#inspiradoras: entrevista com a Bru Tavares, do blog Pausa Para Feminices

Olá queridas, resolvi inaugurar uma seção de entrevistas, a #inspiradoras, com mulheres fora dos padrões que nos inspirem, que nos façam ver outro lado da vida, que se tornem exemplos e que possam, de alguma maneira, adicionar alguma coisa à nossa vida. De cara, lembrei de uma amiga e parceira de profissão – tanto blogueira, quanto jornalista – a querida Bruna Tavares, do Pausa Para Feminices (acho meio difícil você não conhecer, mas se ainda não conhece, clica AQUI agora!).

A Bru também não se encaixa nos padrões: ela é pequenininha como eu e veste 44 de calça. Ela não está na categoria plus size, mas também fica naquele limbo da moda – aqueles números que as marcas meio que esquecem propositalmente, sabe?! Na entrevista a seguir, Bru conta como foi aceitar um novo corpo depois da maternidade, como é lidar com as críticas no blog e até seus truques na hora de montar os looks e encontrar peças que não marquem a barriguinha.

Confira a entrevista com a Bru Tavares!

– Eu te acho uma mulher super poderosa, tem seu negócio, administra sua vida, criou uma filha linda e é um exemplo de beauty para todas nós. Alguma vez, você achou que ser gordinha atrapalhou a sua vida?

Ju, obrigada, muito lindo ler isso! Então, sinceramente, as pessoas ainda têm preconceito. TÊM, não adianta! Então às vezes rola sim algumas situações chatas. Pra você ter ideia já pediram pra eu sair de uma foto no SPFW (em 2010). Claro que não tem exatamente a ver com peso, tem a ver com “quem eu sou na noite”. Mas nessa foto, por exemplo, tinham só meninas anônimas e magras e bem-vestidas. Eu era só gordinha (e bem vestida, tá?! rsrs). Nesse dia eu saquei o preconceito. Ridículo! Chorei, fiquei mal… Nossa, me acabei. Mas eu fiz um trabalho incrível nesse SPFW, e se alguém tem a capacidade de me tratar com indiferença por causa de peso ou qualquer coisa do tipo, o que eu posso fazer? Nada, apenas me fortalecer porque eu tenho uma cabeça boa, já essas pessoas…

– Você acha que ser gordinha faz alguma diferença?

Faz nisso do preconceito, rola um padrão! As pessoas te cobram “tão linda de rosto porque não emagrece”. QUE COISA CHATA MEODEOLS! E tem roupa que eu não consigo mais usar, mas de boa, nada traumático que afete de fato minha vida.

– Você tem dificuldades para encontrar roupas?

Dificuldade eu não tenho, uso calça 44 e blusa G. Dependendo da modelagem rola um 42 e um M. Só evito algumas peças, tipo, eu amo shortinhos jeans, mas não uso (aqui em SP, porque no RJ seria sussa!). Mas também uso muito saia longa, legging… A minha maior dificuldade é a barriga que marca, né? A gente fica meio revoltada mas depois sai da loja e esquece!

 

 

– Tem alguma peça, cor ou estampa que você não use de jeito nenhum?

Shortinho jeans e saia curta, eu usava muito quando era magrinha e agora não curto. Também evito regata (mas nem quando era magra eu usava, porque eu sou muito friorenta, então nunca foi uma coisa usável na minha vida). Sobre estampas e cores uso de tudoooo, amo, minha marca favorita é a Farm então, já viu! Eu evito usar muito preto, porque num tráz uma vibe legal. Tem que usar cores!

– Você tem algum truque na hora de se vestir ou de comprar? 

Eu estou amando saia longa, me deixa mais magra e não marca, sabe? Uso com blusinhas soltinhas um um coletinho. Se quero ficar mais social opto por leggins (amo as da Zara, vestem MUITO BEM), camisas mais compridinhas (tampando o bumbum) e blazer/jaqueta. 

– O que você acha da moda plus size hoje em dia?

Eu acho ainda bem defasada! Faltam roupinhas da moda plus size, sabe? Geralmente é sempre aquele mesmo padrão meio “roupa de senhora”, fora que as vezes viajam na maionese como fizeram nessa campanha fiasco da C&A (com a Preta que diga-se de passagem eu amoadoro!). Mas nada muito largo porque não fica bom, tem que ser mais próximo do corpo mas sem marcar, por isso amo camisa, saia longa…

 

 

– Eu vi uma foto mais antiga sua e você era super magrinha. Como foi esse processo de mudança no corpo? Foi depois da gravidez? Como você conseguiu aceitar?

 Foi sim, olha, foi muito aos poucos! Eu engordei pouco na gravidez, sai da maternidade com jeans 38. O pior foi depois, comecei a engordar porque minha rotina MUDOU MUITO. Eu passei a madrugar, meu horário de lazer e trabalho virou à noite (depois que a filha dorme), aí comer nesse horário foi me engordando. Mas nada traumático, porque hoje estou na melhor fase da minha vida e o peso não faz diferença, sabe? Magra ou gordinha, ok! Hehe

– Como é a relação que você tem com o seu corpo?

Quando eu era mais nova eu era mais encanada pra ficar magrinha (sempre pesei de 48kg a 50kg) mas de boa, nunca fui paranoica. Depois de ter filho, fui engordando aos poucos, nem reparei, e sinceramente não faz diferença na minha vida. Estou bem hoje em dia em todas as áreas, me preocupo com a saúde, faço exame a cada 6 meses e até hoje nunca deu nada alterado, pelo contrário, meu colesterol e meu açúcar são super baixos, no limite do mínimo, sabe? Peso não quer dizer falta de saúde, as pessoas precisam entender isso!

– Você acha que a questão do peso tem muito espaço na sua vida ou nunca fez diferença pra você?

Tem as vezes só na hora de comprar uma roupa, algumas coisas eu deixo de lado porque não ficam bem. E salto alto, porque sinto que o sobrepeso me deixa com as pernas mais cansadas ai evito o saltão. Mas de boa, meu marido diz que to “goxtosa”, risos.

 

– Você tem vontade de voltar a ser magra? Qual é o tempo que o “emagrecimento” ocupa na sua vida?

Olha, as vezes tenho por causa de roupa LINDASSSS da época de magrinha que queria voltar a usá-las, mas não vou abrir mão do meu lazer. Fazer dieta é CHATO, a gente fica mau humorada, não acompanha a família nos restaurantes, essas coisas. O que eu estou sentindo é o sedentarismo. Estou meio sem energia então pretendo começar a fazer algum exercício. Coisa light tipo hidroginástica/pilates, nada sofrido na vida, quero algo que me faça ficar mais calma também, exercício é bom porque a gente descarrega. E emagrecer é consequência, não foco! Até porque eu estou dentro da minha faixa de peso “normal” no IMC, bemmmm mo limite mas ainda na faixa. É que os padrões de peso hoje são meio malucos!

– Você tem aqueles dias de tpm que você acorda se achando feia? Como você lida com isso?

Você sabe que me acho mais bonita hoje?!? Mais magrinha meu rosto fica meio sem graça (muito infantil!). Mas eu não encano com beleza, como disse, eu tô muito bem na minha vida/família/trabalho, quando a gente tá assim meio que nada atinge. Mas claro que tem dias que eu acho que num tá bom, dias que eu não estou inspirada mesmo, nem o makeup sai direito, risos.

– Como blogueira, sempre tem as pessoas que criticam. Como você lida com essas críticas? 

Tem mesmo, criticam de tudo! Até a cor do cabelo e o branco dos olhos. Até já criticaram o fato de eu gostar de sereia. Pelo amor! Eu no começo ficava MUITO CHATEADA, muito mesmo, queria socar a pessoa mentalmente. Aos poucos fui entendendo que a pessoa me crítica porque de alguma forma se incomoda, e não to falando de recalque, to falando da pessoa achar que eu sou tosca mesmo pra estar bem como blogueira (as vezes ela acha, tem direito!). No final das contas, “pessoa feliz não enche o saco”, ou seja, pra quê vir no blog ou numa rede social e criticar alguma coisa besta? Faz uma critica legal, então! Críticas educadas geralmente vêm por e-mail, inclusive, ou a pessoa comenta e fala “olha não precisar aprovar mas tem um errinho ali no texto”. Acho fofo demais! As críticas “pesadas” vêm sempre com acidez e falta de educação. O que eu faço? Algumas eu aprovo e respondo com edução, outras em deleto. Mas psicologicamente não em atinge nem 0%. Na hora rola uma raivinha light mas na mesma hora eu penso que não faz diferença, que a pessoa tá lá pra me derrubar ou porque de alguma forma acha injusto meu sucesso e está infeliz consigo mesma.

– Você acha que se uma pessoa for muito boa em alguma coisa, as pessoas não estarão nem ligando para o quanto ela pesa?

COM CERTEZA! Mas sempre rola uns comentários chatinhos, mas no geral, vale mais o que você é do que o quanto você pesa. Como meu foco é make, então tanto faz o meu peso, sabe? Não afeta a qualidade do meu make e qualquer pessoa pode tentar, magrelas, gostosas, gordinhas e obesas. Make é democrático. Amo!

 

Para finalizar, pedi para que a Bru Tavares mandasse um recadinho para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis:

“Você tem que buscar a felicidade e cuidar da saúde. Se está bom assim, se não afeta de fato sua vida, seja feliz. Os padrões impostos por algumas pessoas são apenas reflexos ridículos de uma sociedade, mas reflexos daquele momento. Não existe regra. Ninguém um dia falou que “tem que ser magro”, o que a gente sabe é que “tem que ser saudável”, né? Cuide-se, não é porque você está gordinha que precisa RELAXAR geral, sabe? Vejo que isso acontece muito e é uma pena. Cuide da pele, faça maquiagem, arrase nas unhas e compre roupas que você gosta e que você acha que fica bonita em você. Nada de seguir regrinha tosca de “estampa não pode”, porque às vezes uma roupa preta te deixa mais gordinha que uma roupa colorida que valorize melhor suas formas (experiência própria, eu fico mais magra com saia longa estampada e blusinha do que calça jeans e blusa preta básica)”.

Quanto às criticas, Bru ainda deixa a dica com a voz da experiencia: “agrade apenas você mesma. Quem critica, vai fazê-lo sempre. Quando eu estava magrinha ouvia muito “nossa, não tem bunda”, “se engordasse um pouquinho ia ficar com um corpo mais de mulher”, “tá doente?”, “mas você come?”. Ou seja, DESENCANA AMIGA, se a pessoa é mala ela vai te criticar, vai arrumar algo. Fato! Então não encane com peso! De verdade. Relaxa porque a gente sempre tem pessoa sem “semancol” por perto, e se você é criticada é porque de alguma forma está ofuscando/incomodando alguém com seu brilho. 😉

 

E é isso gatonas, eu acompanho o Pausa Para Feminices há anos e acho um make mais lindo que o outro. Assim, vou sequestrar a Bru para me dar aulas particulares de como esfumar uma sombra!

 

Curtiu a entrevista? Você também compartilha o mesmo ponto de vista da Bru? Então me conta tuuuudo aí nos comentários e vamos lá para a minha página do Facebook conversar mais!

 

HUA HUA

BJÓN

Desfile plus size na semana de moda de Nova York

Essa semana, temos um grande motivo para comemorar. Pela primeira vez, a semana de moda de Nova York vai apresentar um desfile de moda plus size! A grife Cabiria foi convidada pelo Fashion Law Institute, para integrar o line-up da Mercedes-Benz Fashion Week – uma das semanas de moda mais importantes do mundo. Tive a oportunidade de conversar com a estilista da Cabiria, Eden Miller, e fazer algumas perguntas além de, é claro, pedir para ela mandar um recadinho especial para vocês.

Em entrevista exclusiva ao Entre Topetes e Vinis, ela contou como foi receber esse convite. “Eu fiquei surpresa, principalmente pelo fato de a minha marca ser nova, mas eu não questiono as oportunidades quando elas caem no meu colo”. Difícil mesmo foi arranjar tempo para a produção das peças do desfile, já que ela também é figurinista e atualmente está trabalhando na série Alpha Housestarring. “Eu já estava desenvolvendo a coleção de qualquer maneira, mas tive que super acelerar a velocidade para realizar o desfile. Coitados dos meus funcionários na fábrica, que já estavam arrancando os cabelos com tanta pressa!”, conta a estilista.

Sobre o que a gente pode esperar para o primeiro desfile plus size em uma grande semana de moda? Segundo Eden, um mix de padronagens, alfaiataria clássica e tudo bem colorido com muitas estampas em todos os lugares. “Eu sou conhecida por me expressar nas roupas e quero usar isso para me destacar. Será uma coleção cápsula: 6 peças mais o que estarei vestindo no final”.

Olha só uns teasers que ela já liberou de algumas estampas e tecidos:

A inclusão da Cabiria no cenário high-fashion americano pode ir muito além dessas 6 peças. Essa é a porta de entrada e a legitimação do plus size como parte integrante da moda, que tanto esperávamos há anos. Eden concorda, “espero que isso signifique que outros estilistas plus size possam ser julgados pelas roupas que fazem, e não pelo tipo de corpo que as usam”. E embora mantenha a esperança, não acredita ser um exemplo. “Eu não acho que Paris, Londres e Milão vão entrar na corrida para serem inclusivos, só porque Nova York foi. Mas acho, sim, que é um grande passo na direção certa e o resto só o tempo irá dizer”.

Para finalizar, pedi que Eden Miller mandasse um recadinho para as leitoras do Entre Topetes e Vinis e para as garotas plus size do Brasil. E olha só o que ela disse: “Seu corpo é um veículo e instrumento de inúmeras possibilidades e prazeres. Odiar seu corpo perpetua um ciclo de ódio na sua vida. Pare de perder sua vida com ódio e siga em frente com a aceitação. Você não precisa entrar em um romance completo com o seu corpo de imediato, mas a leveza de espírito e a quantidade de possibilidades que se abrem para você com a simples aceitação são ilimitadas”. 

 

Tá aí a voz da experiência, não?! E aí meninas, empolgadas com o desfile? Ele vai acontecer dia 6 de setembro, no Lincoln Center, que fica entre a West 62nd and 65th Streets e a Columbus and Amsterdam Avenues, em Nova York. No site do Mercedes-Benz Fashion Week vai dar para ver os desfiles ao vivo, só clicar AQUI às 9h30 do dia 06 de setembro (o desfile começa às 8h30 da manhã lá em NY, o que pelo fuso, será 9h30 por aqui).

 

Por enquanto, me conta nos comentários o que você achou disso tudo e vamos lá para o Facebook conversar mais

 

HUA HUA

BJÓN

Criadora da Flaminga fala sobre a situação da moda plus size

Olá queridas, vocês já devem ter ouvido falar da Flaminga, certo? Caso não conheçam, eu explico. É uma loja online, que tem o objetivo de reunir um mix das melhores peças plus sizes de diversas marcas, quase um garimpo GG mesmo.

Conheci a Sylvia, uma das sócias da marca, de forma bem engraçada para uma gordinha. Certo dia fui fazer uma matéria em uma academia famosa de SP e estava tomando um café pré-entrevista, quando uma mulher super magrinha me abordou. Ela me perguntou se eu era eu mesma (muito recorrente essa pergunta, aliás ¬¬) e disse que lia meu blog. Na hora subiu um balão na minha cabeça “mas ela é magra e gosta de academia, por quê?”, aí como sou linguaruda, perguntei mesmo. Foi aí que descobri, antes mesmo de seu lançamento, a loja Flaminga.

A verdade é que apesar de magrinha, a Sylvia e sua sócia já vinham notando que está cheio de mulher gordinha por aí sedenta por moda – e não só “roupas que sirvam”. Pensando em nós, elas criaram um lugar virtual que atendesse a todas, de todas as formas e estilos. No começo desse mês, elas lançaram umalinha super jovem e com pegada fashion, chamada Bold, e aproveitando esse gancho, troquei umas palavrinhas com a Sylvia, para ela me contar como está o cenário da moda plus size e quais saídas ela propõe para nós. Você confere tudo no bate-papo abaixo:

 

De onde surgiu a motivação para lançar a Flaminga?

Surgiu da constatação do crescimento desse mercado no Brasil e fora. Nosso desafio é o de oferecer variedade e qualidade pra esse mercado e a internet nos pareceu o melhor canal para isso: democrático e abrangente.

O que vocês sentiram no mercado plus size?

Tínhamos uma experiência anterior de atacado (minha sócia tem uma confecção, a Creare, que faz do M até o G4 e vende pra lojistas de todo o Brasil) e, além disso, pesquisamos muito esse público. Sentimos que tá cheio de gente mais cheinha, louca pra usar uma roupa bacana, mais estilosa e que  enfrenta  dificuldades para achar uma peça que sirva e, principalmente, que seja aquilo que ela estava buscando. Por vezes veste-se aquilo que serve, mas não exatamente aquilo que se deseja. E como acreditamos que a roupa é uma maneira de manifestar a identidade, não encontrar uma roupa que te represente limita inclusive a maneira de se expressar. Isso é muito chato.

O que vocês acreditaram que faltava?

Produtos bons para esse público. Nossa curadoria de roupas leva muito em conta a qualidade dos produtos. Trabalhamos também com algumas marcas que não são exclusivamente plus size mas que produzem numerações maiores. São marcas bem autorais e com acabamento primoroso como a Cléo Aidar, Nem, Linha Pura e outras.

Durante o processo de abertura da loja, vocês consultaram consumidoras plus size?

Sim, falamos com bastante gente e pesquisamos esse mercado durante um ano antes da abertura da loja e durante 30 anos minha sócia ouviu lojistas de todo o Brasil reclamando da falta de opção.

Qual era/é a maior reclamação das consumidoras?

Sentimos que o maior desejo dessas consumidoras é entrar em uma loja qualquer e encontrar aquilo que se deseja, sem ter que recorrer a uma loja de tamanhos especiais. Querem também uma roupa que siga tendências de moda, que tenha personalidade e que não seja simplesmente algo para cobrir o corpo. E gostariam que as marcas em geral oferecessem na sua grade tamanho maiores.

Como vocês trabalharam a loja para melhorar esse cenário?

Oferecendo um mix de produtos garimpados em tamanhos maiores e ajudando a consumidora a se conhecer melhor através de algumas prestações de serviço : Criamos uma sessão PROVADOR no site, onde ela através de um quiz descobre o seu biótipo. Vamos inaugurar uma parceria de consultoria de estilo onde elas podem tirar dúvidas, pedir sugestões de roupas para uma determinada ocasião e fazemos também um atendimento telefônico personalizado para ajudá-las a fazer escolhas mais certeiras quanto a tamanho e modelagem. Somos também bastante rigorosas com a maneira que apresentamos nossos produtos. Queremos mostrar que uma roupa bacana e usada da maneira correta deixa as nossas clientes elegantes e lindas. Isso ajuda a aumentar auto-estima delas e “dá um tapa nos padrões rigorosos da moda” – que ainda reluta em produzir peças e associar a sua imagem a um padrão maior e, por que não dizer, mais real.

Vocês têm a coleção Bold, que tem uma pegada mais jovem e moderna, onde vocês buscam inspiração para essa coleção?

Pensamos em um conceito de roupa descontraída e básica, mas com combinações inusitadas de tecidos,formatos e texturas que atendesse o mercado jovem.

Como vocês acreditam que seja a personalidade dessa “mulher Bold”? 

Acho que por serem roupas básicas, a Bold veste várias personalidades que priorizam o conforto e a originalidade e que tenham espírito jovem. Já vendemos Bold para várias senhoras “antenadas “ e já vendemos para “modernetes Rock and Roll”.

O que vocês acreditam que falta para as plus sizes começarem a ousar nos looks?

Acreditamos que o mundo já acordou para o plus size e que a oferta de roupas vai cada vez aumentar. Principalmente se começarmos a trabalhar a imagem da gordinha positivamente. Acreditamos que ousar em um look é questão de atitude e para isso elas precisam se gostar. As mídias precisam fazer uma associação positiva com a imagem da gordinha. Veja na novela: a gordinha é uma garota bacana, mas carente que só se da mal. Tenho certeza que ela ainda vai dar a volta por cima e desdenhar o bonitão. Primeiro porque é novela e segundo porque num momento como esse onde todos se rebelam com que é injusto, estereotipar a gordinha virgem não ta com nada! Ainda mais em uma população onde quase 50% está acima do peso.

Qual o papel dos blogs e revistas femininas nesse processo?

Como qualquer canal de mídia os blogs e revistas tem papel importantíssimo! Pode ser uma ferramenta que gere informação, que acrescente, que aproxime consumidor e produto, que ensine a se vestir de um jeito diferente, a fazer isso de um jeito legal que elas nunca pensaram antes. Que as ajude a encontrar aquilo que é certo ou errado e faça com que elas se sintam bem!

Por fim, qual recado você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Meninas, ousem!

 

Bom, se quiserem conhecer o site cliquem AQUI.

O que acharam? Concordam com a Sylvia? Me contem TU-DO nos comentários e vamos lá pro meu Facebook fofocar mais!

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

Preta Gil conta como foi se aceitar Plus Size e posa para nova campanha da C&A

Pelo segundo ano consecutivo a Preta Gil será a estrela da da linha Plus Size Special For You, da C&A (que infelizmente só tem no dia das mães, #chatiada OPA! A coleção fica ao longo do ano, é só a campanha que rola no dia das mães). Então, fui perguntar para ela o que ela estava achando do mercado plus, como é sua relação com o corpo (pasmem, ela é encanada até hoje com braço gordinho!) e como foi se aceitar plus size. Nosso papo você confere abaixo:

JR: Você vai estrelar mais uma vez a coleção Special for You da C&A, como você espera contribuir para melhorar o cenário plus size brasileiro?

PG: A primeira coleção foi um sucesso, essa também será! Fico muito honrada de poder ser a estrela da coleção e saber que muitas mulheres reais se inspiram em mim e podem ser mais felizes por isso. Acredito que através de mim, muitas mulheres se sentem representadas. Espero poder continuar nessa luta e que isso ajude o mercado a ver a importância da moda plus size no país.

JR: O que você acha do mercado plus size atual?

PG: Acho que ainda precisa crescer muito e ser mais aceito, até pelas mulheres gordinhas. Mas, acho que as roupas de tamanhos maiores devem existir nas araras de todas as lojas. A mulher tem que ter o direito de entrar nas lojas e encontrar roupas de todos os tamanhos. A C&A saiu na frente, no ano passado. lançando coleção de tamanhos entre 46 e 56. Roupas lindas por sinal!

JR: O que você acha que falta no mercado para as plus size? 

PG: Faltam mais lojas e estilistas que tenham coragem de entrar no mercado plus size. Mas, aos poucos isso está caminhando.

JR: Você se assume plus size, mas você sempre lidou bem com essa questão? Quando e por que você começou a se aceitar?

PG: Nem sempre me aceitei, já fiz dietas mirabolantes, lipos, fiquei magra, mas não fui feliz por isso. Depois de um tempo, cheguei à conclusão que seria mais feliz se me aceitasse como sou. Hoje, sou feliz com o meu corpo do jeito que é.

JR: Você acha que a mulher gordinha tem que parecer mais magra?

PG: Não! Acho que ela tem que se sentir bonita do jeito que é. A beleza de cada mulher é diferente, a mulher não tem que ser magra pra ser bonita.

JR: O que você acha que tem alguma coisa que gordinha não pode usar?

PG: Não existe um padrão, acho que cada mulher tem que achar aquilo que lhe veste bem. Eu por exemplo, não gosto de usar roupas muito largas, braços de fora e roupas muito fechadas, sem decote! Mas, isso é o que acho que não fica bem no meu corpo.

JR: Você acha que existe um limite na ousadia fashion?

PG: O limite é o nosso espelho. Se a pessoa se sente em bem com o look, vá em frente!

JR: Tem alguma peça que você não usa de jeito nenhum? Por quê?

PG: Camisetas sem manga, não favorecem meu corpo. Gosto sempre de roupas que tapam o braço.

JR: Qual é a maior dificuldade que você tem ao comprar roupa?

PG: A maioria das lojas só fabrica roupas até o numero 46 e, muitas vezes, o 46 é menor do que deveria ser. Já conheço as marcas que me vestem bem,  mas mesmo assim, passo por dificuldades quando vou às lojas. Comigo as coisas funcionam de maneira um pouco diferente, pois tenho estilistas amigos que fazemroupas sob medida, para eu usar em shows e ocasiões especiais. Isso facilita a minha vida!

JR: Quais são seus truques na hora de se vestir?

PG: Cada mulher tem que descobrir a sua própria forma de se vestir, conhecer seu corpo e colocar roupas que valorizem o que tem de mais bonito. Meu truque é conhecer bem meu corpo.

JR: Qual é a peça que sempre tem no seu armário e que, não importa a moda, você sempre usa?

PG: Sempre tenho uma boa calça jeans, apesar de ser uma peça que nunca sai de moda!!!

JR: Quais são suas marcas de estilo?

PG: Visto roupas que fazem eu me sentir bem. Gosto muito de decote, acho que valoriza o meu corpo. Essa é uma marca minha!

JR: Qual dica você daria para as meninas gordinhas que não se aceitam?

PG: Acho que a mulher tem que buscar sempre ser feliz. Mulheres reais devem se valorizar e cuidar da saúde em primeiro lugar! Estando com a saúde em dia, seja feliz com o corpo que tem!

 

A coleção conta com 28 modelos, que vão do 46 ao 56, e varia de R$ 39,90 à R$ 79,90. Confesso que está ficando cada vez melhor e já destaquei até umas peças desejo, como a blusa mullet de couro fake, a camiseta com animal face (ma-ra-vi-lho-sa) e a com uma cruz. A cartela de cores traz o preto, azul cobalto, vermelho e off white.

Confira a coleção que estará nas lojas a partir do dia 23 de abril:

 

E aí?! Curtiram?

Contem tudo nos comentários <3

Criador da dieta Dukan prefere as gordinhas

Confesso que passei a última semana um pouco apreensiva. Eu, a gordinha assumida, iria fazer uma entrevista com o Dr. Pierre Dukan. O francês é o criador de uma das dietas mais famosas do mundo, que leva seu sobrenome. O tal regime, quase militar, é o responsável pelo corpão da J-Lo, da Beyoncé e conquistou até a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, que perdeu 10 centímetros para entrar no vestido do casamento real. Logo imaginei um médico que me olharia com aquele ar de preconceito e tentaria me “catequizar”.

Dei a sorte de encontrá-lo durante o almoço – ambientes que têm comida sempre me dão mais segurança. Um senhor magro, com feições simpáticas, empunhando um garfo à frente do 2º prato, com peixes, saladas e legumes. Pareceu um almoço normal, que eu faria com prazer. Durante a entrevista, não rolou nenhum olhar de repreensão, mas eu não pude deixar de perguntar o que ele achava de pessoas que se aceitavam e não queriam fazer regimes. A resposta foi uma surpresa: o dr. Dukan, o “senhor da dieta”, não acredita no padrão de beleza da mulher magra! Pensamento que ele deixa bem claro em seu outro livro, “Os homens preferem as cheinhas”. Óbvio que este não fez tanto sucesso quanto o “Eu não consigo emagrecer”, onde ele ensina os passos da dieta Dukan. Mas, afinal, qual a explicação que ele dá para esta contradição?

 

Antes de te contar, vou explicar a minha surpresa com a resposta. A dieta Dukan é famosa por ser super restritiva. Resumindo muito, durante a primeira fase, que dura de 3 a 7 dias, você só pode consumir água e proteínas magras (peixe, frango, carne sem gordura, leite, etc).  Na segunda fase você reintroduz verduras e alguns legumes, ela dura uma semana para cada quilo perdido na primeira. Na terceira fase, você pode acrescentar duas fatias de pão por dia e massa duas vezes por semana. Nesta fase, você também tem o dia deenfiar o pé na jaca (ufa!) e pode comer uma refeição por semana no Outback, por exemplo. A quarta e última fase, você leva para o resto da vida. Já mais magra você come normalmente todos os alimentos e só se compromete a ingerir três colheres de farelo de aveia por dia, abandonar os elevadores e, às quintas-feiras, comer só proteínas.

 

Dito isto, dá uma olhadinha nas respostas, mais que surpreendentes, que ele me deu durante a nossa conversa:

O movimento de aceitação vem crescendo, mas você acha que dá para ser feliz estando acima do peso?

Sim, com certeza! Os homens preferem as mulheres mais cheinhas, é biológico, é normal que uma mulher tenha bunda, coxa, etc. Uma mulher reta e sem forma é que não é normal. Para todos os mamíferos, quanto menor a fêmea é em relação ao macho, mais atraído ele fica por ela. A mulher muito grande e muito magra perde a feminilidade, e para um verdadeiro homem isso não atrai. É sobre isso que falo no meu livro “Os homens preferem as cheinhas”. Já a mulher que aceita seu corpo é mais segura e tem muito mais sex appeal, portanto é mais atraente para o sexo oposto.

 

Como você explica essa vontade das mulheres de serem tão magras, quando teoricamente os homens preferem as mais gordinhas?

É uma questão social e mercadológica. Existe um motor do consumo, em que a mulher tem que ser melhor, tem que entrar nos padrões de beleza, para dar mais dinheiro. A mulher é mais rentável quando está infeliz. Uma mulher que se aceita, que se acha sexy e o outro gosta dela como é, é de graça, não precisa gastar nada.

 

Isto que te levou a escrever o livro “Os Homens preferem as cheinhas”?

Sim, porque na França vivemos um verdadeiro terrorismo com as mulheres. É uma pressão muito grande para que elas sejam magras, e muitas vezes nem magras, só pele e osso mesmo. A maioria das francesas queria ter, no mínimo, 1,70m e pesar 52 quilos. É abaixo do saudável!

 

No seu livro, você diz que a dieta é para as pessoas que estão em sobrepeso ou têm tendência a engordar. Mas você recomenda sua dieta para qualquer pessoa, mesmo que ela já seja magra?

Não, temos sempre que respeitar o índice de massa corporal da pessoa. Eu nunca recomendo regimes quando a pessoa quer ficar mais magra do que o ideal para a sua altura e estilo de vida. Por isso, a dieta é ajustável. No meu site, tem uma série de 11 perguntas, que definem quanto você precisa emagrecer e em quanto tempo, dentro do saudável. O que acontece é que muitas vezes as pessoas querem emagrecer mais do que o necessário e, nesses casos, eu não trato o paciente.

 

 

 

 

Como a gente descobre que tem que emagrecer?

Em minha opinião, você só deve se submeter a um regime quando isso prejudica a sua saúde ou quando você começa a perder as formas do corpo (neste momento, ele faz o formato do corpo violão com as mãos e diz “Você, por exemplo, é gordinha, mas tem um corpo lindo, não precisa emagrecer”. Obrigaaada, Seu Dukan, vou ali me acabar no quindim e já volto!). Enquanto isto não te incomoda de alguma forma, não precisa fazer regime.

Mas se eu quiser emagrecer, por que devo optar pela sua dieta?

Você pode passar a vida sem querer e, de repente, você tem um clique e uma vontade de emagrecer, mas essa motivação não dura muito tempo. Minha dieta não tem restrição de quantidade e dá resultados rápidos, já na primeira semana. Aí você não desiste. Isso é essencial, principalmente para quem está muito acima do peso.

 

Se uma pessoa fizesse a caminhada de 30 minutos diários, sem comer a mais, ela não emagreceria mesmo assim?

(Ele para… Faz contas…) Se ela caminhar 30 minutos por dia, em 10 dias ela terá gasto 1500 kcal. Em 100 dias, 15000, e em um ano 45.000 kcal. Ou seja, ela vai perder 5 quilos, a mesma coisa que ela perderia em 2 semanas do regime. Um ano é longo, 5 quilos não são nada para quem precisa perder 20 quilos, por exemplo. Quanto tempo ela teria que caminhar, sem pular nenhum dia e sem comer nada a mais?

 

Como é uma dieta que reduz muito o carboidrato, as pessoas não podem ficar prejudicadas na vida social e amorosa?

Os carboidratos impedem a gente de ser infeliz. Quando temos uma situação de stress ou dificuldade e consumimos o carboidrato, nos sentimos melhor. O stress é negativo e o carboidrato é positivo, então eles se anulam. Digamos que, dentre os meus pacientes, as pessoas que emagrecem têm uma recompensa muito maior que aquela que o açúcar dá. O fato de emagrecer deixa as mulheres muito mais felizes do que o açúcar deixaria.

 

Você não acha que uma dieta tão restritiva pode levar a pessoa a entrar em depressão ou anorexia?

A restrição aos carboidratos é durante um período muito curto. Ela pode ficar mais mal-humorada, mas depois da primeira semana os legumes já são reinseridos. Já a questão de anorexia e depressão, isso não vem do que você se alimenta, é uma questão psicológica, que o paciente teria de qualquer forma, com ou sem regime.

Depois da dieta, você não acha que comer vira um grande tabu?

O regime é estruturado nas duas primeiras fases e, mesmo que você tenha que perder muitos quilos, são fases relativamente curtas. Depois, nas duas últimas, é para você ir comendo naturalmente como todo mundo. Você come frutas, pão, queijo, massas e ainda pode se alimentar com duas refeições de gala por semana. Não tem frustração. Na última fase você come normalmente, como todo mundo, e não menos.

 

Se a pessoa se condicionasse a fazer só a última fase (sem o sofrimento das primeiras), ela não emagreceria?

As três regras (às quintas-feiras comer só proteínas, adicionar 3 colheres de farelo de aveia por dia e esquecer os elevadores) são para manter o que a pessoa perdeu e estabilizar no peso atual. Não funcionam para emagrecer.

 

Então ela não precisaria necessariamente abandonar o elevador, ela poderia fazer qualquer exercício?

Não, porque é parte de um ritual, subir as escadas é um reflexo de mudança na sua vida. Diante dessa escolha, subir de elevador já é perder. É para você não esquecer. A mesma coisa com a 5ª feira proteica, é uma vez por semana para você nunca perder o foco.

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Bom, nossa conversa terminou por aqui, mas fui surpreendida de uma maneira muito boa pelo Dr. Dukan. Achei que discordaria totalmente dele, mas concordei em tudo. Acredito que não é necessário emagrecer, mas que se você precisa mesmo, é melhor que o resultado venha rápido. Lá no site dele, você pode fazer uma avaliação gratuita de quanto você precisaria emagrecer, o link é www.dietadukan.com.br. A última recomendação do doutor? Procure sempre um médico para te acompanhar e faça exames antes, durante e depois de mudar radicalmente sua alimentação. E, claro, não precisa emagrecer só para se encaixar em um padrão!

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E aí, curtiram a entrevista? Me contem o que acharam nos comentários e vamos lá para o Facebook conversar mais

 

 

Estilista da RERY conta a verdade sobre as roupas plus size

Olá queridas, entrevistei a Natália Magalhães, estilista da Rery. Ela é uma das lindas que desenha as roupas da linha Class, a linha Plus Size da loja (minha favorita do ramo plus, que já usei AQUI, AQUI e AQUI). Quando me encontrei com ela, Nati me contou as dificuldades e as delícias de desenhar moda de verdade para as mulheres com curvas acentuadas (nós \o/). Ela me falou tudinho sobre o processo de criação, modelagem, escolha de tecido e fabricação de uma peça e revelou (finalmente) por que as peças Plus Size são mais caras. E adivinha? A Nati me garantiu que é mais fácil pensar em uma roupa tamanho 54 e depois passar a modelagem para o 38 do que o inverso. Ou seja, marcas, alôw!? Vamos inverter o processo, vamos?!?

Olha aí nosso bate-papo:

JR: Como você foi parar no mundo Plus Size? (vale dizer que a Nati é super magrinha!)

NM: Entrei em contato com o mundo plus size em 2008, na primeira empresa que trabalhei. Atuei como assistente de estilo e produzia modelos até o tamanho 50. Sempre percebi as dificuldades e limitações da criação de um modelo focado para tamanhos maiores. Quando entrei na RERY, identifiquei uma proposta diferente, porque a empresa não é segmentada, apenas para tamanhos maiores. Lá tem modelos desde o tamanho 38 até o 50, e isso é um grande trunfo!  Percebo que muitas mulheres, que vestem tamanhos maiores, não se sentem a vontade em entrar em lojas especializadas, só para plus size.

 

JR: Mas na faculdade você teve alguma matéria relacionada à moda Plus Size? Você acha que as faculdades preparam os alunos para lidar com esse segmento?

NM: Apesar das aulas de modelagem, onde aprendemos a fazer as ampliações, nos anos que passei na faculdade não houve nenhuma matéria que desse um direcionamento para moda plus size, As faculdades preparam os alunos para a criação e desenvolvimento do produto, mas infelizmente até hoje não dão nenhum direcionamento ou suporte, para que eles se sintam preparados para atender esse público. Quando você vai para o mercado, e se depara com essa necessidade de desenvolver modelos para tamanhos maiores, se torna um grande desafio.

 

JR: Como é seu envolvimento com o processo de produção das roupas?

NM: Na RERY sou eu e mais uma estilista. Ao desenvolver as peças, sempre tenho a preocupação de fazeralgo que esteja dentro da moda e tendências atuais. A maioria dos modelos é pensada para o plus size e só depois que a peça fica pronta é que definimos se será Rery Class (a linha do tamanho 44 ao 50) ou RERY(do tamanho 38 ao 42). Se já desenvolvemos tudo pensando em vestir tamanhos maiores, fica mais fácil o processo de criação. Se a criação é pensada para uma manequim 38, por exemplo, ao ser ampliada para a Rery Class pode não ficar legal. Já um modelo que veste bem uma mulher plus, na hora que for passado para um tamanho menor também ficará bom.

JR: E qual a maior dificuldade, em sua opinião, ao fazer uma roupa de tamanho grande?

NM: A principal dificuldade em desenvolver modelos para tamanhos grandes é se preocupar realmente com o caimento da peça. Prestar atenção se está valorizando o corpo da plus e não escondendo – que é o que muitas marcas fazem, elas tentam esconder. Ver se a roupa fica confortável, também é um ponto a ser levado em consideração. Alguns detalhes podem até prejudicar a venda, como algum tipo de cava, que não valorize os braços, roupas muito justas que acabam marcando a barriga, comprimento das blusas e vestidos, por exemplo. Essas são algumas das preocupações e cuidados que temos durante todo o processo de criação.

 

JR: Quais são as diferenças entre produzir uma roupa Plus e uma da grade “comum”? 

NM: A preocupação vem desde a escolha dos tecidos, compramos tudo pensando no conforto, resistência, qualidade e estampas. A compra inteira é pensada como se fosse sempre vestir a mulher plus. As diferenças aparecem na hora de definição de comprimento, cava e shape, mas cada vez temos menos limitações para plus size. O decote, por exemplo, para a plus gostamos de fazer peças um pouco mais decotadas, para valorizar o colo, que tende a ser uma região bonita. No corte, onde uma grade do 38 ao 42 tem um melhor aproveitamento do tecido, é possível encaixar mais peças para cortar, já para a roupa plus tem mais desperdício. Por isso, as peças Plus muitas vezes são mais caras (por causa da quantidade bem maior de tecido que é utilizado para cortar os tamanhos maiores).

 

JR: Me explica melhor essa questão do preço…

NM: Muitas vezes o preço para uma roupa plus é mais alto principalmente pela quantidade de tecido que é utilizado no processo de produção. Na hora de cortar um modelo plus size, acabamos tendo desperdícios de tecido. Imagine que o tecido é retangular e nele você encaixa 4 moldes tamanho 38, por exemplo. Já um tamanho 48, no mesmo espaço, você vai conseguir encaixar 2 moldes, no máximo (por causa das curvas na hora de cortar mesmo). Então, por não conseguir encaixar mais peças para serem cortadas juntas, a quantidade de tecido para fazer a mesma quantidade de peças é muito maior. Ou seja, quanto mais gasto em tecido, mais cara fica a roupa.

JR: O que dá para “aproveitar” da grade normal e passar para o Plus Size e o que não dá para copiar em uma roupa Plus de jeito nenhum?

NM: Como tentamos trabalhar com o processo inverso – fazer tudo pensado para o Plus size e depois passar para a grade normal – o único motivo ainda de fazer poucos modelos do tamanho 38 ao 50, é por causa da diferença do preço para o produto plus. As poucas coisas que não costumamos fazer para plus, são modelos com silhueta muito justa, peças muito cavadas e mini-saias. No caso dos tomara-que-caia também temos a preocupação de fazer modelos que deem segurança para as mulheres. Então eles vêm com elástico na parte interna do vestido, que fecha nas costas como um sutiã, dando uma sustentação melhor aos seios.

 

 JR: Na sua opinião, por que algumas roupas Plus Size não são modernas? 

NM: Acredito que algumas roupas plus size não sejam modernas, mais pela falta de pesquisa e de atualização da marca, que por qualquer outra coisa. Algumas marcas pararam no tempo, quando só bastava fazer peças de roupas em tamanhos grandes que já vendia. Hoje não! As pessoas querem MODA nos tamanhos grandes. Também ainda tem a associação (errada) de tamanho grande com mulheres mais velhas e senhoras, o que acaba contribuindo para a roupa ficar com cara de antiga.

 

JR: O que você leva em consideração ao desenhar um modelo para as gordinhas? 

NM: Na hora da criação, levo em consideração principalmente o corpo das mulheres. Penso nos pontos fortes a serem aproveitados, para que a roupa valorize quem a vestir. Por isso também gosto muito de ouvir a opinião de clientes, amigas que vestem tamanhos maiores, vendedoras, para ajudar a aguçar essa percepção e cada vez desenvolver modelos que agradem mais.

 

JR: O que você, como estilista, faz para deixar as roupas Plus mais fashion? 

NM: Para deixar as roupas mais fashion estou sempre pesquisando, além das tendências de moda, blogs de meninas que vestem tamanhos maiores, principalmente blogs internacionais, onde se encontra muito mais moda mesmo. A compra do tecido é um processo muito importante para acertar a “cara” do produto e conseguir inserir os modelos plus size dentro das tendências. Tenho a preocupação de inserir também as formas da moda, as vezes apenas com algumas adaptações para que vista melhor as mulheres plus.

 

JR: Quais são as maiores reclamações das consumidoras Plus Size?

NM: As maiores reclamações das consumidoras são que elas querem usar as mesmas roupas que uma pessoa que veste tamanho 38, que são pessoas jovens e querem usar roupas modernas, e que não querem ser mais associadas as pessoas mais velhas. Elas querem peças estampadas, plissadas, com decote, etc. Se a moda for calça estampada, elas querem achar uma para o seu tamanho!

 

 JR: Como você vê a evolução da moda Plus Size nos últimos anos? O que você ainda sente falta nesse mercado?

NM: Acredito que a evolução desse mercado está acontecendo, ainda que lentamente e tendo muito para melhorar, mas eu sou otimista. Só o fato de começar a ver MODA PLUS SIZE e não apenas roupas plus size, como era há alguns anos atrás, já é um avanço gigantesco. As lojas de departamento também vêm me surpreendendo, estão começando a entender que mais de 48% da população está acima do “peso ideal” e que também têm desejos e necessidades, que muitas dessas pessoas são jovens, gostam de moda, e também querem usar as tendências que aparecem. Ainda sinto falta de mais investimento nesse mercado, porque para conhecer as lojas especializadas você tem que procurar em blogs plus size, comunidades em midias sociais, ainda não tem muita divulgação, o que acaba prejudicando o consumidor.

 

 

Se você ficou curiosa para saber mais dela, a Nati tem 25 anos (garota prodígio), estudou Design de Moda na Belas Artes e concluiu este ano sua especialização em Estética e Gestão de Moda. E o mais legal, o tema de seu trabalho de conclusão de curso foi “O consumidor plus size como um novo padrão estético para a moda contemporânea”. Suuuuper apoiada Nati!

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HUA HUA

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BJÓN

 

 

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