Criadora da Flaminga fala sobre a situação da moda plus size

Olá queridas, vocês já devem ter ouvido falar da Flaminga, certo? Caso não conheçam, eu explico. É uma loja online, que tem o objetivo de reunir um mix das melhores peças plus sizes de diversas marcas, quase um garimpo GG mesmo.

Conheci a Sylvia, uma das sócias da marca, de forma bem engraçada para uma gordinha. Certo dia fui fazer uma matéria em uma academia famosa de SP e estava tomando um café pré-entrevista, quando uma mulher super magrinha me abordou. Ela me perguntou se eu era eu mesma (muito recorrente essa pergunta, aliás ¬¬) e disse que lia meu blog. Na hora subiu um balão na minha cabeça “mas ela é magra e gosta de academia, por quê?”, aí como sou linguaruda, perguntei mesmo. Foi aí que descobri, antes mesmo de seu lançamento, a loja Flaminga.

A verdade é que apesar de magrinha, a Sylvia e sua sócia já vinham notando que está cheio de mulher gordinha por aí sedenta por moda – e não só “roupas que sirvam”. Pensando em nós, elas criaram um lugar virtual que atendesse a todas, de todas as formas e estilos. No começo desse mês, elas lançaram umalinha super jovem e com pegada fashion, chamada Bold, e aproveitando esse gancho, troquei umas palavrinhas com a Sylvia, para ela me contar como está o cenário da moda plus size e quais saídas ela propõe para nós. Você confere tudo no bate-papo abaixo:

 

De onde surgiu a motivação para lançar a Flaminga?

Surgiu da constatação do crescimento desse mercado no Brasil e fora. Nosso desafio é o de oferecer variedade e qualidade pra esse mercado e a internet nos pareceu o melhor canal para isso: democrático e abrangente.

O que vocês sentiram no mercado plus size?

Tínhamos uma experiência anterior de atacado (minha sócia tem uma confecção, a Creare, que faz do M até o G4 e vende pra lojistas de todo o Brasil) e, além disso, pesquisamos muito esse público. Sentimos que tá cheio de gente mais cheinha, louca pra usar uma roupa bacana, mais estilosa e que  enfrenta  dificuldades para achar uma peça que sirva e, principalmente, que seja aquilo que ela estava buscando. Por vezes veste-se aquilo que serve, mas não exatamente aquilo que se deseja. E como acreditamos que a roupa é uma maneira de manifestar a identidade, não encontrar uma roupa que te represente limita inclusive a maneira de se expressar. Isso é muito chato.

O que vocês acreditaram que faltava?

Produtos bons para esse público. Nossa curadoria de roupas leva muito em conta a qualidade dos produtos. Trabalhamos também com algumas marcas que não são exclusivamente plus size mas que produzem numerações maiores. São marcas bem autorais e com acabamento primoroso como a Cléo Aidar, Nem, Linha Pura e outras.

Durante o processo de abertura da loja, vocês consultaram consumidoras plus size?

Sim, falamos com bastante gente e pesquisamos esse mercado durante um ano antes da abertura da loja e durante 30 anos minha sócia ouviu lojistas de todo o Brasil reclamando da falta de opção.

Qual era/é a maior reclamação das consumidoras?

Sentimos que o maior desejo dessas consumidoras é entrar em uma loja qualquer e encontrar aquilo que se deseja, sem ter que recorrer a uma loja de tamanhos especiais. Querem também uma roupa que siga tendências de moda, que tenha personalidade e que não seja simplesmente algo para cobrir o corpo. E gostariam que as marcas em geral oferecessem na sua grade tamanho maiores.

Como vocês trabalharam a loja para melhorar esse cenário?

Oferecendo um mix de produtos garimpados em tamanhos maiores e ajudando a consumidora a se conhecer melhor através de algumas prestações de serviço : Criamos uma sessão PROVADOR no site, onde ela através de um quiz descobre o seu biótipo. Vamos inaugurar uma parceria de consultoria de estilo onde elas podem tirar dúvidas, pedir sugestões de roupas para uma determinada ocasião e fazemos também um atendimento telefônico personalizado para ajudá-las a fazer escolhas mais certeiras quanto a tamanho e modelagem. Somos também bastante rigorosas com a maneira que apresentamos nossos produtos. Queremos mostrar que uma roupa bacana e usada da maneira correta deixa as nossas clientes elegantes e lindas. Isso ajuda a aumentar auto-estima delas e “dá um tapa nos padrões rigorosos da moda” – que ainda reluta em produzir peças e associar a sua imagem a um padrão maior e, por que não dizer, mais real.

Vocês têm a coleção Bold, que tem uma pegada mais jovem e moderna, onde vocês buscam inspiração para essa coleção?

Pensamos em um conceito de roupa descontraída e básica, mas com combinações inusitadas de tecidos,formatos e texturas que atendesse o mercado jovem.

Como vocês acreditam que seja a personalidade dessa “mulher Bold”? 

Acho que por serem roupas básicas, a Bold veste várias personalidades que priorizam o conforto e a originalidade e que tenham espírito jovem. Já vendemos Bold para várias senhoras “antenadas “ e já vendemos para “modernetes Rock and Roll”.

O que vocês acreditam que falta para as plus sizes começarem a ousar nos looks?

Acreditamos que o mundo já acordou para o plus size e que a oferta de roupas vai cada vez aumentar. Principalmente se começarmos a trabalhar a imagem da gordinha positivamente. Acreditamos que ousar em um look é questão de atitude e para isso elas precisam se gostar. As mídias precisam fazer uma associação positiva com a imagem da gordinha. Veja na novela: a gordinha é uma garota bacana, mas carente que só se da mal. Tenho certeza que ela ainda vai dar a volta por cima e desdenhar o bonitão. Primeiro porque é novela e segundo porque num momento como esse onde todos se rebelam com que é injusto, estereotipar a gordinha virgem não ta com nada! Ainda mais em uma população onde quase 50% está acima do peso.

Qual o papel dos blogs e revistas femininas nesse processo?

Como qualquer canal de mídia os blogs e revistas tem papel importantíssimo! Pode ser uma ferramenta que gere informação, que acrescente, que aproxime consumidor e produto, que ensine a se vestir de um jeito diferente, a fazer isso de um jeito legal que elas nunca pensaram antes. Que as ajude a encontrar aquilo que é certo ou errado e faça com que elas se sintam bem!

Por fim, qual recado você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Meninas, ousem!

 

Bom, se quiserem conhecer o site cliquem AQUI.

O que acharam? Concordam com a Sylvia? Me contem TU-DO nos comentários e vamos lá pro meu Facebook fofocar mais!

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

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