Fazer uma tatuagem vai muito além de ter um desenho marcado no corpo. Você pode homenagear alguém, ter estampado algo que ame e, inclusive, o seu amor-próprio, meu bem! Exatamente por isso muitas mulheres resolveram gravar em suas peles o amor pelo seu corpo através de imagens lindas ou palavras de empoderamento. Já pensou em fazer uma dessas? Então confere só as nossas dicas sobre o assunto e as inspirações lindas que separamos para você!
Tattoos que mostram todo o amor que você tem pelo seu corpo
Muitas pessoas escolhem formas femininas para tatuar, mas por quê não investir em uma mulher gorda nesse caso? Compartilhar com outras pessoas, através da sua pele, uma imagem que retrate o orgulho e amor que você tem pelo seu corpo é mais uma maneira de se empoderar, sabe? Ou, quem sabe, de inspirar outras pessoas a iniciar essa jornada também.
Para isso as opções são muitas, como sereias, pin-ups e desenhos totalmente exclusivos. Ah! Não se esqueça de encontrar um tatuador que saiba como fazer esse desejo se tornar realidade da melhor maneira possível, pois isso é essencial para uma tattoo body positive perfeita.
Aposte em uma tatuagem body positive com frase de empoderamento
Outra forma legal de tatuagens body positives são as que contam com frases e mensagens de empoderamento. Muitas mulheres apostam nesse modelo feito em diferentes versões, às vezes mais básicos e diretos, outras com detalhes floridos e estilo old school.
A dica é escolher um que realmente tenha a ver com você, assim como palavras que sejam exatamente o que você deseja reforçar sobre seu corpo, ou como forma de um lembrete diário. Nesse caso, buscar profissionais que sejam especialistas em escrita pode ser uma boa dica.
Como escolher o lugar da sua tatuagem body positive?
A resposta para essa pergunta deve ser sobre o que você deseja com essa nova tatuagem. Em alguns casos é legal fazer em um lugar onde você veja com frequência, fazendo com que aquela arte seja um lembrete diário.
Outra opção é escolher um lugar que não seja exatamente o seu favorito. Como assim? Todos temos partes do corpo que não gostamos totalmente, e essa é uma ótima oportunidade de tornar essa região mais bonita e com a sua cara, o que pode fazer com que você não se incomode mais.
Maravilhoso, né? Quem se inspirou para fazer uma tatuagem também?
Ontem, dia 20 de novembro, foi celebrado o Dia da Consciência Negra, e tem jeito melhor de homenagear essa data do que enaltecendo mulheres negras maravilhosas? Pensando nisso, a gente elegeu 10 inspirações plus size superempoderadas e que precisam estar já no seu feed do Instagram. Confere só!
Como ela mesma diz em sua bio da rede social, Genize é uma feministona, bem taurina e metida a fashionista. Na verdade, metida não, a modelo plus size tem estilo de sobra e lá no seu Instagram adora compartilhar looks do dia – sempre cheios de atitude – e mensagens pra lá de empoderadas. Ela merece seu follow já!
Além de modelo, a Lais Roberta também é atriz e, mesmo que informalmente, uma fashionista das mais antenadas. Na sua rede social ela gosta de compartilhar seus trabalhos em desfiles e campanhas e looks plus size para te inspirar em um estilo mais moderno, urbano e super atual. As inspirações vão desde produções para a praia, como o dia a dia e ocasiões especiais. Confere lá!
A Isha é uma blogueira plus size britânica que sabe como ninguém combinar peças retrô em uma produção super atual. Se você anda buscando novas inspirações na hora de se vestir e o estilo vintage te agrada, vale a pena dar uma checada no insta dessa linda.
Você quer blogueirinha, @? A Mayara é uma youtuber cheia de atitude e super engajada. Em seu insta ela compartilha sobre os movimentos que participa, alguns trabalhos, seus looks do dia – sempre mega estilosos – e muito mais. Além disso, ela também pode ser uma inspiração e tanto se você quer mudar o cabelo e apostar nas box braids, que ela usa na cor azul.
A norte-americana Patrisse Cullors é uma ativista queer e da causa negra em Los Angeles, onde mora atualmente. É conhecida, principalmente, pela co-fundação do movimento “Black Lives Matter”, – uma campanha contra a violência e o racismo sistêmico nos Estados Unidos. Como já é esperado, seu feed do Instagram é cheio de informações relevantes sobre os assuntos pelos quais Patrisse luta, além de registros de eventos em que ela participa e do seu dia a dia.
A youtuber e blogueira americana Kellie Brown tem estilo de sobra e sabe como ninguém valorizar a cor da sua pele e as formas do seu corpo com as roupas certas. Para quem deseja mais inspirações fashion no Instagram ela vai te mostrar que produções superestilosas não precisam de muito.
A Jessamyn é uma inspiração e tanto para quem curte uma vida saudável e desacelerada, mas não faz ideia de por onde começar. A norte-americana compartilha em seu Instagram muitas mensagens positivas sobre amor-próprio e como cuidar do corpo e da mente praticando yoga e outras atividades diárias. Confere lá!
Empoderada, plus size, negra e cheia de estilo, sim! Essa é a blogueira francesa Gwladys, dona do blog So Gwladys, onde compartilha looks do dia super estilosos e dicas de viagens. Se você anda buscando inspirações para mudar um pouco o estilo e investir em produções mais moderninhas, vale a pena conferir o feed dessa maravilhosa!
A Valerie é uma blogueira norte-americana que resolveu compartilhar suas dicas para montar looks plus size descomplicados e estilosos. Para isso, ela criou o blog On a Curve, além de mostrar em seu Instagram as produções que usa em diferentes ocasiões. Ela é uma excelente inspiração para quem deseja um visual mais moderninho sem abrir mão de peças clássicas como blazer, saias lápis, entre outras.
Foi na universidade de moda que a americana Kslay percebeu como esse mercado não pensava em mulheres fora do padrão. Pensando nisso, ela resolveu criar o Life Plus Style, um blog que mostra como montar looks para todas as ocasiões de forma descomplicada e muito atual. Vale seguir ela no Instagram só pelas fotos lacradoras e super estilosas. Dá uma olhada!
A Mel é uma blogueira plus size das antigas que traz muita beleza e estilo para o seu feed, além de stories muito engraçados e achados de moda incríveis. Vale a pena seguir pra pegar inspiração pro seu armário e pra sua vida! Mel dá um show de autoestima e empoderamento.
A blogueira Mel Soares é uma inspiração de moda
e empoderamento | Foto: Instagram @relaxaaifofa
Quem mais vocês indicariam? Conta pra gente aqui nos comentários!
“O corpo alcança o que a mente acredita”, clichê, porém verdade. Se recuperar de diversos problemas de saúde ainda muito nova fez com que a bailarina plus size Thainá Morango (@thaiimorango) passasse a se enxergar de outro jeito e descobrisse que as limitações somos nós que impomos ao nosso corpo, e não o contrário.
Aos 25 anos, Morango já dançou ao lado da Anitta, Pablo Vittar, Preta Gil e Tiago Abravanel e é referência como bailarina plus size. Ela é prova de que você não precisa ter pernas finas, corpo esguio e pouco peso na balança para ter toda a leveza e graciosidade que uma bailarina precisa.
Foto: Adriana Líbini
O caminho não foi fácil. Morango passou por maus bocados, fez loucuras para emagrecer e chegou até mesmo a desistir do sonho da dança por conta do preconceito em relação a seu corpo. Mas ao escolher qual faculdade cursar não teve dúvidas na alternativa: bacharelado em dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O que poderia ter sido um grande pesadelo acabou colocando Morango de volta no caminho da dança e culminou nesse exemplo de bailarina plus size que temos como inspiração hoje.
Na entrevista a seguir Thainá Morango conta como foi o processo para se tornar uma bailarina plus size referência e dá forças para quem quer seguir um sonho que parece impossível por causa do corpo.
♥ Bailarina plus size: como Morango superou o preconceito e se tornou referência ♥
1. Você já chegou a desistir da dança, por quê?
Eu desisti da dança porque tive uns problemas dentro e fora da escola. Comecei a tomar remédios para emagrecer para chegar ao corpo exigido pelos professores de dança e tive uma série de complicações de saúde por conta disso. Tomei remédios e emagreci horrores, porque dançar era meu sonho e eu queria estar nos palcos. Nessa época que emagreci, ganhei diversas premiações, viajei pela dança e fiz tudo que eu queria, mas foi ruim porque prejudiquei minha saúde: tive uma infecção urinária que se complicou e eu quase morri por causa disso. Demorei um ano para me recuperar, foi uma experiência muito ruim e eu falei “não quero mais dançar, não quero, não quero…”
2. Você parou de dançar mesmo ou só desistiu temporariamente por causa desse momento traumático?
Eu tinha parado mesmo. Eu queria uma atividade física, mas a dança ainda mexia muito comigo devido aos traumas. Fui pra luta, taekwondo. Cheguei a pegar a faixa azul e competir em diversos campeonatos. Sou campeã brasileira, paulista, carioca e outros títulos.
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3. Quando você voltou a dançar? O que te deu forças para encarar o preconceito dessa segunda vez?
Eu voltei a dançar quando fui aprovada para cursar bacharelado em dança na UFRJ. Eu fui sem pensar muito. Era meu sonho cursar dança na Federal. Quando fui aprovada eu esqueci dessa questão. Só me lembrei dela ao cruzar os corredores da Universidade e ver corpos magros. Eles me receberam bem, mas na minha cabeça eles me olhavam torto. Foi um longo processo até eu aceitar e me aceitar.
4. Quando você descobriu o câncer? Como foi esse momento pra você?
Eu estava no terceiro período da faculdade quando descobri o câncer na tireóide. Na época eu estava mega feliz, havia acabado de dançar no Criança Esperança com a Anitta, estavam surgindo trabalhos, eu estava super bem e daí veio isso. Eu estava engordando muito e sem explicação. Daí fui procurar o médico e ele me encaminhou ao endocrinologista, que examinou minha tireoide e viu três nódulos. Meu mundo caiu. Eu não aceitei, chorei, me isolei, me afastei de todos. Fiquei 1 semana trancada em casa só chorando. Mal atendia aos telefonemas dos meus pais e questionando Deus. Depois que sequei a represa, fui voltando a minha rotina aos poucos.
Foto: Adriana Líbini
5. Como ser uma bailarina plus size ajudou você a passar pelo tratamento do câncer?
Usei a dança pra esquecer meu problema e me entregar a algo que me deixasse cansada, tirasse minhas forças, que me fizesse chegar em casa tomar banho e dormir. Sem pensar em mais nada. Fiz isso durante meses.
6. As pessoas ainda falam que você não pode ser bailarina plus size? Como você encara as pessoas que falam que você jamais será uma bailarina como as outras por causa do seu corpo?
Falam. Meu insta sofreu um ataque de haters há pouco tempo. Após uma foto minha ser divulgada em um perfil de bailarinos “padrão” os seguidores me chamavam de “ofensa para o ballet”, “nojenta”, que eu estava arrumando um jeito de quebrar meus dedos e outras inúmeras coisas. Eles marcavam uns aos outros e fizeram um inferno naquela semana.
As vezes eu nem leio os comentários. Quando vejo que é maldade, eu pulo. Vou pro próximo. Eu tento não me abalar. Mas fico chateada porque algumas seguidoras sofrem e me mandam mensagem querendo até mesmo desistir. E algumas são magras e se enxergam gordas.
Foto: Adriana Líbini
7. Ainda tem movimentos que você não consegue fazer por ser bailarina plus size? Por quê? O corpo plus size limita um pouco a dança, como em pegadas a dois, ou isso é só uma lenda?
Alguns eu não faço ‘ainda’ por falta de prática. Acredito que se eu me dedicar mais eu farei. Em pas-de-deux a pegada fica mais complicada por conta do peso que dobra, triplica, para o bailarino. Mas com técnica e muito ensaio algumas coisas podem sair. Inclusive vou montar um duo com um bailarino do Teatro Municipal e vamos ver do que seremos capazes.
[blockquote author=”Thainá Morango, dançarina” pull=”normal”]Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física.[/blockquote]
8. Você sente que tem espaço para dançarinas plus size? Ou você continua a sofrer preconceitos em audiências e testes?
Estamos conquistando espaço. Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física. Ainda tem muito preconceito. Sobretudo quando uma audição é pedida via e-mail, com uma fotografia corpo inteiro e não um vídeo dançando. Você é julgada pelo estereótipo e não pela técnica.
Foto: Adriana Líbini
9. Depois de se recuperar de um câncer e ganhar uma segunda chance de viver, como você encara as “limitações” que as pessoas se colocam por causa do formato do corpo?
Eu ganhei muita maturidade e aprendi a lidar melhor com a vida e os obstáculos dados por ela. Hoje não é qualquer coisa que me abala, e eu tento trazer essa mensagem. O número da balança é apenas um número, e se seu corpo esta saudável, exames em dia, porque não dar a volta e sair do comodismo? Minha luta é para que as pessoas façam o que tenham vontade. Parar de problematizar tudo ou se achar incapaz por conta do biotipo. Só quem pode me parar sou eu mesma, e muitas pessoas se param, não precisa nem chegar outro pra apontar e dizer a ela que ela é incapaz porque ela já esta estacionada na cama se lamentando.
Hoje Morango faz parte do grupo Ballet Plus Size e, além da faculdade e das aulas na In’Cena Cia de Dança, dá workshops e tem projetos de dança, em que sempre procura pessoas de fora para dançar junto e dar oportunidade a quem não teve. Para saber mais sobre essa linda bailarina plus size, siga ela no instagram @thaiimorango e assista esse vídeo emocionante de uma entrevista recente a um site britânico. Aperta o play:
“Você é gorda, não pode fazer isso”… “Você tem potencial, mas precisa emagrecer”… “Se daria super bem se perdesse uns quilinhos”… “Você jamais poderá seguir com isso, você não tem corpo”. Que mulher nunca ouviu uma dessas frases em algum momento da vida, seja quando compartilhou um sonho ou quando pediu uma opinião sobre uma carreira desejada, não é?! E quantas de nós já não desistimos de nossas vontades por acreditarmos que não seríamos boas o suficiente para sermos bem sucedidas em alguma área? Então toda vez que você duvidar do seu potencial ou duvidarem de você, lembre-se da história da Morango e saiba que TUDO É POSSÍVEL com garra, persistência, treino e muito amor!
Além da Morango, vemos pipocar uma ou outra bailarina plus size em vídeos virais por aí, além é claro da MARAVILHOSA Mari Xavier que está levando nossas curvar para requebrarem no Dança dos Famosos… Mas isso eu conto em outro post mais pra frente, com uma lista de inspirações da dança pra você… Você quer? Me conta aqui nos comentários e compartilha com as amigas pra inspirar todo mundo!
A Semana de Moda de Nova York marcou uma grande mudança no que, até então, era o padrão visto na passarela. Diferentemente das últimas duas edições, que só contaram com 12 e 4 modelos plus size, respectivamente, em Setembro de 2017, 27 mulheres gordas participaram dos desfiles. Isso é uma marco maravilhoso e mais uma forma de mostrar como é, de fato, importante a representatividade que tanto lutamos para ter! E isso é só o começo! Confira só quais foram as marcas que levaram tops lindas para as suas passarelas e as principais tendências vistas por lá!
27 modelos plus size participaram da Semana de Moda de Nova York em 2017
Entre os principais nomes nas passarelas estavam as já conhecidas Ashley Graham e Iskra Lawrence; além de rostos novos, como Georgia Pratt, Jocelyn Corona e Candice Huffine.
E entre as marcas que se mostraram atentas às demandas do mercado e ao fim da padronização do corpo, Michael Kors, Christian Siriano, Tome, Prabal Gurung, Oak e Tracy Reese são alguns.
Conheça algumas das principais tendências das passarelas da Semana de Moda de Nova York
Além de mostrar ao resto do mundo como os padrões corporais sendo quebrados cada vez mais, a NYFW também apresentou as tendências para as temporadas seguintes. Se você ama ficar por dentro do que vai bombar nos próximos meses, é bom saber que o veludo continua forte, e vale investir em calças, vestidos e camisões com o tecido.
Outra presença marcante na semana de moda foram as transparências, seja em peças completamente assim ou com apenas alguns detalhes telados. E para quem gosta de estilo e conforto, as pantalonas, bem larguinhas e fluidas, prometem vir com força!
O que essas modelos plus size nas passarelas significam para nós?
Se nós lutamos TANTO por representatividade, ter 27 mulheres gordas, de estilos e tamanhos diferentes – mesmo que ainda dentro do “padrão” plus size – é algo que realmente nos faz acreditar que, num futuro nem tão distante assim, o cenário vai mudar! Quer dizer que podemos esperar que tenha cada vez mais mulheres reais e menos do padrão inatingível? É isso que eu quero acreditar, meuamô! De toda forma, foi uma conquista, de muitas que estão por vir! O que vocês acharam?
Quem não ama ver séries? E é mais legal ainda quando temos uma gorda protagonista, sendo tratada de forma normal na sociedade, afinal de contas é tudo que a gente quer, né non? Nelas, emagrecer não é a questão principal da personagem. Então se liga nas dicas e aproveite muito a representatividade que elas vão te proporcionar!
1) Drop Dead Diva: impossível não se apaixonar por Jane Bingum!
Essa série, sem dúvida, é a minha favorita da vida! Já no primeiro episódio você vai se deparar com Deb, uma modelo loira, magra e fútil que morre num acidente de carro. Massss rola uns paranauês bem loucos e ela volta à vida, só que em outro corpo: no de Jane Bingum, que é uma advogada brilhante, inteligente, linda e GORDA! No início ela não aceita o corpo, mas o legal é que logo isso deixa de ser uma questão, ela eleva sua autoestima e arrasa nos tribunais.
A série conta com 6 temporadas e fala muito sobre o universo da advocacia – eu aprendi muita coisa! -, relacionamentos e vai te fazer dar muita risada! Ela foi produzida pelo canal americano Lifetime, mas tem tudo lá no Netflix. Maratona à vista?
2) My Mad Fat Diary: Rae representa a nossa adolescência
Essa série mexeu fuuuundo no meu coração, porque em quase todas as cenas eu me vi. Baseada no livro homônimo, ela conta a história de Rae, uma adolescente inglesa, de 16 anos, que acaba de sair de um hospital psiquiátrico após 4 meses internada devido a uma tentativa de suicídio.
Ser gorda é um problema para ela, mas vai muito além: na série ela faz terapia e entende que o que ela quer não é emagrecer, mas desenvolver seu o amor-próprio. O relacionamento com seus amigos, a descoberta da sexualidade e os sonhos com o futuro são o centro da atração, mas o tom bem-humorado torna a temática densa ser bem divertida. E, claro, eu me apaixonei pela Rae <3 ! Infelizmente a série foi cancelada, mas as três temporadas são incríveis e valem a audiência!
3) American Housewife: Katy critica padrões de beleza
Nesta série americana que estreou ano passado, Katy é uma comediante que saiu do subúrbio e se mudou com a família para uma cidade com mansões e pessoas cheias da grana. A personagem se incomoda com as mães “perfeitas”, as famílias exemplares e critica o luxo e o padrão de beleza imposto! É bem legal porque ela é uma mãe gorda, empoderada, engraçadíssima e satiriza toda a questão da maternidade. A série tem uma temporada no ar e já foi renovada devido ao sucesso de audiência! Grazadeus!
Gostaram das dicas? Tem mais séries pra indicar pra gente? Diz aê!
“Nossa, nunca tinha ouvido falar sobre gordofobia! O que é isso? Pessoas gordas também constituem uma minoria? Mas o que gordos querem?”
Calma.
Se você nunca ouviu falar sobre gordofobia ou se você só viu alguma coisa desconexa por aí, nunca se aprofundou ou tem algumas concepções erradas sobre o assunto (tipo “agora vai ser obrigatório ser gordo???”), essa série de textos é para você.
Nos próximos 5 artigos que escreverei para esse site, você vai aprender de forma resumida o que é a luta antgordofobia, pra que ela serve, o que ela quer e como você pode fazer parte. Segura na minha mão e vamos lá!
Parte 1 de 5: Gordofobia não é igual a pressão estética
Você deve perceber por aí que existe um tipo de corpo, aparência, cor de pele, cabelo, tamanho, formato, que é visto como “bonito”, deixando para todos os outros corpos a classificação de “feios”, “exóticos”, “estranhos” etc. Mesmo que todos nós tenhamos um gosto um pouco diferente um dos outros, não dá para não reconhecer que há um corpo específico que sempre vai ser valorizado, seja nas relações sociais, seja na mídia. A gente chama isso de “padrão de beleza”, um conjunto de características que definem a forma como você deveria aparentar para ser considerado bonito e desfrutar de um enorme leque de privilégios sociais.
Diariamente, somos bombardeados pela mídia com esses corpos “perfeitos”, pessoas que são reconhecidas pela sua beleza e que representam a casta “bem-sucedida” da sociedade. Você, pessoa que provavelmente não está dentro desse padrão, acaba se sentindo mal por isso, e começa a fazer o que qualquer pessoa faz dentro de um sistema capitalista: consumir. Compra uma assinatura de revista digital que dá dicas de beleza, adquire vários produtos que prometem te deixar linda, se matricula na academia e mais um monte de outras ações que fazem a roda do mercado girar.
Todo esse sistema só precisa de uma coisa pra existir: a sua infelicidade. Muito provavelmente, nem com todos os produtos e serviços do mundo, você vai se tornar aquela pessoa da revista, e o segredo é exatamente esse. Você vai ser pressionada pra sempre fazer essa roda girar, se achando feia, “fora do peso” e tudo aquilo que você ouve por aí e provavelmente fala dos outros e de si mesma. O nome disso é pressão estética.
Perceba que, para falar de pressão estética, vou me direcionar principalmente às mulheres. Isso não quer dizer que homens também não sofram desta pressão – principalmente aqueles que não se identificam com os estereótipos masculinos, como pessoas LGBTs e afins – mas sem dúvida nenhuma, mulheres sofrem em uma escala muito maior que homens nesse quesito.
Dentro da pressão estética, vão falar do seu corpo. Vão dizer que ele é maior do que deveria. Vão te chamar de gorda. Vão dizer que “toda mulher está sempre 3 quilos acima do ideal”. Isso tudo é perverso, doloroso e pode acarretar um número enorme de questões psicológicas…
…o que não quer dizer que você está sofrendo gordofobia.
Dentro do espectro possível dos corpos humanos, vemos uma infinidade de variações que vão das mais magras até as mais gordas. O corpo humano é vivo e fluido, e pode transitar nesse espectro de acordo com todas as interações que faz com o mundo. A partir do ambiente, alimentação, relações sociais, genética e outros vários fatores internos e externos, o corpo humano passa a se apresentar em um formato específico, que vai mudando de acordo com a mudança desses fatores.
Mesmo que aparentemente acreditemos que o formato de nosso corpo depende única e exclusivamente da nossa vontade de mudá-lo, a ciência hoje cada vez mais entende que temos muito menos controle sobre o nosso corpo do que acreditamos ter. Por ser um resultado multifatorial, com muitos desses fatores fora de nosso controle, na maioria das vezes, não é possível lutar contra esse sistema de forma efetiva, muito menos mantê-lo sob controle por muito tempo.
Pensando dessa forma, passamos a entender que todos os corpos desse espectro são válidos, afinal, você é só mais um ser humano como qualquer outro, certo?
Errado.
A gordofobia é o sistema que faz pessoas serem julgadas moralmente pelo o tamanho de seus corpos. Esse sistema de opressão escolhe um ponto do espectro dos corpos e o delimita como “normal”, passando a perseguir tudo o que está além deste ponto. Repare quando eu digo que a perseguição é para os corpos além deste ponto. Afinal, nossa sociedade bate palmas para a magreza, seja ela excessiva ou não, mas condena pessoas gordas. Não é exatamente uma preocupação com a sua saúde, mas vou falar mais sobre essa questão num próximo texto.
Quando você é gordo, você é excluído sumariamente do convívio social, e isso está claro no mundo que te cerca. Nada é feito pra você. Cadeiras não te aguentam, catracas entalam, poltronas não te cabem, roupas não são feitas para o seu tamanho. Ser gordo quer dizer não ter direito de desfrutar o mundo, afinal, ele é feito para “pessoas normais”, e você não é considerado normal.
Mas a opressão não está só no mundo material, mas também no mundo subjetivo. Pessoas gordas carregam diversos estigmas, independente de suas personalidades individuais. São vistas como pessoas sujas, relaxadas, preguiçosas. São excluídas do mercado de trabalho como se seu corpo fosse testemunha de sua capacidade. São usadas como forma de entretenimento e retratadas sempre como estranhas, excêntricas, exageradas. Na mídia, pouquíssimas pessoas gordas ganham espaços que não dependam diretamente do tamanho do seu corpo, por exemplo, a gorda engraçada ou a gorda que quer emagrecer.
O que era para ser só mais uma característica de um corpo humano, assim como tantas outras que temos, passa a se tornar um estigma. Se você é gordo, você obrigatoriamente é (adicione vários outros adjetivos degradantes aqui).
Atente para o fato de que até agora, não falei sobre a questão estética de ser gordo, e isso não é por acaso. Pessoas gordas não estão dentro do padrão estético, então é claro que vão ser consideradas feias para aqueles que vivem sequestrados dentro desse sistema. Mas minha escolha por ignorar esse fato nesse texto tem também outro objetivo. Normalmente, pessoas desinformadas acreditam que a luta contra a gordofobia é sobre beleza. É sobre obrigar pessoas a acharem gordos bonitos. E isso não pode estar mais longe da realidade.
Dizer que uma pessoa gorda deve ser considerada bonita está dentro da luta de tentar quebrar o padrão de beleza. De tentar mostrar que o ser humano é bonito pela sua diversidade, não pela sua padronização. De lutar contra o mercado que se alimenta da infelicidade. Pessoas fora do padrão são consideradas feias por diversas características, incluindo não serem magras. Nada disso é gordofobia. É só a pressão estética agindo e dizendo “ou você é assim ou você não é considerado bonito”, ponto.
Estar fora do padrão estético vai, sim, te trazer alguns problemas. Vai, sim, te fazer sofrer se você quiser continuar dentro desse sistema. Mas não vai fazer você ser considerado uma pessoa doente. Ninguém vai dizer que você vai morrer cedo. Nenhuma cadeira vai quebrar com seu peso. Você não vai ser impedido de ir ao cinema por não ter onde sentar ou de sair na rua porque nenhuma roupa te cabe. Mas a gordofobia vai.
Perceba que a gordofobia não é uma versão “agravada” da pressão estética. Toda pessoa gorda sofre pressão estética, por não estar no padrão. Mas nem toda pessoa fora do padrão sofre gordofobia. Você pode, sim, olhar no espelho um dia e falar “dane-se que eu não sou loira” ou “dane-se que eu não tenho barriga negativa”. Mas você não pode olhar pra uma cadeira e falar “dane-se que você não me aguenta, eu vou sentar assim mesmo”. Se você for em uma consulta médica, nenhum profissional vai dizer que sua tosse é culpa da sua falta de depilação. Mas uma pessoa gorda sai até do oftalmologista com prescrição de dieta, sem nem um exame sequer além do visual.
Gordofobia é a visão de que toda pessoa gorda é doente, e pior, é doente porque quer. Afinal, qualquer um pode fechar a boca e emagrecer, né? Se ela não faz isso, é porque é relapsa (“sabe que vai morrer e não faz nada?”), preguiçosa (“não consegue nem levantar pra fazer um exercício!”), descuidada (“desse tamanho, não pode ter nenhum cuidado consigo”), e por aí vai. E o que uma pessoa dessas merece? Lógico, ser humilhada, excluída, desrespeitada. Ser tratada com subhumana, até o momento que ela “caia na real” e resolva se tornar um ser humano novamente.
Percebe como é muito além de só não ser bonito?
Na escala de tamanhos de corpos, é muito difícil dizer onde a gordofobia começa. Não dá pra dizer que a partir de tal peso ou de tal tamanho de roupa, você passa a sofrer gordofobia. Aqui, vale uma reflexão individual. Mesmo que eu não tenha o corpo padrão, será que eu sofro desumanização? Será que o mundo não me cabe? Será que todas as minhas características individuais são apagadas pelo tamanho do meu corpo?
Assim, você descobre se sofre ou não gordofobia.
No próximo texto, vamos falar sobre a questão de saúde e porque a luta também aponta para a gordofobia médica/científica, mas não se restringe só a tentar mostrar que ser gordo nada tem a ver com ser doente.
Sabe quando você está namorando, mas tem aquela sensação de que algo não vai bem? A pessoa diz que te ama, mas te força a mudar, não gosta quando você sai com os amigos, questiona os seus gostos e parece querer que você seja diferente do que é. Pois é, isso é um relacionamento abusivo. E quando a gente tem a autoestima baixa, estamos vulneráveis para entrar nesse tipo de relação. Entenda mais abaixo e veja dicas de como fugir dessas situações e aumentar sua autoestima!
Entenda melhor a relação autoestima baixa x relacionamento abusivo
O que significa autoestima baixa? É um sentimento de menos valia, que cai diretamente na insegurança consigo mesma, fazendo com que a pessoa se veja sempre de forma negativa. Em casos mais extremos é uma das origens da depressão, principalmente quando a pessoa deixa de sair, socializar e prefere ficar sozinha.
Então qual a relação com relacionamentos abusivos? Quando a pessoa está nesse estado de autoestima baixa, ela se torna vulnerável para qualquer tipo de sentimento amoroso e carinhoso. Se alguém a trata com afeto, a chance de se apegar é grande. É fácil entender com essa comparação: é como ainda é, hoje em dia, para comprar roupa plus size em loja de departamento. Quase não tem nenhuma do seu tamanho. Quando tem, a gente compra a que serve, por que precisamos, certo? É mais ou menos isso.
Quando alguém se interessa, vai atrás, fica em cima de você, você se apega em dois segundos naquela pessoa, muitas vezes sem nem avaliar se ela é boa ou não para a sua vida. Eu não estou falando que TODO MUNDO que tem baixa autoestima entra em relacionamento abusivo, mas apenas que há grandes chances disso acontecer.
Saiba como identificar um relacionamento abusivo
A primeira coisa que você precisa saber é: nem toda violência é física. Aliás, a grande maioria das que são começa na agressão psicológica. Veja, abaixo, uma lista de situações para você identificar se está ou não em uma relação abusiva.
Se você acha que seu relacionamento é abusivo, há grandes chances de realmente ser. Onde há fumaça, há fogo;
É comum ele te fazer sentir que está sempre errada, dando a impressão de você nunca fala nada de bom, que é burra e não sabe o que diz;
Ele controla a sua vida e acha que isso é um direito dele, impedindo que use certas roupas, maquiagens, não veja seus amigos, nem tenha amigos homens, e quer validar até a forma como você gasta seu dinheiro;
Ele fala constantemente que ninguém vai te amar como ele e faz chantagem dizendo que se você não fizer do jeito que ele quer, ele vai embora e te larga;
Se você não concorda com ele, é chamada de louca. Ele questiona sua sanidade e acha que tudo é “drama” seu;
Você faz coisas contra a sua vontade por medo da reação dele, inclusive no sexo;
Ele não fica feliz com as suas realizações e sempre dá um jeito de te colocar pra baixo, mesmo quando você está feliz e quer compartilhar com ele;
Ele te isola dos amigos e da família e odeia que você faça qualquer tipo de programa sem ele;
Ele te culpa pela agressividade dele com você, dizendo que você “pediu” ou que o “tirou do sério”;
Ele não bate em você, mas quando brigam ele soca paredes, mesas, quebra coisas;
Ele grita com você;
Ele te bate;
Depois de ser agressivo e violento, pede desculpas e diz que não vai mais fazer isso, mas repete.
Dicas de como sair de um relacionamento abusivo
Se você identificou que está em um relacionamento abusivo, a primeira coisa que você precisa saber é: a culpa não é sua! Para sair disso, converse com pessoas de sua confiança e fale tudo que está acontecendo. Você também pode ligar pra Central de Atendimento à Mulher (180), que funciona 24h, e até mesmo a Delegacia da Mulher.
E vale lembrar que eu falei tudo de forma heteronormativa, mas não é apenas em relacionamentos heterossexuais que existe abuso. E, sim, as mulheres também podem ser abusivas, apesar de ser uma taxa incrivelmente menor em relação aos homens.
Como aumentar a autoestima?
A principal dica é: autoconhecimento é tudo. Mas nesta matéria aqui (clica aqui, amiga) você vai ter 9 dicas incríveis de como iniciar o processo de amor-próprio e desenvolver sua autoestima! Lembre-se, sempre: você não está sozinha!
Quem não gosta de se inspirar com histórias de sucesso? E quando vem de uma mulher gorda a gente faz o que? Bate palmas lentas de orgulho, né não? Conversamos com a DJ, jornalista e empresária Flávia Durante, que comanda o maior bazar plus size do Brasil, o PopPlus, em São Paulo. Na entrevista ela conta como começou no mercado plus size, fala das dificuldades que teve enquanto gorda, sobre moda e dá dicas para quem, assim como ela, quer empreender. Se liga só!
Como você começou no mercado plus size? Foi uma motivação pessoal?
Eu comecei trabalhando com isso em final de 2012. Sabe aquela coisa de jornalista para ganhar um dinheiro extra no fim de ano? Eu juntei 500 reaise comprei tudo em biquíni da fábrica de onde eu costumava comprar no Guarujá, já que eu sou da Baixada Santista. Só que eu não tinha muito tempo de ficar vendendo, indo de porta em porta.
Aí eu tive a ideia de fazer um bazar para ajudar a vender as peças e juntar outras marcas que eu já consumia na época, com a moda plus size mais moderna e mais alternativa que estava começando a aparecer na época. Foi uma motivação profissional e pessoal também!
Qual a diferença que você vê do mercado plus size de quando você começou para os dias de hoje?
Eu comecei a engordar depois de adulta, quando mudei para São Paulo, depois de uns 20 e poucos anos. Antigamente eu tinha três opções de compra, né. Na seção masculina, de grávidas ou roupinha de senhora em lojas de departamento. Sendo que eu era jovem. Era muito ruim, pois isso me limitava totalmente. Eu vejo hoje fotos minhas antigas e me sinto mais velha do que hoje, que tenho 40. Embora ainda precise melhorar muito, está bem melhor do que era há 10/15 anos.
O que o PopPlus representa na sua vida e na das pessoas que vão?
Uma mudança que eu nunca imaginei na vida. Eu sou jornalista de formação, sempre trabalhei com internet, assessoria de imprensa, música, noite, comportamento… Nunca tinha trabalhado com moda, até rejeitava, justamente porque achava um assunto chato e não me sentia representada.
Foi a partir de 2009 que eu comecei a me interessar, quando uma ex-chefe minha me convidou para ser editora de lifestyle do portal Vírgula. Aí falei pra ela ˜tem certeza? Eu não entendo nada˜. E ela disse que queria justamente alguém que passasse uma linguagem da moda popular para o jovem.
Comecei a chamar as blogueiras plus que estavam começando a surgir no Brasil para fazer reuniões de pauta, trocava ideia etc. Foi aí que tomei conhecimento de moda e pude entendê-la de forma mais séria, que vai além do vestir uma roupa.
Sendo assim, fico muito feliz que o PopPlus ajuda a mudar a vida das pessoas para melhor. E não só dos clientes que vão, mas também de pessoas que descobrem como se expressar, como também dos empreendedores que participam. Tem marca que está praticamente há 5 anos comigo, como a Chica Bolacha, e crescemos juntas. Meu lema é “nunca diga nunca”. Eu rejeitava moda e hoje vivo disso totalmente feliz.
Você contribuiu para a mudança de muitas marcas; como se sente a respeito disso e o que você acha que fez para que isso ocorresse?
Eu fui uma das peças desse motor. As blogueiras começaram a surgir em 2008/2009, a Flúvia Lacerda, os eventos de moda plus size… O meu papel foi trazer essa linguagem mais jovem para a moda plus size, misturar com festa, mostrar que ela precisa ser diversa, que não é só senhora ou só sexy, que tem a fashionista, a hipster, esportista…
O que eu fiz foi trazer diversidade para a moda plus size e mostrar que ele não acaba no 48 ou 50. Faço questão que as marcas atendam, no mínimo, até 54 ou 56 e, se for 60 ou mais, melhor ainda. Se a marca não atende no mínimo 54 eu nem olho, nem passa no filtro. O papel do PopPlus foi mostrar a representatividade das gordas maiores, quebrando o padrão do próprio plus size, que acabou se criando infelizmente.
Atualmente é não ser vista como aquela coisa exótica, engraçadinha, fofinha, muito menos como uma pessoa que faz corpo mole. Eu e várias mulheres estamos mostrando que temos muito mais para mostrar para o universo profissionalmente, artisticamente etc. Mas o maior desafio é quebrar esse estigma, que traz preconceito. Nenhuma marca quer aliar seu nome a gente que é “doente”, “preguiçosa”.
O maior desafio é mostrar que não é nada disso, que a gente é ativa, saudável, consome e tem muito a servir a sociedade e ao Brasil, trazendo benefícios e gerando empregos. Olha quanta renda a gente gera no PopPlus! Isso não pode ser ignorado, ainda mais em tempos de crise.
Você que também é DJ sentia problemas com a falta de roupas para balada? Como se sente agora?
Exatamente um dos motivos que me fez criar o PopPlus foi essa falta de opções de roupa para balada. Anos atrás não era essa coisa descolada que temos hoje em dia, com blusa de tule, calça destroyed… Hoje temos muita opção perto do que era antes. Ainda são coisas mais artesanais e não tão acessíveis para a população em geral, sendo difícil de achar, poucas peças, mais caras… Mas já conseguimos encontrar muitas marcas legais. Eu brinco que a Oh, querida! e o Clube da Meia-calça são a alegria da clubber gorda hahahah!
Quais seus planos para o futuro como empreendedora?
Vejo que tem muita gente talentosa, mas às vezes falta mão e verba para melhorar. Então agora estou fazendo esse trabalho de fomentar o trabalho plus size nacional oferecendo workshops, consultorias, cursos etc. Minha ideia agora é isso e, depois, oferecer outros cursos também, como marketing, merchandising, visual. Tudo que possa melhorar o mercado e o trabalho de todo mundo.
Qual a dica que você dá para quem está começando no mercado plus size?
É ter comprometimento com o que você vai fazer e levar muito a sério. Saber que é um trabalho duro. Eu mesma já faço o PopPlus há 5 anos e estou me dedicando exclusivamente há apenas um ano, e mesmo assim não consigo viver só disso. Faço meus freelas de jornalista e DJ para pagar minhas contas, mas eu vislumbrei isso e vou continuar aperfeiçoando. Hoje em dia consigo delegar, tenho sócio, parceiros e funcionários porque sozinha não dá!
É importante saber também que não vai ganhar dinheiro de uma hora pra outra. Não é um oba-oba. Por isso é importante fazer planejamento de mercado, estudar, se estruturar.
>>>O bazar plus size PopPlus continua sendo 4 vezes por ano: março, junho, setembro e dezembro em São Paulo, com edições esporádicas e temáticas. Conheça: http://popplus.com.br
Você sabe o que é body positive? Na tradução literal do inglês significa imagem corporal positiva. Tá, mas o que isso quer dizer na prática? É simples: é você ter um olhar positivo e sincero para com a sua imagem e também a dos outros. É deixar de lado padrões do que é ser feio ou bonito e enxergar beleza em todos. Parece complicado, né? Mas se liga aqui que vou explicar como EU, Alexandra, entendo e vivo isso. E podexá que vou te dar dicas para iniciar nesse universo maravilhoso 😀
A primeira dúvida que vem à cabeça das pessoas que começam a se olhar de forma positiva e carinhosa é: “Então eu não posso mudar mais nada?”. Miga, você não é obrigada a nada! Não é nenhuma religião, é você quem trilha e cria esse processo.
Ter uma visão positiva sobre você NÃO É não mudar nada. O que muda é a forma como você pensa sobre isso: será que eu preciso mesmo? De onde vem essa vontade de fazer uma lipo? Não é se conformar com quem você é e pronto, é entender que ter uma visão positiva sobre você mesma é prerrogativa para viver em sociedade.
Continuando no tema do conformismo: você se olhar de outra forma não é colocar embaixo do tapete o lado negativo. A grande diferença é que você vai parar de dar TANTA atenção para o que você não gosta e ressignificar esse não gostar – se for ÓDIO isso é mais urgente ainda.
Ou seja, é você entender porque não curte aquela parte do corpo, mas não focar apenas nisso. Você ir à praia com as estrias aparecendo não é uma questão de vida ou morte, entende? Mesmo que não goste delas, porque deixar de fazer algo por isso?
Eu sei que é difícil, pra mim também foi, mas comece a enaltecer o que mais ama em você, miga. Logo essas coisas vão deixar de ser o foco da sua existência e se tornar detalhes. Mas, ratificando aqui: você pode fazer o que quiser e mudar a hora que estiver a fim, não há regras, o que existem são dicas para facilitar sua vida 😉
Pode anotar: quando você iniciar esse novo olhar por você isso vai se expandir para os outros. A lógica é simples: se amar e se ver de forma positiva é muito mais difícil do que externar isso. O caminho mais difícil você passa ao começar a se trabalhar, então o externo fica mais simples, apesar de exigir mudanças.
Um exemplo meu: sabe quando você é gorda, não se aceita, e coincidentemente nunca se interessa por um homem gordo? Isso é espelho. A partir do momento em que o seu corpo não for mais uma questão, naturalmente sua percepção do que é bonito muda. Vai por mim que é maravilhoso 😀
Dicas práticas de como ser body positive e mudar sua imagem corporal
Bom, depois de todas essas teorias, vamos à prática. Existem algumas dicas simples que vão te ajudar a iniciar o processo body positive. E,como eu falei, exige força de vontade e ação para que isso tudo role. Se liga:
Reveja quem anda com você: o ditado “diga-me com quem andas e direi quem és” é super válido. Às vezes temos amizades tóxicas, relacionamentos abusivos e estamos rodeadas de pessoas que apenas nos colocam pra baixo, não nos incentivam… Você sabe identificar quais são essas pessoas, né? Que tal tirá-las da sua vida OU dar menos espaço?
Pare de se comparar: a comparação é a pior coisa que existe se você quer entrar num processo de positividade corporal. Não enxergue as outras mulheres como rivais. É uma visão machista e muito maléfica para que a sororidade prevaleça e só vai te fazer mal.
Pare de seguir quem te faz mal: sabe quando você entra no Instagram da musa @fulana-que-tem-vida-perfeita e se sente UM LIXO? Fica um tempão rolando o feed, pensando como ela é feliz, tem um corpo perfeito e inatingível etc. Pois é, se você vai para esse lado de se sentir mal, pare de seguir essas pessoas. Não vale à pena e, mais uma vez, gera comparação da sua vida com a dela. Um mar de insatisfação, né, miga?
4. Comece a ter referências de corpos reais: crie um novo feed inspirador, com pessoas de todas as cores, tamanhos, tipos de cabelos e estilos diferentes. É importante que você siga e se inspire em gente que é que nem você, que tem alguma característica como a sua, sabe? Se você tem cabelo afro, por que não seguir meninas com black power maravilhoso? Quando você se vê representada tudo muda e seu olhar do que é BONITO também.
5. Tenha paciência com você e com os outros: quem está passando pelo processo body positive é você, não os outros. Então pode rolar gente que não te entenda e pode ser que você fique mal, caia, ache que não tem nada a ver. Nada, menina! Tenha paciência contigo e com os outros e saiba que é dia após dia, é um processo, e estamos todas juntas, beleza?
Empoderamento. Uma pesquisa feita pelo Instituto Bernardo Fala atesta que 93,87% dos textões de internet possuem essa palavra em algum lugar. Enquanto uns vários tentam buscar a formula mágica para o tal empoderamento, outros criticam a banalização do termo. Banalizado ou não, é relativamente simples entender o que é “empoderar-se“. É só atentarmos para o significado da palavra no dicionário:
Empoderamento (substantivo masculino): Ato ou efeito de dar ou adquirir poder.
Numa sociedade que constrói a ilusão de que seu valor está atrelado a como você aparenta, como você se veste, o que você consome e quem você conhece, que cria uma ambiente hostil para fazer você acreditar que você não é o suficiente e que você precisa se provar o tempo inteiro, o empoderamento nada mais é do que o processo de tentar trazer esse poder pessoal de volta. Aprender que sua vida vale por ela própria, não pelo o que acham dela. Mas, mesmo que tudo isso pareça ser muito óbvio, mudar nossa autopercepção não é tão simples quanto entender algo racionalmente. Depende também de compreender de forma emocional, profunda, o que acaba tornando a jornada um desafio.
Seguir fórmula mágica de empoderamento é que nem comprar roupa de tamanho único: não serve pra quase ninguém. Empoderar-se é um trabalho individual, que depende de revisitarmos nossa própria história. Mas, mesmo com todo esse caráter único, alguns momentos desse processo costumam ser parecidos para um grande número de pessoas.
Se eu pudesse dar uma dica de como começar, sem dúvida seria através da observação. Parar e investigar na sua rotina todas as formas, concretas ou sutis, que a sociedade retira ou nega seus direitos. Você vai começar a perceber que, mesmo que a forma seja diferente para cada uma das pessoas, grande parte dessas ações se baseiam em lógicas parecidas.
No caso das identidades sociais, você vai notar que uma forma muito eficaz que a sociedade tem de atacar um determinado grupo é criando estereótipos, uma lista fictícia de coisas negativas que todas as pessoas daquele grupo supostamente praticam. Por exemplo, dizer que pessoas negras tem tendência maior a roubar (e por isso são perseguidos pela polícia) ou que todo gay é promíscuo (e por isso não pode doar sangue) e diversos outros tipos de comportamentos que são atribuídos a grupos só pelo fato deles terem uma característica específica.
Na prática, isso causa não só um enfraquecimento daquele grupo como um todo, mas também um movimento de rejeição dessas identidades por parte das próprias pessoas que fazem parte delas. Quantos gays você conhece que falam por aí que “pode ser gay, mas não pode ser viado”?
E sabe que outra identidade cai nessa armadilha de falar contra si mesmo e muitas vezes nem percebe? Pessoas gordas.
Plus size, gordinha, cheinha, gordelícia, fofinha… são infinitos os termos usados para não falar diretamente sobre seu tamanho de alguém. Falar que alguém é “gordo” parece uma ofensa absurda, como se isso não estivesse só constatando o óbvio. Pior ainda quando todos esses termos, a primeira vista, parecem trazer um lado “positivo” para o ser gordo, o que parece ser ótimo. Mas é só a gente parar para pensar um momento e reconhecer aonde está a armadilha: se eu preciso de um termo pra suavizar o fato de eu ser gordo, eu estou afirmando que ser gordo é algo ruim.
Toda a delicadeza do outro em dizer que “você não é gorda, é plus size”, não é um elogio, mesmo que pareça muito. É a mesma coisa que dizer que uma pessoa negra “é só moreninha”, ou que fulano “é gay mas é macho”. Cada vez que a identidade real é substituída por algo que a suavize ou a “corrija”, aquela pessoa só está reforçando a ideia de que aquela identidade é negativa.
Aqui, voltamos para o empoderamento. Se empoderar-se é “retormar o poder”, não sentir que seu valor está atrelado a opinião do outro, não há retomada maior do seu poder pessoal que ter orgulho de sua própria identidade. Nua e crua, sem rodeios, sem correções e sem amenizações. É entender que dizer “sim, eu sou gorda” só está falando do tamanho do seu corpo e nada mais. Afinal, ser gordo, ser negro, ser LGBT, é somente uma característica que não diz NADA além do que a própria característica.
Ser gordo não te torna automaticamente preguiçoso, doente, feio ou nada daquilo que é normalmente associado a pessoas gordas. Ao contrário, ser gordo e não ser nada daquilo que acham que você é, é a forma mais contundente de mostrar que esses estereótipos não tem qualquer fundamento. E isso não é só para provar para os outros, mas para mandar uma mensagem para você mesmo. Afinal, como você vai começar a aceitar seu corpo gordo se você não tem nem coragem de dizer essa palavra em voz alta ou se identificar com ela?
Enquanto você fugir da palavra gorda ou aceitar que ela seja suavizada, vai continuar, mesmo que inconscientemente, achando ser gordo algo digno de vergonha ou de ser escondido.
E ai, não se engane, não há empoderamento que resista.