Tá tudo errado! Polêmica plus size e desespero da semana

Olá queridas, tudo começou com Isabella Fiorentino falando que o fim da ditadura da magreza é uma “ilusão”, depois sou obrigada a ler em uma revista gringa que Robyn Lawley lançou uma coleção polêmica plus size que vai do 36 ao 48, agora acabo de ver que a próxima novela da Globo vai colocar uma atriz que veste 40 (e ainda engordou para fazer o papel) como gordinha que sofre bullying. O QUÊÊÊÊÊÊ?!?!?!? TÁ TUDO ERRADO!!!

AVISO: Esse é um post absolutamente revoltado, totalmente opinativo e que contém muitos palavrões. Se você é contra qualquer um dos itens descritos, pare por aqui e NÃO leia o resto! 

Vou começar por tópicos, lembrando que qualquer opinião é válida, mas vamos manter a discussão em um nível decente, ok?

ISABELLA FIORENTINO

Como jornalista, sei que algumas edições maldosas podem distorcer o que um famoso quis dizer, o que é claro não justifica de forma alguma a Isabella dizer o que disse. Como filosofou Fabiana Karla no dia que eu a entrevistei: “preconceito todo mundo tem os seus, só que ninguém precisa ficar esfregando na cara dos outros”. Eu não poderia concordar mais, respeito em primeiro lugar sempre. Sem contar que não é toda magra que fica bem em tudo, nem toda gorda que não fica bem em nada. As dificuldades em comprar roupas existem para TODAS as mulheres, porque somos ensinadas a nunca achar que o que é nosso está bom e sempre esperar que a roupa caia em nós da mesma forma que vemos na propaganda ultra mega photoshopada (não acredita? Olha esse vídeo AQUI).

Nós temos sim que acreditar e fazer de tudo para que qualquer ditadura do corpo chegue ao fim e que as mulheres parem de achar que só um tipo de corpo é bonito! Todas somos lindas e únicas. É por pensamentos de mulheres assim, como o da Isabella, que as mulheres passam a vida infelizes em busca de algo que elas nunca vão alcançar. É por causa de mulheres que abaixam a cabeça e são coniventes com os padrões de beleza exagerados, como Isabella, que existem tantas meninas doentes por peso, morrendo de magreza ou morrendo de tristeza quando gordas.  

COLEÇÃO DA ROBYN LAWLEY

Antes de tudo, vou dizer a minha opinião sobre a Robyn: eu acho ela simplesmente maravilhosa e AMO vê-la nas capas de grandes revistas sambando na cara da sociedade, simplesmente porque ela é uma mulher normal, com dobrinhas, com cara de saudável, com uma barriguinha (pequena, mas ainda assim, nada de barriga negativa).

Posto isso, sempre digo que PLUS SIZE nada mais é do que uma nomenclatura da moda criada para chamar as peças que têm numeração acima de 46. Portanto, meu povo, meu mundo, minhas queridas revistas: PLUS SIZE NÃO É QUALQUER MULHER QUE NÃO SEJA RAQUÍTICA. Uma mulher como a Robyn Lawley é só normal! E a numeração de 36 ao 46 é a mesma numeração de qualquer outra coleção, de qualquer outra loja, não é nada plus size. Sorry!

Correção: uma leitora veio me questionar sobre a numeração da coleção, fui checar e me confundi, a coleção vai até o nº20, que no Brasil é equivalente ao 48 (veja a tabela oficial aqui). De qualquer forma, uma coleção plus size que só tem 2 números plus size e uma modelo que veste 40 é muita hipocrisia, não?!

POLLIANA ALEIXO USANDO 40 E ACHANDO QUE TÁ GORDA

É sério isso? É SÉRIO MESMO? CÊ JURA?!?! Ô Globo, vê se toma vergonha nessa cara e pára de tratar esse assunto de forma ignorante, de forma leviana. Do jeito que tá rolando só piora a situação de quem é REALMENTE gorda, como eu, por exemplo. Já é difícil pra cacete convencer uma menina de 12/13/14/15 anos que ela pode ser normal usando 46 ou mais, que ela vai namorar, que ela vai estudar, trabalhar, ser feliz… Agora vai lá, colocar em canal aberto, uma menina que usa 40 (e obviamente não tem nem METADE dos problemas que nós, gordas, temos para comprar roupa, encarar preconceito, superar traumas, etc) como gorda?!?! O que vocês acham que vai acontecer com meninas saudáveis que usam 40 ou 42?! Elas vão achar que estão gordas e vão começar regimes malucos, prejudicar a saúde, entrar em neuras por causa de uma porcaria de uma novela que ao invés de tratar o assunto de forma séria fica fazendo essas presepadas sem tamanho. Vou contar que aqui no Brasil, uma mulher que veste 40 é no mínimo magra – pra não dizer gostosa, como os homens diriam.

Agora, o povinho da Globo, me diz uma coisa: se ela é gorda e sofre bullying, como deveria ser uma menina para não sofrer bullying?!?! 

Será que eu fui a única pessoa não estúpida a fazer esse questionamento?!?!?  Será que os roteiristas, produtores, diretores realmente acham que estarão passando algum tipo de mensagem boa com isso? Ou é só pra gerar audiência fodendo com o corpo feminino, MAIS UMA VEZ?!

 

Ficam aí minhas opiniões sobre os três assuntos, já que várias leitoras queridas me perguntaram tanto.

 

Por hoje é isso,

BJÓN

 

 

Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, fala sobre moda plus size, preconceito e seu papel na novela

Entre todas as modelos e fashionistas magérrimas, era de se esperar que Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, chamasse atenção. A atriz, claro, causou frisson não porque é uma plus size bem servida, mas sim porque sua beleza e simpatia conquistaram todos os jornalistas e transeuntes da edição de inverno 2014 do SPFW.

Com seu look P&B e detalhes em vermelho, chiquérrima, Fabiana falou ao Entre Topetes e Vinis um pouco do que mais gosta no seu armário, sobre seu estilo e o impacto de sua personagem. Confira!

Como você escolhe suas roupas? 

Ah! Eu uso a moda a meu favor! Meu princípio básico é elegância. Não sou escrava das roupas, gosto de roupas confortáveis e amo cores. [ela elogia a roupa que estou usando, toda colorida] Eu uso preto, porque acho chique, mas tudo depende muito do meu humor. Tem dias que eu acordo e me visto inteira de roupa clara, com aquela cor de palha, sabe?! Digo que é a roupa de aeroporto [risos].

E você tem aquela preocupação com roupas claras porque “engordam”? 

Eu não ligo para nada disso! Esses dias eu tinha duas opções de calça para ir ao Faustão, escolhi a branca e quando apareci na televisão fiquei enooorme [para quem não sabe, a TV engorda cerca de 5 kg]. Mas sabe que eu nem liguei?! Eu tinha gostado mais da branca e estava me sentindo muito bem com ela ao vivo.

Tem alguma coisa que você não use de jeito nenhum?

Salto só uso tamanho 7, porque é o limite do conforto e eu não uso roupas justas, porque acho desconfortável. Prefiro peças fluidas e esvoaçantes sabe?!

Quais são suas peças favoritas?

Eu gosto muito de calças de alfaiataria, vestidos bonitos e femininos e saias lápis.

E para fazer a personagem Perséfone de Amor à Vida, como são escolhidas as roupas?

Eu tive todo um trabalho de conversar e escolher o que a minha personagem vai usar junto à Labibe Simão, a figurinista responsável – e ótima diga-se de passagem. E não sei se você sabe, mas o figurino da Perséfone bate recorde de pedidos na Central de Atendimento ao Telespectador da Globo, viu?!

Por falar em Perséfone, o que você achou da repercussão da sua personagem? 

Deixando as polêmicas de lado, me diz quando o Brasil inteiro parou para ver o casamento de uma gorda – e virgem? Eu acho que as pessoas estão se revelando todos os dias. Estamos vendo que tem muita gente bacana, é uma mudança no país. As pessoas ficam do lado da Perséfone, defendem ela.

Na vida real, você já sofreu preconceito? 

Olha, eu vou estar mentindo pra você se eu disser que já. Nunca sofri preconceito. Eu vim de um lar superestruturado, meu pai sempre me disse que eu era linda, sou casada e tenho filhos. E olha que eu tenho todos os motivos pra sofrer preconceito aqui: sou mulher, gorda e nordestina. A verdade é que eu nunca fiquei parada pensando se tinha alguém me xoxando. Se algum dia alguém já me menosprezou por eu ser gorda, eu nunca percebi porque simplesmente não me atento a esse tipo de coisa. A vida tem muitas outras coisas mais significativas, para ficar se ligando a coisa ruim. Essa ligação eu não atendo, meu amor! [risos]

Para finalizar, uma dica que você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Só você é responsável pela sua felicidade, por isso, se ame! Vocês são lindas, acreditem, e todo mundo pode ser o que quer. #everybodyisfree

 

Muito simpática, Fabiana também contou que é mega vaidosa e que não fica sem perfume, hidratações quinzenais no cabelo e protetor solar. Brincando ela disse, “gasto um carro por mês, na cara”, de tanto que ela se cuida. Justo, não!?

Bom, o que dizer? Eu acho ela linda e pessoalmente é mais maravilhosa ainda. Cada pedacinho de sucesso totalmente merecido! Arrasa, Fabi!

 

Curtiram a entrevista? Me contem tudo nos comentários e vamos lá pro meu Facebook conversar mais

 

HUA HUA

BJÓN

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