Modelo photoshopada se revolta e causa na internet

A polêmica do dia é sobre a modelo Meaghan Kausman, uma australiana que foi convidada para posar para a Fella Swim, uma marca de biquínis. O problema é que quando ela viu o resultado da foto ficou assustada e revoltada: a modelo photoshopada e com a barriga e pernas bem mais finas que as suas reais – detalhe: ela já é magra!

Inconformada, compartilhou a foto do antes e depois com Photoshop em seu Instagram e deixou o recado: “esta manhã eu fiquei extremamente chocada ao ver que a Fella Swim tinha compartilhado uma versão photoshopada da foto original do Pip (fotógrafo especializado em fotos embaixo d’água) em sua página do Instagram. Meu corpo foi drasticamente modificado, afinando minha barriga e coxas em uma tentativa de me encaixar no ideal cultural de beleza. Acima é a versão da marca, abaixo é a versão real. Meu corpo é um tamanho 8, não é um tamanho 4. Esse é o meu corpo! Eu me recuso a ficar quieta e permitir que qualquer empresa ou pessoa perpetue a crença de que “mais fino é melhor”. Todas as mulheres são bonitas e têm diferentes formas e tamanhos! Esta indústria é louca!!!! Não está certo alterar o corpo da mulher para fazê-la parecer mais magra. NUNCA!

 

Veja a foto da modelo photoshopada:

 

 

O que Meaghan Kausman fez é digno de aplausos e motivo de orgulho, porque enquanto muitas mulheres escolhem justamente as fotos em que saem mais magras para publicar ou ficam bem felizes em saírem mais magras em um ensaio, esta modelo – que vive do corpo, vejam – se levantou contra uma marca que admirava e botou a boca no trombone contra essa indústria louca, que sobrevive por fazer as mulheres acreditarem que não são bonitas o suficiente para serem felizes.

Nós bem sabemos que é uma prática comum no mercado fazer o que a marca de biquínis fez e photoshopar todo o corpo das modelos até que elas se tornem irreconhecíveis até para elas mesmas. Porque não basta ser magra, ser modelo… Tem que ser impossível, irreal. Mas o que aconteceria se TODAS as modelos que são drasticamente modificadas resolvessem se rebelar?

O que aconteceria se todas as mulheres resolvessem se revoltar (como nós fazemos as vezes por aqui)?  Será que se as mulheres parassem, pensassem e realmente desejassem, assim como essa modelo, ver seus corpos reais estampados nas fotos, será que as marcas continuariam a fazer esse absurdo?

Se a maioria das mulheres não estivesse tão cega nessa inércia maluca dos padrões de beleza e realmente acreditasse que elas podem ser felizes com o corpo que têm, aí marcas como a Fella Swim só atrairiam publicidade negativa (lembram da Abercrombie?). Mas enquanto as pessoas ainda escolherem “aquela foto em que meu braço saiu mais fino” e deixarem de lado aquela “foto ótima mas que eu saí com papo” de lado, as marcas vão, sim, se aproveitar dessa inércia para montar em cima e ganhar dinheiro por conta das inseguranças da mulher que sempre teve sua autoestima, naturalidade e beleza massacrada pelos padrões.

Por isso meninas, é o meu grito aqui, o da Meghan na austrália e o de tantas outras mulheres ao redor do mundo: AME-SE! Ame seu corpo como ele é, ame suas curvas, aceite as suas diferenças e a dos outros, aceite que nós somos únicas e cada uma com as suas particularidades. Mudar é bom, sim, quando você deseja, mas desde que isso parta de dentro e não da exigência de um mercado ou da cobrança alheia. 

Bom, acho que falei demais, mas me contem aí, o que vocês acharam desse caso? Fariam o mesmo?

 

Por hoje é isso

 

HUA HUA

BJÓN

 

#EMBRACE: documentário passa a mensagem “ame seu corpo”

 

Esses dias li um comentário que revirou o meu estômago. Em uma galeria de fotos de um desfile plus size de um site grande, o primeiro comentário era de uma menina que dizia: “ridículo. Não encontro outra palavra para descrever a hipocrisia da situação. Essas mulheres que supostamente, se aceitam gordinhas, se amam como são, estão mentindo! Querem morrer quando vêem uma mulher magra e linda passar em sua frente e dariam um rim por um corpo magro e bonito. É triste tentarem nos vender a idéia de que ser gordo é bonito, é bom. Essas mulheres devem sofrer pacas para amarrar um sapato, abotoar uma calça. Gente, se aceitar é muito diferente de mentir“. (Só tive vontade de responder na hora: não, sua ignorante, eu sou plus size e nunca sofri para amarrar o sapato e também não sofro para abotoar minhas calças 50 que me fazem mais feliz que a tamanho 36, beijos. Mas tive preguiça…)

Esse não é o primeiro comentário que ouço do tipo e até eu já fui até atacada com esse tipo de julgamento (de acharem que meu amor era hipocrisia). A verdade, querida leitora, é que, como você pode ver pelo comentário acima e outros semelhantes, se você não gosta do seu corpo, você não é a única. A real é que uma pessoa que faz um comentário desses, na verdade está falando do próprio corpo. E pouco importa se ela é magra ou gorda, importa só que claramente essa pessoa não consegue aceitar que alguém ame o que vê no espelho, pelo simples motivo que ela mesma não consegue – daí a crença na impossibilidade de tal situação. Sinto pena e acho recalque…

Mas, como a vida é justa, aconteceu que, EXATAMENTE no mesmo dia, uma leitora me apresentou essa pessoa incrííííível….

O antes e depois do avesso: Taryn teve mais de 3 milhões de likes nessa foto

Então, não vamos transformar o caso todo em um exemplo infeliz, vamos trazer a discussão para o lado positivo. A verdade é que não importa como é a sua imagem na frente do espelho e, sim, o que você tem dentro da cabeça. A prova disso é a Taryn Brumfitt (a moça da foto acima), uma fotógrafa que odiava com todas as forças o seu corpo plus size e que, um dia, resolveu mudá-lo. Começou a emagrecer, fazer academia, entrou até para concursos de beleza … E nada, absolutamente nada, mudou! Ela continuou odiando o seu corpo magro, da mesma forma que odiava o gordo.

Certo dia ela estava em uma praia e uma completa desconhecida levantou ao seu lado e gritou: “Oh! Olha lá! Tem uma outra mulher com só um peito, igual a mim!”. Quando Taryn olhou as duas mulheres haviam perdido um peito e elas estavam lá felizonas na praia, amando seus corpos. E foi aí que ela se deu conta de que as mulheres são sempre levadas a acreditar que elas não são bonitas o suficiente, são levadas a acreditar que têm que ter mais peito, menos celulite, menos gordura, mais bunda, mais cabelo, menos estrias, etc. As mulheres sempre são instigadas a ficarem infelizes consigo mesmas – e propagam esse tipo de pensamento, como visto no inicio do post o comentário desagradável.

Pensando nisso ela resolveu criar um movimento chamado The Body Image Movement e entrevistou mais de 100 mulheres pedindo para que elas descrevessem seus corpos em uma só palavra. O resultado? Triste. A maioria escolheu uma palavra pejorativa.

Para mudar a mentalidade das pessoas e mostrar que SIM VOCÊ PODE SER FELIZ COMO VOCÊ É, ENTÃO AME SEU CORPO ela resolveu fazer um documentário chamado #EMBRACE. A fotógrafa fez um teaser onde mostra um pouco das entrevistas, de sua vida e de suas inspirações, assista:

 

 

Eu achei emocionante, primeiro porque eu passei pela mesma situação (já fiquei magra e continuei odiando meu corpo, só fui me amar depois de gorda) e segundo porque me dói o coração ver pessoas lindas e perfeitas, achando seus corpos “nojentos”, “imperfeitos” e outras coisas absurdas que apareceram no vídeo. Mas a verdade é que a maioria das pessoas acha seu corpo feio e eu pergunto, por quê?!?! Meninas magras, gordas, altas, baixas e tantas outras acham que são imperfeitas, acham que têm muito para melhorar, mas nunca se dão conta que o ideal não existe e que elas já são lindas. 

Existem meninas como a pessoa que fez o comentário do início do post, pessoas que não acreditam que é possível amar seu corpo do jeito que é. Mas, gente, é possível, sim! E se você é gorda e acha que se amaria mais se fosse magra, eu te digo uma coisa: você não vai se amar mais se emagrecer! Você pode se amar mais porque começou a se cuidar mais, começou a ter mais vaidade, começou a se sentir mais confiante, mas isso não tem NADA a ver com o peso que tem na sua balança. Se você se prestar mais atenção às suas qualidades do que aos seus defeitos, vai começar a se amar do jeitinho que é (magra ou gorda). Enquanto se ficar aí, esperando emagrecer para se achar bonita, só vai ficar cada vez mais infeliz.

Por isso acho importante falar e compartilhar esse tipo de projeto, esse tipo de vídeo e esse tipo de post, porque É NOSSA OBRIGAÇÃO ajudar todas as nossas amigas a se enxergarem como elas são: lindas e perfeitas. E não importa o que digam…

 

Como eu posso ajudar?

Se você gostou da ideia do documentário, a Taryn está arrecadando doações nesse site aqui para conseguir finalizar as gravações e edições do seu projeto. Se não puder doar uma quantia, já ajuda muito compartilhando a ideia para amigas e pessoas que se interessam pelo assunto!

 

Por hoje é isso meninas, o texto ficou enooorme mas acho o assunto super sério e muito válido. O que você achou? Me conta tudo aí nos comentários e vamos lá pro meu facebook conversar mais

 

HUA HUA

BJÓN

 

Preta Gil na capa da revista Nova de dezembro

Olá queridas, vocês viram a Preta Gil na capa da Nova de dezembro?!!? O que acharam?

 

O que eu achei da capa? ÓTIMA. Por quê? Porque é uma gorda que já sofreu e sofre (como todas nós) por causa disso, com braços largos e cheios de celulite, com um vestido cheio de cores, brilhos e muito bem servido no decote. Tá gorda? Tá sim. Tá sexy? Tá sim. Tá brasileira? Tá sim. Tá real? Tá sim! (obs: antes que alguém fale da barriga, se você assiste “Medida Certa” tá ligada que a preta fez umas mil cirurgias na barriga e que, sim, a barriga dela é chapada sem Photoshop)
Me surpreendi com as celulites no braço dela, isso porque eu também tenho então não é uma novidade para mim. O que é novo aí, é que é a primeira capa de revista, que eu já vi, que não passou 800 camadas de Photoshop para fingir que ela tem um braço lisinho de menina magra. Fiquei realmente impressionada com a coragem.

Li uns comentários no Facebook da Nova, perguntando “por que ela não saiu de maiô como as outras capas“. Sinceramente? Acho a maior chatice esse negócio. Porra, admite que é uma capa bonita, com uma mulher fora dos padrões. Admite que foi uma puta ousadia e exigiu muita coragem da diretora da revista de desafiar os padrões e, melhor ainda, colocar uma mulher fora dos padrões de forma sexy, de forma bonita, delicada…. A gente vê tanta capa na gringa com gordinhas, mas sempre super revestidas de mangas, casacos, meias, etc. Eu não me importo de ver a Preta de vestido e não de maiô. Eu não preciso que ela esteja de maiô, para achar que ela é tão sexy quanto qualquer outra capa! Eu acho que é ainda mais “louvável” uma mulher ficar sexy de vestido, do que pelada.

Dentro, no recheio, rolou um pouco mais de Photoshop:

Acho válido dizer que a escolha da capa surgiu de uma pesquisa feita com 3 mil leitoras, que apontaram a cantora como a fonte de inspiração feminina. E não é?!

Dá um play aí pra assistir o making of da sessão de fotos da Preta Gil na capa da revista Nova de dezembro:

 

Se quer saber, achei que a Nova fechou o ano dando um tapa na cara da sociedade. Somente.

E você, curtiu a capa? Me conta tuuuudo aí nos comentários e vamos lá pro meu Facebook conversar mais!

 

HUA HUA

BJÓN

Tá tudo errado! Polêmica plus size e desespero da semana

Olá queridas, tudo começou com Isabella Fiorentino falando que o fim da ditadura da magreza é uma “ilusão”, depois sou obrigada a ler em uma revista gringa que Robyn Lawley lançou uma coleção polêmica plus size que vai do 36 ao 48, agora acabo de ver que a próxima novela da Globo vai colocar uma atriz que veste 40 (e ainda engordou para fazer o papel) como gordinha que sofre bullying. O QUÊÊÊÊÊÊ?!?!?!? TÁ TUDO ERRADO!!!

AVISO: Esse é um post absolutamente revoltado, totalmente opinativo e que contém muitos palavrões. Se você é contra qualquer um dos itens descritos, pare por aqui e NÃO leia o resto! 

Vou começar por tópicos, lembrando que qualquer opinião é válida, mas vamos manter a discussão em um nível decente, ok?

ISABELLA FIORENTINO

Como jornalista, sei que algumas edições maldosas podem distorcer o que um famoso quis dizer, o que é claro não justifica de forma alguma a Isabella dizer o que disse. Como filosofou Fabiana Karla no dia que eu a entrevistei: “preconceito todo mundo tem os seus, só que ninguém precisa ficar esfregando na cara dos outros”. Eu não poderia concordar mais, respeito em primeiro lugar sempre. Sem contar que não é toda magra que fica bem em tudo, nem toda gorda que não fica bem em nada. As dificuldades em comprar roupas existem para TODAS as mulheres, porque somos ensinadas a nunca achar que o que é nosso está bom e sempre esperar que a roupa caia em nós da mesma forma que vemos na propaganda ultra mega photoshopada (não acredita? Olha esse vídeo AQUI).

Nós temos sim que acreditar e fazer de tudo para que qualquer ditadura do corpo chegue ao fim e que as mulheres parem de achar que só um tipo de corpo é bonito! Todas somos lindas e únicas. É por pensamentos de mulheres assim, como o da Isabella, que as mulheres passam a vida infelizes em busca de algo que elas nunca vão alcançar. É por causa de mulheres que abaixam a cabeça e são coniventes com os padrões de beleza exagerados, como Isabella, que existem tantas meninas doentes por peso, morrendo de magreza ou morrendo de tristeza quando gordas.  

COLEÇÃO DA ROBYN LAWLEY

Antes de tudo, vou dizer a minha opinião sobre a Robyn: eu acho ela simplesmente maravilhosa e AMO vê-la nas capas de grandes revistas sambando na cara da sociedade, simplesmente porque ela é uma mulher normal, com dobrinhas, com cara de saudável, com uma barriguinha (pequena, mas ainda assim, nada de barriga negativa).

Posto isso, sempre digo que PLUS SIZE nada mais é do que uma nomenclatura da moda criada para chamar as peças que têm numeração acima de 46. Portanto, meu povo, meu mundo, minhas queridas revistas: PLUS SIZE NÃO É QUALQUER MULHER QUE NÃO SEJA RAQUÍTICA. Uma mulher como a Robyn Lawley é só normal! E a numeração de 36 ao 46 é a mesma numeração de qualquer outra coleção, de qualquer outra loja, não é nada plus size. Sorry!

Correção: uma leitora veio me questionar sobre a numeração da coleção, fui checar e me confundi, a coleção vai até o nº20, que no Brasil é equivalente ao 48 (veja a tabela oficial aqui). De qualquer forma, uma coleção plus size que só tem 2 números plus size e uma modelo que veste 40 é muita hipocrisia, não?!

POLLIANA ALEIXO USANDO 40 E ACHANDO QUE TÁ GORDA

É sério isso? É SÉRIO MESMO? CÊ JURA?!?! Ô Globo, vê se toma vergonha nessa cara e pára de tratar esse assunto de forma ignorante, de forma leviana. Do jeito que tá rolando só piora a situação de quem é REALMENTE gorda, como eu, por exemplo. Já é difícil pra cacete convencer uma menina de 12/13/14/15 anos que ela pode ser normal usando 46 ou mais, que ela vai namorar, que ela vai estudar, trabalhar, ser feliz… Agora vai lá, colocar em canal aberto, uma menina que usa 40 (e obviamente não tem nem METADE dos problemas que nós, gordas, temos para comprar roupa, encarar preconceito, superar traumas, etc) como gorda?!?! O que vocês acham que vai acontecer com meninas saudáveis que usam 40 ou 42?! Elas vão achar que estão gordas e vão começar regimes malucos, prejudicar a saúde, entrar em neuras por causa de uma porcaria de uma novela que ao invés de tratar o assunto de forma séria fica fazendo essas presepadas sem tamanho. Vou contar que aqui no Brasil, uma mulher que veste 40 é no mínimo magra – pra não dizer gostosa, como os homens diriam.

Agora, o povinho da Globo, me diz uma coisa: se ela é gorda e sofre bullying, como deveria ser uma menina para não sofrer bullying?!?! 

Será que eu fui a única pessoa não estúpida a fazer esse questionamento?!?!?  Será que os roteiristas, produtores, diretores realmente acham que estarão passando algum tipo de mensagem boa com isso? Ou é só pra gerar audiência fodendo com o corpo feminino, MAIS UMA VEZ?!

 

Ficam aí minhas opiniões sobre os três assuntos, já que várias leitoras queridas me perguntaram tanto.

 

Por hoje é isso,

BJÓN

 

 

Polêmica sobre o corpo “perfeito” de Izabel Goulart

Não podia deixar de comentar a polêmica sobre o corpo da Izabel Goulart que foi considerado pelo site de uma grande revista “o corpo perfeito”. O problema não está no corpo dela em si. Li os comentários disparados contra a modelo – e digo disparados porque foram feitos com tamanha agressividade que viraram praticamente armas nas letras colocadas – e fiquei passada por dois motivos: primeiro porque me dei conta da magnitude que a discussão sobre aceitação de diferentes corpos tinha tomado; segundo porque nessas horas muitas pessoas (não todas) esquecem de refletir sobre a culpa o argumentador e atacam o objeto argumentado – no caso o corpo da modelo.

A gente não sabe como anda a saúde da Izabel, muito menos se ela é “desnutrida” ou “anoréxica”. Sim, ela é realmente muito magra. Mas como colocou uma leitora nos comentários da matéria, ser muito magra não é sinônimo de doença, assim como ser gorda também não é. Acredito que toda aceitação vem do respeito e se a gente espera respeito pelas nossas gorduras extras, devemos, no mínimo, respeitar outros tipos de corpo diferentes dos nossos.

 

Imagem do Projeto Beleza Real

Posto isso, digo que me envergonho desse tipo de jornalismo que rotula, que impõe, que glorifica um lado em detrimento do outro. E penso, em que ano estamos? Jura mesmo que em 2013, com esse movimento tão grande de aceitação, ainda temos que ler que existe somente um tipo específico de corpo perfeito? Como se todas as mulheres desse mundo devessem achar uma coisa bonita, só porque a pessoa que está do lado de lá, protegida por um grande veículo, acha…  E digo uma coisa, todos os corpos são perfeitos. Por mais que tenham defeitos, são lindos.

Então fico pensando, por que eu deveria achar aquele corpo bonito? Ele não se assemelha em nada com o meu: sou baixinha, tenho quadris largos e cintura fina, tenho pouco peito e muita bunda. Nunca, jamais, nem se fizesse mil regimes e emagrecesse a minha última grama de gordura, eu NUNCA ia me parecer com ela – alta, magra, reta e com braços finos. Deixando de lado o meu gosto pessoal e o que eu acho bonito, por que eu acharia aquilo, que é tão distante da minha realidade, “perfeito”?! Por que tem alguém tentando sempre me colocar para baixo, dizendo que aquilo é incrível e, logo, deixando subentendido que o meu não é, já que o “ideal” está completamente distante de mim (e da maior parte das brasileiras).

Nesse mundo é preciso ter um psicológico de adamantium (uma liga metálica fictícia… Referência nerd, desculpa!), porque só assim para se manter concentrada na realidade e conseguir ignorar ou abstrair esse monte de porcaria que nos é enfiado goela abaixo todos os dias. Eu sempre digo que a infelicidade gera dinheiro e que em tempos de capitalismo deixar as pessoas infelizes movimenta a economia. Uma mulher que tenta conquistar o corpo perfeito paga academia, paga comidas caras, paga aula de bike, paga suco detox, paga lipoaspiração, paga o que for para ter um “corpo perfeito”. O que ninguém diz para essa mulher é que ela não vai chegar lá. O que ninguém diz para ela é que ela não precisa se parecer com Izabel, com Gisele, com Isabelli. Ela só precisa se parecer com ela, já que assim como as citadas anteriormente, ela é ÚNICA.

Não me leve a mal, não sou contra o capitalismo, sou contra o modo como as coisas são feitas. E se você leu tudo e chegou até aqui, também deve ser. Eu acredito que estamos sempre dando passinhos para frente, para a evolução, para a liberdade e para a igualdade. Mas quando leio matérias e comentários desse tipo, nos vejo dando dois passinhos para trás. Te faço um convite, antes de dar qualquer passo, vamos pensar, refletir, nos colocar no lugar das pessoas e aí então movimentar nossas pernas mentais?! Vamos aprender a ler e absorver o que nos faz evoluir e esquecer, ignorar, lutar contra o que nos faz retroceder?!

É que vai chegando o verão e de repente o corpo vira uma questão tão maior que qualquer outra. Mas afinal, me parece tão vazio e pobre de espírito uma pessoa deixar que o culto ao corpo tome tanta conta da vida dela e consuma tanto do seu tempo, dinheiro e intelecto… Não é?

 

Enfim meninas, deixo o espaço dos comentários para quem quiser deixar seu ponto de vista, peço só que mantenham respeito e um nível racional de discussão 😉 De resto, sintam-se a vontade para expressar todos os seus sentimentos! Me contem, o que vocês acharam da “polêmica”?!?

 

HUA HUA

BJÓN

Candidata a Miss Bumbum é desclassificada porque engordou

Primeiro vamos ao fato: a organização do concurso Miss Bumbum Brasil informou, ontem, a desclassificação da candidata Andrea do Valle representante do estado do Piauí. O motivo? Ela engordou.

Como boa defensora das curvas e das mulheres, confesso que eu odeio a mensagem implícita nessa desclassificação, a de que se você engordar você não pode ser a mais bonita. Como se um concurso para eleger o bumbum mais perfeito já não fosse ridículo o suficiente,  ele ainda reafirma a ideia de que a mulher deve ser vista como um objeto. Ela deve ser como um bom carro: deve ter as medidas perfeitas para caber na garagem e deve vir sem arranhões – ou caber na cama e sem celulites, no caso.

Recebi hoje o “comunicado” oficial que diz:

A organização do concurso Miss Bumbum Brasil quer informar a desclassificação da candidata Andrea do Valle representante do estado do Piauí. 
 
Andrea teve um evidente ganho de peso desde a realização das fotos de divulgação do concurso. Regra que consta no regulamento no site oficial www.missbumbumbrasil.com.br e deixa claro que as candidatas devem manter o peso e a estética do corpo. 

Ok, curiosíssima para ver o regulamento de um concurso tão sério e tão importante para a humanidade (#ironia) fui ler e, como vocês podem ver com os próprios olhos, NENHUMA parte do regulamento diz que as candidatas não podem ganhar peso. Diz só que:

Art. 7º – As participantes comprometem-se a cumprir a agenda do CONCURSO até o final, durante todo o período, que envolverá compromissos designados pela CONCORRÊNCIA 1 EVENTOS E PROMOÇÕES LTDA, tais como, mas não se limitando a estes:

1)     Participação nos programas de televisão;

2)     Cessão de fotos;

3)     Reuniões;

4)     Tomadas de medidas periódicas;

5)     Provas de roupas;

6)     Comparecimentos eventuais necessários.

Para mim “tomadas de medidas periódicas” e “provas de roupas” não é deixar claro que a candidata não pode engordar.

 

Tirando essa parte, eu não acho que devemos lutar para a Andrea do Valle volte ao concurso com os seus quilinhos e celulites a mais. Nós devemos é brigar para que concursos como “Misses o caralho a 4” não existam mais. Porque esses concursos além de colocarem a mulher como um objeto, também querem dizer como deve ser sua genética, quais devem ser suas medidas e como você, mulher, deve se comportar para ser “perfeita”. O que significa que tudo que estiver fora do “Miss Whatever” é imperfeito. Isso mesmo, minha amiga. Eu, você, sua prima, sua mãe, sua tia… Todas nós somos imperfeitas, não importa como sejamos. Se estivermos fora das medidas, já era…

Esse tipo de concurso traz o pensamento mesquinho de que você deve ser igual às outras mulheres, que você deve se encaixar em um padrão e que só assim, tendo as medidas perfeitas, as pessoas vão te aceitar. Pensamento que, infelizmente, é tão adotado  pelas mulheres que se deitam em mesas de cirurgia em busca de uma perfeição criada. Esse pensamento e esse tipo de “concurso”, amiga, é o culpado por você acordar de manhã e brigar com o próprio espelho. É culpado pela maior parte das suas inseguranças. É culpado por você não achar que merece o melhor que a vida pode oferecer. Simplesmente porque você não se encaixa nas medidas e não é perfeita. Mas, reflita comigo, quem foi que criou essas medidas?

Antes que alguém pergunte, eu também sou contra o Miss Plus Size . Sim, sou contra. Porque eu acho beleza subjetiva, eu acho que todo mundo tem um lado lindo e um lado horrível – e nem sempre esses lados são vistos por fora. Eu sou contra qualquer concurso de beleza, simplesmente porque eles reafirmam a auto-estima de uma pessoa só, enquanto destroem a de milhares de outras. E tentam fazer todo mundo ser igual. 

Parafraseando a eterna musa Coco Chanel: “Para ser insubstituível, você precisa ser diferente”

 

Obs.  E nem vou começar a falar sobre o porquê (meu Deus, por quê?!) das mulheres, que já são lindas, se submeterem a esse tipo de concurso, com esse tipo de foto, etc.

Depois da polêmica Abercrombie perde a credibilidade

Depois da polêmica absurda envolvendo a Abercrombie & Fitch (não lembra? Clica AQUI) a marca parece perder cada vez mais a credibilidade, levando junto para o buraco as outras duas marcas do grupo dos “3As”: a Aeropostale Inc e a American Eagle Outfitters. A Aeropostale teve queda de 15% nas vendas do último trimestre e a American Eagle teve de reduzir sua margem de lucro, para abaixar os preços das peças.

#CHATIADOS

Para os analistas, essas marcas parecem ter saído da moda para seu público alvo, que prefere investir dinheiro em eletrônicos e comprar roupas em lojas mais baratas, como na H&M, Uniqlo e Zara – que só cresceram no último trimestre.

Sinceramente, não me dá nem um pouco de dor no coração. Aqui se faz, aqui se paga. O Sr. Mike Jeffries não queria só os populares, as loiras, altas, magras e ricas?! Pois é, meu filho, então agora lide com o fato de quase ninguém ser assim.

HUA HUA

BJÓN

Preta Gil photoshopada para a campanha da C&A

Sempre que alguma marca grande lança uma linha plus size, alguma coisa dá errado. O motivo é fácil de adivinhar.  É porque nós não queremos nada que esteja abaixo do que merecemos. Simples. Infelizmente algumas marcas não acham assim tão fácil fazer roupa de gorda para gordas que não querem ser magras. Ou talvez as consumidoras até queiram, mas conseguem ver que estão acima do peso e querem ficar na moda do jeito que estiverem. Mas, então, se a campanha é para plus size, por que raios a marca pesa a mão no photoshop na tentativa de emagrecer a modelo, que eles estão pagando justamente por não ser magra?!?!?! OI?

Foi o que aconteceu com a nossa querida Preta Gil photoshopada, abaixo:

Hoje a C&A liberou as fotos da campanha Special for You com a Branca Preta Gil (até quando, meu Deus?!) e, pela milésima vez, insistiram em tacar tanto Photoshop nela que, além de entrar para a numeração “comum”, Preta Gil photoshopada virou branca. Pergunto de novo, até quando!? Sim, a gente quer ver a roupa com caimento perfeito na campanha e, sim, queremos admirar tanto aquela modelo a ponto de desejar a roupa que ela está usando (regras da publicidade, acontece). Mas será possível que em plena campanha de moda plus size, sejamos obrigadas a querer desejar não ter nenhuma gordurinha fora do lugar, uma cinturinha de pilão e ossinhos da saboneteira saltados?!? Eu quero uma roupa para o meu corpo REAL, para as minhas curvas nos lugares “errados” e eu não quero ossos saltando (eles estão muito bem cobertos por uma camada de gordura, obrigada!).

Eu sempre bato na tecla que as fotos de campanhas e editoriais sempre são Photoshopadas, em qualquer lugar que seja, e isso não é necessariamente ruim, porque você consegue ver a roupa melhor, as cores ficam vivas, a revista/catálogo fica mais gostoso de ver, etc. Também sempre digo que plus size é qualquer mulher que vista de 46 para cima, não importa se ela aparente suas gorduras ou não. Agora, todo mundo conhece a Preta. A gente sabe que ela é uma plus size muito bem servida e que ela é maravilhosa assim. Ela é talentosa e sexy com o peso e as curvas, as coxas grossas, os ombros largos e tudo que ela tem a mais. Então, por favor meus queridos, não nos chamem de idiotas! 

Grata!

 

Polêmica: apresentadora respondeu ao vivo carta de leitor que a chamava de gorda

Olá queridas, uma leitora me mandou um vídeo sobre uma apresentadora ótima e achei a história de muita utilidade pública. A Jennifer Livingston é âncora de um programa matinal americano e está acima do peso. Em outubro do ano passado, ela recebeu uma carta de um leitor que dizia, entre outras coisas, “Com certezavocê não se considera um exemplo para os jovens, principalmente para as garotas“, se referindo ao fato de ela ser gorda. Acostumada a esse tipo de comentário, Jennifer ia deixar passar “mais uma”, mas seu marido (outro apresentador da mesma rede de televisão) postou a infeliz carta no Facebook, o que gerou um imenso número de comentários positivos e de apoio.

Comovida e encorajada com a reação de seus colegas, a apresentadora respondeu ao vivo uma lição bem dada e maravilhosa sobre bullying e como é importante termos mais consciência do que falamos. Veja o vídeo:

http://youtu.be/HqXrY3UHpM4

 

Depois da resposta, Kenneth Krause (o cara que mandou a carta) pediu desculpas e disse que ele mesmo passou a vida inteira lutando contra a balança. “Eu não estou em posição de fazer bullying com ela, ela é uma grande personalidade da mídia e eu sou só um trabalhador. Se a Jennifer ficou ofendida, então eu sinceramente peço desculpas, essa era a última coisa que eu queria fazer”, ele disse à ABC News. Às vezes, ele poderia estar até falando de saúde, mas será mesmo que algumas coisas precisam ser ditas? Na minha opinião, como Kenneth nunca se aceitou gordo, para ele é intolerável que alguém fique bem estando acima do peso (assim como para as pessoas que dizem “duvido que alguém se aceite de verdade”, só porque elas não conseguem se aceitar). É o que eu sempre digo, as pessoas jogam as frustrações delas em cima das outras…

 

Uma frase, em especial, que a Jennifer respondeu ao vivo me marcou muito e acho que devemos levar para a vida: “Eu sou muito mais que um número na balança”. E é mesmo, minha querida, todas nós somos. Mas precisamos parar de achar que, quando uma pessoa nos agride com palavras, nós é que estamos erradas. Quando alguém nos chama de gorda ou acha que somos piores só porque estamos acima do peso, o problema não está em nós, e sim na pessoa que falou!

E você, o que achou da resposta?

.

Por hoje é isso e vamos lá para o meu Facebook conversar mais.

.

HUA HUA

BJÓN

Abercrombie e a polêmica plus size

Olá queridas, vocês já devem estar familiarizadas com a infeliz polêmica sobre o Mike Jeffries, presidente da Abercrombie, certo? Bom se você não está, é o seguinte: Robin Lewis, co-autor do livro The New Rules of Retail (As Novas Regras do Varejo, em tradução livre), contou ao site Business Insider que o presidente da Abercrombie se nega a produzir tamanhos grandes e é uma escolha que ele deixa claro: “Ele não quer pessoas ‘grandes’ comprando em sua loja, ele quer pessoas bonitas e magras”, disse Lewis. No livro ele ainda explica que Jeffries quer passar a imagem de que a marca só é usada por pessoas ‘gostosas’, populares e com boa aparência.

Bom, meu querido Mike Jeffries (#soquenão), as pessoas populares na escola não eram as mais cool. Aliás, normalmente quem usa Abercrombie (e estou generalizando mesmo) é um bando de gente que não tem a menor personalidade ou noção de moda e usa somente porque os coleguinhas estão usando (porque nem bonitas as roupas são). E também, vamo lá, colocar uma roupa pra dizer “eu sou legal” é muita insegurança, não!?!? Dito isso, vamos nos revoltar um pouquinho com a polêmica…

Escolher a numeração que sua loja vai ter, pode ser uma estratégia de negócio. De repente, seu público é mesmo as mais magrinhas e aquelas roupas GG ficam encalhadas no seu estoque, dando prejuízo. O.K. Entendo você não produzir. Agora partir do princípio que as pessoas acima do peso não são legais, não são populares, não podem se vestir bem e outros tipos de julgamento que algumas pessoas (cegas) ainda fazem,beira o absurdo. Logo hoje, que vivemos uma época tão rica para as plus sizes. Logo hoje, que temos Fluvia Lacerda, dando um tapa na cara da sociedade com seu corpão,  Stéphanie Zwicky dando um show de moda em cima de saltos Chanel, Adele estraçalhando com mil e um prêmios… Sabe? Isso só mostra como o presidente e a marca comandada por ele estão defasadosFicaram para trás, atrasados. E, pior de tudo, burros. Porque o público plus é um mercado imenso a ser explorado, coisa que as próprias concorrentes da Abercrombie – como H&M, American Eagle, GAP, Banana Republic, Old Navy, entre outras – já perceberam e já passaram a produzir roupas do GG para cima.

Legal mesmo, meu filho, é aceitar as diferenças entre as pessoasNão é ser magra, é ser você mesma. Fico triste de ver a dificuldade das pessoas em acharem que só a aparência te torna legal. Você pode ser a Barbie, mas se for insuportável, não há grupo que te queira. Ou melhor, pode até ter… O grupo das pessoas que usam Abercrombie.

.

Por hoje é isso. Mas conta aí a sua opinião, o que você achou da declaração?

HUÁ HUÁ

BJÓN

Sair da versão mobile