Bailarina plus size: Morango se recuperou do câncer e superou o preconceito virando referência | JuRRo Entrevista

“O corpo alcança o que a mente acredita”, clichê, porém verdade. Se recuperar de diversos problemas de saúde ainda muito nova fez com que a bailarina plus size Thainá Morango (@thaiimorango) passasse a se enxergar de outro jeito e descobrisse que as limitações somos nós que impomos ao nosso corpo, e não o contrário.

Aos 25 anos,  Morango já dançou ao lado da Anitta, Pablo Vittar, Preta Gil e Tiago Abravanel e é referência como bailarina plus size. Ela é prova de que você não precisa ter pernas finas, corpo esguio e pouco peso na balança para ter toda a leveza e graciosidade que uma bailarina precisa.

Foto: Adriana Líbini

O caminho não foi fácil. Morango passou por maus bocados, fez loucuras para emagrecer e chegou até mesmo a desistir do sonho da dança por conta do preconceito em relação a seu corpo. Mas ao escolher qual faculdade cursar não teve dúvidas na alternativa: bacharelado em dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O que poderia ter sido um grande pesadelo acabou colocando Morango de volta no caminho da dança e culminou nesse exemplo de bailarina plus size que temos como inspiração hoje.

Na entrevista a seguir Thainá Morango conta como foi o processo para se tornar uma bailarina plus size referência e dá forças para quem quer seguir um sonho que parece impossível por causa do corpo.

♥ Bailarina plus size: como Morango superou o preconceito e se tornou referência 

1. Você já chegou a desistir da dança, por quê? 

Eu desisti da dança porque tive uns problemas dentro e fora da escola. Comecei a tomar remédios para emagrecer para chegar ao corpo exigido pelos professores de dança e tive uma série de complicações de saúde por conta disso. Tomei remédios e emagreci horrores, porque dançar era meu sonho e eu queria estar nos palcos. Nessa época que emagreci, ganhei diversas premiações, viajei pela dança e fiz tudo que eu queria, mas foi ruim porque prejudiquei minha saúde: tive uma infecção urinária que se complicou e eu quase morri por causa disso.  Demorei um ano para me recuperar, foi uma experiência muito ruim e eu falei “não quero mais dançar, não quero, não quero…”

2. Você parou de dançar mesmo ou só desistiu temporariamente por causa desse momento traumático?

Eu tinha parado mesmo. Eu queria uma atividade física, mas a dança ainda mexia muito comigo devido aos traumas. Fui pra luta, taekwondo. Cheguei a pegar a faixa azul e competir em diversos campeonatos. Sou campeã brasileira, paulista, carioca e outros títulos.

 

3. Quando você voltou a dançar? O que te deu forças para encarar o preconceito dessa segunda vez?

Eu voltei a dançar quando fui aprovada para cursar bacharelado em dança na UFRJ. Eu fui sem pensar muito. Era meu sonho cursar dança na Federal. Quando fui aprovada eu esqueci dessa questão. Só me lembrei dela ao cruzar os corredores da Universidade e ver corpos magros. Eles me receberam bem, mas na minha cabeça eles me olhavam torto. Foi um longo processo até eu aceitar e me aceitar.

4. Quando você descobriu o câncer? Como foi esse momento pra você? 

Eu estava no terceiro período da faculdade quando descobri o câncer na tireóide. Na época eu estava mega feliz, havia acabado de dançar no Criança Esperança com a Anitta, estavam surgindo trabalhos, eu estava super bem e daí veio isso. Eu estava engordando muito e sem explicação. Daí fui procurar o médico e ele me encaminhou ao endocrinologista, que examinou minha tireoide e viu três nódulos. Meu mundo caiu. Eu não aceitei, chorei, me isolei, me afastei de todos. Fiquei 1 semana trancada em casa só chorando. Mal atendia aos telefonemas dos meus pais e questionando Deus.  Depois que sequei a represa, fui voltando a minha rotina aos poucos.

Foto: Adriana Líbini

5. Como ser uma bailarina plus size ajudou você a passar pelo tratamento do câncer?

Usei a dança pra esquecer meu problema e me entregar a algo que me deixasse cansada, tirasse minhas forças, que me fizesse chegar em casa tomar banho e dormir. Sem pensar em mais nada. Fiz isso durante meses.

6. As pessoas ainda falam que você não pode ser bailarina plus size? Como você encara as pessoas que falam que você jamais será uma bailarina como as outras por causa do seu corpo?

Falam. Meu insta sofreu um ataque de haters há pouco tempo. Após uma foto minha ser divulgada em um perfil de bailarinos “padrão” os seguidores me chamavam de “ofensa para o ballet”, “nojenta”, que eu estava arrumando um jeito de quebrar meus dedos e outras inúmeras coisas. Eles marcavam uns aos outros e fizeram um inferno naquela semana.

As vezes eu nem leio os comentários. Quando vejo que é maldade, eu pulo. Vou pro próximo. Eu tento não me abalar. Mas fico chateada porque algumas seguidoras sofrem e me mandam mensagem querendo até mesmo desistir. E algumas são magras e se enxergam gordas.

Foto: Adriana Líbini

7. Ainda tem movimentos que você não consegue fazer por ser bailarina plus size? Por quê? O corpo plus size limita um pouco a dança, como em pegadas a dois, ou isso é só uma lenda?

Alguns eu não faço ‘ainda’ por falta de prática. Acredito que se eu me dedicar mais eu farei. Em pas-de-deux a pegada fica mais complicada por conta do peso que dobra, triplica, para o bailarino. Mas com técnica e muito ensaio algumas coisas podem sair. Inclusive vou montar um duo com um bailarino do Teatro Municipal e vamos ver do que seremos capazes.

[blockquote author=”Thainá Morango, dançarina” pull=”normal”]Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física.[/blockquote]

8. Você sente que tem espaço para dançarinas plus size? Ou você continua a sofrer preconceitos em audiências e testes?

Estamos conquistando espaço. Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física. Ainda tem muito preconceito. Sobretudo quando uma audição é pedida via e-mail, com uma fotografia corpo inteiro e não um vídeo dançando. Você é julgada pelo estereótipo e não pela técnica.

Foto: Adriana Líbini

9. Depois de se recuperar de um câncer e ganhar uma segunda chance de viver, como você encara as “limitações” que as pessoas se colocam por causa do formato do corpo?

Eu ganhei muita maturidade e aprendi a lidar melhor com a vida e os obstáculos dados por ela. Hoje não é qualquer coisa que me abala, e eu tento trazer essa mensagem. O número da balança é apenas um número, e se seu corpo esta saudável, exames em dia, porque não dar a volta e sair do comodismo? Minha luta é para que as pessoas façam o que tenham vontade. Parar de problematizar tudo ou se achar incapaz por conta do biotipo. Só quem pode me parar sou eu mesma, e muitas pessoas se param, não precisa nem chegar outro pra apontar e dizer a ela que ela é incapaz porque ela já esta estacionada na cama se lamentando.


 

Hoje Morango faz parte do grupo Ballet Plus Size e, além da faculdade e das aulas na In’Cena Cia de Dança, dá workshops e tem projetos de dança, em que sempre procura pessoas de fora para dançar junto e dar oportunidade a quem não teve. Para saber mais sobre essa linda bailarina plus size, siga ela no instagram @thaiimorango e assista esse vídeo emocionante de uma entrevista recente a um site britânico. Aperta o play:

 

 

“Você é gorda, não pode fazer isso”… “Você tem potencial, mas precisa emagrecer”… “Se daria super bem se perdesse uns quilinhos”… “Você jamais poderá seguir com isso, você não tem corpo”. Que mulher nunca ouviu uma dessas frases em algum momento da vida, seja quando compartilhou um sonho ou quando pediu uma opinião sobre uma carreira desejada, não é?!  E quantas de nós já não desistimos de nossas vontades por acreditarmos que não seríamos boas o suficiente para sermos bem sucedidas em alguma área? Então toda vez que você duvidar do seu potencial ou duvidarem de você, lembre-se da história da Morango e saiba que TUDO É POSSÍVEL com garra, persistência, treino e muito amor!

 

Além da Morango, vemos pipocar uma ou outra bailarina plus size em vídeos virais por aí, além é claro da MARAVILHOSA Mari Xavier que está levando nossas curvar para requebrarem no Dança dos Famosos… Mas isso eu conto em outro post mais pra frente, com uma lista de inspirações da dança pra você… Você quer? Me conta aqui nos comentários e compartilha com as amigas pra inspirar todo mundo! 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Como comprar a calça jeans plus size perfeita? Mariana Camargo, da Clamarroca Plus, dá todas as dicas!

A gente sabe que comprar calça jeans plus size não é uma tarefa fácil, até porque em cada loja percebemos que temos um tamanho diferente, entre outras questões, como cós, estilos e o tipo de material usado. Mas calma! Para te auxiliar na escolha da peça ideal, conversamos com uma baita especialista no assunto: Mariana Camargo, fundadora da marca Clamarroca Plus, que dá todas as dicas para quem deseja adquirir a sonhada calça jeans perfeita. Se liga só!

A produção de uma calça jeans plus size não é simples e exige entendimento da diversidade de corpos gordos

O grande desafio na criação da calça é encontrar uma infinidade de bases para a infinidade de silhuetas que vestimos. Nenhum corpo é igual o outro, mas uma produção de jeans é feito do que? De pelo menos uma centena de jeans de cada modelo, 100 jeans idênticos, do mesmo formato, em uma variedade de tamanhos. São dezenas, centenas de características de corpos únicos procurando um jeans, o mesmo jeans. A mulher que é baixinha sonha encontrar um jeans que não precise de barra, enquanto a mais alta não quer que a calça fique “pula brejo”. Já mulher que uma cintura fina não quer que fique legal só no quadril, enquanto a que tem barriga saliente não quer se sentir apertada ou incomodada.

Enquanto resolvemos a particularidade de algumas, criamos uma barreira para outras. Então é fato que, enquanto não somos uma grande indústria, mas uma marca independente, iremos ter a capacidade de lançar 8, 10, 12 modelos a cada coleção, em 2, 3, 4 bases diferentes. Vamos precisar que uma cliente faça uma barra aqui, uma pensa acolá. Vamos ter que esperar pela próxima coleção pra ter a lavagem exata que procuramos.
É quase impossível que uma mesma base vista todas as mulheres, mesmo que tenha elasticidade, porque, independentemente do material, o caimento é o que conta.

O jeans boyfriend, por exemplo, que é muito, muito desejado (a famosa calça da Bels, rs), não tem nenhuma elasticidade. É lindo, maravilhoso, mas pode machucar uma mulher que tenha o quadril maior que 140cm por conta do atrito do algodão com a pele, das dobrinhas, por ser um jeans mais “durinho”.

Calça jeans plus size de moletom foi uma boa saída para essa questão, pois se adequa a todos os corpos

Nossa fórmula mágica foi criar o jeans conforto, que é um moletom com o corte e a lavagem do jeans. Uma peça que veste TODO MUNDO bem e é, hoje, nosso carro-chefe. Em um ano já estamos na 5ª produção e expandimos de uma para 5 lavagens. Mas ainda assim recebemos alguns pedidos especiais: existe uma skinny que não laceia? Opa! Existe e vamos lançar na próxima coleção! Assistimos ao vídeo da Ju (Moda plus size: o que eu espero de você) em uma noite e fomos correndo pra oficina na manhã seguinte!

Jeans plus size não é o jeans regular em tamanho maior

Nnossa ideia era fazer exatamente o mesmo jeans da magra, com o mesmo caimento, mas para o corpo gordo e há muitas diferenças. A expansão de cada manequim funciona de forma distinta, não há uma fórmula padrão, como acontece para a produção de tamanhos regulares.

Em regra, uma calça 46 tem 46 cm de cós quando estendida e ponto. Mas pra fazer um jeans plus size temos que pensar em cintura, quadril, gancho, coxa, joelho. Se contarmos somente com os parâmetros da cintura, a gente veste só quem tem um corpo mais cabide e nós temos corpos super particulares, né?

É engraçado porque sou advogada e, muitas vezes, ensino o chefe da produção que faz isso há décadas, porque fazer jeans em tamanhos grandes é uma novidade pra todo mundo, até pra quem cria roupa plus size. Todo dia a gente aprende que precisamos subir a cintura, aumentar a altura do gancho, afunilar a largura do joelho, dar uma folga na barriga. A modelagem é, praticamente, feita em cima do corpo. Sou a modelo de prova e, enquanto não tem um caimento perfeito, eu não aprovo a peça piloto.

Preste atenção no material usado na calça jeans para que ela seja confortável e ajustada ao corpo

O material de qualidade é uma das peças-chave.  Trabalhar com tecelagens de ponta é um dos fatores que fazem com que nosso jeans seja especial. O negócio é estudar e conversar com quem costura e também na loja, trocando ideia com quem veste é fundamental.

Não podemos contar só com beleza, fazer um jeans bonitinho no manequim é fácil.
Vestir uma pessoa é outra coisa. O desafio é maior! A peça tem que te ter beleza, conforto, elasticidade, compressão, caimento, lavagem bacana, estilo.

Manter o jeans com as mesmas características que ele tem na prateleira, hoje, é o nosso principal desafio, por isso escolhemos um fio de lycra que não desbota, não laceia e, ainda, aceita lavagens mais agressivas, que é o que deixa o jeans com cara de vitrine, digno de Ju Romano 😀

Fique ligada no tamanho do cós da calça jeans plus size 

O tamanho do cós faz toda a diferença. O cós estreito é charmosinho, delicado, mas não dá sustentação. Nós usamos o mesmo cós das calças masculinas e, se necessário, reforçamos com mais de 2 tiras, que é a regra. Pra alguns modelos temos costura dupla, pra dar aquela “segurada”, pra outros deixamos a cintura mais solta, porque a proposta é ter elasticidade.

É detalhe em cima de detalhe. Sempre me olham com uma cara de “CÊ TÁ BEM LOCA” na oficina e, depois de uma palestra sobre o corpo gordo todo mundo vai entendendo e, aos poucos, a produção fica mais orgânica.

Mari dá a dica dos estilos de calças jeans plus size que estão em alta

O guarda roupa sem gênero é uma das grandes tendências que a gente vê por aí e que mais se aplicam ao universo do jeanswear. As peças oversized, com um caimento mais geométrico; o retão; o jeans sacudão, pra ser usado com peças que valorizam o corpão, são uma aposta que não é de hoje e que fica.

Acho que o x da questão do jeans é que ele conversa com tudo, pode ter aplicação, pode ter acabamento, customização, pode ser bordado, recortado, rasgado porque o material do jeans por si só é um neutralizador natural.

Esse é motivo do porquê eu amo tanto o jeans: ele facilita a vida e ajuda a gente a se desvendar, a entender do quê gosta e deixar qualquer look com a nossa cara. Ninguém fica com cara de fantasiado vestido de jeans. E todo mundo pode ficar incrível e com sua própria carinha.

A principal dica para comprar sua calça jeans plus size pela internet

A primeira dica é: miga, se nada der certo a sua troca é grátis e a devolução é automática. O risco é todo de quem vende, então não precisa ter medo. É lei, é direito do consumidor, comprar, provar, aprovar, ou não, e poder trocar sem nenhum entrave. Comprar pela internet e não ter uma fita métrica é um risco desnecessário. Se mediu cintura e quadril, é 99% de chance de acerto. O negócio é mandar e-mail, direct, inbox, mensagem, ligar pra, depois de se acostumar, comprar sem medo e ainda ganhar frete grátis ?

E aí, gostou das dicas? A Clamarroca Plus tem loja física em São Paulo ( R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 193 – Pinheiros, São Paulo) e loja online para todo o Brasil. 😀

Empreendedora, Flávia Durante se destaca no mercado plus size. Conheça a história da fundadora do bazar PopPlus

Quem não gosta de se inspirar com histórias de sucesso? E quando vem de uma mulher gorda a gente faz o que? Bate palmas lentas de orgulho, né não? Conversamos com a DJ, jornalista e empresária Flávia Durante, que comanda o maior bazar plus size do Brasil, o PopPlus, em São Paulo. Na entrevista ela conta como começou no mercado plus size, fala das dificuldades que teve enquanto gorda, sobre moda e dá dicas para quem, assim como ela, quer empreender. Se liga só!

Como você começou no mercado plus size? Foi uma motivação pessoal?

Eu comecei trabalhando com isso em final de 2012. Sabe aquela coisa de jornalista para ganhar um dinheiro extra no fim de ano? Eu juntei 500 reais e comprei tudo em biquíni da fábrica de onde eu costumava comprar no Guarujá, já que eu sou da Baixada Santista. Só que eu não tinha muito tempo de ficar vendendo, indo de porta em porta.

Aí eu tive a ideia de fazer um bazar para ajudar a vender as peças e juntar outras marcas que eu já consumia na época, com a moda plus size mais moderna e mais alternativa que estava começando a aparecer na época. Foi uma motivação profissional e pessoal também!

Qual a diferença que você vê do mercado plus size de quando você começou para os dias de hoje?

Eu comecei a engordar depois de adulta, quando mudei para São Paulo, depois de uns 20 e poucos anos. Antigamente eu tinha três opções de compra, né. Na seção masculina, de grávidas ou roupinha de senhora em lojas de departamento. Sendo que eu era jovem. Era muito ruim, pois isso me limitava totalmente. Eu vejo hoje fotos minhas antigas e me sinto mais velha do que hoje, que tenho 40. Embora ainda precise melhorar muito, está bem melhor do que era há 10/15 anos.

O que o PopPlus representa na sua vida e na das pessoas que vão?

Uma mudança que eu nunca imaginei na vida. Eu sou jornalista de formação, sempre trabalhei com internet, assessoria de imprensa, música, noite, comportamento… Nunca tinha trabalhado com moda, até rejeitava, justamente porque achava um assunto chato e não me sentia representada.

Foi a partir de 2009 que eu comecei a me interessar, quando uma ex-chefe minha me convidou para ser editora de lifestyle do portal Vírgula. Aí falei pra ela ˜tem certeza? Eu não entendo nada˜. E ela disse que queria justamente alguém que passasse uma linguagem da moda popular para o jovem.

Comecei a chamar as blogueiras plus que estavam começando a surgir no Brasil para fazer reuniões de pauta, trocava ideia etc. Foi aí que tomei conhecimento de moda e pude entendê-la de forma mais séria, que vai além do vestir uma roupa.

Sendo assim, fico muito feliz que o PopPlus ajuda a mudar a vida das pessoas para melhor. E não só dos clientes que vão, mas também de pessoas que descobrem como se expressar, como também dos empreendedores que participam. Tem marca que está praticamente há 5 anos comigo, como a Chica Bolacha, e crescemos juntas. Meu lema é “nunca diga nunca”. Eu rejeitava moda e hoje vivo disso totalmente feliz.

Você contribuiu para a mudança de muitas marcas; como se sente a respeito disso e o que você acha que fez para que isso ocorresse?

Eu fui uma das peças desse motor. As blogueiras começaram a surgir em 2008/2009, a Flúvia Lacerda, os eventos de moda plus size… O meu papel foi trazer essa linguagem mais jovem para a moda plus size, misturar com festa, mostrar que ela precisa ser diversa, que não é só senhora ou só sexy, que tem a fashionista, a hipster, esportista…

O que eu fiz foi trazer diversidade para a moda plus size e mostrar que ele não acaba no 48 ou 50. Faço questão que as marcas atendam, no mínimo, até 54 ou 56 e, se for 60 ou mais, melhor ainda. Se a marca não atende no mínimo 54 eu nem olho, nem passa no filtro. O papel do PopPlus foi mostrar a representatividade das gordas maiores, quebrando o padrão do próprio plus size, que acabou se criando infelizmente.

Para você, qual é o maior desafio em ser gorda?

Atualmente é não ser vista como aquela coisa exótica, engraçadinha, fofinha, muito menos como uma pessoa que faz corpo mole. Eu e várias mulheres estamos mostrando que temos muito mais para mostrar para o universo profissionalmente, artisticamente etc. Mas o maior desafio é quebrar esse estigma, que traz preconceito. Nenhuma marca quer aliar seu nome a gente que é “doente”, “preguiçosa”.

O maior desafio é mostrar que não é nada disso, que a gente é ativa, saudável, consome e tem muito a servir a sociedade e ao Brasil, trazendo benefícios e gerando empregos. Olha quanta renda a gente gera no PopPlus! Isso não pode ser ignorado, ainda mais em tempos de crise.

Você que também é DJ sentia problemas com a falta de roupas para balada? Como se sente agora?

Exatamente um dos motivos que me fez criar o PopPlus foi essa falta de opções de roupa para balada. Anos atrás não era essa coisa descolada que temos hoje em dia, com blusa de tule, calça destroyed… Hoje temos muita opção perto do que era antes. Ainda são coisas mais artesanais e não tão acessíveis para a população em geral, sendo difícil de achar, poucas peças, mais caras… Mas já conseguimos encontrar muitas marcas legais. Eu brinco que a Oh, querida! e o Clube da Meia-calça são a alegria da clubber gorda hahahah!

Quais seus planos para o futuro como empreendedora?

Vejo que tem muita gente talentosa, mas às vezes falta mão e verba para melhorar. Então agora estou fazendo esse trabalho de fomentar o trabalho plus size nacional oferecendo workshops, consultorias, cursos etc. Minha ideia agora é isso e, depois, oferecer outros cursos também, como marketing, merchandising, visual. Tudo que possa melhorar o mercado e o trabalho de todo mundo.

Qual a dica que você dá para quem está começando no mercado plus size? 

É ter comprometimento com o que você vai fazer e levar muito a sério. Saber que é um trabalho duro. Eu mesma já faço o PopPlus há 5 anos e estou me dedicando exclusivamente há apenas um ano, e mesmo assim não consigo viver só disso. Faço meus freelas de jornalista e DJ para pagar minhas contas, mas eu vislumbrei isso e vou continuar aperfeiçoando. Hoje em dia consigo delegar, tenho sócio, parceiros e funcionários porque sozinha não dá!

É importante saber também que não vai ganhar dinheiro de uma hora pra outra. Não é um oba-oba. Por isso é importante fazer planejamento de mercado, estudar, se estruturar.

>>>O bazar plus size PopPlus continua sendo 4 vezes por ano: março, junho, setembro e dezembro em São Paulo, com edições esporádicas e temáticas. Conheça: http://popplus.com.br

Mariana Xavier abre o jogo sobre preconceito | Tia Ju entrevista

Olá queridas! A última vez que fui ao RJ tive a chance de conversar muuuito com a Mariana Xavier, atriz que tá em cartaz com o filme Gostosas, Lindas e Sexies AND na novela das 21hs A Força do Querer (onde interpreta uma aspirante a modelo plus size).

Mariana Xavier abriu o jogo comigo e contou sobre como é ser atriz e ter um corpo plus size, os preconceitos, as lições, como foi gravar um filme sendo uma tarada bem resolvida… No vídeo a gente fala bastante coisa, principalmente que você não precisa de aprovação de ninguém para ter o corpo que você QUISER! E que SIM, dá pra você seguir a carreira que tiver vontade, independentemente do peso. Ah! E também que você vai tomar 1, 2, 3 ou 10 NÃOS, mas não é para desistir…

Enfim, falamos um pouquinho de tudo, então aperte o play e assista no vídeo a seguir:

 

♥ Mariana Xavier abre o jogo sobre preconceito | Tia Ju entrevista 

 

 

Eu também gravei um vídeo para o canal da Mari, o Mundo Gordelícia, vou deixar links logo abaixo, mas antes dá uma olhadinha no vídeo delícia:

 

 

INSCREVA-SE NOS NOSSOS CANAIS

Ju Romano >>> https://www.youtube.com/juromano

Mundo Gordelícia, por Mari Xavier >>> https://www.youtube.com/mundogordelicia

 

Bom, gatonas, espero que vocês tenham curtido os vídeos. Como eu disse, acho que a Mari Xavier é uma baita representante do movimento plus na televisão e nos cinemas ao lado de outras maravilhosas como Cacau Protásio, Fabiana Karla e outras lindas, por isso fico muito honrada em poder ajudar a divulgar o trabalho delas e espalhar aos 4 cantos que a mulher plus size pode SIM ser bem sucedida em QUALQUER área da vida e qualquer carreira!!! YOU GO, GIRL!!! \o \o \o

 

E vocês? Já assistiram o filme ou leram o livro? Me contem TUDO aqui nos comentários e compartilhem esses vídeos do amor pra todas as mulheres plus se sentirem abraçadas. 😉

 

 

HUA HUA

BJÓN

 

Hunter McGrady para Elegance: entrevista com a musa da Sports Illustrated

OMG! A modelo plus size Hunter McGrady é a musa 2018 da edição anual da Sports Illustrated Swimsuits Issue e eu tive a honra de entrevistá-la ♥ Ela vai protagonizar a trajetória de uma mulher plus size em seu processo de autodescoberta e fortalecimento do amor próprio, na nova campanha de verão da Elegance. As fotos – INRCRÍVEIS – rolaram em Galinhos, no Rio Grande do Norte e o resultado é realmente poderoso e inspirador. Estou ansiosa para a campanha vir a público (em breve gente, mostro tudo quando sair 😉 ).

Foto: Marcio Rodrigues (@marciorodriguesphoto)

Foi sentadas em um bangalô de uma pousada nas praias paradisíacas de Galinhos que Hunter e eu tivemos uma conversa regada a risadas e muita admiração. A modelo, que já foi magérrima, contou sua trajetória até o sucesso, deu dicas inspiradoras, contou como lida com críticas e até alguns segredos pessoais que a gente sequer imagina de uma top model. Leia tudo na entrevista a seguir!

Hunter McGrady para Elegance: entrevista com a musa da Sports Illustrated ♥

♥ Qual é sua maior dificuldade como mulher plus size?

Definitivamente é achar roupas. Eu sou muito maior na parte de baixo, então é muito difícil pra eu conseguir achar jeans. É difícil achar peças com bom caimento, que não pareçam um saco, sabe? Isso é o que eu mais amei na Elegance, que a marca faz peças acinturadas, modeladas para valorizar as curvas de um corpo plus size.

♥ Qual foi sua peça favorita da coleção de verão 2018 da Elegance?

Eu amei os macacões da coleção, as pernas justas, achei tão hot, muito “resort”… Eu senti como se estivesse no Brasil, o que eu estou mesmo! (risos). Eles são super sexy e gostosos de usar.

♥ O que você acha que ainda falta no mercado plus?

Eu adoraria poder sair pra fazer compras com as minhas amigas mais magras e não sentir que preciso ir para o cantinho escondido, na arara separada de tamanhos maiores, para achar alguma coisa pra mim, sabe? Eu adoraria ver mais marcas a bordo e até culture designers fazendo roupas plus size. Eu acho que isso já está até acontecendo aos poucos, mas estamos caminhando ainda.

♥ O que você acha do termo plus size?

Eu não me importo, sabe, eu sou uma mulher plus size, eu tenho orgulho disso, eu só não gosto do rótulo. Pra mim, é uma forma de segregação. Eu sou uma modelo, e Candice Swanepoel também é modelo, que diferença faz se ela é da Victoria’s Secret? Nós duas somos modelos e nossa profissão e é a mesma. Se tiver que escolher um rótulo, eu gosto de Curves, é sexy, empoderador e feminino.

♥ O que você acha que é necessário pra ser uma modelo bem sucedida?

Determinação é o principal para seguir em frente, porque muita gente acha que é só você se tornar modelo que automaticamente vem todo o glamour, carros te buscando, voando de primeira classe, etc… Mas é uma longa jornada para chegar aqui. Você tem que pagar suas contas no começo e eu já fiz diversos trabalhos que eu nem queria ter feito, passei por dificuldades. Mas eu sabia que valeria a pena no final! E o caminho apesar de duro, também é divertido. Eu aprendi muito, trabalhei com muita gente incrível… E agora aqui estou nesse paraíso chamado Galinhos! (risos)

♥ Você se considera uma feminista? Como isso se encaixa no seu trabalho?

Sim, absolutamente!!! Eu acho que especialmente agora, com tudo que tá acontecendo nos EUA, nós precisamos de mais mulheres apoiando outras mulheres. Eu vi muitas amigas na marcha feminista, que foi espetacular e eu queria tanto ter estado lá lutando ao lado delas – infelizmente eu não pude ir porque estava trabalhando fora. Eu acho que é um tempo muito especial para fazer parte e se estar viva. Ver as mulheres se empoderando é incrível!

[blockquote author=”Hunter McGrady, modelo plus size” ]Toda vez que eu posto uma foto nas redes sociais e tem estrias, gordurinhas, marcas, isso para mim está mostrando para outras mulheres: “olha, você não precisa ser essa imagem da perfeição que a gente tá acostumada a ver na mídia, você pode ter sua beleza única e ser linda. Você é forte e poderosa. Seu corpo não é de outra pessoa, você não se veste para nenhum homem, é APENAS para você”. [/blockquote]

♥ Você também é uma ativista do body positive, como isso rola na sua vida?

Uma coisa que eu sempre tento fazer é não me policiar muito, então toda vez que eu posto uma foto nas redes sociais e tem estrias, gordurinhas, marcas, isso para mim está mostrando para outras mulheres: olha, você não precisa ser essa imagem da perfeição que a gente tá acostumada a ver na mídia, você pode ter sua beleza única e ser linda. Você é forte e poderosa. Seu corpo não é de outra pessoa, você não se veste para nenhum homem, é APENAS para você. Eu tento por isso para os meus seguidores, muitas meninas novas me seguem e eu quero que elas saibam que elas  podem ser poderosas, elas não precisam aguentar bullying ou serem colocadas para baixo. A nova geração, que vai seguir a gente, tem que se sentir confortável em seus corpos, donas de si, porque uma vez que isso acontece você se sente confiante e pode ser muito melhor.

Você já sentiu pressão para emagrecer?

Sim, muita. Quando eu comecei a modelar eu era do tamanho regular, eu era muuuuito magra. Eu entrei em uma agência e eles me pediram para perder ainda mais centímetros no meu quadril, mas eu não conseguia. Eu fiquei devastada, porque eu era uma jovem de 16 anos, cheia de sonhos, e alguém chegou e disse: você não vai chegar lá enquanto não emagrecer. Eu achei que nunca ia modelar. Até que então, há mais ou menos 4 anos, eu vi a capa da Vogue Italiana onde algumas amigas minhas como a Candice Huffine, Tara Lynn e Robin Lawley, estavam estampando um ensaio curvy muito sensual e eu pensei: OMG o que é essa coisa de plus size afinal?! Então eu fui até Whilhemina e eles começaram a me agenciar no mesmo dia e dentro de um mês eu estava trabalhando e viajando como modelo plus size. Agora eu posso dizer: não fale o que eu devo fazer com o MEU corpo!!!

♥ Como é sua rotina de alimentação?

Eu tento sempre comer comidas saudáveis, mas quando estou viajando em lugares diferentes eu quero experimentar de tudo! Como agora, que é a primeira vez que venho ao Brasil, e tenho que dizer: é uma das melhores comidas que eu já provei. E também tento malhar o máximo que posso, o personal trainer da Sports Illustrated me ensinou exercícios incríveis que dá para fazer em qualquer lugar.

Conta mais sobre a Sports Illustrated… 

Eu participei da busca de modelos para a Sports Illustrated 2018 então basicamente a gente tirou fotos com pintura corporal. A maquiadora pintou 4 garotas com pinturas corporais e teve uma votação para ver quem seria a garota da próxima edição e eu ganhei. 

[SIIM, MINHA GENTE, NÃO É UM MAIÔ É SÓ PINTURA CORPORAL!!! (imagine aqui o emoji com carinha de choque hua hua hua)]

♥ Você acorda todo dia diva desse jeito?!

OMG, não! Quando eu cheguei aqui pra fotografar a Elegance desceu minha menstruação… E eu estava de tpm, de mau humor, desabando, inchada e eu não queria sair do quarto… Até nasceu uma espinha na minha bochecha! Eu apenas não queria fazer nada… Mas eu acho importante que as pessoas saibam que foi necessária uma equipe de 15 pessoas para fazer as fotos que saímos “perfeitas”, eu não acordo glamurosa! (risos) É preciso a câmera, as luzes, os assistentes, maquiadores e um monte de coisa. Eu acordo com olheiras, um coquinho e uma espinha na bochecha sabe?!

♥ Quando você está sozinha pelada na frente do espelho, o que você pensa?

Eu me sinto uma mulher linda, forte, empoderada, confortável e confiante. Eu me sinto mais sexy quando saio do banho, sem maquiagem, sem cabelo montado, sou eu mesma, limpa, quem eu sou como sou.

♥ Tem alguma coisa que você mudaria no seu corpo?

Antigamente eu costumava apontar muitas coisas no meu corpo que eu gostaria de mudar, até eu perceber que se eu não amasse meu corpo por inteiro eu nunca seria feliz na minha vida. A gente tem só um corpo, temos que tomar conta dele. Eu ficava eu quero mudar meu pé, mudar minha barriga, afinar meus quadris… Mas a coisa é que o corpo das mulheres é feito em tantas formas e tamanhos diferentes, e o que nós podemos fazer com nossos corpos é incrível… A gente carrega bebês pelo amor de Deus, a gente cria humanos!

♥ O que você diria para as mulheres que ainda querem mudar tudo no corpo?

Eu só queria perguntar: POR QUÊ? Você pode gastar essa energia com tantas outras coisas MUITO mais incríveis, como viagens e ver coisas bonitas… A única pessoa se importando tanto com a sua aparência é você mesma! É muito importante para as mulheres se darem conta que seu corpo vai mudar, vão ter dias em que você vai querer mudar coisas, isso é OK, mas não deixe que isso domine sua vida, tome conta de todos os seus pensamentos.  Se nós todas nos apoiássemos, ninguém ia ficar apontando o dedo uma para a outra. 

[blockquote author=”Hunter McGrady, modelo plus size” ]A gente só tem um corpo, a gente só pode fazer 2 coisas: amá-lo ou não amá-lo. Então, me diga: o que você acha que vai te fazer mais feliz?[/blockquote]

A gente só tem um corpo, a gente só pode fazer 2 coisas: amá-lo ou não amá-lo. Então, me diga: o que você acha que vai te fazer mais feliz? É tão simples, mas ao mesmo tempo não é. É mais difícil amar seu corpo, porque sempre nos foi dito o contrário. Mas existem tantas mulheres diferentes e tão lindas, olha você por exemplo, fazendo a diferença sendo dona do seu próprio corpo e dizendo: ei, é OK ser diferente, é OK ser gorda, é OK ter curvas e ser linda, muita gente tem!

♥ Como você lida com comentários negativos a respeito do seu corpo?

É difícil porque eu recebo muitos comentários negativos. Eu tento apagá-los da minha cabeça, mas é claro que sou humana e me atingem as vezes. Mas meus pais sempre me lembram que você nunca vai atingir 100% das expectativas dos outros. Se você é magra sempre tem alguém pra falar que você está magra demais… Se você está gorda sempre tem alguém pra falar que você precisa emagrecer. Você nunca consegue agradar todo mundo. Tenho pena dessas pessoas, porque é uma perda de vida e de energia, tem que ser muito amarga para comentar sobre o peso e o corpo das pessoas, sabe?! Então eu acho que são pessoas tristes e eu rezo por elas, porque elas precisam, isso é um problema de insegurança delas. Eu rezo pra que essas pessoas possam encontrar mais doçura e delicadeza em seus corações e possam se amar e ter uma autoestima melhor.

♥ Você responde elas?

Não! Porque se eu responder eu só vou continuar uma história sem fim, continuar me incomodando e é terrível.

♥ Qual é o seu guilty pleasure?

Eu moro em cima de uma loja de conveniência em NY, então sempre que eu tenho um tempo e quero ter meu momento eu compro um sorvete Talenti, coloco meus pijamas e fico no sofá tomando sorvete no pote e assistindo Friends.

♥ Se você pudesse ser QUALQUER pessoa, morta ou viva, quem você seria?

Essa é uma pergunta difícil! Eu seria a Beyoncé, eu sei que parece clichê, mas eu acho que ela é uma “bad bitch”. Ela é dona de tudo, ela é poderosa, ela é talentosa, ela é bem sucedida, uma ótima mãe, ela é bem incrível!

♥ O que você nunca tira da sua bolsa e leva contigo para tudo quanto é lugar?

Oh, céus, muitas coisas! Um creme hidratante da Weleda, que serve para mãos, rosto, cutículas, e meu celular (que nunca sai da minha mão). Sempre que eu viajo eu carrego meu bichinho de pelúcia – o Bunny, que apesar do nome é uma cabeça de sapo com um cobertorzinho pendurado. Eu seeei, eu sou tão boba! Mas eu viajo com ele desde os 7 anos, inclusive o Bunny está lá no meu quarto agora (risos).

 

Bom, gente, é isso… Só sei que ao final da entrevista eu só queria ser a MELHOR AMIGA da Hunter e assistir Friends tomando sorvetes (em NY de preferencia, né non?!). Fica aqui meu agradecimento especial à Elegance, que trouxe essa diva para o Brasil, e deu pra gente a chance de conhecer mais sobre essas mulheres inspiradoras que mostram que não importa o tamanho do seu corpo, TUDO é possível – inclusive estampar uma revista de esportes sendo plus size, para calar a boca da patrulha da saúde aí! 😉

Olha só a foto da equipe toda nessa delícia de viagem, um agradecimento especial a cada um de vocês e às meninas incríveis da Elegance que lutam todo dia para o plus size ficar cada dia mais profissional ♥

 

Estou ansiosíssima para ver o catálogo de verão 2018 da Elegance e vocês, curtiram a entrevista? Concordam com a Hunter? Me contem TUDO! 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Justine LeGault para a Elegance | Ju Entrevista

OMG! Depois da última campanha de inverno bafônica, é a vez de ficarmos babando com a Justine LeGault para a Elegance Plus Size ♥ Pra quem não conhece, a Justine foi a primeira capa plus size da Elle Quebec e faz ensaios incríveis, como a campanha ImNoAngel e a PlusIsEqual, sendo considerada uma das modelos plus size mais famosas do mundo. Já a Elegance é uma marca nacional e, na minha opinião, a marca mais profissional e evoluída quando falamos de moda plus size brasileira. 

Foi no Teatro Municipal de São Paulo, pouco antes das fotos para a próxima campanha da Elegance, que tive alguns minutinhos a sós com a Justine para poder fazer algumas perguntinhas. Simpática, cheia de energia e muito (muito, muito, muito…) linda, ela me recebeu vestida com um look de cropped e saia lápis preto de veludo, já da coleção inverno 2017 da Elegance.

Bom, com a palavra, Justine LeGault…

 

Ju entrevista: Justine LeGault para a Elegance ♥

 

Você já tinha vindo ao brasil? Como foi receber o convite de uma marca Brasileira?

Eu ainda não visitei muito por aqui, mas até agora já amei as brasileiras! Eu fiquei super animada, pensei “Uhuuul, o Brasiiiiil!”. Eu nunca nem sequer tinha vindo para a América do Sul – normalmente eu viajo muito pela Europa.

 

O que você achou da campanha da Elegance e das peças?

A gente ainda vai fotografar, mas eu AMEI o drama da coleção! Minhas favoritas são as peças em veludo, que tem sido meus queridinhos ultimamente, como esse vestido que eu estou usando, e as mangas oversized, meio anos 60.

Justine LeGault veste tamanho 14/16 na gringa e tem 1,75m de altura

 

Você ja se sentiu envergonhada ou sofreu preconceito durante algum trabalho, por ser plus size? 

Envergonhada é uma palavra muito forte, mas eu já senti preconceito algumas vezes por parte dos fotógrafos, eles é quem tinham que ficar com vergonha (risos). Por exemplo, uma vez estava fazendo um ensaio com 2 modelos e a outra era do tamanho tradicional e pude notar que o fotógrafo ficava mais empolgado por ela… Aí eu pensei: ok, quando é minha chance de te mostrar? Mas isso é uma coisa minha, eu encaro isso como um desafio, mesmo. Quando fui fotografar o jogo virou e eu ganhei o respeito dele. É algo que acontece com muita frequência. Mas de fato, todo o meu respeito teve que ser conquistado com mais esforço do que as modelos tradicionais, porque ainda tem pessoas com a cabeça muito fechada nesse meio.

 

E como você vê o futuro da moda plus size?

Eu acho que não vai ser sobre tamanhos, vai ser mais sobre aceitação e personalidade da modelo, independentemente do seu tamanho. Por exemplo, minha amiga Sakina, também modelo, ela tem um cabelão cacheado e vermelho, sardas, diastema, tudo que é TÃO cool e diferente, que fazem ela única, e em 2016 é tudo sobre isso. Eu AMO e acho que esse é o futuro da moda, no geral.

 

Existe um forte movimento que acredita que as modelos plus size menores (tamanho 46/48) só ajudam a reafirmar um padrão corporal magro. Qual sua opinião em relação a isso?

Eu não concordo com isso, porque não é sobre o seu tamanho, mas sim sobre a mensagem que você passa. Minha melhor amiga é provavelmente a menor pessoa que você vai ver, ela é muito magrinha, e ela me diz que eu a ajudo a se aceitar, apesar de sermos totalmente diferentes. Não acho que tenha um “tamanho ideal” pra nada, acho que todo mundo tem seu espaço. Eu não estou lá pra defender um tipo de pessoa, estou lá pra defender diversidade e igualdade mais do que um tamanho.

 

Você se chama de guerreira do amor próprio, como você acha que contribui de fato nessa guerra?

Acho que meu trabalho fala por si só, as imagens que eu produzo, o jeito como eu me coloco para transmitir essas mensagens de amor próprio. Eu não sou o tipo de pessoa que vai levantar uma bandeira sobre como as coisas devem ou não serem feitas, mas eu vou fazendo meu trabalho e ganhando visibilidade de forma sutil, e aos poucos eu vou conseguindo abrir a mente das pessoas.

 

E para as meninas que desejam se tornar modelos plus size, você tem alguma dica?

Sabe, são muitas viagens, muitos eventos sociais, muita paciência, eu acho que tem muita mulher que quer ser modelo mas não entende a indústria 100%. Além disso, você tem que se sentir muito confortável e bem com o seu corpo, tem que saber suas melhores posições e caras e bocas. Modelar exige muita adaptabilidade, você tem que se adaptar ao personagem, se adaptar à roupa, você tem que dar um jeito, é como um quebra-cabeça cheio de peças que você tem que montar. Embora você possa ter uma equipe, você tem que ser a melhor e saber melhor que eles. Para as novas modelos é bom sempre estar aberta para aprender tudo.

 

Finalizamos a entrevista falando sobre goiabinhas, o doce mesmo, já que ela me recebeu com um prato de biscoitos na frente e me contou que era a primeira vez que provava o doce de goiaba, mas que já estava apaixonada por ele… Ah, esse Brasil, né?! hua hua hua

 

A temporada de inverno 2017 da Elegance Plus Size tirou inspiração no drama e intensidade da ópera. Com referências ao período barroco, a coleção traz cores intensas, shapes vitorianos, amarrações de golas, fendas e modelagens envelopadas, com destaque para decotes no colo e costas, valorizando a sensualidade e elegância da mulher de manequim 42 ao 56. Podemos esperar estampas exclusivas, muito veludo, aplicações em metais, bordados manuais e pedrarias.

O ensaio contou com styling de Patrícia Kuratti, beleza por Carla Biriba e foi clicado pelas lentes do fotógrafo Márcio Rodrigues.

Bom, estou ansiosíssima por essa coleção! Eu já sei que a Elegance Plus Size arrasa muito na produção das peças, na pesquisa de tendências e nas campanhas, agora nos resta esperar. Eu quero MUITO ver essas peças de veludo que já estão fazendo meu coração bater mais forte!

 

Curtiram a entrevista? Me contem aqui nos comentários o que vocês acham da Justine LeGault para a Elegance!

 

 

HUA HUA

BJÓN

Primeira modelo plus size transexual do mundo vai desfilar no FWPS – e conta tudo aqui!

Segunda-feira fui a um desfile e encontrei a Renata Poskus Vaz, organizadora do Fashion Weekend Plus Size, empolgada ela me contou que a primeira modelo plus size transexual do mundo vai desfilar no FWPS este sábado! Confesso que fiquei realmente MUITO feliz e orgulhosa, porque afinal o que estamos querendo mandar de recado é que TODA mulher pode ser e se sentir linda – toda mulher mesmo, sem exceção.

Seu nome é Renata Montezine, ela tem 24 anos e 1,70m de altura, manequim 46 e nasceu mulher, mas em um corpo de homem. Apesar do preconceito, apesar das dificuldades e de tudo que qualquer outra pessoa poderia falar por aí, Renata assumiu sua feminilidade e mostrou que a gente pode SIM ser o que quiser. Renata não é SÓ a primeira modelo plus size transexual, ela é um exemplo de que com força de vontade, autoestima e foco nós podemos conquistar todos os nossos desejos. Ela é de verdade uma modelo: uma modelo de mulher forte, inspiradora  e muito guerreira.

Bom, aí que eu PRE-CI-SEI conversar com a primeira modelo plus size transexual do mundo e não para saber detalhes a respeito de seu corpo – como eu sempre digo, o corpo de cada um é da conta apenas de cada um – mas para saber quais são as expectativas e o que tudo isso significa para ela. Achei as respostas inspiradoras, olha só:

 

♥ Ju entrevista: Renata Montezine, a primeira modelo plus size transexual do mundo ♥

 

Ser modelo sempre foi o seu sonho?

Ser modelo é sempre um sonho, acho que de todas as meninas. Porque tem aquela coisa de glamour, de estar sob os holofotes. Mas é aquilo: 1 em 1 milhão vira uma Flúvia Lacerda. Aí eu pensei “vamos tentar”, mas ficava na dúvida por ser gordinha, então resolvi pesquisar mais sobre o mundo plus size. Mas sempre tive esse sonho, sim.

Como foi o processo de realização? Por onde você começou?

Algumas amigas minhas começaram a me falar que eu tinha porte para ser modelo. Aí eu falei: quer saber de uma coisa, eu VOU atrás disso. Foi aí que eu procurei a Renata Poskus Vaz, organizadora do FWPS, sem dizer que eu era transexual. Ela falou que eu tinha chance sim de virar modelo pela minha beleza, aí que eu falei para ela que eu era transexual e ela AMOU a ideia.

Em algum momento você pensou que não ia dar certo? Achou que ia desistir?

Teve um momento que pensei em desistir pelo preconceito, porque como eu sou uma modelo transexual e plus size eu vou carregar 2 preconceitos nas minhas costas. Aí teve uma fase que fiquei meio na dúvida, pensei “será que eu tento?”…. Só que na vida a gente não consegue NADA sem tentar. Então eu tentei e realmente deu muito certo.

Você sempre foi plus size?

Na adolescência eu tive aquela fase que toda mulher tem de querer emagrecer e cheguei até a ficar magra com aqueles regimes loucos. Mas depois, tomando hormônio, comecei a engordar de novo. E eu acho que todas as mulheres têm que se aceitar do jeito que são, porque cada uma tem sua beleza própria, sendo magra, alta, baixa, branca, negra… Nós somos bonitas do jeito que somos!

Como sua família lida com isso?

Meus pais sempre me apoiaram, eles são meu alicerce, meu ponto de referência e minha mãe é minha maior inspiração para mim. Minha família me deu muito incentivo. Falou que se esse era meu sonho, que eu tinha que correr atrás, que eu sou capaz de tudo!

E como você está sentindo a reação das pessoas à sua aparição?

Bom, a reação está sendo bem legal não recebi críticas pesadas, teve um comentário preconceituoso e ofensivo em um site, mas é como eu falo: o preconceito sempre vai existir. Nem Deus agradou a todos, quem sou eu para agradar, né?!

Que recado você manda para as meninas que não têm tanto apoio assim da família? E para a família que não apoia?

Meu recado é o mesmo para todo mundo. Se você tem uma filha que nasceu gay, transexual ou gordinha, os pais têm que amar os filhos do jeito que eles são. As pessoas não pedem para nascer assim, elas simplesmente acontecem. Os pais têm que dar amor e carinho, porque não é porque a pessoa é plus size ou transexual que ela não vai dar orgulho para os pais. Eu sou transexual e estou dando muito orgulho para os meus pais!

Você acha que se expor nas passarelas pode inspirar outras mulheres a se aceitarem melhor e até inspirar as pessoas transgênero a realmente se assumirem?

Eu acho assim, se eu tenho capacidade para ser modelo, eu tenho capacidade para trabalhar em qualquer outra área, eu posso ser vendedora, médica, aeromoça ou até uma policial. A gente tem que mostrar que é capaz como qualquer outra mulher ou homem. Somos como qualquer outro ser humano. Eu acho que vai dar uma força para mostrar para as pessoas que a gente pode fazer o que quiser. Eu estou aqui para quebrar os tabus também e mostrar para sociedade o que a gente é capaz.

Manda um recado final para as leitoras do Entre Topetes e Vinis:

Pra finalizar, eu acho que as meninas têm que se aceitar e se amar do jeito que elas são. Independente do que elas tenham, se são gordinhas, trans, magras, etc, elas devem se aceitar e conviver com as mudanças da vida. Em primeiro lugar é importante ter amor próprio, você se amar do jeito que você é.

 

Bom, a seguir, fiquem com um ensaio da Renata Montezine, que foi sugestão da Giselle, correspondente do site Volup2, e tem o tema Rebel. A produção foi feita por Thiago Gandra, stylist do FWPS, mas vocês podem ler mais detalhes e tudo no blog Mulherão, da Renata Poskus Vaz (aqui). 

Equipe do Editorial Rebel Foto:  Binho Martins/ Assistente de Fotografia: João Marcondes/Beleza: Tchelo Mello/ Assistente de Beleza: Heverthon Martins/ Direção e styling Thiago Gandra

Bom, independente do que sua religião te ensinou e do que você acha certo ou errado, o importante é RESPEITAR todo e qualquer ser humano. E se tem uma coisa que a Renata Montezine sabe é respeitar não somente outros homens e mulheres, como respeitar seus gostos e quem ela é.

Em uma hora de conversa, a Rê conseguiu me inspirar demais e espero que ela também tenha inspirado vocês! E ajudem a compartilhar e levar para todos os cantos o recado da Renata, nossa corajosa primeira modelo plus size transexual do mundo ♥

Por hoje é isso, mas a gente se vê no sábado né? Para saber TUDO sobre o Fashion Weekend Plus Size leia essa matéria AQUI. 

HUA HUA

BJÓN

 

Ju Romano na TV Capricho: uma história de amor próprio e autoestima

Queridaaaas, essa semana eu tive a honra imensa de ser entrevistada na TV Capricho pela fofa da Ju Costa, a editora online de beleza da Capricho. A gente falou um pouco sobre a minha história, sobre amor próprio e autoestima, aceitação, o mundo plus size, roupas, compras e até sobre truques de uniforme (omg! Há anos não lembrava do uniforme). A entrevista foi toda muito fofa e cheia de verdades.  Até fiz o Jô Soares e mandei um beijo da gorda hua hua hua

Acho que vale a pena ver, minha entrevista começa nos  38 minutos e 11 segundos do vídeo abaixo, dá o play:

 

Pra quem não conhece, a TV Capricho fica online de segunda a sexta, das 17hs as 19hs, mostrando tudo que rola na redação da revista e do site. É muito bacana. E mais bacana ainda é levarem pessoas do universo plus , para mostrar diversidade e provar para as meninas, nessa fase cruel que é a adolescência, que dá sim para ter amor próprio e autoestima elevada com o corpo, a idade e a personalidade que quiser!

Espero que tenham gostado da entrevista, me contem tuuuudo o que acharam!!!

 

HUÁ HUÁ

BJÓN

Entrevista com Edull o brasileiro que desenha princesas plus size e heroínas acima do peso

O Eduardo Santos, ou Edull como é conhecido, é um cara super talentoso. O designer, com seus 27 anos, já conquistou uma clientela fiel: as plus size Brasil afora. Isso porque ele tem um olhar diferente para a ilustração e consegue desenhar super-heroínas, bruxas más, personagens de filmes e qualquer outra mulher na versão gordinha. Além da riqueza de detalhes, o trabalho do Edull é bacana porque prova que é tudo uma questão de acostumar o olhar. E se nossas crianças se acostumassem com a ideia de uma super-heroína ser gorda? Será que teríamos tanto preconceito?

Essa mesma reflexão levou a estudante de ensino médio Jewel Moore a criar o Everybody is Beautiful (todo mundo é bonito) uma petição online para que a Disney criasse princesas plus size. Ela diz: “eu sou uma jovem plus size e eu sei que muitas meninas e mulheres lutam com a autoconfiança e precisam de um personagem assim na mídia. Estudos mostram que a confiança de uma criança se relaciona muito com o quanto eles têm representação na mídia. […] Se a Disney fizesse uma princesa plus size que fosse tão brilhante, surpreendente e memorável quanto as outras, faria muito bem para as meninas plus size por aí que são bombardeados com imagens que as fazem sentir-se feia perto do padrão magro atual”. A petição já tem mais de 22 mil assinaturas.

Para entender melhor o trabalho do Edull e saber como ele chegou até aqui, fiz um bate-papo e adorei a visão dele. Vale a pena dar uma lidinha:

→ Como você começou a desenhar?
Comecei quando criança, reunindo os amigos para “brincar de desenhar”. Nos meus primeiros desenhos fiquei impressionado com a minha habilidade. E pensei, “Sou um desenhista!”. Na verdade, depois de alguns anos, descobri que estes desenhos estavam todos muito estranhos e desproporcionais. (rsrs) Mas minha mãe sempre dizia que estavam lindos! E isso serviu de motivação e empolgação para continuar. Por isso, deixo uma dica pra quem está começando: mostre sempre para a sua mãe.

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→ De onde surgiu o interesse por corpos curvilíneos?

Não sei explicar. Muitos acham estranho esse gosto, mas eu acho normal. A mulher gordinha é uma mulher. É normal. O que eu gosto nas gordinhas são as formas arredondadas e volumosas.

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→ Você já sofreu preconceito ou algum tipo de estranhamento por desenhar gordinhas? Como foi?
Já sofri preconceito sim. Eu comecei a desenhar gordinhas bem antes desse “boom” do mercado plus size, quando era raro esse assunto em qualquer tipo de mídia.  Então, já dá pra imaginar o quanto eu era considerado estranho.  Mas isso é bom. O princípio do artista é, de alguma forma, ser estranho.

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→ Você passou a imprimir seus desenhos em produtos como camisetas e calendários. Como funciona? Quais são os produtos que podem levar seus desenhos?

No final de 2012, larguei o emprego (que era criar estampas para tecido), para me dedicar a minha arte e trabalhar como designer freelancer. Eu vivo das encomendas de ilustrações, para empresas e pessoas. E agora estou começando a comercializar produtos. Tudo o que pode ser impresso, pode ser um produto meu (esse é o meu objetivo num futuro próximo rsrs). Sobre as encomendas, é só entrar em contato comigo. Faço retrato/caricaturas, mascotes gordinhas para lojas, ou qualquer outro serviço que precisarem (no contexto da ilustração, claro rsrs).

♥ O Edull fez um calendário lindo com princesas plus size, compre aqui

 

→ Você encontrou um nicho esquecido pela moda, pelo design e, por que não dizer, pela sociedade. Como você acha que seu trabalho ajuda para melhorar esse cenário?

Eu fico muito feliz quando recebo mensagens de mulheres falando da importância da minha arte na vida delas. O quanto meu trabalho ajuda na sua autoconfiança. Esse é o maior estímulo que posso receber.  Porque é esse o meu objetivo.

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 Qual é o desenho que mais te deixou orgulhoso?
A She-Ra! Fiz muitas experimentações até chegar nesse resultado. E quando terminei eu fiquei emocionando, nem parecia que era eu quem tinha feito.  Foi o desenho maior e mais colorido que fiz na época. A partir daí continuei nesse estilo.


Qual foi a melhor história que o seu trabalho te proporcionou? 

Tenho duas. Uma mulher me contou a sua história. Sofreu durante toda a sua vida, com problemas familiares e sociais. Hoje ela está se recuperando de uma depressão profunda. E meus desenhos estão a ajudando superar essa situação. Uma blogueira dos Estados Unidos, contou que estava vendo minhas ilustrações das princesas da Disney e sua filha adorou os desenhos. Além de identificar todas as princesas, ela não perguntou porque elas eram gordinhas. Apenas as achou lindas em pronto.

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 Um dos seus trabalhos mais conhecidos são as heroínas gordinhas, é assim que você enxerga uma menina plus size, como uma super-heroína?

O objetivo é mostrar que as gordinhas podem ser tudo o que elas querem. O fato de serem gordas não é empecilho para nada. A limitação está na nossa cabeça. Cada um pode achar em si mesmo um defeito e fazer disso uma limitação. Se não fosse a gordura, talvez fosse outra coisa. Então é mais fácil se aceitar como é do que mudar a si mesmo (isso sim é difícil).

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 O que você acha dos padrões de corpo feminino aqui no Brasil?
O padrão e o preconceito sempre vão existir. Faz parte da sociedade, não tem como acabar. Se não pode vencê-los, junte-se a eles, conviva com eles. Todo mundo sofre preconceito, por qualquer motivo. O padrão para homens é ser musculoso, e durante minha vida toda sofri preconceito por ser magro (beeem magrinho). E sabe quando isso acabou? Quando me aceitei.

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 Se você pudesse mandar uma mensagem para todas as meninas gordinhas do Brasil, o que você falaria?

Gordinha, essa palavra não te define. Você é uma pessoa, uma mulher. Normal como todo mundo.  Nem superior nem inferior.  Somos todos normais. O segredo de uma mulher bonita é uma mulher feliz. Eu sei que é difícil ir contra a uma maioria preconceituosa, mas faça um teste: esqueça um pouco essa corrida para o corpo ideal. Procure fazer o que te deixa feliz, aproveite a vida. E você será a mulher mais linda do mundo.

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Bom, depois dessa entrevista, fiquei ainda mais fã do trabalho do Edull, acho que a gente tem que incentivar pensamentos e trabalhos como o dele. Se quiser saber mais sobre ele e seu trabalho vá até a página do Edull (https://www.facebook.com/edull.ardo) curta e compartilhe esse pensamento!
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Por hoje é isso, curtiu? Então vamos lá pro meu Facebook conversar mais
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HUÁ HUÁ
BJÓN

Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, fala sobre moda plus size, preconceito e seu papel na novela

Entre todas as modelos e fashionistas magérrimas, era de se esperar que Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, chamasse atenção. A atriz, claro, causou frisson não porque é uma plus size bem servida, mas sim porque sua beleza e simpatia conquistaram todos os jornalistas e transeuntes da edição de inverno 2014 do SPFW.

Com seu look P&B e detalhes em vermelho, chiquérrima, Fabiana falou ao Entre Topetes e Vinis um pouco do que mais gosta no seu armário, sobre seu estilo e o impacto de sua personagem. Confira!

Como você escolhe suas roupas? 

Ah! Eu uso a moda a meu favor! Meu princípio básico é elegância. Não sou escrava das roupas, gosto de roupas confortáveis e amo cores. [ela elogia a roupa que estou usando, toda colorida] Eu uso preto, porque acho chique, mas tudo depende muito do meu humor. Tem dias que eu acordo e me visto inteira de roupa clara, com aquela cor de palha, sabe?! Digo que é a roupa de aeroporto [risos].

E você tem aquela preocupação com roupas claras porque “engordam”? 

Eu não ligo para nada disso! Esses dias eu tinha duas opções de calça para ir ao Faustão, escolhi a branca e quando apareci na televisão fiquei enooorme [para quem não sabe, a TV engorda cerca de 5 kg]. Mas sabe que eu nem liguei?! Eu tinha gostado mais da branca e estava me sentindo muito bem com ela ao vivo.

Tem alguma coisa que você não use de jeito nenhum?

Salto só uso tamanho 7, porque é o limite do conforto e eu não uso roupas justas, porque acho desconfortável. Prefiro peças fluidas e esvoaçantes sabe?!

Quais são suas peças favoritas?

Eu gosto muito de calças de alfaiataria, vestidos bonitos e femininos e saias lápis.

E para fazer a personagem Perséfone de Amor à Vida, como são escolhidas as roupas?

Eu tive todo um trabalho de conversar e escolher o que a minha personagem vai usar junto à Labibe Simão, a figurinista responsável – e ótima diga-se de passagem. E não sei se você sabe, mas o figurino da Perséfone bate recorde de pedidos na Central de Atendimento ao Telespectador da Globo, viu?!

Por falar em Perséfone, o que você achou da repercussão da sua personagem? 

Deixando as polêmicas de lado, me diz quando o Brasil inteiro parou para ver o casamento de uma gorda – e virgem? Eu acho que as pessoas estão se revelando todos os dias. Estamos vendo que tem muita gente bacana, é uma mudança no país. As pessoas ficam do lado da Perséfone, defendem ela.

Na vida real, você já sofreu preconceito? 

Olha, eu vou estar mentindo pra você se eu disser que já. Nunca sofri preconceito. Eu vim de um lar superestruturado, meu pai sempre me disse que eu era linda, sou casada e tenho filhos. E olha que eu tenho todos os motivos pra sofrer preconceito aqui: sou mulher, gorda e nordestina. A verdade é que eu nunca fiquei parada pensando se tinha alguém me xoxando. Se algum dia alguém já me menosprezou por eu ser gorda, eu nunca percebi porque simplesmente não me atento a esse tipo de coisa. A vida tem muitas outras coisas mais significativas, para ficar se ligando a coisa ruim. Essa ligação eu não atendo, meu amor! [risos]

Para finalizar, uma dica que você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Só você é responsável pela sua felicidade, por isso, se ame! Vocês são lindas, acreditem, e todo mundo pode ser o que quer. #everybodyisfree

 

Muito simpática, Fabiana também contou que é mega vaidosa e que não fica sem perfume, hidratações quinzenais no cabelo e protetor solar. Brincando ela disse, “gasto um carro por mês, na cara”, de tanto que ela se cuida. Justo, não!?

Bom, o que dizer? Eu acho ela linda e pessoalmente é mais maravilhosa ainda. Cada pedacinho de sucesso totalmente merecido! Arrasa, Fabi!

 

Curtiram a entrevista? Me contem tudo nos comentários e vamos lá pro meu Facebook conversar mais

 

HUA HUA

BJÓN

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