Modelos plus size na SPFW: que SHOW de representatividade

Oi, gente linda! Não tem como deixar passar em branco essa edição da São Paulo Fashion Week que contou com um número recorde de modelos plus size nas passarelas… Mais precisamente 6 modelos plus size, em 4 desfiles diferentes.

Há 3 anos eu tinha decidido não ir mais prestigiar a semana de moda paulistana, também conhecida como SPFW, porque apesar de amar moda, aquele lugar nunca me representou.  Confesso que dessa vez, olhando as fotos, as modelos, os desfiles eu fiquei com uma vontade imensa de ter estado lá, de ter visto com os meus próprios olhos e presenciado aquele momento histórico. Tiveram desfiles com pessoas gordas, castings inteiros só com modelos negros, modelos trans, modelos mais velhos e até um desfile que contou com toda diversidade possível fugindo completamente do padrão “alta-loira-magra-européia”.

A SPFW é o maior evento de moda do Brasil e ter essa representatividade nas passarelas é mais do que querer chamar atenção, é a prova de que os tempos mudaram e não tem mais como se segurar em modelos (literalmente nesse caso!) e padrões antigos. Olha que ironia: a moda, que deveria ser sempre a mais visionária, demorou demais para admitir a mudança nos padrões, mas antes tarde do que nunca, né non?

Bom, aqui vamos celebrar a entrada dos nossos modelos plus oficialmente para o universo da moda mainstream, porque eu não consigo nem expressar o tamanho do meu orgulho em ver esses modelos atravessando a passarela de um dos mais importantes eventos de moda do mundo.

Modelos plus size
na SPFW

Cavalera, Isaac Silva e Handred

Vamos começar com a modelo plus mais requisitada dessa SPFW: Rita Carreira. A Rita desfilou por 3 marcas, na ordem das fotos: Cavaleira, Isaac Silva e Handred. A Rita é modelo plus size há mais de 10 anos e também é idealizadora do Workshop Stand Out, que capacita outras meninas a trabalharem no mercado plus. Quem a acompanha certamente já ouviu as histórias sobre toda a gordofobia e racismo que ela teve que enfrentar para chegar até a SPFW (se você não conhece, assista nosso vídeo juntas clicando aqui). Me deixa extremamente orgulhosa ver a Rita brilhando em 3 desfiles com pegadas completamente diferentes e provando que a modelo plus size é tão profissional e boa quanto as modelos tradicionais.

Isaac Silva

Em sua primeira participação na SPFW, o estilista Isaac Silva fez questão de levar sua essência e a maioria dos envolvidos no desfile era de pessoas negras. Pelas passarelas do Isaac atravessaram, na ordem da foto abaixo: Gabriela Caroli, Akeen, Preta-Rara e Rita Carreira (na foto acima). Todos trajando branco, que como a gente bem sabe sempre foi uma cor “proibida” pela moda para pessoas gordas. Que lindo! O look do Isaac pra Rita é o meu favorito e eu fiquei com uma verdadeira vontade de ter um igual!

Free Free

A Free Free é uma plataforma multidisciplinar, comandada pela diretora criativa e stylist Yasmine Sterea, que reuniu peças doadas dos acervos de grandes marcas como Paula Raia, Reinaldo Lourenço, Osklen, Cris Barros, Adriana Degreas, Ju Jabour (o vestido da May, por exemplo) entre outras. Pelas passarelas da Free Free atravessaram, na ordem da foto: Preta-Rara, Mayara Russi e Fluvia Lacerda.

Agora, se você acha que a aparição de modelos plus size é o único motivo pelo qual devemos enaltecer o desfile da Free Free, você está MUITO enganada! O casting contou com todo tipo de representatividade, não só a gorda. Tinha modelo com síndrome de Down, modelo com nanismo e uma modelo cadeirante, que protagonizou o momento mais inédito e emocionante dessa temporada.

Apesar de ainda ter a maioria de modelos tradicionais, essa edição foi um recorde na quantidade de modelos mostrando a diversidade. Além de ser a temporada com mais modelos plus size, com certeza também foi a temporada com a maior representatividade da história. Um momento lindo de se ver! Espero mesmo que as semanas de moda se mantenham assim: cada vez mais abraçando as diferenças e mais perto da nossa realidade.

Também comentei os desfiles em vídeo, pra que curte assistir, aperta o play:

O que vocês acharam? Quem mais vocês gostariam de ver nas passarelas da SPFW? Me contem TUDO aqui nos comentários!

HUA HUA

BJÓN

Pela primeira vez vai ter uma GORDA na Playboy – com gordurinhas e celulite \o/

Quando chegou um e-mail da Playboy, eu dei risada… Não dei risada pelo convite em si, mas porque eu não me vejo – e nunca me vi – como uma mulher sensual e sair assim era impensável para mim. Por acaso, na hora que abri o e-mail estava conversando com a Marcinha, minha amiga de faculdade que também trabalha comigo aqui no blog.

A Marcinha é gordinha, ela não é plus size, mas tem barriguinha, coxas grossas, bracinho gordo, formas arredondadas e já lutou muito contra a balança. Contei pra ela o motivo do riso e ela ficou séria. Não sei por que você achou graça, Ju. Eu fico pensando que se eu tivesse visto uma representação da gorda como uma mulher sexy, em revistas ou em seriados, talvez eu tivesse tido menos problemas com o meu corpo, talvez eu tivesse me sentido mais sensual e mais confiante na hora do sexo, na hora de tirar a roupa e até na frente do espelho…”

A Marcinha me fez repensar. Eu luto há mais de 9 anos para que a mulher não precise da aprovação de ninguém, eu sou feminista a ponto de saber que eu não preciso ser NADA para agradar a homem nenhum, mas eu também luto para que a sociedade olhe a mulher gorda como uma mulher normal, que as pessoas encarem uma mulher gorda da mesma forma que encaram uma mulher magra e um dos meios para conquistar isso se chama REPRESENTATIVIDADE.

É colocar a gorda em revistas, em seriados, em filmes… E não só como a gorda coitadinha ou alívio cômico, é colocar a gorda como uma mulher empoderada, bem sucedida, amada, desejada, confiante e de forma positiva, provando que a gorda não tem que se esconder e que faz parte sim da sociedade, como qualquer outra mulher com qualquer outro formato de corpo.

Pois bem, a edição é toda voltada para internet e a seção se chama MQA: Mulheres Que Amamos, uma seção de entrevista onde os editores da revista chamam mulheres que eles consideram inteligentes, bonitas, sensuais e que têm muito mais que um corpo para oferecer ao mundo, é uma seção de entrevista que apesar das fotos de lingerie, fala sobre o meu trabalho e um pouco também da minha vida pessoal. Achei a seção legal, me senti honrada de ter sido chamada para fazer parte de uma matéria que vai além do corpo gordo.

Mas ainda fiquei preocupada: “eu não sei ser sexy no estilo Playboy” desabafei com a repórter que fez a minha entrevista. Ela me falou, “Ju, queremos que você seja você mesma, com a maior naturalidade possível, como se você estivesse em casa mesmo, do jeito que você fica. Você pode não se ver sexy, mas existem vários tipos de sensualidade  que vão além daquelas fotos fazendo caras e bocas…

No final das contas, nem precisei encarnar uma personagem. Não precisei fazer “a mulher que quer conquistar um homem”, eu apenas estava lá de boas sendo eu mesma. Tiramos algumas fotos do meu celular (pra eu mostrar pra minha mãe e ela não ter um ataque do coração como foi quando eu sai na capa da Elle hua hua hua) e para todas as meninas que mostrei a foto a reação foi a mesma: CARACA QUE LINDA, QUE FODA, AMEI, VAI TER UMA GORDA NA PLAYBOY… Nenhuma se sentiu ofendida, pelo contrário: elas acharam muito legal mostrar que a sensualidade não está só em ter uma calça 36 ou ter peitão (duas coisas que eu definitivamente não tenho) e um corpo fora dos padrões pode ser tão desejado e enaltecido quanto tantos outros.

E quando me mandaram as fotos finais, com quase nada de Photoshop, com as minhas gordurinhas marcando a lingerie, com as minhas celulites aparecendo, eu olhei e pensei: caraca, talvez eu seja sexy e eu só não consiga me enxergar desse jeito porque aprendi desde sempre que eu tinha outras qualidades incríveis, mas que ser sensual não poderia ser uma delas ja que meu corpo não é padrão.

Eu ainda só posso mostrar uma foto que tiramos no dia, porque a revista vai pras bancas dia 25 de outubro, mas vou colocar um comparativo da foto que tirei com o celular e da que tiraram com a câmera profissional pra vocês verem que foi super fiel ao meu corpo e à minha cara, coisa que achei importantíssimo já que o objetivo é mesmo mostrar que a gente pode ser sensual, SIM, do jeitinho que é 

 

♥ Pela primeira vez vai ter uma GORDA na Playboycom gordurinhas e celulite \o/ ♥

Na foto do ensaio:

 

Na foto que tiramos do meu celular, sem filtro nem correção de luz:

 

Enfim, fiquei orgulhosa de ter sido a primeira gorda a sair na Playboy, fiquei feliz de descobrir um lado meu que eu achava que nem existia e fiquei AINDA mais feliz de poder representar todas as gordas que também não se sentem sexy por algum motivo.

Essas fotos são pra vocês meninas, para que vocês nunca duvidem de si mesmas, para que vocês acreditem que podem ser lindas e maravilhosas com o corpo que tiverem.

 

Espero que vocês gostem e como disse a Marcinha depois de ver o resultado das fotos: “Essa vai ser a primeira Playboy que vou deixar meu marido comprar porque EU quero ver!” hua hua hua

 

Até sair a revista (25/10) vou vendo se consigo soltar mais spoilers hehehe Mas me contem o que acharam aqui nos comentários! 

 

HUA HUA

BJÓN

Descubra que é possível na campanha LINDA da Neutrogena!

Olá queridas! Hoje estou verdadeiramente emocionada, porque saiu o vídeo que eu fiz em parceria com a Neutrogena para a campanha Descubra que é possível, um posicionamento incrível que a marca está adotando, de valorizar as diferenças de cada mulher e incentivar cada uma a descobrir que tudo é possível. Para isso a Neutrogena chamou 3 embaixadoras: eu, gorda e baixinha mas que descobri minha beleza, a Paola Antonini, que tem uma perna amputada e se supera a cada dia, e a Georgia Sampaio, que superou preconceitos e hoje faz pesquisas no campo da biomedicina. Nós 3, fora de qualquer padrão, mas somos mulheres que mostram que realmente vale a pena acreditar em nós mesmas e nos nossos sonhos. 

Confesso que foi muito emocionante, para mim, gravar e fazer parte de uma campanha de uma multinacional da beleza, porque eu passei muitos anos duvidando da minha beleza, desconfiando que eu não tinha lugar no mundo, que eu não me encaixava em lugar nenhum apenas porque eu era diferente, porque tinha um corpo diferente e gostava de coisas diferentes. Eu passei anos sem nenhuma referência de mulher que fosse parecida comigo, de corpo ou de pensamento, demorei muito tempo e prejudiquei muito minha autoestima acreditando que não era boa o suficiente. Quem diria que uma menina como eu estaria em uma campanha mundial?! Quem diria que uma mulher como a Georgia, como a Paola, como eu e como você, estaria um dia sendo a porta voz de uma gigante internacional?

Eu fico orgulhosa por ver esse momento, um passo lindo em representatividade, um passo à frente em diversidade, uma grande conquista para todas as mulheres que nunca se sentiram representadas, que nunca tiveram em quem se espelhar e que algum dia já duvidaram da sua beleza. Eu lhes digo: a beleza de cada uma é a beleza mais linda do mundo e nunca deixe que alguém diga ou faça você acreditar o contrário!!! A beleza está em nós mesmas, basta que a gente acredite e siga em frente sempre em busca dos nossos sonhos. 

Eu nunca sequer sonhei que estaria em uma campanha assim, mas eu queria tanto fazer parte, queria tanto me encaixar… E no final, acabei descobrindo que não é o que nos faz iguais que faz com que sejamos felizes e sim o que nos faz diferentes que é o que nos torna únicas, especiais e insubstituíveis! 

Vou deixar aqui os 3 vídeos porque cada uma de nós fala uma coisa diferente e eu aprendi muito com essas duas lindas. A Paola que me deixou chocada com a sua alegria de viver e sua perseverança em superar qualquer obstáculo em busca da felicidade e a Georgia, que saiu de uma cidadezinha, sendo mulher e negra, e não se deixou abater por qualquer preconceito a respeito de sua idade, raça ou sexo e provou pro mundo que a mulher pode ser quem e o que ela quiser!

Eu tenho MUITO orgulho de fazer parte disso porque acho que cada mulher vai se ver um pouquinho nessa campanha e cada mulher poderia também fazer parte dela, porque no final a gente descobre que tudo é possível mesmo! 

Aperta o play!

 

Descubra que é possível com Neutrogena ♥

 

 

Bom, gatonas, eu fico muito emocionada com isso e uma coisa que falo no meu vídeo é a mais pura verdade: NUNCA DEIXE QUE NINGUÉM TE DEFINA COMO VOCÊ NÃO QUER SER DEFINIDA. Só você pode dizer o que você quer ser e o que você será, independentemente de qualquer coisa que já tenham te dito ou de qualquer padrão de beleza. Acredite: se uma gorda, baixinha e levemente maluca está numa campanha de beleza… Tudo é possível! huahauahua

 

O que vocês acharam meninas?! Me contem TUDO e ajudem a compartilhar essa iniciativa LINDA da Neutrogena!!! ♥ Veja mais em https://www.youtube.com/channel/neutrogenabrasil e no site https://www.neutrogena.com.br 

 

 

HUA HUA

BJÓN

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