | Foto: Getty Images

“Estou usando preto para agradecer e honrar todas as mulheres que denunciaram suas histórias de assédio e intolerância. Estou aqui para celebrar a iniciativa da ‘Time’s Up’. Queremos igualdade. Queremos que as pessoas entendam que as mulheres iguais aos homens”, Debra Messing.

A atriz Debra Messing no tapete vermelho do Globo de Ouro 2018 | Foto: Getty Images

“O abuso do poder está em todo lugar: no cinema, no exército, todo os meios de trabalho”, Meryl Streep.

Meryl Streep ao lado de Ai-jen Poo, diretora do National Domestic Workers Alliance | Foto: Getty Images

5) Ainda vemos mulheres reproduzindo machismo e, infelizmente, isso é uma realidade

Apesar de todo apoio de grande parte das famosas no Globo de Ouro, algumas não quiseram participar e outras até criticaram o evento. A atriz francesa Catherine Deneuve, de 74 anos, publicou uma carta aberta no jornal Le Monde dois dias após o evento, afirmando que os homens deveriam ser “livres para flertar”.

A atriz Catherine Deneuve criticou o movimento das atrizes no Globo de Ouro 2018 | Foto: Getty Images

“Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é”, diz a atriz em sua carta, afirmando que homens que insistem com mulheres não estão sendo nada mais do que cavalheiros. Segundo ela, esses movimentos das atrizes no Globo de Ouro envergonham os homens acusados.

Pois é.

Aqui no Brasil tivemos a escritora Danuza Leão, que publicou uma coluna no Jornal O Globo também criticando o ato, comparando as roupas pretas com “um funeral” entre outras coisas até difíceis de digitar… Fiz um vídeo no meu canal em que falo mais sobre o texto da Danuza.

O que vemos com toda essa repercussão é que, de fato, ainda existem muitas mulheres reproduzindo machismo já que é algo que está entranhado na sociedade. Mas nada disso apaga a chama da esperança que foi acesa no discurso da Oprah e em toda a movimentação das atrizes. Que venham tempos melhores e que nunca mais a gente precise dizer “eu também”. Chegou a hora!

Chegou a hora de denunciar o assédio, sim! | Foto: The Lily

 

O meu medo de dirigir e um conselho poderosíssimo pra VIDA | De Carona com Elas

No dia do meu aniversário de 18 anos estávamos, minha mãe e eu, na porta da autoescola. Minha mãe me empurrava nervosa e eu, com cara emburrada, só queria sair dali. Eu odiava a idéia de guiar um carro, tinha medo de dirigir e das inúmeras possibilidades que envolvem andar no trânsito de São Paulo e pensava que seria absolutamente irrelevante tirar ou não a carta de motorista – afinal eu já me locomovia bem de transporte público.

Foi então que minha mãe me disse uma coisa que carrego até hoje para diversas situações da minha vida: “Filha, não importa se você QUER OU NÃO dirigir, se você VAI OU NÃO usar um carro um dia… O importante é que você TENHA A ESCOLHA e QUE A ESCOLHA DE PEGAR OU NÃO NO VOLANTE SEJA SOMENTE SUA. Dessa forma, você só vai depender de alguém se VOCÊ quiser. Mas para isso, você tem que ter a carta de motorista…

[blockquote author=”” pull=”normal”]”Filha, não importa se você QUER OU NÃO dirigir, se você VAI OU NÃO usar um carro um dia… O importante é que você TENHA A ESCOLHA e QUE A ESCOLHA DE PEGAR OU NÃO NO VOLANTE SEJA SOMENTE SUA. Dessa forma, você só vai depender de alguém se VOCÊ quiser. Mas para isso, você tem que ter a carta de motorista…”[/blockquote]

Ela se referia à minha nonna (avó em italiano), que nunca aprendeu por medo de dirigir e precisou ficar mendigando caronas para o nonno ou para vizinhas quando precisava ir ao médico, à padaria, ao supermercado e até à casa das próprias filhas. Se ninguém pudesse, ela não saía de casa…

No meu aniversário de 18 anos minha mãe me deu 2 lições de vida maravilhosas, mesmo que no dia eu nem sequer tenha percebido e hoje eu vejo que cada comentário importa.


1. Ela me ensinou que por maior que sejam nossos medos, temos que enfrentá-los e seguir em frente, porque só assim conseguimos conquistar mais liberdade e podemos realizar coisas maiores.

2. Ela me mostrou de forma prática o valor da liberdade e da independência. Ter seu próprio jeito de se virar na vida é impagável! Não é sobre dirigir ou não, mas sobre ter o controle da própria vida. A vida de cada uma é só nossa e só tem que dizer respeito a nós mesmas, então ter o poder de escolha sobre nosso corpo e nossa locomoção é o princípio básico da liberdade e independência.


 

Conclusão: DEU MEDO?! VAI COM MEDO MESMO!

Foi o que eu fiz: encarei o medo e me matriculei na autoescola. Pedi a minha irmã mais velha que me levasse em um bairro calmo, nas tardes de domingo, para que eu pudesse pegar o carro dela e ir me acostumando. Ela me deixava livre, não brigava comigo, não ria da minha cara… Só dava bons conselhos e incentivos.

Dessa forma acabei ficando confortável dentro do carro e passei a me entender bem mais como uma motorista independente do que como uma dependente do transporte alheio. Minha mãe não sabe, mas naquele aniversário de 18 anos ela mudou a minha vida…

Hoje, ainda tenho um pouco de medo do trânsito, mas não deixo que o medo me impeça e eu dirijo todo dia e não dependo de ninguém para ir trabalhar, ir aos treinos ou apenas dar um pulo na praia quando eu quiser.

Mas foi um comentário da minha mãe que transformou minha visão e me encorajou, assim como outras mulheres fazem no De Carona com Elas. Na ação chamada No Volante Sem Medo, as ilustradoras Vanessa Kinoshita, Nina Moraes e Ana Paula Zonta transformaram em quadrinhos lindos (como esse acima) os comentários das seguidoras sem que elas soubessem e o resultado foi lindo. Inclusive, fica aqui o convite para você também baixar as ilustrações e compartilhar com outras mulheres nas suas redes sociais, para dar ainda mais amplitude a essa rede de apoio tão inspiradora, no link http://hotsitesbr.com.br/decarona/campanha/no-volante-sem-medo

É emocionante ver a história de superação dos nossos medos, é inspirador ver mulheres se apoiando. Olha que lindo esse vídeo:

Eu tive apoio da minha mãe e da minha irmã, com comentários positivos e incentivo que me deram confiança para superar um medo. Então, sim, cada comentário importa e cada comentário que incentiva apaga um comentário que desencoraja.

Assim como eu aqui e essas mulheres incríveis, você também pode deixar seu comentário de incentivo, sua história de superação do medo de dirigir ou apenas suas experiências bem sucedidas ao volante na página do Facebook do projeto https://www.facebook.com/DeCaronaComElas

Já se tiver dúvidas ou inseguranças na hora de dirigir, o site http://hotsitesbr.com.br/decarona tem um monte de informação legal sobre carro e direção, além de todas as fotos e textos serem direcionadas pras mulheres. Para que a gente se sinta em casa mesmo e saiba que nós podemos estar no controle do volante e das nossas vidas.

Acho muito legal campanhas como a No Volante Sem Medo, que cria uma rede power de mulheres que se apoiam mutuamente e se dão forças para crescerem juntas cada vez mais. É como dizem: seja uma mulher que levanta outra mulher… Assim todas nós ficaremos em pé e mais fortes 😉

 

Bom, gatonas, o projeto é super legal e visa empoderar ainda mais todas as mulheres. Eu fico muito feliz de encarar esse medo e de poder ajudar vocês compartilhando minha história e os conselhos que mudaram minha vida!

Me conta se você dirige, se você tem medo e vamos ampliar essa rede de mulheres se ajudando e se encorajando!!!

 

HUA HUA

BJÓN

 

 

Mulherão da porra: a linha tênue entre autoestima e arrogância + como se sentir maravilhosa

Mulherão da porra! Olha o lacre! Abaixa que é tiro! Pisa menos! Com certeza você já deve ter visto algumas dessas expressões em legendas de fotos no Instagram. Quando você se depara com esse tipo de postagem, qual é o seu primeiro pensamento? Vamos combinar que autoestima, empoderamento e todas essas questões que envolvem o feminismo ainda estão engatinhando. Por isso, o ato de se amar pode ser facilmente confundido com arrogância. Mas será mesmo que existe uma linha tênue entre as duas palavras? Vamos analisar isso juntas!

A expressão “mulherão da porra” encosta na linha tênue entre autoestima e arrogância: vamos entender a diferença? 

Para entender qual é a principal diferença entre essas duas palavras, vamos procurar no dicionário. No dicionário, autoestima é “característica da pessoa que se valoriza, estando satisfeita com sua maneira de ser, com sua forma de pensar ou com sua aparência física”. Já arrogância é ”prepotência; atitude de quem se sente superior aos demais”.

Partindo dessas duas definições, já dá para ver que são completamente diferentes, certo? Ter autoestima alta não significa ser arrogante, já que o objetivo não é se sentir superior e, sim, saber valorizar a própria imagem e se amar do jeitinho que você é. E não existe nenhuma fórmula mágica: é um processo gradativo e você precisa estar disposta a se conhecer e respeitar o seu corpo acima de tudo.

Seja livre para se empoderar aonde quiser! 

Já percebeu como você lida com a autoestima boa de uma amiga ou até de uma mulher que você admira na internet? Vale a reflexão! Se sentir bem e estar feliz com a própria aparência é tão libertador que é normal querer exibir essa tão sonhada conquista pelas redes sociais. Você é um mulherão da porra e pode se empoderar aonde quiser!

E é sempre bom lembrar que o empoderamento também é uma forma de ajudar outras mulheres a se conscientizarem de que todas nós somos dignas de respeito, independentemente da aparência. Ser gorda não é uma ofensa e o corpo gordo é tão lindo como qualquer outro. Se você ainda tem dificuldades de autoaceitação, procure seguir mulheres que te inspiram e que tenham características parecidas com as suas.

Se liga no bate-papo sobre o assunto com Alexandrismos e Raquel_Brandao 

Antes mesmo de escrever essa matéria, eu a minha amiga Raquel Brandão (@raquel_brandao, segue lá) já tínhamos conversado sobre o assunto em um vídeo no meu canal Alexandrismos. Além de falarmos sobre autoestima e arrogância, abordamos a questão de como os likes no Instagram podem afetar diretamente nosso amor-próprio/autoestima e como ter uma rede de apoio é importante para o processo de empoderamento.

Empoderamento também é resistência! 

Não há o menor problema em se amar e querer mostrar para o mundo que você tem, sim, uma autoestima boa. Já não é nenhuma novidade que nós, mulheres, sofremos pressão estética desde que nos entendemos por gente.  Sendo assim, você externar que está tudo bem com sua aparência pode causar um certo estranhamento. Principalmente quando se trata de mulheres gordas nessa sociedade gordofóbica, né?

Mas é aquela coisa: se empoderar também é resistir! Gorda ou magra, a sua aparência é apenas uma parcela do que você é. Como diz a música “Triste, louca ou má”, da banda Francisco El Hombre: sua carne não te define, você é seu próprio lar!

E aí, bora ser um mulherão da porra hoje e sempre?

As escolhas sobre seu corpo são SÓ suas – e de ninguém mais!

  • Não estou bebendo, Ju… 
  • Eita, miga, por que não? 
  • Porque estou com uma cintura que eu gosto e quero mantê-la
  • Ahhh sério que você vai falar isso pra mim? 
  • Não me julgue… Eu sou assim, aceite. Eu to muito bem tomando suco, não sinto falta de cerveja.

Esse foi um dos diálogos que tive com uma das minhas melhores amigas e logo em seguida percebi que estava tendo uma atitude que mais condeno na minha vida: querendo tomar conta de um corpo que não é meu. Que direito tenho eu de dizer como deve ou não outra pessoa se divertir? Que direito tenho eu, baseada nos MEUS gostos pessoais, dizer o que faz ou não outra pessoa feliz? 

Infelizmente esse é o tipo de atitude que presencio muito no meu dia a dia. Fora e dentro do meio plus size, inclusive. As pessoas de fora julgam o que a gente come, como a gente vive e a nossa saúde, da mesma forma que a gente de dentro, julga as pessoas de fora pelos regimes que elas fazem e o que deixam de fazer com seus corpos.

A verdade é que acima de tudo, a gente tem que parar de achar que o que a gente leva como verdade para a NOSSA vida deva ser a verdade para a vida do outro. Eu não sou feliz fazendo regime restritivo. Eu não ligo para o formato da minha cintura e eu jamais deixaria a cervejinha de lado por isso. Mas isso é o que ME faz feliz. Para a minha amiga, a cervejinha não é tão importante. Não é algo que faz diferença na vida dela. Não é um sacrifício deixar a cerveja de lado e ela não deixou para chegar a um corpo ideal. No entanto, ela gosta do jeito que está e quer se manter assim – e isso não é um sacrifício para ela.

É como eu levo a minha vida? Não. Mas é como ela se sente mais feliz, então bom para ela. Eu, como amiga, fico feliz que ela não esteja sacrificando uma coisa importante para ela, fico feliz que ela não esteja em busca de um tipo de corpo “perfeito” e fico feliz também que ela esteja buscando um equilíbrio em sua vida para o que a faz feliz. Isso se chama respeito.

Se fosse o contrário eu não gostaria de ouvir dela que eu tenho que parar de beber ou de comer ou de fazer atividades que me deixam feliz porque ela gosta da minha cintura. E ela nunca fez isso. Isso se chama respeito também.

Vejo todo dia as pessoas que defendem que a gente tem que fazer nossas próprias escolhas julgarem as escolhas alheias – e vida me perdoe, mas fiz isso hoje com a minha amiga também. Quer dizer então que, porque eu escolhi aceitar meu corpo como ele é e amá-lo como ele é, eu não posso querer mantê-lo assim ou mudá-lo quando eu bem entender? Achei que o direito de escolha era meu, não?! 

Quer dizer que porque a minha amiga resolveu deixar de lado uma coisa para manter o corpo que ela tem, ela não ama o corpo dela e está em busca de um padrão? Não! Não é todo mundo que faz regime, que emagrece, que muda o corpo, que está tentando se encaixar em um padrão. As vezes, as pessoas só estão buscando o que é melhor para elas mesmas. E não interessa a ninguém os motivos, nem a mim nem a você, só a ela mesma. E se não faz diferença no NOSSO corpo ou na NOSSA vida, por que RAIOS a gente acha que tem direito de opinar?!?!

A discussão é bem complexa e eu acho problemático demais uma pessoa deixar de fazer coisas que gosta em prol de um corpo ideal, é disso que falo desde sempre aqui no blog, mas também temos que tomar cuidado para não radicalizar e pender para o outro lado. Não podemos defender que a mulher tem que se libertar das amarras dos padrões, querendo impor a ela a amarra do “você NÃO pode mudar se quiser”. Todos os extremos são problemáticos.

Qual a solução então? EU não tenho uma solução, não sou dona da verdade. Mas acredito que a informação liberta as pessoas. Dê liberdade para a mulher ser o que ELA quiser, mostre para ela que os padrões não a levarão ao sucesso, que o corpo “perfeito” não existe e não faz diferença o tamanho do corpo dela, se ela tiver amor próprio e autoestima. Uma vez que essas mulheres souberem que a felicidade não está atrelada ao formato de seus corpos, elas poderão escolher COMO é o melhor para SI, como é a melhor versão de si mesmas.

EU hoje acho que meu corpo, tamanho 50, tem o melhor formato para mim. Mas se minha amiga acha que o melhor formato de corpo dela é vestindo 38, quem sou eu para julgar a decisão dela?

Mulher, saiba que você é linda. No tamanho que você for. Saiba também que as decisões sobre o SEU corpo só devem dizer respeito a VOCÊ. Saiba que você não tem que agradar ninguém. Você não tem que se justificar. Você não tem que se desculpar. Você é dona de si e seu corpo é só seu.

E a partir disso tente não julgar as escolhas dos outros, nem as minhas, nem as da minha amiga, porque do nosso corpo só quem sabe somos nós.  😉

 

Como eu disse acima, não sou dona da verdade, essa foi só uma reflexão que tive hoje e quis compartilhar, mas adoraria ouvir a opinião de vocês também. Então me contem aqui embaixo como vocês se sentem sobre isso também!!!

 

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

 

Gostosas, lindas e sexies: 10 bons motivos para assistir

Gostosas, lindas e sexies: se você já imaginou a Casa das Coelhinhas da Playboy essa já é a prova número 1 de que você PRECISA assistir esse filme. Porque se você imaginou mulheres padrão nesses papéis, você precisa desconstruir essa relação inconsciente e ver 4 personagens plus size sendo incrivelmente gostosas, lindas e sexies. Com estréia marcada para o dia 20 de abril (sim, semana que vem!) a comédia nacional – com um toque de Sex and The City – traz para a cena a história de 4 mulheres cosmopolitas estreladas por Mariana Xavier, Cacau Protásio, Lyv Ziese e Carolinie Figueiredo.

O filme retrata com humor a vida de 4 mulheres normais, com todos os dramas que isso envolve, inclusive o fato de serem vistas pela sociedade como gordas. No entanto uma coisa fica clara: a vida de nenhuma delas gira em torno do peso. Pelo contrário: todas são bem sucedidas em alguns pontos e sofrem em outros, como todas as mulheres NORMAIS – que é o que somos, né non?!

Antes de começar essa lista quero dizer que gostei muito do filme e da coragem de todos os envolvidos em trazer esse tema para as telas de cinema. Ouvi algumas críticas ao sair da pré-estréia (que rolou ontem aqui em SP) mas antes que você critique esse filme, acho que vale se perguntar e responder sinceramente: você faria as mesmas críticas se esse filme fosse estrelado por 4 atrizes magras? Se esse fosse como QUALQUER outro filme com atrizes dentro do padrão, você se atentaria aos mesmos pontos? Pense nisso antes de esbravejar críticas a esteriótipos, etc.

Então vamos a essa lista do amor:

 

Gostosas, lindas e sexies: 10 bons motivos para assistir

 

1 Todas as personagens principais são plus size

São 4 mulheres lindas, empoderadas e que têm papel principal no cinema brasileiro. QUANDO isso já aconteceu na história da humanidade? NUNCA! Ou seja, é inovador pra caraleos e merece que você gaste as suas estalecas no ingresso do cinema.

2. A vida delas não gira em torno de regimes e calorias

Embora a comida seja um tema recorrente no filme, não existe essa pressão de magreza, não tem aquela nóia de querer ser magra. A Bia até briga muito com a sua geladeira, mas acaba ganhando sempre e o verdadeiro drama da personagem é amoroso e não corporal!

3. NÃO pinta a vida plus size como as mil e uma maravilhas

O filme tem muita “piada de gordo” vinda de outras pessoas, o que a gente sabe que não é politicamente correto, mas que na vida real acontece E MUITO. Ou seja, em momento algum a vida delas é pintada como mil e uma maravilhas, porque a gente sabe que socialmente a vida de uma gorda não é fácil… Seria mais fácil ignorar todas os abusos que uma gorda sofre no dia a dia e fazer um filme só com o lado bom, mas Gostosas, Lindas e Sexies mostra bem o que acontece com muitas de nós, que faz com que a gente se sinta diminuída. (a parte boa é que as personagens sempre se saem melhor 😉 )

4. O figurino de Gostosas, lindas e sexies é FODA!

Desculpa o uso de um palavrão, mas não tem palavra que descreva melhor a maravilhosidade que são as peças usadas pelas 4 personagens. Juro… É uma coisa de ficar babando! Eu queria TUDO e estava muito melhor que muito figurino de filme tradicional por aí… MENÇÃO HONROSA à figurinista Nicole Nativa, que mandou muito bem sem preconceitos na produção dos looks das personagens (me imaginem ajoelhada no chão fazendo reverência)

5. O filme mostra que mulher gosta de sexo e NÃO tem problema nenhum nisso

Assim como a série Sex and The City esse filme coloca mulheres bem resolvidas com suas vontades e desejos sexuais. Porque não tem problema nenhum em gostar de sexo com o manequim que você tiver. BÔNUS: elas usam a palavra piroca (que pessoalmente sou muito fã hua hua hua)

Foto: Aline Arruda

6. Uma das personagens é gorda e negra e MUITO BEM SUCEDIDA

Sim, minha gente… Na maioria das novelas e filmes a gorda normalmente fica com o papel da amiga encalhada/engraçadona/toda cagada e a negra fica normalmente com o papel secundário ou de periferia pobre. Aqui Ivone (Cacau Protásio) é dona de uma cadeia de salões em expansão e realmente muito rica… Então vamos parar de preconceitos, ok?

7. Uma das personagens é plus size e tem um marido gatíssimo que a ama

Ah, lá! Acredita que gorda também merece amor? Que não precisa aceitar migalhas? Sinta a ironia no ar dessas perguntas, por favor. A personagem Bia (a jornalista/blogueira) mora junto com ninguém menos que André Bankoff – e não contente ainda atrai olhares de outro gato durante a trama… Pra ninguém ficar falando que se você é gorda nunca vai arranjar ninguém… Vai, sim senhora, e não precisa aceitar nada menos do que o que você merece/deseja!

8. Tem personagem gorda que não tá desesperada pra ser amada e aceita

Marilu (a Mari Xavier) é uma tarada muito bem resolvida e que só quer aproveitar a vida sem drama. Sim, meu povo, acredite se quiser mas nem toda gorda quer um namorado(a), nem toda gorda é carente e nem toda gorda precisa de outra pessoa pra se sentir amada e aceita. As vezes a gente só quer mesmo dar uma sarradinha, viu?!

9. Tem gorda que faz exercício e também gosta de comer

Me identifiquei muito com a Tânia (Lyv Ziese) que luta, faz aulas de dança e depois sai pra comer e tomar um milk shake (e diga-se de passagem, SPOILER ALERT: é xavecada enquanto come). Não é porque você é gorda que não pode se exercitar. Não é porque você é gorda que precisa ficar se matando em dietas.

10.  Gostosas, lindas e sexies tem humor, tem sexo, tem homi pelado, tem drama, tem bebedeira, tem surpresa no final…

Eu não sei você, mas esses itens estão na minha lista de pré-requisitos para assistir um filme hua hua hua hua

 

ASSISTA O TRAILER

 

RESSALVAS

O filme deixa bem clara uma rivalidade entre MAGRA X GORDA que eu não sou muito fã. A gente sabe que existe, mas não é legal… A gente NÃO tá em guerra com mulheres magras e nem todas estão em guerra com as gordas, então num próximo episódio ou filme vale levar isso mais em consideração. Também tiveram umas escorregadas na falta de feminismo e sororidade – que são bem possíveis na vida real e a gente sabe que também existem – mas vale ficar alerta para não incentivar a ideia errada numa próxima.

Bom, de qualquer jeito eu fiquei muito orgulhosa do resultado com essas atrizes que merecem destaque, achei divertidíssimo e muito empoderador para mulheres plus size.

 

ENVOLVIDOS

Elenco > Cacau Protásio, Lyv Ziese, Mariana Xavier, Carolinie Figueiredo, Marcos Pasquim, André Bankoff, Juliana Alves, Eliane Giardini

Roteirista > Vinícius Marquez​

Produtor > Marcelo Braga

Produtor Executivo > Marcelo Braga

Diretor de fotografia > Marcelo Brasil

Montador > Ricardo Carvalho

Diretora de Arte > Denise Dourado

Produtor de Elenco > Vivian Golombek

Produção > Santa Rita Filmes

Co-produção > PARAMOUNT PICTURES

Distribuidor brasileiro (Lançamento) > PARIS FILMES

 

 

O filme Gostosas, Lindas e Sexies estréia dia 20 de abril nos melhores cinemas do Brasil!

 

É isso, me contem se vocês querem assistir Gostosas, lindas e Sexies também e se ficaram tão empolgadas quanto eu!!!

 

 

HUA HUA

BJÓN

Falar de amor próprio não é incentivar obesidade #ficaadica

Eu sempre penso muito depois de receber alguns comentários negativos (como aconteceu depois que saiu a propaganda da TNT estrelada por mim e pela maravilhosa Flávia Durante AQUI). Entre os ataques cheios de ódio gratuito, um em especial me chamou a atenção e me levou a uma velha discussão que sempre tive comigo mesma: afinal o trabalho que venho fazendo há tantos anos com o blog e nas redes sociais incentiva a obesidade?

Pensei muito sobre isso e gostaria de compartilhar uma conclusão parcial que tive. Digo parcial porque como todos os outros assuntos complexos, esse é motivo de debates internos e externos diários, então sempre pode mudar e se completar.

Eu sempre falei de amor próprio, de autoestima e autoconfiança. Acredito que esses 3 sentimentos são empoderadores e tiram a mulher da posição de submissa e a colocam em posição de dona de si mesma. Uma mulher submissa, vejam, não é apenas aquela cujo marido a manda lavar a louça depois de fazer a janta. A submissão está em diversos graus da sociedade. Uma mulher que sacrifica sua vida social, seus prazeres e bons momentos da vida em prol de um ideal de corpo perfeito, é uma mulher submissa aos padrões. Uma mulher que não se veste como gostaria porque teme o que os outros vão falar dela, é uma mulher submissa a padrões de comportamento. Esses exemplos entre tantos outros de submissão é o que eu tento quebrar com diversos discursos aqui do blog. É levar a mulher a um patamar onde ela entenda que SEU corpo SÓ pertence a ELA MESMA.

Foto da Marcha das Vadias. Não sei a autoria, se souber me avise, por favor 🙂

A questão é que não digo APENAS para a mulher gorda. É claro que me identifico mais com essa parcela de mulheres, já que eu também sou gorda. Mas esse é um discurso geral, para todas as mulheres, de todos os tamanhos, pesos, cores, etnias, lugares… É um discurso de LIBERDADE, para que a mulher decida POR SI PRÓPRIA o que fazer com SEU corpo.

Eu acredito de verdade e com todo o meu coração que quando nós aceitamos que podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo, nós passamos a cuidar dele da forma como NÓS achamos ideal. Eu acredito nisso porque quando eu era muito submissa a padrões de beleza e magreza, acabei fazendo dietas radicais, prejudicando minha saúde de forma extrema, apenas para atingir um padrão visual – e carrego até hoje uma série de traumas. Atualmente, apesar de ser gorda, cuido do meu corpo como um templo, faço dele o que eu bem entendo e, PARA MIM, isso significa fazer esportes, academia, comer de forma equilibrada e me divertir muito. Porque assim eu mantenho minha saúde física E mental. Mas, veja, eu coloquei o PARA MIM em caixa alta, porque eu não acredito que o que EU quero para o MEU corpo seja o que todas as outras mulheres devam querer para os delas. Tá aí a magia da liberdade: cada uma fazer o que quiser com o que é seu.

Imagem do Brasil Post aqui 

Mas como conclusão no geral, eu não incentivo que a mulher seja magra… Tampouco que ela seja gorda. Falar de amor próprio e de autoaceitação não é incentivar um tipo de corpo. É apenas falar para a mulher que o que ELA decidir sobre seu corpo é de única e exclusiva responsabilidade dela mesma. Para mim, descobrir que meu corpo era só meu, me trouxe uma noção maior de que eu deveria cuidar dele, porque ele é minha casa até o fim da vida – e cuidar dele não tem nada a ver com como ele se parece por fora. Essa noção é extremamente saudável e não incentiva doença alguma.

Doença mesmo é achar que mulher empoderada é um risco à saúde… Aí, minha gente, é como eu falo… O problema está nos outros, não na gente 😉 

Lumberjills.sp: mulheres marceneiras dando uma aula de feminismo

Quando a Fê da Lumberjills.sp, uma marcenaria composta por 2 mulheres, me sugeriu a cabeceira fiquei completamente alucinada! Não só por ter a chance de escolher detalhe por detalhe do móvel que me acompanharia todas as noites, mas também pela oportunidade de ter uma obra feita por mãos femininas em uma profissão majoritariamente ocupada por cuecas.

Uma mulher marceneira, essa foi inédita pra mim, que passei o último ano inteiro vendo coisas de casa e obras. Me deu um certo orgulho, uma satisfação mesmo, em ver a coragem dessas mulheres de saírem da zona de conforto para conquistarem seus lugares ao sol em uma marcenaria. Lembrei de quando minha irmã resolveu fazer engenharia, há mais de 10 anos, e quando ela passou na faculdade eram 790 homens para 10 mulheres em seu ano.

Hoje não é mais assim, ainda bem, e felizmente a mulher está conquistando cada vez mais seu espaço e voz dentro do que quer que ela tenha vontade de fazer. No entanto, conversando com a Fê, no vídeo abaixo, ainda dá pra ver que o machismo e o assédio são temas recorrentes na vida de uma marceneira (e de todas nós, mulheres) e que por mais incrível que seja ela ter conquistado seu posto, ainda temos que lutar muito.

Bom, você descobre tudo dessa conversa deliciosa, onde a gente fala sobre a cabeceira em si, como funciona o trabalho das Lumberjills, como é esse assédio e machismo no dia a dia e ainda tem dica de outro serviço feminino super incrível! Aperta o play:

Lumberjills.sp: mulheres marceneiras dando uma aula de feminismo e profissionalismo ♥

 

Para entrar em contato com a Fê e as Lumberjills:

Pelo Facebook > https://www.facebook.com/lumberjills.sp/

Pelo Instagram > https://www.instagram.com/lumberjills.sp/

Elas são de São Paulo, mas para saber mais informações o melhor é conversar com elas mesmo 😉

 

Também falamos das Manas à Obra no vídeo:

Site > http://www.manasaobra.com/

Facebook > https://www.facebook.com/manutencaomulheres/

 

Sobre a cabeceira:

Falei um pouco no vídeo, mas antes de encontrar as Lumberjills eu não tinha achado nada que eu gostasse. Eu queria uma cabeceira alta e GRANDE, grande meeeesmo, com essa pegada mais romântica e na cor que predomina aqui em casa (esse tom de verde). Eu também queria os recortes mais românticos, acho que combina com quarto, e como a decoração aqui de casa não segue estilo nenhum – a não ser o estilo dessa cabecinha maluca que vos escreve – então achei mesmo que precisaria de uma fada madrinha que pudesse realizar meus sonhos.

A Fê trouxe muitas amostras de tecido até eu escolher esse: é um suede impermeabilizado, para limpar é só passar uma escovinha ou pano umedecido. Ele podia ser estampado, mas como é um móvel fixo achei melhor deixar liso para que eu pudesse variar as estampas sempre na colcha ou nas almofadas. A cabeceira ficou bem no limite da cama, já que meu quarto é bem apertadinho e não tinha muito espaço. Na altura, ela começa a partir do fim do colchão, o que deixa muito confortável para ler à noite, encostada nela. Por fim, ela é pendurada na parede, então precisamos furar a parede para colocar os ganchos. As Lumberjills usam ganchos super diferentões, que fazem com que a cabeceira fique completamente estável e sem o menor risco de cair, parece até que ela é colada na parede. Amei tudo!

 

Bom, meninas, minha cabeceira está aqui, firme e forte e muito linda decorando meu quarto. Ela ficou PERFEITA, ainda melhor do que eu tinha imaginado e fiquei feliz demais – além de muito confortável – em ter recebido mulheres para fazer esse serviço. Desde a escolha, passando pelo desenho, até a instalação senti uma confiança muito forte nelas, o que deixou essa fase de obra/decoração bem mais agradável.

Recomendo demais o serviço e a experiência e espero que vocês tenham gostado do vídeo! Me contem tudo e não se esqueçam de se inscrever no canal https://www.youtube.com/c/juromano

 

HUA HUA

BJÓN

 

Mulher, me promete respeito, que eu te prometo liberdade!

Quando eu comecei a escrever um blog de moda, fiz isso porque sou a favor de que a mulher pode usar o que ela quiser. Pouco tem a ver com a passarela da última estação, e muito tem a ver com a expressão de cada mulher dentro do seu estilo, independente do seu formato de corpo. Eu acredito que a mulher é dona de seu próprio corpo e que ninguém pode lhe dizer como se vestir, como se comportar e como ela deve viver sua vida a não ser ela mesma – e ninguém tem nada a ver com suas escolhas pessoais. E se você está lendo esse texto, nesse blog, acredito que você também seja a favor dessa ideia.

Então me diz, como você quer ter liberdade para usar um top cropped e botar a pancinha plus size de fora, se quando uma menina usa saia curta você pensa “aff que vagabunda”?!? Quando vê uma menina com decote e peitão e pensa: “essa quer dar”. Como você quer que as pessoas respeitem seu estilo e suas escolhas, se você mesma não consegue olhar outra pessoa sem julga-la?!? Me diz por que você acha que as pessoas devem respeito a você enquanto você mesma não respeita a decisão delas?!? Como você pretende parar de ser julgada, se nem você mesma para de julgar a outra?!?!

Eu pensei muito sobre os acontecimentos trágicos dessa semana, pensei muito sobre como as pessoas falam sobre a mulher, pensei muito sobre o que falamos por aqui. Infelizmente vi na minha timeline pipocarem várias opiniões de mulheres plus size bem resolvidas que querem ter suas escolhas respeitadas, mas esbravejaram opiniões invasivas sobre a maneira que outra mulher vivia sua vida, se vestia, se comportava, como se ela fosse culpada por uma decisão que ela não tomou.

Alguém me explica: a gorda sempre foi excluída, limitada nas suas escolhas de roupa e comportamento por conta de julgamentos e preconceitos alheios, mas não é justamente disso que a gente quer se libertar? Não queremos e lutamos todos os dias para que as pessoas PAREM de nos julgar pelo nosso corpo e escolhas e possamos finalmente tomar nossas decisões como SÓ nossas e com a maior liberdade possível?

Então fiquei pensando, a gente tem mesmo que parar é de ser hipócrita e fingir que lutamos pela liberdade, enquanto formos egoístas a ponto de acreditar que a liberdade só é válida para um grupo de mulheres ou, pior, só para nós mesmas.

A gente tem que desconstruir TODO E QUALQUER julgamento que a gente cresceu ouvindo, porque não é o que as pessoas olham por fora que define você. Não é seu corpo que define sua personalidade. Não é sua roupa que define suas vontades sexuais. Não é seu comportamento que dá liberdade para alguém invadir sua privacidade e seu corpo.

Compartilhei uma frase na minha página esses dias e acredito que esqueci de completar o pensamento:

Mulher, SEU CORPO É SÓ SEU, E NINGUÉM TEM O DIREITO DE OPINAR SOBRE ELE, TOCÁ-LO OU TOMÁ-LO COMO PÚBLICO. ASSIM COMO O CORPO DA OUTRA NÃO CABE A MAIS NINGUÉM, TAMPOUCO A VOCÊ.

 

Acho que antes de pedir respeito, a gente tem que começar a exercer o que desejamos. Não olhe outra mulher como uma inimiga, ela não é. Ela é sua irmã, ela sofre as mesmas dores que você, ela tem as mesmas pressões sociais que você, ela luta ao seu lado e suas conquistas beneficiam sua vida também. 

A gente faz parte de um grupo plus size, mas antes fazemos parte de um grupo muito maior chamado MULHERES. Se uma lutar pela outra, todas nós saímos ganhando.

Eu luto há 9 anos por vocês, mulheres, para que vocês enxerguem a beleza única de cada uma, para que vocês tenham cada vez mais liberdade. Nessa luta, criando empatia pelos problemas de mulheres que nunca conheci ao vivo, já vi e vivi muitos avanços. Eu acredito porque vi com os próprios olhos que quando as mulheres se ajudam, vidas são mudadas para melhor. VIDAS.

Imagem do movimento She For She

Fica aqui minha reflexão, meu posicionamento e minha promessa de que SEMPRE, sempre mesmo, eu vou lutar pela liberdade de cada mulher. Pela liberdade de que cada mulher possa ser o que, como e quando quiser, sem ter medo sem precisar se calar. Vou lutar sempre por mais respeito e gostaria muito que você fizesse parte dessa reflexão comigo e se juntasse a mim e outras mulheres nessa luta. A (r)evolução começa dentro de cada mulher.

 

Vem comigo?!? 

 

 

 

Por que a capa da ELLE de dezembro zerou o jogo das femininas

OMG! O que são as capas da ELLE de dezembro? Em maio, quando saiu uma capa digital sem Photoshop, com uma gorda mostrando suas dobras na maior revista de moda do mundo eu achei que tinha sido o maior passo das revistas femininas que veríamos esse ano. Um especial de diversidade, com mais de 8 páginas para contar como é estar na pele de quem não se encaixa nos padrões é realmente um grito de liberdade e, acima de tudo, uma das batalhas feministas vencida – e foi abraçado e aclamado nos 4 cantos do mundo. Uma coisa ainda me deixou com a pulga atrás da orelha: embora tenha sido incrível, será que esse posicionamento terá continuidade ou foi apenas mais um “especial”? Não me leve a mal, mas estamos acostumadas a ver veículos bipolares a rodo, ora defendendo diversidade, ora fazendo comentários gordofóbicos…

No mês seguinte, a edição de junho não só tinha a plus size Isabella Trad em um editorial, como tinham mais outras mulheres que não são modelos e não se encaixam nos padrões estampando a capa e as páginas de recheio. Fiquei orgulhosa. Mas confesso que não fui acompanhando mês a mês… Até que esse mês, o último do ano, eu percebi: a ELLE de dezembro realmente ZEROU O JOGO das revistas femiNINAS e começou o novo caminho das revistas femiNISTAS. Aquelas que não têm a função de OPRIMIR a mulher, mas sim as que LUTAM por ela e ao lado dela.

A briga não é por um tipo corpo ou por outro, a luta é para que cada mulher POSSA DECIDIR SOBRE O SEU PRÓPRIO CORPO e seja a única a fazer isso. A ELLE de dezembro fez o que as revistas deveriam fazer há anos: ela vestiu a camisa das mulheres e montou um time de jornalistas e pensadoras FODAS (com o perdão da palavra e no maior bom sentido) para lançar um MANIFESTO FEMINISTA.

Chuiquérrimo, com conteúdo inteligente e que faz cada leitora CRESCER intelectualmente. Porque é ÓBVIO que uma revista de moda fala de moda, mas também deveria ser ÓBVIO que dentro desse discurso deve existir o da valorização da mulher, do empoderamento, da liberdade, entre tantos outros que buscam o respeito e igualdade da mulher na sociedade. 

Sinceramente, desde que eu me dou por gente eu leio revistas, mas pela primeira vez eu senti que uma revista era PARA a mulher. Esse ano eu fui surpreendida. Olha,  apenas estou orgulhosa e escrevendo com os pés, porque estou aplaudindo com as mãos. ♥

 

♥ ELLE de dezembro e o Manifesto Feminista: por um corpo seu, que seja realmente seu 

 

Embora a temática das capas tenha mais a ver com violência sobre a mulher e não especificamente sobre a diversidade corporal, não se sinta de fora. Se por UM segundo você não se sentiu representada, pode começar a se sentir, porque esse manifesto feminista não privilegia um tipo de corpo ou outro. Ao defender que o corpo da mulher é dela e que cabe APENAS a ela as decisões sobre ele, automaticamente esse manifesto diz que o seu corpo, no tamanho que ele for, com a numeração que tiver, pode vestir, fazer e ser o que VOCÊ quiser.

É o que eu sempre digo,tudo tem que começar de algum lugar, mas se tivermos que entrar na briga, que tenhamos um aliado forte ao nosso lado, não é? 😉

Pessoalmente, eu AMO as convidadas especiais que escreveram para essa edição. Acho que são mulheres muito incríveis que dão a cara a tapa para defender outras mulheres e MERECEM ser ouvidas. Nada melhor que uma gigante da moda para apoiar, não é mesmo?

 

E francamente, acho que em vez de ficar achando defeitos nas ideias inovadoras a gente tem MESMO que apoiar, para ver se todas as outras revistas se tocam e abandonam o pensamento mesquinho e opressor de sempre. Erro sempre tem, mas é PRECISO apoiar as ideias que fazem o bem e elevam as discussões saudáveis!

 

Me contem: o que vocês acharam das capas? Qual é a sua favorita? Já foi pras bancas apoiar e ver de perto? ME CONTA TUDO! Ah! E compartilhe essas capas com as suas amigas, quando uma mulher dá apoio e incentivo a outra mulher, coisas incríveis acontecem!

 

Por enquanto é isso

 

HUA HUA

BJÓN

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