Vai… E se der medo, vai com medo mesmo!!!

Esses dias eu estava pensando, a gente nunca consegue adivinhar o futuro, por mais que tentemos. Quando a gente imagina daqui 10 anos é obvio que imaginamos errado, porque afinal, olhamos com os olhos de hoje para um mulher 10 anos mais madura. São os tombos do dia a dia que nos fazem crescer, amadurecer e expandir nosso pensamento. Então, por que temos tanto medo desses tombos?

Foi uma reflexão baseada em trabalho mesmo, mas depois percebi que se aplica a tudo na vida. A gente tem essa mania péssima de dizer “eu nunca…”. Eu nunca vou conseguir me achar bonita. Eu nunca vou conseguir crescer na carreira. Eu nunca vou encontrar a pessoa da minha vida. Eu nunca vou conseguir me livrar desse amor meia boca. Eu nunca vou me reconciliar com a minha família. Eu nunca vou ser eu mesma… Eu nunca vou ser completamente feliz.

E por esse falta de visão de futuro, afinal não temos bola de cristal, acabamos nos convencendo durante anos. Ignoramos a experiencia de se levantar e ficamos só com a memória do tombo. Deixamos de tomar atitudes drásticas e medidas imediatas, por puro medo do depois. Nem nos damos conta de que o depois é hoje, o depois foi ontem e anteontem. E a gente continua vivendo uma vida que poderia ser, mas nunca será.

Fico me perguntando: o que estamos esperando? Por quem estamos esperando para tomar as rédeas da nossa própria vida? Por que esperamos o tempo passar sem dar uma chance ao inédito?

Se a gente não fizer nada hoje, amanhã tudo continuará igual. Daqui a 10 anos, olharemos para trás e veremos o que poderíamos ter sido, mas jamais fomos. Por medo e por não sabermos o que o futuro nos reserva ficamos na segurança e conforto do já conhecido e ignoramos a chance de algo melhor. Nos prendemos a pequenos detalhes do hoje e ignoramos a imensidão do amanhã.

Temos medo do tombo. Pela possibilidade de passar por momentos de turbulência, nem sequer entramos no avião. Vivemos uma vida incompleta por pura covardia de quebrar a cara.  Por preguiça de magoar os outros, seguimos em frente magoada. Por não compreendermos o que vem depois do perdão, continuamos rancorosas.

Tive esse momento de reflexão e me senti uma covarde pessimista. Como eu poderia acreditar que o amanhã seria pior?! Como eu posso ser prepotente a ponto de achar que entre todas as pessoas do mundo, eu sou a única que pode prever o futuro? Não posso, ninguém pode. Porque o futuro é baseado nas escolhas que fazemos hoje e construído em cima das experiências que vivenciamos com o passar dos dias, tanto as boas quanto as ruins.

Experiências ruins fazem parte do jogo, a gente tem que ter a coragem e a perseverança de não olhar para o próprio joelho ralado depois do tombo, mas sim erguer a cabeça e olhar para o fim da rua que nos aguarda. E se tivermos que levar mais tropeções para chegar lá, que pelo menos saibamos que temos a capacidade de nos levantarmos e cada vez ficamos mais espertas para desviar dos buracos.

No final das contas, cheguei à conclusão que até os pequenos momentos da vida são de fato muito importantes. E aquela frase de Nelson Mandela, comum nas redes sociais, é a mais pura verdade: “coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele”. Ou como eu gosto de colocar de um jeito menos profundo: “vai… e se der medo, vai com medo mesmo!“. Sempre falo que do chão não passa, em todos os aspectos da vida.

E aí volto para a reflexão la do início. O que me espera daqui a uma década? Não sei. Há 5 anos jamais imaginei que estaria aqui hoje e esse cenário com certeza é muito melhor do que qualquer coisa que eu poderia sequer ter sonhado. Então por que essa ansiedade de querer programar e esse medo de sair da rota traçada? Coragem, Juliana. Coragem, Maria. Coragem, Joana, Paula, Renata, Bárbara, Julia, Marcia, Tatiana, Ana…

Não coragem só para encarar os tombos do dia a dia, mas coragem para acreditar que mesmo com eles o futuro pode ser incrível. Coragem para tomar a decisão hoje do que você sonha para amanhã.

Uma vez minha diretora no trabalho me cutucou: “Juliana, como você se imagina daqui a 10 anos? Onde você está? Que roupa está usando? Como é seu relacionamento? Como é o lugar onde você mora?“. Eu parei para pensar e antes que eu pudesse responder ela continuou: “então, amanhã mesmo eu quero te ver com essas roupas, procurando esse tipo de relacionamento e investindo seus esforços para realizar o lifestyle que você imaginou. Isso tudo agora, porque esses são seus desejos hoje e não daqui a 10 anos. Daqui a 10 anos seus sonhos serão outros”.

Ela tinha toda razão, caso contrário viveria uma vida sempre pela metade, frustrada por alguém que eu queria ser mas ainda não era. Na semana seguinte me demiti e hoje, um ano depois minha vida teve uma reviravolta em todos os aspectos. Não é como eu imaginei, é melhor.

Então, querida leitora, gostaria de te fazer esse favor que minha diretora me fez:

COMO VOCÊ SE IMAGINA DAQUI A 10 ANOS? SEM MEDO DO QUE POSSA ACONTECER OU DO TOMBO QUE VOCÊ VAI LEVAR, O QUE VOCÊ VAI FAZER HOJE PARA REALIZAR ESSE SONHO?

 

Porque afinal, só nunca caiu quem nunca sequer ficou de pé.

 

 

 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Sair da versão mobile