discriminação
dis.cri.mi.na.ção
sf (lat discriminatione) 1 Ato de discriminar. 2 O que se acha discriminado. 3Psicol Processo pelo qual dois estímulos que diferem em algum aspecto resultam em reações diferentes.
discriminatório
dis.cri.mi.na.tó.rio
adj (discriminar+tório) Que implica ou que estabelece discriminação.
Pois veja bem, esse é apenas um post de desabafo. Passo por algumas (várias) situações no meu dia que parecem simples e corriqueiras, mas fazem questão de me lembrar que eu não me encaixo na sociedade. Seja no metrô, no trabalho ou apenas indo me divertir na balada, não dá apenas para esquecer que eu sou gorda por um dia. E não é que eu queira esquecer que eu sou gorda porque eu sou gorda, eu só quero esquecer que eu tenho que ter uma definição por um dia e me sentir igual a todo mundo, com os mesmos direitos e obrigações. Mas, veja, não é isso que acontece, porque estou sendo constantemente e inconscientemente lembrada do contrário.
Por isso – e pra provar que nossa sociedade é realmente feita para magros e isso não é uma coisa só da nossa cabeça – resolvi listar algumas situações discriminatórias que as gordas passam em sua rotina, todas com um toque de humor, porque, afinal, é melhor rir do que chorar!
1. Catracas
Oi? Você realmente acha que eu consigo passar de frente em uma catraquinha dessas? JAMAIS. Meus quadris batem nas laterais e na pressa acabo de machucando. Me sinto bem assim:
A solução: eu uso a catraca de deficientes, que é maior e BEM mais confortável.
A dúvida: por que já não fazem todas do jeito das de deficiente, assim não precisam mais discriminar os deficientes e os gordos!
2. Portas de elevador
Aff, essa ai não precisa nem ser muito gorda. É só ter um ombro um pouco mais largo e aí você já tem que imitar uma lombriga convulsionando para sair de lado, com todas as sacolas, mochila, bolsas, carrinho de bebê AND a sua barriga. Num tá fácil ser gorda…
A solução: não tenho, saio de lado imitando uma lombriga mesmo.
A dúvida: por que não fazem umas portas maiores, meu Deus?! Aquelas antigas que a porta abria inteira, pelo menos, deixava a gente passar com tranquilidade.
3. Portas de banheiros coletivos (vale para banheiro de avião também!)
Sério… SÉRIO! No banheiro do trabalho tem UMA cabine que é maior – e ÓBVIO que todas magras e gordas vão nela. As outras a gente basicamente tem que subir no vaso para fechar a porta, depois descer levantar a tampa e fazer xixi se equilibrando, o que facilita já que a nossa cabeça está apoiada na porta porque não tem mais espaço!
A solução: ir na cabine maior quando está livre – de pessoas e de “presentinhos”.
A dúvida: não era melhor colocar 3 cabines confortáveis, do que 4 apertadas?!
4. Cinto do carro
Olha, o meu fecha ali no talo – e as vezes quando saio da macarronada da nonna fica bem apertadinho. Então eu fico pensando: e uma pessoa que tem mais barriga que eu?! Será que era por isso que o Seu Barriga sempre cobrava o aluguel a pé?!
A solução: mantenho o banco do carro mais perto do cinto possível para não ter que puxar mais ainda e fico tentando alcançar o pedal com a pontinha do pé.
A dúvida: gente, quanto custa um metro a mais de cinto de segurança? Dá pra incluir na conta estratosférica que eu JÁ vou pagar quando comprar o carro?
5. Banco de transporte público
(catracas inclusive, mas entram lá no 1º item)
Devo admitir que nunca tive problemas com os ônibus, já que na linha que eu pego os bancos não têm divisão. MAS no metrô já são outros quinhentos… Quem teve a maldita ideia de dividir o banco ao meio com um plástico em alto relevo, deveria andar apenas sentadinha ali no meio, para entender a sensação que é ficar com uma nádega na superfície lisa e confortável e a outra nádega parecendo que tem uma lâmina cortando-a ao meio.
A solução: vou de pé ou, quandoestá vazio, sento na pontinha do banco do corredor com as pernas viradas para o corredor e, portanto, de costas para a divisão.
A dúvida: não dava para fazer a divisão apenas com cores, pintando o banco?!
6. Banco do cinema
Não tem NADA que eu odeie mais que as cadeiras do Cinemark! E digo do Cinemark, porque todos os cinemas são ruins (menos a sala 10 do Cinema do shopping Bourbon e algumas salas especiais mais caras que um Rolex), mas eles são TÃO gananciosos que parecem que contatam o mínimo espaço que uma pessoa precisa para sobreviver, só para conseguir socar mais pessoas em uma sala. O fato é que não fica só desconfortável para quem é gordo, mas para todas as pessoas que ficam com os braços tensos a sessão inteira por “medo” de roubar o espaço do braço do outro no apoiador de copos. E olha que é MUITO bem pago para toda essa tortura!
A solução: pagar ainda mais caro para ir em salas mais confortáveis ou esperar chegar no Netflix
A dúvida: gente, vocês já não são ricos o suficiente para pensar em coisas mais prazerosas para seus clientes?
7. Cadeiras com braços
Não sei o que é pior: quando o braço e vazado e consequentemente seus culotes vazam pelas laterais da cadeira; ou quando os braços são inteiriços e parece que você está tentando se encaixotar. (E ainda há quem diga que é fácil ser gorda!)
A solução: cadeiras sem braço ou sempre prefiro a opção 1: deixar os culotes vazando pelo buraco lateral e quando não tenho essa possibilidade, faço a princesa e sento bem na pontinha da cadeira, meio de lado – pareço fina, mas estou só salvando minha busanfa.
A dúvida: para o bem geral da nação, por que não fazem cadeiras um pouquinho mais largas?!
ATENÇÃO: os gifs são meramente ilustrativos e NÃO tem só gordas, OK? Não me venha com essa”ééé mas quem disse que essa menina X/Y/Z é gorda?!?!?!”… NINGUÉM colega, ninguém disse…
Enfim, tenho certeza que você passa por essas e muitas outras que eu esqueci na de colocar aqui. Acho importante a gente levar tudo com bom humor, porque se for chorar por tudo que tá errado no mundo a gente ia morrer afogada em lágrimas. Mas me conta aí nos comentários se você já passou por situações como essa e quais outras que eu deixei de fora!!!!
Ah! E fica o meu recado, se você já passou por isso, relaxa, eu também e mais de 48,5% da população brasileira que está acima do peso também. Então não precisa ficar envergonhada ou com “medo” de ir nesses lugares… Vá já sabendo que eles não são “adaptados” para o seu corpo, mas que com jeitinho e humor tudo se resolve!
HUA HUA
BJÓN