Ju Romano de regime, cirurgia no joelho, ano novo… O que tá acontecendo!?

Olá queridas, em 2018 eu prometi pra mim mesma pegar mais leve. Fazia tempo que queria retomar aqui no blog uma coisa que deixei um pouco de lado em 2017: posts mais pessoais. Ano passado me concentrei muito em trazer conteúdo de qualidade pra vocês e deixei em segundo plano a minha vida pessoal, que compartilhei mais nos stories do Instagram (se você não me segue, é @ju_romano).

Mas a essência desse blog e o motivo pelo qual eu escrevo e produzo conteúdo para mulheres é pra mostrar que SIM você pode SER NORMAL e LEVAR UMA VIDA NORMAL tendo o corpo que tiver. E o que é uma vida normal? É uma vida com altos e baixos, com conquistas e derrotas, com entraves e superações. Não é um mar de rosas. Mas é mais que possível ser feliz, realizada e bem sucedida sem ter o seu corpo como o foco principal da sua vida. Minha vida é assim, mas como disse: não é um mar de rosas. Então quero aqui desabafar, compartilhar mesmo o que acontece real no dia a dia, descobertas, dramas, felicidades… Pretendo fazer mais isso em 2018, vem comigo?

MINHA CIRURGIA NO JOELHO

Vou começar contando do meu joelho. Dia 17 de Dezembro fui cobrir um show da Pablo Vittar na C&A da Augusta, o show era aberto ao público e pra chegar à loja tive que passar por uma multidão de gente. Eu tenho claustrofobia, me desespero e perco o ar no meio de multidões, começo a passar mal, sinto que o mundo vai acabar… É horrível. Quando cheguei à grade que estava na porta da loja já tinha ficado 20 minutos no meio da multidão com a sensação de morte.

Desesperada pra entrar logo, pulei a grade meio de qualquer jeito… Quando pisei no chão, torci o joelho. Foi uma mistura de “aterrissei de mal jeito” com “muito peso sobre um joelho só”. Na hora doeu minha alma. Mas aí a adrenalina bateu, parei de sentir tanta dor, curti o show e fiz o trabalho que tinha ido lá fazer. Horas depois, quando sentei pra almoçar percebi que não estava conseguindo desdobrar o joelho.

Fui ao ortopedista, fiz os exames e o resultado foi trágico: rompimento total do ligamento cruzado anterior, lesão grave no menisco e uma série de outras rupturas leves em outros músculos do joelho. Caso de cirurgia.

A notícia pareceu um soco na minha cara. Estava na casa do Junão (meu namorado) quando minha mãe me ligou. Não lembro a última vez que chorei com tanto desespero. Eu sempre fui atleta, sempre joguei bola e sempre tive lesões pelo corpo, mas nunca na minha vida eu fiz uma cirurgia.

Foi por causa do sobrepeso? Aposto que a patrulha gordofóbica está louca pra culpar a gordura, mas a verdade é que não dá muito bem pra culpar o peso – se esse fosse o caso, as bailarinas nunca romperiam os ligamentos. Não dá pra culpar o sobrepeso, mas a questão é que ser pesada não ajuda na recuperação de um joelho machucado. É preciso aliviar a tensão em cima de um membro em recuperação…

Aí começou o meu segundo desespero de 2018…

JU ROMANO DE REGIME?!

Se você conhece minha história, sabe que passei por uma série de distúrbios alimentares na adolescência e cheguei a ser super magra – vestir 38 para uma pessoa do meu porte físico é realmente pouco. Mas ao contrário da crença geral da população, ser magra só me deixou extremamente infeliz e mais complexada com o corpo. Não foi uma experiência boa nem bem sucedida.

Precisei de terapia e anos reconstruindo minha autoestima, pra superar o “tão sonhado” ser magra. Nesses últimos 10 anos fiz as pazes com a comida, com o meu corpo e não só aceitei as particularidades do meu corpo como finalmente enxerguei que a perfeição não tem uma forma específica.

Para mim, está tudo bem com o meu corpo, com a minha forma física, com as minhas gordurinhas. Sou feliz com as minhas roupas tamanho 50 já há 3 ou 4 anos, quando meu corpo estabilizou e eu parei de engordar ou emagrecer. Não tinha intenção nenhuma de mudar meu corpo, afinal sempre pude fazer tudo que eu quis perfeitamente bem com ele: jogava bola, namorava, saía pra dançar, usava as roupas que eu queria, etc.

Afinal, ser body positive não é amar o nosso corpo? Que jeito melhor de amá-lo se não cuidando dele? E veja, cuidar do corpo não quer dizer emagrecer, não caia nessa cilada. Cada corpo é único e precisa de cuidados específicos. Eu, Juliana, escolhi ser feliz e ter um corpo saudável. Estava tudo bem até torcer o joelho, agora não está mais. No meu caso, preciso melhorar o joelho e vou fazer o que tiver que ser feito.

E como disse acima, aliviar o peso sobre um membro em recuperação é essencial para a melhora efetiva. Não foi o ortopedista que me disse isso, pelo contrário inclusive, o médico nem sequer tocou no assunto do peso. Não me recriminou por pular grades e jogar bola sendo gorda. Mas tendo uma mãe médica a gente aprende algumas coisas sobre o funcionamento do corpo.

“Meu deus, Ju Romano de regime? Ela quer ficar magra?”, algumas seguidoras perguntaram incrédulas. Sim, essa semana tive que começar a controlar a alimentação e NÃO, ao contrário do que perguntaram, não é para ficar magra. Eu não tenho o menor desejo de voltar a usar 38, por mais chocante que isso possa parecer. O joelho machucado me deixou em um ciclo: se eu continuar com a mesma alimentação, sem fazer exercícios por causa do joelho, eu vou engordar, mas se eu engordar não recupero o joelho e se eu não recuperar o joelho vou continuar engordando sem poder fazer exercícios… Um ciclo eterno onde só eu sou prejudicada e ainda fico privada de fazer o que eu realmente gosto.

Não tem absolutamente NADA a ver com estética, entende? Para mim, racionalmente isso está claro, mas emocionalmente fazer regime, vem com uma dor imensa. Mal consigo explicar o tanto de memórias ruins que eu tenho em relação à privação de comida. Na adolescência, eu já fui de abrir a geladeira e chorar até me sentir culpada por ter comido UM nugget e vomitar até não poder mais. Se eu pudesse escolher, não faria regime, mas nesse momento, não é como se eu tivesse opção. 

Como eu sou uma pessoa extremamente prática, não teve debate, nem tempo pra lamentar, assim que percebi que teria que operar o joelho e ficaria as 6 semanas seguintes usando muletas e tala, mais 6 meses em fisioterapia e 1 ano sem jogar bola, já comecei a analisar minha vida e ver o que teria que mudar. O primeiro passo é aliviar a tensão e o peso no joelho? Ok. Vou cuidar da alimentação e deixá-la mais regrada, mesmo que eu não emagreça, pelo menos não engordo mais.

Diferente de quando eu era adolescente, dessa vez o regime não está sendo dolorido emocionalmente. Claro que eu passo fome, estava acostumada a comer uma quantidade bem maior de comida, e quem disser que as comidas são deliciosas está mentindo. Não tem estrogonofe, nem macarrão com 4 queijos, muito menos sobremesas gostosas na minha dieta. Tive que abandonar a coca-cola. Nos fins de semana ainda como normalmente, porque eu não quero cair na cilada de ficar neurótica de novo. Os sábados e domingos servem pra me lembrar que eu posso levar uma vida normal, como todo mundo, e comer uns doces e massas sem culpa.

Aliás, acho que essa é a grande diferença: agora não tenho culpa. Fazer regime e cuidar da minha alimentação foi uma escolha minha, não estou tentando agradar a sociedade com o meu corpo, nem sequer sei se meu corpo vai mudar muito, pra ser sincera. Mas o fato de eu estar fazendo isso SÓ por mim e pelo meu joelho, tira total a pressão dos resultados de um regime.

Bom, pra finalizar, quero adiantar que eu não vou virar musa fitness nem blogueira fitness. Não está no meu escopo de habilidades ficar cagando regras de como você deve cuidar do seu próprio corpo, tampouco está na minha lista de desejos ter uma barriga tanquinho. Mas quero dizer que aqui tem uma mulher real, com problemas reais e também um ombro amigo.

Esse post foi mais um desabafo e uma explicação do que está acontecendo aqui, mas uma coisa eu garanto: passar por momentos difíceis sempre é mais gostoso quando é compartilhado.

Sei que muitas de vocês passam por situações parecidas e quando a gente olha a vida das pessoas pela internet tudo parece mil maravilhas, mas meu objetivo aqui não é criar uma vida “ideal” pra ser desejada, pelo contrário: é mostrar que uma vida normal tem as coisas incríveis e as coisas difíceis também e que tá tudo bem com a sua vida, TODO MUNDO PASSA PELO QUE VOCÊ PASSA.

Enfim, esse post não tem uma solução mágica, nem um grande desfecho. Minha cirurgia está marcada para próxima semana. Eu estou com medo, aflita e com fome. Mas vida que segue. Como otimista que sou, fico pensando que temos que passar por algumas coisas na vida pra aprender lições valiosas que não aprenderíamos sozinhas. Nesse momento não consigo ver o lado bom disso e só consigo ficar tensa com a recuperação depois da cirurgia, mas sei que no futuro vou olhar pra trás e entender que de alguma forma isso me fez crescer.

É isso, você já passou por alguma situação parecida? Está passando por um momento difícil também? Me conta aqui e vamos chorar as pitangas juntas heheh

 

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

 

 

Você não é cheinha, gordinha, plus size… Você é gorda. E tá tudo bem seu empoderamento | Bernardo Fala

Empoderamento. Uma pesquisa feita pelo Instituto Bernardo Fala atesta que 93,87% dos textões de internet possuem essa palavra em algum lugar. Enquanto uns vários tentam buscar a formula mágica para o tal empoderamento, outros criticam a banalização do termo. Banalizado ou não, é relativamente simples entender o que é “empoderar-se“. É só atentarmos para o significado da palavra no dicionário:

Empoderamento (substantivo masculino): Ato ou efeito de dar ou adquirir poder.

Numa sociedade que constrói a ilusão de que seu valor está atrelado a como você aparenta, como você se veste, o que você consome e quem você conhece, que cria uma ambiente hostil para fazer você acreditar que você não é o suficiente e que você precisa se provar o tempo inteiro, o empoderamento nada mais é do que o processo de tentar trazer esse poder pessoal de volta. Aprender que sua vida vale por ela própria, não pelo o que acham dela. Mas, mesmo que tudo isso pareça ser muito óbvio, mudar nossa autopercepção não é tão simples quanto entender algo racionalmente. Depende também de compreender de forma emocional, profunda, o que acaba tornando a jornada um desafio.

Seguir fórmula mágica de empoderamento é que nem comprar roupa de tamanho único: não serve pra quase ninguém. Empoderar-se é um trabalho individual, que depende de revisitarmos nossa própria história. Mas, mesmo com todo esse caráter único, alguns momentos desse processo costumam ser parecidos para um grande número de pessoas.

Se eu pudesse dar uma dica de como começar, sem dúvida seria através da observação. Parar e investigar na sua rotina todas as formas, concretas ou sutis, que a sociedade retira ou nega seus direitos. Você vai começar a perceber que, mesmo que a forma seja diferente para cada uma das pessoas, grande parte dessas ações se baseiam em lógicas parecidas.

No caso das identidades sociais, você vai notar que uma forma muito eficaz que a sociedade tem de atacar um determinado grupo é criando estereótipos, uma lista fictícia de coisas negativas que todas as pessoas daquele grupo supostamente praticam. Por exemplo, dizer que pessoas negras tem tendência maior a roubar (e por isso são perseguidos pela polícia) ou que todo gay é promíscuo (e por isso não pode doar sangue) e diversos outros tipos de comportamentos que são atribuídos a grupos só pelo fato deles terem uma característica específica.

Na prática, isso causa não só um enfraquecimento daquele grupo como um todo, mas também um movimento de rejeição dessas identidades por parte das próprias pessoas que fazem parte delas. Quantos gays você conhece que falam por aí que “pode ser gay, mas não pode ser viado”?

 

E sabe que outra identidade cai nessa armadilha de falar contra si mesmo e muitas vezes nem percebe? Pessoas gordas.

Plus size, gordinha, cheinha, gordelícia, fofinha… são infinitos os termos usados para não falar diretamente sobre seu tamanho de alguém. Falar que alguém é “gordo” parece uma ofensa absurda, como se isso não estivesse só constatando o óbvio. Pior ainda quando todos esses termos, a primeira vista, parecem trazer um lado “positivo” para o ser gordo, o que parece ser ótimo. Mas é só a gente parar para pensar um momento e reconhecer aonde está a armadilha: se eu preciso de um termo pra suavizar o fato de eu ser gordo, eu estou afirmando que ser gordo é algo ruim.

Toda a delicadeza do outro em dizer que “você não é gorda, é plus size”, não é um elogio, mesmo que pareça muito. É a mesma coisa que dizer que uma pessoa negra “é só moreninha”, ou que fulano “é gay mas é macho”. Cada vez que a identidade real é substituída por algo que a suavize ou a “corrija”, aquela pessoa só está reforçando a ideia de que aquela identidade é negativa.

Aqui, voltamos para o empoderamento. Se empoderar-se é “retormar o poder”, não sentir que seu valor está atrelado a opinião do outro, não há retomada maior do seu poder pessoal que ter orgulho de sua própria identidade. Nua e crua, sem rodeios, sem correções e sem amenizações. É entender que dizer “sim, eu sou gorda” só está falando do tamanho do seu corpo e nada mais. Afinal, ser gordo, ser negro, ser LGBT, é somente uma característica que não diz NADA além do que a própria característica.

Ser gordo não te torna automaticamente preguiçoso, doente, feio ou nada daquilo que é normalmente associado a pessoas gordas. Ao contrário, ser gordo e não ser nada daquilo que acham que você é, é a forma mais contundente de mostrar que esses estereótipos não tem qualquer fundamento. E isso não é só para provar para os outros, mas para mandar uma mensagem para você mesmo. Afinal, como você vai começar a aceitar seu corpo gordo se você não tem nem coragem de dizer essa palavra em voz alta ou se identificar com ela?

Imagem do blog GRANDES MULHERES, da Paulinha Bastos

 

Enquanto você fugir da palavra gorda ou aceitar que ela seja suavizada, vai continuar, mesmo que inconscientemente, achando ser gordo algo digno de vergonha ou de ser escondido.

E ai, não se engane, não há empoderamento que resista.

Você é gorda, sim. E tá tudo bem.

A única pergunta que você precisa se fazer antes de querer mudar seu corpo | Bernardo Fala

Nenhuma decisão é óbvia. Nenhuma. Decidir algo é como colapsar todas as oportunidades, possibilidades, variações em um só veredito. É abrir mão de toda uma infinidade de trajetos para caminhar de uma única forma. Claro que, como humanos, precisamos fazer isso diariamente. Ainda não desenvolvemos a habilidade de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo nem nos desdobrarmos em versões diferentes de nós mesmos. Mas então, se nenhuma decisão é óbvia, por que algumas delas nos parecem tão claras e evidentes, como se elas já estivessem decididas antes mesmo da gente sequer pensar sobre aquilo? A resposta é simples: porque elas realmente já estavam decididas.

Não se assuste. Não estou aqui tentando te levar para uma área matrix-harebô da internet, nem dizer que seu destino já está traçado sem você saber. Se existe alguém que toma decisões por você, esse alguém é um ser muito menos cósmico, muito mais de carne e osso, como eu ou você.

Compre isso, coma aquilo, seja assim, pareça assado, não faça aquele, tenha esse. Do alto de nossa ilusão individualista, costumamos achar que somos seres inteligentes e independentes. Pessoas de pensamento forte, que nunca nos deixaríamos ser influenciados por toda a enorme onda de obrigações implícitas e “sugestões amigáveis” que nos rondam. A verdade, queridx leitorx, é que nem a pessoa mais inteligente do mundo está imune a algo que não só nos domina, mas também é reforçada por nós mesmos: a cultura em que vivemos.

Não se engane, você é um produto do lugar que você nasceu, da família que você conviveu, dos programas que viu, dos livros que leu. Aquele episódio descompromissado da sua série favorita não era só uma forma boba de te manter entretido, mas também um ação de reforço dessa cultura. Não porque é uma forma maligna e conspiratória para não te fazer perceber nada além daquilo (mesmo que algumas vezes, pareça exatamente isso), mas porque a cultura se constrói sobre ela mesma, e está sempre se autoreferenciando.

Pensa só: tudo que você é hoje, é resultado de toda a sua história. Todos os seus sentimentos, seus desejos, seus pensamentos, tudo, é parte e foi formado pelas suas experiências. E se toda essa história se passou dentro de uma única forma de ver o mundo, é muito provável que você só conheça essa maneira de viver, e vai encontrar na sua vida diversos argumentos para reforçar essa forma como “certa”.

A chave é tentar perceber que nossa história nem sempre (quase nunca) é algo natural e expontâneo. Toda a cultura a qual você foi exposto a vida inteira, foi moldada a partir de determinados pensamentos, padrões, crenças, as quais você, mesmo que não se identifique internamente, entende que são normais. Essa condição humana, de se formar a partir da cultura, é ruim? Não! Isso tudo seria maravilhoso se a gente fosse exposto a pensamentos, pessoas e histórias diversas, mostrando a riqueza da vida humana. Só que eu sei e você sabe que não é bem assim.

Ver os mesmos padrões e as mesmas formas de viver o tempo todo retratado em tudo quanto é lugar, uma hora nos leva a acreditar que aquela é a única forma de viver. E como já nascemos imersos nessa cultura, muitas vezes é impossível perceber que tem algo fora dela. Sabe aquela história de que o peixinho nunca reconhece o aquário em que ele está preso, e pra ele, aquele aquário é o oceano?

“Ah, Bernardo. Mas eu posso estar dentro da minha cultura mas buscar conhecer coisas fora dela né. Não é só porque as pessoas a minha volta pensam de uma forma que eu vou pensar também”.

Não estou dizendo que você não tem seus pensamentos próprios. Mas a cultura nos forma até nas questões mais sutis. Para provar isso, vamos fazer um exercício que encontrei um dia na internet e que acredito ser ideal para usarmos nesse momento.

“Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: ‘Não posso operar esse menino! Ele é meu filho!’.”

Isso quer dizer que na verdade a criança era filha da um casal gay? Ou não era o mesmo pai que estava no acidente e no hospital? Lendo rápido, essa história parece não fazer sentido algum!

Aqui entra a formação sutil da cultura. Nosso cérebro é tão acostumado a pensar de uma determinada forma, que muitas pessoas demoram a perceber que a “pessoa mais competente do centro cirúrgico” era a mãe do menino. Afinal, não é muito comum colocarmos mulheres na posição de “pessoas competentes” no imaginário popular. E logo você, que entende conscientemente que mulheres são seres tão capazes quanto homens, acabou caindo nessa armadilha do seu cérebro. O nome disso é cultura. Percebe agora como nem você está imune?

Se depois de tanta discussão de gênero e da sociedade ainda estar debatendo o papel da mulher, ainda não conseguimos desligar totalmente a área de nosso cérebro que correlaciona “posições de destaque” com figuras masculinas, imagina outras áreas que tomamos como normais e que pouco se debatem hoje em dia, como por exemplo, o nosso corpo.

Vivemos em uma sociedade gordofóbica. Uma sociedade que ama o corpo magro, acima de tudo. Que diz que todas as pessoas precisam ser magras, independente se esse não seja seu biotipo, ou se você precisa fazer uma dieta absurda para alcançá-la. Não interessa o que você vai fazer, contanto que você emagreça.

Querer emagrecer é uma vontade tão comum que parece inata. Todo mundo quer sempre perder um quilinho ou dois. Ninguém está satisfeito. Qualquer oportunidade que aparece, qualquer tratamento novo, ganha rapidamente uma fila infinita de seguidores. Não estamos preocupados com saúde (mesmo que esse seja um argumento que usamos para tentar validar essa vontade), estamos preocupados em ser aquilo que a sociedade nos diz que é certo. Fazemos tudo tão no automático que nunca nem paramos um segundo para pensar: “opa, pera aí, por que eu tenho que emagrecer?”, “Por que só pessoas magras são consideradas bonitas?” ou pior, “Por que eu me olho no espelho e me acho horrível?”.

Não paramos pra pensar porque emagrecer é uma daquelas decisões óbvias. Daquelas que não paramos pra decidir. Que já foram decididas por nós. Devemos ser nós mesmos, contanto que sejamos todos com corpo magro.

Podemos ficar parágrafos e mais parágrafos debatendo sobre a relação equivocada entre ser magro e ser saudável, sobre padrão de beleza, sobre a infelicidade ser necessidade básica para o consumo… mas depois de todas essas palavras, me contento em trazer a pergunta que prometi no título desse texto. Então, da próxima vez que você encontrar uma decisão dessas que parecem óbvias, como emagrecer, por exemplo, encontre um lugar tranquilo, respire fundo e se faça a seguinte pergunta:

“O que eu quero quando eu quero isso?”

Desculpe queridx leitorx. Agora que você sabe qual é a pergunta, talvez tenha notado que eu te enganei um pouco. Essa pergunta, sem dúvida, não vem sozinha. É como entrar no buraco da Alice e perceber tudo aquilo que está escondido atrás das decisões rápidas que tomamos. Essa é uma pergunta que convida mais a uma reflexão do que a uma resposta rápida, e pode sim, te levar a cada vez mais perguntas.

No entanto, não se assuste. Pode ser que uma pergunta dessas te salve de um processo que é muito comum quando escolhemos decisões óbvias: entrar em um ciclo de busca de alguma coisa que te sacie, sem nunca encontrar nada.

Nova integrante do site: Alexandra Gurgel do Alexandrismos

Olá queridas! É com muito prazer e muito amor que quero apresentar pra vocês a nossa nova integrante aqui do site: Alexandra Gurgel – também conhecida como Alexandrismos. ♥

Se você não conhece a Xanda, ela é uma gorda linda, ativista body positive e que comanda o canal Alexandrismos no Youtube. Além, é claro, de ser uma jornalista dessas fodonas, que entende tudo de tudo e tá sempre traduzindo o melhor do universo em palavras que a gente entende – e memes que fazem a gente dar risada.

E QUE RISADAS, HEIN? Xanda tem as méliores histórias, que ela conta sempre com um jeitinho engraçado e com seu sotaque carioca.

A Xanda vai falar aqui no JUROMANO.COM sobre moda, beleza, comportamento, sexo, gordofobia, ativismo, vida, amores impossíveis e o que mais vocês quiserem e pedirem.

Mas calma, isso não quer dizer que eu não vou mais escrever, minha gente! Só quer dizer que pra trazer AINDA MAIS conteúdo e com mais frequência vamos ter mais mãos – e mãos de muita qualidade. Para que a gente sempre esteja por dentro de todos os assuntos que rodeiam nossa vida, né non?

Outra novidade boa é que Xanda, além de escrever matérias direcionadas a nós, mulheres fora dos padrões, ela também vai entrevistar e dar voz a outras profissionais gordas, fazendo com que mulheres de outras profissões fora do meio moda-beleza também tenham visibilidade e tenham seu trabalho valorizado e notado.  

Quem quiser participar, inclusive, e ajudar nas pautas, compartilhando conhecimento com outras mulheres incríveis, é só mandar e-mail para redacao@juromano.com, com nome, profissão, de onde é e o que mais você quiser compartilhar com a gente.

VAI SER SÓ AMOR!

Apresento a vocês, Alexandra Gurgel ♥ vamos espalhar amor!!!

 

HUÁ HUÁ

BJÓN

 

10 mandamentos para lidar com as críticas

Olá queridas! Sempre me perguntam como lidar com as críticas ou como regir quando você é criticada. Não tem um “MELHOR JEITO” mas posso compartilhar com vocês o que funciona para mim, para quem sabe ajudar vocês também a tornar esse momento menos desagradável – sempre é ruim, né? Mas não quer dizer que você precise sofrer com isso \o/. Aí saíram os 10 mandamentos para lidar com as críticas, que compartilho com vocês aqui embaixo.

Vale dizer: estou pensando em críticas na internet, nas redes sociais e de pessoas que convivem pouco com você. No caso da família e de namorado(a), pode valer também mas a história é um pouco mais profunda e vale uma análise maior. Por enquanto, essa é mais para os haters mesmo 😉  Vamos la:

 10 mandamentos para lidar com as críticas ♥

1. Analise para ver se as críticas têm fundamento

Pergunte-se: o que a pessoa te falou é uma verdade sobre você ou só uma opinião pessoal? Ela te conhece o suficiente para te analisar? Ela está falando aquilo com o objetivo de te ajudar? A crítica vai te levar para frente? Aquilo é algo que muita gente te diz ou só ESSA pessoa ou grupo fala isso? Será que isso te define mesmo?

2. Lembre do que você pensa sobre si mesma

Olhe no espelho: o que você vê é a mesma coisa que a crítica? Sua opinião a respeito de si mesma deve SEMPRE contar mais do que a opinião de QUALQUER outra pessoa. Só você sabe o suficiente de si mesma para se analisar por completo.

3. Pense: por que essa pessoa fez essas críticas?

Pense o motivo que levou essa pessoa a comentar, pode ter sido um incômodo da própria pessoa, um preconceito dela ou até mesmo a questão que as pessoas divergem em opiniões e tá tudo bem… Você não é obrigada a agradar todo mundo!

4. Acredite que essas críticas foram só para te cutucar

Se a crítica não tem embasamento, se não te ajuda ou te faz crescer, acredite existem pessoas que ficam felizes com o incômodo alheio. Talvez a crítica tenha sido apenas para diminuir você… (o que nos leva ao próximo item)

5. Perceba que o problema está no outro não em você

Se alguém faz uma crítica apenas com o objetivo de te rebaixar, essa pessoa se sente tão inferior que precisa diminuir os outros para se sentir bem. Ou seja, o problema de verdade está em quem fez a crítica e não em você.

6. Pense que você não precisa de gente assim

Pense consigo mesma: você precisa da opinião de alguém que se sente tão inferior assim na sua vida? Não, você não precisa.

7. Perceba que a opinião de gente que leva a vida tão diferente de você é absolutamente irrelevante

Você tem que manter por perto gente que quer te ver crescer e levar em consideração apenas as críticas de quem só quer te ver bem.

8. Ignore e faça a egípcia

Enquanto isso, apenas deixe o comentário negativo passar. Não estou falando que não dá aquele ódio no coração, mas se tem tanta coisa boa na vida, pra que ficar se apegando às ruins, não é?

9. Tente ao máximo apagar esse comentário da sua memória, você não é obrigada a agradar todo mundo

Se ainda assim você não conseguir deixar pra lá, feche a rede social e vá fazer alguma coisa que te dê prazer pra esquecer esse comentário ruim. Você não é responsável pela satisfação dos outros, os desejos dos outros é problema deles, se concentre em ser o que você quer ser e não o que os outros esperam que você seja.

10. Fixe na memória e relembre os comentários positivos para equilibrar

Quando duvidar de si mesma por uma opinião negativa, se esforce para lembrar as opiniões positivas e equilibrar esse jogo. No final a única coisa que importa é o que você acha de si mesma, então tenha certeza que suas capacidades serão reconhecidas por quem está a fim de te ver bem 😉 (E quem quer te ver mal, que morda o próprio cotovelo quando perceber que você foi totalmente indiferente à tentativa dele de te diminuir 😉 )

 

Bom, gatonas, falei sobre esse tema no meu último vídeo e deixei um recado sincero no final, pra quem quiser assistir é só dar play aí embaixo e não se esquece de se inscrever no meu canalhttps://www.youtube.com/juromano

 

 

Bom, é isso… Você tem alguma outra dica pra lidar com comentários negativos? Deixa aqui nos comentários pra gente!!!

 

HUA HUA

BJÓN

 

Justine LeGault para a Elegance | Ju Entrevista

OMG! Depois da última campanha de inverno bafônica, é a vez de ficarmos babando com a Justine LeGault para a Elegance Plus Size ♥ Pra quem não conhece, a Justine foi a primeira capa plus size da Elle Quebec e faz ensaios incríveis, como a campanha ImNoAngel e a PlusIsEqual, sendo considerada uma das modelos plus size mais famosas do mundo. Já a Elegance é uma marca nacional e, na minha opinião, a marca mais profissional e evoluída quando falamos de moda plus size brasileira. 

Foi no Teatro Municipal de São Paulo, pouco antes das fotos para a próxima campanha da Elegance, que tive alguns minutinhos a sós com a Justine para poder fazer algumas perguntinhas. Simpática, cheia de energia e muito (muito, muito, muito…) linda, ela me recebeu vestida com um look de cropped e saia lápis preto de veludo, já da coleção inverno 2017 da Elegance.

Bom, com a palavra, Justine LeGault…

 

Ju entrevista: Justine LeGault para a Elegance ♥

 

Você já tinha vindo ao brasil? Como foi receber o convite de uma marca Brasileira?

Eu ainda não visitei muito por aqui, mas até agora já amei as brasileiras! Eu fiquei super animada, pensei “Uhuuul, o Brasiiiiil!”. Eu nunca nem sequer tinha vindo para a América do Sul – normalmente eu viajo muito pela Europa.

 

O que você achou da campanha da Elegance e das peças?

A gente ainda vai fotografar, mas eu AMEI o drama da coleção! Minhas favoritas são as peças em veludo, que tem sido meus queridinhos ultimamente, como esse vestido que eu estou usando, e as mangas oversized, meio anos 60.

Justine LeGault veste tamanho 14/16 na gringa e tem 1,75m de altura

 

Você ja se sentiu envergonhada ou sofreu preconceito durante algum trabalho, por ser plus size? 

Envergonhada é uma palavra muito forte, mas eu já senti preconceito algumas vezes por parte dos fotógrafos, eles é quem tinham que ficar com vergonha (risos). Por exemplo, uma vez estava fazendo um ensaio com 2 modelos e a outra era do tamanho tradicional e pude notar que o fotógrafo ficava mais empolgado por ela… Aí eu pensei: ok, quando é minha chance de te mostrar? Mas isso é uma coisa minha, eu encaro isso como um desafio, mesmo. Quando fui fotografar o jogo virou e eu ganhei o respeito dele. É algo que acontece com muita frequência. Mas de fato, todo o meu respeito teve que ser conquistado com mais esforço do que as modelos tradicionais, porque ainda tem pessoas com a cabeça muito fechada nesse meio.

 

E como você vê o futuro da moda plus size?

Eu acho que não vai ser sobre tamanhos, vai ser mais sobre aceitação e personalidade da modelo, independentemente do seu tamanho. Por exemplo, minha amiga Sakina, também modelo, ela tem um cabelão cacheado e vermelho, sardas, diastema, tudo que é TÃO cool e diferente, que fazem ela única, e em 2016 é tudo sobre isso. Eu AMO e acho que esse é o futuro da moda, no geral.

 

Existe um forte movimento que acredita que as modelos plus size menores (tamanho 46/48) só ajudam a reafirmar um padrão corporal magro. Qual sua opinião em relação a isso?

Eu não concordo com isso, porque não é sobre o seu tamanho, mas sim sobre a mensagem que você passa. Minha melhor amiga é provavelmente a menor pessoa que você vai ver, ela é muito magrinha, e ela me diz que eu a ajudo a se aceitar, apesar de sermos totalmente diferentes. Não acho que tenha um “tamanho ideal” pra nada, acho que todo mundo tem seu espaço. Eu não estou lá pra defender um tipo de pessoa, estou lá pra defender diversidade e igualdade mais do que um tamanho.

 

Você se chama de guerreira do amor próprio, como você acha que contribui de fato nessa guerra?

Acho que meu trabalho fala por si só, as imagens que eu produzo, o jeito como eu me coloco para transmitir essas mensagens de amor próprio. Eu não sou o tipo de pessoa que vai levantar uma bandeira sobre como as coisas devem ou não serem feitas, mas eu vou fazendo meu trabalho e ganhando visibilidade de forma sutil, e aos poucos eu vou conseguindo abrir a mente das pessoas.

 

E para as meninas que desejam se tornar modelos plus size, você tem alguma dica?

Sabe, são muitas viagens, muitos eventos sociais, muita paciência, eu acho que tem muita mulher que quer ser modelo mas não entende a indústria 100%. Além disso, você tem que se sentir muito confortável e bem com o seu corpo, tem que saber suas melhores posições e caras e bocas. Modelar exige muita adaptabilidade, você tem que se adaptar ao personagem, se adaptar à roupa, você tem que dar um jeito, é como um quebra-cabeça cheio de peças que você tem que montar. Embora você possa ter uma equipe, você tem que ser a melhor e saber melhor que eles. Para as novas modelos é bom sempre estar aberta para aprender tudo.

 

Finalizamos a entrevista falando sobre goiabinhas, o doce mesmo, já que ela me recebeu com um prato de biscoitos na frente e me contou que era a primeira vez que provava o doce de goiaba, mas que já estava apaixonada por ele… Ah, esse Brasil, né?! hua hua hua

 

A temporada de inverno 2017 da Elegance Plus Size tirou inspiração no drama e intensidade da ópera. Com referências ao período barroco, a coleção traz cores intensas, shapes vitorianos, amarrações de golas, fendas e modelagens envelopadas, com destaque para decotes no colo e costas, valorizando a sensualidade e elegância da mulher de manequim 42 ao 56. Podemos esperar estampas exclusivas, muito veludo, aplicações em metais, bordados manuais e pedrarias.

O ensaio contou com styling de Patrícia Kuratti, beleza por Carla Biriba e foi clicado pelas lentes do fotógrafo Márcio Rodrigues.

Bom, estou ansiosíssima por essa coleção! Eu já sei que a Elegance Plus Size arrasa muito na produção das peças, na pesquisa de tendências e nas campanhas, agora nos resta esperar. Eu quero MUITO ver essas peças de veludo que já estão fazendo meu coração bater mais forte!

 

Curtiram a entrevista? Me contem aqui nos comentários o que vocês acham da Justine LeGault para a Elegance!

 

 

HUA HUA

BJÓN

15 medo REAIS de morar sozinha

Olá queridas! Me mudei da casa dos meus pais esse ano, para morar sozinha-sozinha, tipo sem nenhuma amiga ou namorado… Só eu, eu mesma e Ju Romano. Aí que percebi que existem alguns medos REAIS em morar sozinha.  Eu achei que ia me sentir cada dia mais adulta, sabe? Mas a verdade é que em alguns momentos eu me sinto exatamente como o Kevin McCallister, em Esqueceram de Mim, fazendo travessuras e falando sozinha para espantar algum inconveniente.

Sem contar que alguns desses medos reais eu nem sequer achei que faziam algum sentido… Algumas coisas você nunca achou que fossem te assustar de verdade e que eram só neurose de mãe, ou outras você só descobre passando pela experiência de estar sozinha à noite, no escuro, no silêncio… Bom, já deu pra imaginar, né!? hua hua hua

Então olha aí minha listinha – que diga-se de passagem, cresce todos os dias – e depois me conta quais são os seus! Ahhhh!!! Se não carregarem os GIFS espera um pouquinho, porque tudo fica mais engraçado com eles huahuahua 😉

 

♥ 15 medo REAIS de morar sozinha ♥

1. Perder o celular pela casa

E aí você tem que instalar um telefone fixo, só para poder achar o celular…

 

2. Chegar ao último rolo de papel higiênico

Medo real do constrangimento de ligar pro papai vir aqui com a chave extra e me trazer um rolinho…

 

3. Descobrir um inseto enorme na cozinha

Sai da frenteeeee, tem um MONSTRO NA COZINHA!!!!

 

4. Apagar as luzes antes de dormir (principalmente depois de assistir um filme de suspense/terror)

E só a gente sabe o alívio que é chegar ao quarto \o/

 

5. Abrir a última garrafa de coca cola

Me sinto a última pessoa na face da Terra, abandonada no altar, sem ter o que vestir… Volta pra mim, Coca!

 

6. Ter no mínimo 8 contas fixas (celular, água, luz, gás, internet, TV a cabo, telefone, condomínio) e o medo de não conseguir pagar no final do mês

Alegria #SQN

 

7. Esquecer as roupas molhadas dentro da máquina de lavar – e encontrar depois com aquele cheiro de mofo

Aí tem que lavar tudo de novo, de preferência com um amaciante bem cheiroso…

 

8. Botar fogo na casa tentando assar uma torta

Ou fazer torradas, ou fritar um ovo… Basicamente qualquer coisa que envolva comida e calor!

9. Escorregar e cair no chão molhado e não ter pra quem pedir ajuda

(por isso sempre lavo o chão com o celular por perto)

10. Esquecer as janelas abertas antes de sair – e correr o risco de chegar com a casa alagada caso chova

Tenho uma poltrona inflável que comprei já pensando em usar como bote salva vidas…

 

11. Ralos entupidos

Nem sei o que dizer sobre isso…

 

12. Comer comidas estragadas que você podia jurar que ainda estavam boas

Espero que ainda tenha papel higiênico no banheiro…

 

13. Engasgar sozinha em casa

ME-DO

 

14. Colocar uma coisa no lugar e voltar e ela estar fora

Se não fui eu quem mexeu de lugar, QUEM FOI?!!?!?!

 

15. Ouvir barulhos da cozinha quando você já está deitada

A eterna dúvida: checar o que é ou se esconder bem quietinha embaixo do edredom!??!

 

 

Bom, quem nunca teve nenhum desses medos reais, que atire a primeira pedra, né non?! Mas me conta aqui nos comentários quais são os SEUS medos reais se você já mora ou morou sozinha, ou quais são os medos reais se você ainda não mudou! 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Como eu me assumi plus size! | A Gorda e O Gay

Olá queridas, eu sei que ontem teve vídeo também, mas é que eu não podia deixar de compartilhar esse vídeo da minha série com o Lucas, lá no MdeMulher…Se você não conhece o A Gorda e O Gay, clica aqui.

O fato é que esse episódio, apesar dos nossos sorrisos e da nossa tranquilidade ao falar, foi um dos mais tensos para gravar porque mexe com muitos sentimentos profundos, muita superação diária, muitos estalos psicológicos e mexe muito com a nossa autoestima.

A gente aceitou e quis se expor assim, sem filtro, para que quem visse o programa também soubesse que é difícil passar pelo processo de aceitação – do que for, seja do corpo ou da sua sexualidade – mas que depois que você entende a importância disso na sua vida e na vida das pessoas, você passa a ser realmente uma pessoa mais segura de si e mais empoderada. 

Enfim, espero que vocês gostem do episódio de hoje e que isso lhes dê forças para se aceitarem do jeito que forem também!

Como eu me assumi plus size! A Gorda e O Gay ♥

 

Enfim, até me emociono pela história de como eu me assumi e também pela história do Lu, que foi fisicamente sofrida também.

 

Para finalizar, só quero dizer uma coisa: quando tem AMOR envolvido ninguém sai perdendo… Seja amor pelo seu corpo, seja amor por alguém do mesmo sexo, seja amor pela vida! Amor gera amor, gente. Vamos amar e se amar? ♥

 

 

Por enquanto é isso

 

HUA HUA

BJÓN

13 coisas que ninguém fala para uma adolescente gorda

Esses dias me peguei pensando sobre como teria sido bom ter referências plus size quando eu era adolescente. Não é um papo de tia velha, mas é que acho que ter uma imagem corporal diferente – e mais próxima da minha realidade – em uma fase tão difícil teria sido muito mais esclarecedor para mim e teria evitado muita tristeza, diga-se de passagem. Na minha época (tia velha!) não só não tínhamos referências de corpos diferentes, como também não tínhamos mulheres que debatiam/lutavam contra os padrões, ou seja, nunca ninguém se preocupou em me falar algumas coisinhas que poderiam ter me poupado muitas lágrimas e suor (literalmente). Acabei descobrindo na marra e comendo (ou não comendo) o pão que o diabo amassou.

Por essas e outras, para que a próxima geração de mulheres não seja tão traumatizada, para que as meninas tenham uma outra forma de encarar a vida e para que as pessoas sejam mais felizes, resolvi juntar 13 coisas que ninguém conta para uma adolescente gorda. Olha só:

Coloquei a Fluvia Lacerda aqui, porque ela foi a primeira mulher que eu realmente achei maravilhosa e mais perto da minha realidade. Obrigada Flu, por sem querer ter mudado a minha vida! <3

1. O colégio vai acabar

E as pessoas que estudaram com você vão sumir da sua vida para sempre. Sim, minha querida, fique tranquila! As pessoas que você não gosta, que fazem da sua vida um inferno ou que você inveja secretamente, depois da última badalada do sino do último dia de aula do 3º colegial, desaparecerão da sua vida como mágica! Ou seja, pare de se desgastar e perder seu precioso tempo de juventude, achando que elas têm razão e que você é a errada. Não tem nada de mal em ser quem você é, afinal depois do colégio, cada um segue o seu sonho e você pre-ci-sa saber qual é o SEU sonho – e não o de mais ninguém.

2. Os meninos te zoam porque você não zoa eles de volta.

Lembro até hoje do dia que um moleque veio me chamar de gorda-mulher-macho e eu, que estava muito brava no dia, virei pra ele e falei com uma voz séria e beeem alta: “ah ééé porque seu nome é que é bonito né Zé Rodolfo?!?”. O cara nunca mais mexeu comigo. Vejam, eu sou totalmente contra humilhar os coleguinhas em público, mas se mostrar forte, de vez em quando, tira você da posição de coitadinha que todo mundo pode zoar.

3. Você não precisa do amor de todo mundo

Se dar uma de forte e inabalável não der certo e, mesmo assim, algumas pessoas continuarem a te zoar… Amiga, desencana! Nem a pessoa mais querida de todas as queridas tem o amor e a admiração do mundo inteiro. Você não precisa que todos gostem de você, nem que todos te achem legal. Você é o que você é e se essas pessoas não gostam o problema é delas!

4. Você não vai morrer sozinha

Já recebi um monte de e-mails de meninas que não conseguem namorar porque são gordas. Primeiro: se você não consegue namorar, isso não tem NADA a ver com o seu peso – vide que eu e mais um monte de mulher gorda já namoramos muito e algumas são até casadas. Você não consegue ter desenvoltura na hora do xaveco porque fica achando que tem alguma coisa errada com a sua aparência, só por isso. Se você parar de pensar que as pessoas não vão te querer porque você é gorda, tudo vai mudar, você vai ver. Segundo: cada relacionamento tem sua hora. Tenho amigas magras solteiras, amigas gordas casadas, amigas gordas solteiras e magras casadas e o peso delas nunca teve absolutamente nada a ver com o relacionamento. Pessoas se apaixonam por pessoas e você não encontra uma pessoa incrível que combine com você em toda esquina.

Porque ser sexy vai muito além de qualquer padrão!

5. Você não precisa ser a gostosa da balada pra ter cara a fim de você e aproveitar um momento a dois

Meu bem, cada pessoa tem um gosto diferente. Tem cara que gosta de magrinha, tem cara que gosta de mina malhada e tem cara que gosta de mina macia (tipo eu, tipo você). Meu namorado é um dos que gosta de maciez. O amigo mais bonito da minha turma só cola em mina gordinha na balada. Ou seja, relaxa! Você não precisa ser a Sabrina Sato da balada pra ter um encontro legal ou só dar umas pegadas sem compromisso e se divertir muito.

6. Você pode emagrecer um dia, mas se isso não for acontecer de hoje para amanhã, comece a viver sua vida

Ficar adiando TUDO para quando você emagrecer é a maior burrice da adolescência. Aquela viagem com as amigas pra praia? Aquela festinha cheia de gatos? Aquele vestido dos sonhos? Amiga, aprenda a lidar com o que você tem no momento. Você pode querer emagrecer no futuro e isso é OK, mas você não pode deixar de viver os melhores momentos e deixar oportunidades passarem por um ideal de corpo que você nem sabe se vai mesmo conquistar.

7. Você não precisa emagrecer a não ser que isso seja um desejo seu e só seu – e não para agradar os outros.

Depois que você começar a aceitar e viver e conviver com o corpo que você tem, você vai perceber que muitas “certezas” que você tinha cairão por terra. Uma delas é a ideia de que você TEM que emagrecer para ser alguém, para ser feliz. Essa é uma ideia MUITO errada. Ser feliz vem de dentro e não de fora, viu?! No entanto, se você escolher emagrecer, faça isso por você, nunca por um menino, por um ideal de corpo ou por acreditar que isso fará alguma outra diferença além do tamanho das suas calças.

8. Dê mais valor a outras qualidades além da aparência.

Você vai perceber mais pra frente que essas qualidades internas é que te levarão aos lugares mais incríveis – na profissão, no relacionamento, na família, etc. Essa eu coloquei porque é praticamente uma autocrítica. Quando eu olho para trás, penso em todo o tempo que eu mesma gastei pensando no meu corpo. E hoje penso que poderia ter ouvido mais músicas, lido mais livros, escrito meu blog antes, feito TANTAS coisas com esse tempo que eu perdi me odiando no espelho… Sério. Pense nisso: será que perder tanto tempo pensando no corpo não é muito pouco perto da mulher incrível que você é ou da mulher incrível que você pode ser?!?

9. Não há gosto certo – ou errado

Se você gosta de um tipo de música, livro, filme, etc, não precisa ter vergonha. Se alguém escreveu ou produziu esse tipo de conteúdo, você já não está sozinha no mundo. Pronto! Está tudo bem gostar de ler mangá e ser fã de rock nacional. Quem não gosta, que te respeite. Da mesma forma que você não gosta de funk, eu posso gostar e vice-versa. Nem por isso eu ou você somos pessoas mais ou menos interessantes.

10. Junte-se a pessoas que gostem das mesmas coisas que você.

Não adianta passar seus maravilhosos anos de juventude tentando se encaixar em um grupo que não tem nada a ver e, de novo, perder preciosas horas tentando disfarçar quem você é. Busque pessoas que têm a ver com você. E lembre-se do item 1, no colégio não tem nem 10% das pessoas que você vai conhecer ao longo da vida. Procure em outros lugares também. Lembro que minha turma de amigos de verdade na adolescência era formada pelo pessoal que morava no mesmo prédio que eu e UMA amiga do colégio apenas.

11. Quem te ama, te ama do jeito que você é.

Gata, se uma pessoa gosta de você ela gosta de tudo que diz respeito a você. Desde o seu nome, até o seu peso…. Mas na verdade ela não vai nem ligar pro nome ou pro peso, porque ela vai estar mais interessada na sua companhia mesmo – e nas risadas, nas conversas, nos conselhos…

12. Quem não te ama, você não precisa ter na sua vida.

Já se a pessoa se preocupa muuuuito com o que você aparenta, com como você se comporta, o que você faz, do que as pessoas pensam de você, aí vale reconsiderar essa relação. Você não nasceu colada com nenhuma amiga e não vai morrer se ficar sem ela – principalmente se ela não for uma amiga que vai estar lá pra te apoiar em qualquer situação.

 

13. Emagrecer não resolve seus problemas.

Por fim, vou ser bem franca com você: adolescência é uma merda. Mas a boa notícia é que não é uma merda só pra você, é para todo mundo. Adolescente tem muito tempo de ócio, muitas dúvidas sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre dinheiro, sobre trabalho e pouquíssimas respostas ou certezas. Ou seja, você está sempre insegura porque lhe faltam experiências para se apoiar.  Mas passa, viu?! E o mais importante é que você não deixe que essas inseguranças consumam o melhor de você. Todo mundo tem uma beleza, todo mundo tem coisas legais demais para algumas pessoas e chatas demais para outras, todo mundo tem dúvidas, todo mundo tem algo no corpo que não gosta. Veja, eu também sou gorda e sou legal, e tenho namorado, e sou bem sucedida dentro do que eu quero…. Me diz, por que você acha que será diferente com você?

 

Enfim, gatonas, acho que esse texto não é só para adolescente gorda, né? No final, tem muita coisa aí que a gente carrega há mais de 10 anos e nem se dá conta, não é? Enfim, se você tiver uma filha, sobrinha, afilhada, amiga, prima, irmã, ou qualquer pessoa que precise ouvir coisas diferentes sobre seu corpo, compartilhe com ela essas 13 coisas, quem sabe você não faz com que a vida dela fique menos traumatizada, não é?!

 

Bom, por hoje é isso. Me conta, se você pudesse voltar no tempo e te dar um conselho na adolescência qual seria?

 

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

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