Ju Romano de regime, cirurgia no joelho, ano novo… O que tá acontecendo!?

Olá queridas, em 2018 eu prometi pra mim mesma pegar mais leve. Fazia tempo que queria retomar aqui no blog uma coisa que deixei um pouco de lado em 2017: posts mais pessoais. Ano passado me concentrei muito em trazer conteúdo de qualidade pra vocês e deixei em segundo plano a minha vida pessoal, que compartilhei mais nos stories do Instagram (se você não me segue, é @ju_romano).

Mas a essência desse blog e o motivo pelo qual eu escrevo e produzo conteúdo para mulheres é pra mostrar que SIM você pode SER NORMAL e LEVAR UMA VIDA NORMAL tendo o corpo que tiver. E o que é uma vida normal? É uma vida com altos e baixos, com conquistas e derrotas, com entraves e superações. Não é um mar de rosas. Mas é mais que possível ser feliz, realizada e bem sucedida sem ter o seu corpo como o foco principal da sua vida. Minha vida é assim, mas como disse: não é um mar de rosas. Então quero aqui desabafar, compartilhar mesmo o que acontece real no dia a dia, descobertas, dramas, felicidades… Pretendo fazer mais isso em 2018, vem comigo?

MINHA CIRURGIA NO JOELHO

Vou começar contando do meu joelho. Dia 17 de Dezembro fui cobrir um show da Pablo Vittar na C&A da Augusta, o show era aberto ao público e pra chegar à loja tive que passar por uma multidão de gente. Eu tenho claustrofobia, me desespero e perco o ar no meio de multidões, começo a passar mal, sinto que o mundo vai acabar… É horrível. Quando cheguei à grade que estava na porta da loja já tinha ficado 20 minutos no meio da multidão com a sensação de morte.

Desesperada pra entrar logo, pulei a grade meio de qualquer jeito… Quando pisei no chão, torci o joelho. Foi uma mistura de “aterrissei de mal jeito” com “muito peso sobre um joelho só”. Na hora doeu minha alma. Mas aí a adrenalina bateu, parei de sentir tanta dor, curti o show e fiz o trabalho que tinha ido lá fazer. Horas depois, quando sentei pra almoçar percebi que não estava conseguindo desdobrar o joelho.

Fui ao ortopedista, fiz os exames e o resultado foi trágico: rompimento total do ligamento cruzado anterior, lesão grave no menisco e uma série de outras rupturas leves em outros músculos do joelho. Caso de cirurgia.

A notícia pareceu um soco na minha cara. Estava na casa do Junão (meu namorado) quando minha mãe me ligou. Não lembro a última vez que chorei com tanto desespero. Eu sempre fui atleta, sempre joguei bola e sempre tive lesões pelo corpo, mas nunca na minha vida eu fiz uma cirurgia.

Foi por causa do sobrepeso? Aposto que a patrulha gordofóbica está louca pra culpar a gordura, mas a verdade é que não dá muito bem pra culpar o peso – se esse fosse o caso, as bailarinas nunca romperiam os ligamentos. Não dá pra culpar o sobrepeso, mas a questão é que ser pesada não ajuda na recuperação de um joelho machucado. É preciso aliviar a tensão em cima de um membro em recuperação…

Aí começou o meu segundo desespero de 2018…

JU ROMANO DE REGIME?!

Se você conhece minha história, sabe que passei por uma série de distúrbios alimentares na adolescência e cheguei a ser super magra – vestir 38 para uma pessoa do meu porte físico é realmente pouco. Mas ao contrário da crença geral da população, ser magra só me deixou extremamente infeliz e mais complexada com o corpo. Não foi uma experiência boa nem bem sucedida.

Precisei de terapia e anos reconstruindo minha autoestima, pra superar o “tão sonhado” ser magra. Nesses últimos 10 anos fiz as pazes com a comida, com o meu corpo e não só aceitei as particularidades do meu corpo como finalmente enxerguei que a perfeição não tem uma forma específica.

Para mim, está tudo bem com o meu corpo, com a minha forma física, com as minhas gordurinhas. Sou feliz com as minhas roupas tamanho 50 já há 3 ou 4 anos, quando meu corpo estabilizou e eu parei de engordar ou emagrecer. Não tinha intenção nenhuma de mudar meu corpo, afinal sempre pude fazer tudo que eu quis perfeitamente bem com ele: jogava bola, namorava, saía pra dançar, usava as roupas que eu queria, etc.

Afinal, ser body positive não é amar o nosso corpo? Que jeito melhor de amá-lo se não cuidando dele? E veja, cuidar do corpo não quer dizer emagrecer, não caia nessa cilada. Cada corpo é único e precisa de cuidados específicos. Eu, Juliana, escolhi ser feliz e ter um corpo saudável. Estava tudo bem até torcer o joelho, agora não está mais. No meu caso, preciso melhorar o joelho e vou fazer o que tiver que ser feito.

E como disse acima, aliviar o peso sobre um membro em recuperação é essencial para a melhora efetiva. Não foi o ortopedista que me disse isso, pelo contrário inclusive, o médico nem sequer tocou no assunto do peso. Não me recriminou por pular grades e jogar bola sendo gorda. Mas tendo uma mãe médica a gente aprende algumas coisas sobre o funcionamento do corpo.

“Meu deus, Ju Romano de regime? Ela quer ficar magra?”, algumas seguidoras perguntaram incrédulas. Sim, essa semana tive que começar a controlar a alimentação e NÃO, ao contrário do que perguntaram, não é para ficar magra. Eu não tenho o menor desejo de voltar a usar 38, por mais chocante que isso possa parecer. O joelho machucado me deixou em um ciclo: se eu continuar com a mesma alimentação, sem fazer exercícios por causa do joelho, eu vou engordar, mas se eu engordar não recupero o joelho e se eu não recuperar o joelho vou continuar engordando sem poder fazer exercícios… Um ciclo eterno onde só eu sou prejudicada e ainda fico privada de fazer o que eu realmente gosto.

Não tem absolutamente NADA a ver com estética, entende? Para mim, racionalmente isso está claro, mas emocionalmente fazer regime, vem com uma dor imensa. Mal consigo explicar o tanto de memórias ruins que eu tenho em relação à privação de comida. Na adolescência, eu já fui de abrir a geladeira e chorar até me sentir culpada por ter comido UM nugget e vomitar até não poder mais. Se eu pudesse escolher, não faria regime, mas nesse momento, não é como se eu tivesse opção. 

Como eu sou uma pessoa extremamente prática, não teve debate, nem tempo pra lamentar, assim que percebi que teria que operar o joelho e ficaria as 6 semanas seguintes usando muletas e tala, mais 6 meses em fisioterapia e 1 ano sem jogar bola, já comecei a analisar minha vida e ver o que teria que mudar. O primeiro passo é aliviar a tensão e o peso no joelho? Ok. Vou cuidar da alimentação e deixá-la mais regrada, mesmo que eu não emagreça, pelo menos não engordo mais.

Diferente de quando eu era adolescente, dessa vez o regime não está sendo dolorido emocionalmente. Claro que eu passo fome, estava acostumada a comer uma quantidade bem maior de comida, e quem disser que as comidas são deliciosas está mentindo. Não tem estrogonofe, nem macarrão com 4 queijos, muito menos sobremesas gostosas na minha dieta. Tive que abandonar a coca-cola. Nos fins de semana ainda como normalmente, porque eu não quero cair na cilada de ficar neurótica de novo. Os sábados e domingos servem pra me lembrar que eu posso levar uma vida normal, como todo mundo, e comer uns doces e massas sem culpa.

Aliás, acho que essa é a grande diferença: agora não tenho culpa. Fazer regime e cuidar da minha alimentação foi uma escolha minha, não estou tentando agradar a sociedade com o meu corpo, nem sequer sei se meu corpo vai mudar muito, pra ser sincera. Mas o fato de eu estar fazendo isso SÓ por mim e pelo meu joelho, tira total a pressão dos resultados de um regime.

Bom, pra finalizar, quero adiantar que eu não vou virar musa fitness nem blogueira fitness. Não está no meu escopo de habilidades ficar cagando regras de como você deve cuidar do seu próprio corpo, tampouco está na minha lista de desejos ter uma barriga tanquinho. Mas quero dizer que aqui tem uma mulher real, com problemas reais e também um ombro amigo.

Esse post foi mais um desabafo e uma explicação do que está acontecendo aqui, mas uma coisa eu garanto: passar por momentos difíceis sempre é mais gostoso quando é compartilhado.

Sei que muitas de vocês passam por situações parecidas e quando a gente olha a vida das pessoas pela internet tudo parece mil maravilhas, mas meu objetivo aqui não é criar uma vida “ideal” pra ser desejada, pelo contrário: é mostrar que uma vida normal tem as coisas incríveis e as coisas difíceis também e que tá tudo bem com a sua vida, TODO MUNDO PASSA PELO QUE VOCÊ PASSA.

Enfim, esse post não tem uma solução mágica, nem um grande desfecho. Minha cirurgia está marcada para próxima semana. Eu estou com medo, aflita e com fome. Mas vida que segue. Como otimista que sou, fico pensando que temos que passar por algumas coisas na vida pra aprender lições valiosas que não aprenderíamos sozinhas. Nesse momento não consigo ver o lado bom disso e só consigo ficar tensa com a recuperação depois da cirurgia, mas sei que no futuro vou olhar pra trás e entender que de alguma forma isso me fez crescer.

É isso, você já passou por alguma situação parecida? Está passando por um momento difícil também? Me conta aqui e vamos chorar as pitangas juntas heheh

 

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

 

 

Fazer dieta sofrida OU ficar com o corpo com dobras e estrias | Dúvida das leitoras

Olá queridas, recebo muitos e-mails de diversas leitoras lindas e alguns com dúvidas realmente comuns a muitas mulheres. Então pensei em criar uma seção “Dúvidas das leitoras” com algumas dessas questões, sem identificar a leitora que mandou recado nem expor de forma alguma sua identidade e história, mas pegando só a dúvida central e colocando o meu ponto de vista com a minha resposta, porque acho que pode ser um ponto de partida legal para ajudar outras mulheres que também passam por isso, não é? Então, se quiser mandar sua dúvida entre em Fale com a Ju nesse link aqui e escreva o que você tem passado!

Vamos à primeira Dúvida da leitora, que é “fazer dieta ou ficar com o corpo novo”

Foto Jade Beall 

” Eu tinha 25kg a menos e usava tamanho 42, hoje uso tamanho 50. É muito difícil me aceitar, porque não me sinto feliz em fazer dietas, mas também não sou feliz com o meu corpo de hoje – tenho muitas estrias ainda vermelhas, muita flacidez e braços maiores do que as roupas que eu tenho permitem. E por falar em roupas, é super caro ser gorda, não tenho dinheiro pra bancar certas roupas e acabo usando sempre as mesmas…”

 

Querida, você não faz ideia de como eu te entendo e de como esse drama é constante na vida de tantas mulheres! Não tenho uma fórmula mágica pra dizer como encontrar sua autoestima e sua autoconfiança, mas acho que o primeiro passo é ser bem realista e “colocar numa balança” para ver o que você REALMENTE prefere, mas sabendo que não é preto no branco – infelizmente nada na vida é fácil assim.

Primeiro, se você quiser ter o seu corpo de antes você não precisa sacrificar as suas comidas gostosas. Você pode apenas reduzir gradativamente e ir emagrecendo aos poucos. Não precisa fazer regimes sofridos ou dietas mirabolantes, basta uma reeducação com saúde física e mental, se essa for realmente sua vontade e o que vai te deixar feliz – independentemente do que os outros te digam ou pensem a seu respeito, o que vale é a sua verdadeira vontade. 

se você rejeita a ideia de qualquer dieta ou reeducação alimentar e quiser continuar comendo como você come hoje, tudo bem também! Essa é uma escolha sua, sobre a sua vida! E não é porque você escolheu ficar com as medidas que você está, que você precisa ter o corpo com estrias, flacidez e braço grande. Se essas características são as que te incomodam no corpo grande, você pode mudar apenas essas para reforçar sua autoconfiança e autoestima. Você pode começar a fazer exercícios e passar cremes para reduzir as estrias e celulites, por exemplo.

Não precisa levar tudo para o extremo, sabe? Não é porque você engordou que precisa abrir mão de todas as características que você admira em um corpo que você gosta, você pode continuar se cuidando e se amando, sim! O poder sobre o seu corpo está nas suas mãos, as escolhas são suas. E, também, as vezes a gente acha que só pode ter autoconfiança se a gente amar TUDO no nosso corpo, mas não é assim. Você pode se achar bonita mas não gostar das suas estrias e querer mudá-las e tudo bem, sabe?!

Eu acho que você só não pode deixar de acreditar que você é bonita por conta de uns risquinhos vermelhos que talvez ninguém mais enxergue, entende?

[blockquote author=”” pull=”normal”]É uma questão de achar um equilíbrio entre o limite do que você não quer para o seu corpo com o que você não está disposta a fazer – e esse é um limite que só você pode escolher.[/blockquote]

A questão das roupas, tudo que você precisa é de referência! Se você tiver referência do que você gosta, das combinações que gostaria de copiar, basta você ir numa loja de roupas baratas ou em liquidações e procurar peças parecidas. Não precisa comprar em loja cara para ter estilo!

Enfim, o melhor conselho é: dê um passo de cada vez. Se você não gosta da flacidez, comece fazendo um exercício, já se não quer ficar com estrias marcadas, passe um creme todo dia e assim vai. Não precisa ficar neurótica ou super encanada ♥

E se realmente resolver que você não quer fazer dieta, nem exercício e nem passar creme, pense que essas escolhas têm consequências e que o corpo que você tiver é resultado das suas escolhas, é resultado de quem você é – E NÃO TEM PROBLEMA NENHUM EM SER E DESEJAR COISAS DIFERENTES DAS OUTRAS MULHERES! Portanto, se você acredita que suas escolhas nunca vão mudar, comece a admirar seu corpo como se fosse uma obra prima única criada apenas por você.

Enfim, espero mesmo que você consiga sair desse conflito e perceba que não importa se você veste 42 ou 50, você pode ser bonita, charmosa, fashion e confiante e O QUE MAIS VOCÊ QUISER com QUALQUER aparência. Eu sei que não é fácil acostumar-se às mudanças, mas acredite: ficar se comparando com uma você do passado não vai te levar a lugar algum, sem contar que o tempo passa e o corpo muda e mesmo que você emagreça nunca voltará a ter o mesmo corpo de antes. Então o melhor que você tem a fazer é trabalhar com a você de agora e deixar o passado onde ele pertence: na memória apenas! 

 

 

Enfim, gatonas, essa foi a nossa primeira dúvida da leitora respondida, mas eu gostaria MUITO que vocês participassem e mandassem seus conflitos, dúvidas, preocupações, dramas e até dúvidas mais básicas como combinação e etc. O link para mandar seu recado é esse https://juromano.com/contato-ju-romano

 

 

Por enquanto é isso,vocês já passaram por essa situação? Me contem TUDO aí nos comentários e vamos abrir esse círculo de experiências!

 

HUA HUA

BJÓN

Andressa Urach: até onde as mulheres vão atrás dos padrões?

O Brasil que acompanha a vida dos famosos está dividido: metade preocupado com o estado da Andressa Urach – a vice Miss Bumbum – e outra metade crucificando a menina por ter aplicado o tal do hidrogel nas coxas – procedimento que agora levou a “modelo” ao estado grave na UTI. Só se fala disso no universo das celebridades. Mas ninguém está apontando a verdadeira discussão: até onde a mulher é levada para atender certos padrões?! Até onde ela vai – e tem o caminho livre para isso – para agradar os outros, chamar atenção para si, ser vista?! 

Há 5 anos Andressa Urach fez um procedimento de preenchimento nas coxas, para que elas ficassem mais grossas, claramente indo contra a formação natural de seu corpo, que apesar de toda a musculação, não ficou com coxas ultramusculosas. Aí não contente com o resultado máximo da academia, ela resolveu se submeter a um processo cirúrgico, invasivo e perigoso, com uma substância que é permitida apenas para pequenas correções (em até 2 ml) e não para “preencher” grandes áreas como glúteos, coxas e seios. Mas e aí, de quem é a culpa? É do médico sem ética. É minha. É sua. É da Urach. É de todas as mulheres e de todos os homens que ficam babando nesses corpos claramente antinaturais, conquistados a base de muitas cirurgias e muitas dietas malucas. A culpa é de todo mundo que é conivente com ditadura estética de corpos perfeitamente esculpidos custe o que custar.

Achei difícil achar uma imagem em que ela não estivesse hiper sexualizada. Até onde as mulheres irão para se tornarem apenas um símbolo sexual? Vale a pena?

O que aconteceu com Andressa Urach poderia ter acontecido com você

Sim, em escala menor o que aconteceu com essa moça acontece todos os dias nas casas de milhares de pessoas. Mulheres se submetendo a situações ridículas para entrar nos padrões, se encaixar em uma “turma”, aparecer. Meninas parando de comer, vomitando, fazendo mais exercícios que os seus corpos aguentam, prejudicando o seu crescimento na adolescência atrás da dieta da moda e mais um monte de outras situações que não só podem destruir a autoestima delas para o resto de suas vidas, como também pode prejudicar a saúde de forma irreversível.

O perigo existe a partir do momento em que se perde a noção do que é real e possível e se passa para o nível da fantasia em busca de um ideal surreal. A pessoa que não é brecada e aconselhada nesse caminho (como Andressa não foi por seus parentes, nem pelos médicos irresponsáveis que fizeram o procedimento com hidrogel) perde a noção de racionalidade e passa a viver emocionalmente seus desejos estéticos, em busca sempre de um ideal além do que já existe. Essa pessoa sai da realidade, então tudo que aqui já existe não é e nunca será o suficiente, em um ciclo eterno de modificações até que algo mais grave aconteça – como ir parar na UTI ou até ficar tão plastificada a ponto de ser irreconhecível.

Alguém precisa intervir por essas pessoas. É preciso reeducar as mulheres, fazer com que elas tenham mais racionalidade sobre os seus atos, mais responsabilidade em cima de suas decisões e, por favor, fazer com que elas reflitam sobre tudo que influencia os seus corpos. Nós somos e sempre fomos condicionadas a tratar o nosso corpo como se ele fosse um objeto que as pessoas têm que admirar, gostar, desejar e nossa responsabilidade mínima é fazer com que ele esteja sempre nos trinques. Sempre fomos condicionadas a permitir que o nosso corpo fosse objeto de avaliação. Mas o que queremos para a próxima geração de mulheres? Queremos ver nossas filhas deitadas em uma cama de UTI ou chorando em frente ao espelho? Queremos que nossas filhas tenham vergonha de serem o que são? Queremos que elas percam mais tempo cuidando do que tem por fora do que alimentando o que tem por dentro (que é muito mais rico e cheio de possibilidades)? Eu não quero ver minha filha rodeada de futilidades, crianças que só pensam em seus corpos, que não conseguem se concentrar no aprendizado porque falta açúcar no sangue… Eu não quero ver minha filha crescendo com meninas que querem ser “gostosas” para “arranjar um bom marido”. Ao contrário. Eu quero uma próxima geração de mulheres que tenham suas próprias conquistas, que ganhem seu próprio dinheiro, tenham poder sobre seus corpos e que, se casarem, que o façam porque encontraram um parceiro(a) que vale ter do lado para o que der e vier, um amigo que dá apoio suporte e compartilha os seus medos e desejos e que, acima de tudo, não cobre dela ser nada além do que ela é e como ela é.

 

Parece impossível agora? Pois é… Mas se a gente começa a luta e espalha isso aos 4 cantos, as coisas começam a mudar. Eu ouço relatos de meninas que passaram a pensar diferente sobre seus corpos depois de começarem a ler o blog. Perderam encanações, melhoraram autoestima, voltaram a sorrir em frente ao espelho. Então, essa luta é minha, é sua e de todas as mulheres, porque queremos uma geração de mulheres evoluídas e não de escravas dos padrões vigentes (sejam eles quais forem).

 

Enfim, falei muito nesse texto, mas acho que é uma discussão muito válida e que deveríamos espalhar para que todas as mulheres lessem e refletissem sobre o que as motiva de verdade quando elas olham e odeiam seus corpos. Eu espero que você esteja nessa luta comigo e vamo que vamo 😉

 

 

Por hoje é isso e desejo, de verdade, melhoras a Andressa Urach que é apenas uma borboleta presa no furacão desordenado de cobranças e padrões que vivemos hoje.

 

BJÓN

 

 

Só a saúde da gorda incomoda

 

Lembro como se fosse ontem, cheguei em casa e minha mãe me esperava com uma cara desgostosa. “Filha, tenho más notícias…”. Era o dia que ela tinha ido buscar meus exames no laboratório. A taxa de triglicérides estava 150 pontos acima do limite aceitável e eu teria que mudar radicalmente minha alimentação. Foi um choque, já que desde que nasci meus exames são perfeitos. Chorei. Não me lembro de ter chorado de tristeza nos últimos 10 anos – a última vez que chorei assim foi na porta da geladeira, aos 15, quando tive distúrbios alimentares.

Antes que você pense “é claro que é doente, ela é gorda”, saiba que o nível alto de triglicérides não é exclusividade da gorda. É um problema de quem come muito carboidrato. A pessoa pode ser super magra, mas comer muito macarrão, arroz, batata, etc e ser pega pelo triglicéride.

A médica explicou: “você terá que cortar os doces, massas e trocar tudo pela versão integral. Adicione grãos, folhas e legumes na sua dieta e evite todas as frituras, macarrão e sobremesas”. Pensei: deus não dá asas às cobras. Logo eu, que não me importo em engordar, tenho que tirar todas as gostosuras da minha alimentação? E meu corpo? Eu gosto dele como ele é, não o quero mais magro!

Mas, para mim, se tem uma coisa mais importante que qualquer outra, é a saúde. Dito e feito. Troquei tudo no meu prato: coloquei muita alface, muitos legumes, cortei a fritura.  Arroz? Só o integral. Refrigerantes, só a versão light ou água.

 

Isso foi em setembro do ano passado. Em outubro repeti os exames: PERFEITOS! Em um mês, com muita força de vontade, consegui abaixar para níveis normais os meus triglicérides. Todas as taxas (glicose, colesterol, etc) também estavam onde deveriam estar. Fiquei feliz e nunca mais voltei a comer como antes.

Isso já faz 5 meses e eu não emagreci nem 1 quilo. Não digo isso como um mérito ou demérito, mas me deixa nervosa quando ouço que gorda não se alimenta bem ou que gorda não é saudável. Ou, pior, que só é gorda porque não tem força de vontade para comer direito. E ainda aquela velha desculpa: quero emagrecer só uns 10 quilinhos por causa da saúde. Eu entendo que as pessoas precisem de uma desculpa para justificar sua vontade de ser magra, mas não me venha com esse discurso montado e que deixa subentendido que a gorda é doente (a não ser que de fato emagrecer seja uma recomendação do médico, aí sim faz sentido!)

Sim, eu como muito, eu como bem e eu não me esforço para emagrecer. Mas é porque eu quero. Eu não me preocupo em ser magra e não vejo como emagrecer acrescentaria na minha vida, uma vez que eu já estou com todos os exames saudáveis e com o corpo que eu tenho.

Estou cansada do velho discurso hipócrita de que o problema de ser gorda é a saúde. Porque só a saúde da gorda incomoda, quando a saúde é da magra, até quando é ruim, é boa.

Beijos de uma gorda, com exames perfeitos e uma alimentação regrada.

 

HUÁ HUÁ

BJÓN

#chegadedieta: levante esta bandeira você também!

Olá queridas, fiquei emocionada quando a equipe da Vida Simples me chamou na redação deles (somente alguns andares abaixo do MdeMulher, onde eu trabalho) para me mostrar orgulhosamente a edição de dezembro. A capa laranja, com um brigadeiro no centro e o recado bem dado: CHEGA DE DIETA.

Calma, antes que alguém saia por aí dizendo que eu estou fazendo apologia à obesidade, explico: a matéria de capa, escrita perfeitamente pela Jeanne Callegari, traz a verdadeira realidade sobre as dietas e prova por A + B que “saúde” é só uma desculpa para enfiarem o dedo na cara do gordo, disfarçando a gordofobia. Esqueça a “barriga chapada”, o “bumbum durinho” e qualquer outro jargão de revista – ops, é tão libertador que quase esqueci que a Vida Simples também é uma revista. Lá Jeanne discorre sobre a relação patológica que nós criamos com o nosso corpo e com a nossa comida, fala sobre a falta de eficácia das dietas (vocês sabiam que 95% das pessoas que fazem dieta retomam todo o peso, se não mais, em 5 anos?!?), sobre como é importante estarmos felizes com o nosso corpo para conseguir ser saudável e, o ponto principal para mim, que é possível, sim, ser feliz, saudável e gorda. Tudo, claro, muito bem explicado e com todas as informações embasadas por estudos.

Pensando nisso, eles criaram um movimento MA-RA-VI-LHO-SO, o #chegadedieta com vários selinhos e frases de efeito para a gente pensar. “Liberte-se da Balança“, “Faça as pazes com a comida“, “Seu maior peso é a culpa” e “pare de odiar o seu corpo“, são alguns selinhos mas que resumem muito bem o recado que eles quiseram passar. Aliás, no texto tem uma frase excepcional, que acho que todas nós deveríamos levar para a vida: “Nosso peso ideal é aquele que conseguimos manter levando a vida mais saudável e prazerosa possível”. E pouco importa quantos números tenham na sua balança, o importante é viver sem culpa de ser feliz e sabendo que o principal ponto para se cuidar é amar você mesma e estar de bem com o seu corpo!

Enfim, fiquei apaixonada por essa edição e acho que vale uma ida até a banca para comprar e manter ali, na cabeceira. Toda vez que bater aquela culpa ou você achar que é errado ter o corpo que você tem, pegue essa revista, leia essa matéria e depois repense.

Vou terminar o post convidando todas a entrarem no projeto #chegadedieta comigo, por um mundo mais feliz e menos gordofóbico!!!

 

Ah, dentro da matéria tem os selinhos para você recortar e postar uma foto em algum lugar com ele e com a hashtag #chegadedieta

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Você já comprou a edição de dezembro da Vida Simples? O que achou? Me conta aí nos comentários e vamos lá para o meu Facebook conversar mais!

 

HUA HUA

BJÓN

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