Bailarina plus size: Morango se recuperou do câncer e superou o preconceito virando referência | JuRRo Entrevista

“O corpo alcança o que a mente acredita”, clichê, porém verdade. Se recuperar de diversos problemas de saúde ainda muito nova fez com que a bailarina plus size Thainá Morango (@thaiimorango) passasse a se enxergar de outro jeito e descobrisse que as limitações somos nós que impomos ao nosso corpo, e não o contrário.

Aos 25 anos,  Morango já dançou ao lado da Anitta, Pablo Vittar, Preta Gil e Tiago Abravanel e é referência como bailarina plus size. Ela é prova de que você não precisa ter pernas finas, corpo esguio e pouco peso na balança para ter toda a leveza e graciosidade que uma bailarina precisa.

Foto: Adriana Líbini

O caminho não foi fácil. Morango passou por maus bocados, fez loucuras para emagrecer e chegou até mesmo a desistir do sonho da dança por conta do preconceito em relação a seu corpo. Mas ao escolher qual faculdade cursar não teve dúvidas na alternativa: bacharelado em dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O que poderia ter sido um grande pesadelo acabou colocando Morango de volta no caminho da dança e culminou nesse exemplo de bailarina plus size que temos como inspiração hoje.

Na entrevista a seguir Thainá Morango conta como foi o processo para se tornar uma bailarina plus size referência e dá forças para quem quer seguir um sonho que parece impossível por causa do corpo.

♥ Bailarina plus size: como Morango superou o preconceito e se tornou referência 

1. Você já chegou a desistir da dança, por quê? 

Eu desisti da dança porque tive uns problemas dentro e fora da escola. Comecei a tomar remédios para emagrecer para chegar ao corpo exigido pelos professores de dança e tive uma série de complicações de saúde por conta disso. Tomei remédios e emagreci horrores, porque dançar era meu sonho e eu queria estar nos palcos. Nessa época que emagreci, ganhei diversas premiações, viajei pela dança e fiz tudo que eu queria, mas foi ruim porque prejudiquei minha saúde: tive uma infecção urinária que se complicou e eu quase morri por causa disso.  Demorei um ano para me recuperar, foi uma experiência muito ruim e eu falei “não quero mais dançar, não quero, não quero…”

2. Você parou de dançar mesmo ou só desistiu temporariamente por causa desse momento traumático?

Eu tinha parado mesmo. Eu queria uma atividade física, mas a dança ainda mexia muito comigo devido aos traumas. Fui pra luta, taekwondo. Cheguei a pegar a faixa azul e competir em diversos campeonatos. Sou campeã brasileira, paulista, carioca e outros títulos.

 

3. Quando você voltou a dançar? O que te deu forças para encarar o preconceito dessa segunda vez?

Eu voltei a dançar quando fui aprovada para cursar bacharelado em dança na UFRJ. Eu fui sem pensar muito. Era meu sonho cursar dança na Federal. Quando fui aprovada eu esqueci dessa questão. Só me lembrei dela ao cruzar os corredores da Universidade e ver corpos magros. Eles me receberam bem, mas na minha cabeça eles me olhavam torto. Foi um longo processo até eu aceitar e me aceitar.

4. Quando você descobriu o câncer? Como foi esse momento pra você? 

Eu estava no terceiro período da faculdade quando descobri o câncer na tireóide. Na época eu estava mega feliz, havia acabado de dançar no Criança Esperança com a Anitta, estavam surgindo trabalhos, eu estava super bem e daí veio isso. Eu estava engordando muito e sem explicação. Daí fui procurar o médico e ele me encaminhou ao endocrinologista, que examinou minha tireoide e viu três nódulos. Meu mundo caiu. Eu não aceitei, chorei, me isolei, me afastei de todos. Fiquei 1 semana trancada em casa só chorando. Mal atendia aos telefonemas dos meus pais e questionando Deus.  Depois que sequei a represa, fui voltando a minha rotina aos poucos.

Foto: Adriana Líbini

5. Como ser uma bailarina plus size ajudou você a passar pelo tratamento do câncer?

Usei a dança pra esquecer meu problema e me entregar a algo que me deixasse cansada, tirasse minhas forças, que me fizesse chegar em casa tomar banho e dormir. Sem pensar em mais nada. Fiz isso durante meses.

6. As pessoas ainda falam que você não pode ser bailarina plus size? Como você encara as pessoas que falam que você jamais será uma bailarina como as outras por causa do seu corpo?

Falam. Meu insta sofreu um ataque de haters há pouco tempo. Após uma foto minha ser divulgada em um perfil de bailarinos “padrão” os seguidores me chamavam de “ofensa para o ballet”, “nojenta”, que eu estava arrumando um jeito de quebrar meus dedos e outras inúmeras coisas. Eles marcavam uns aos outros e fizeram um inferno naquela semana.

As vezes eu nem leio os comentários. Quando vejo que é maldade, eu pulo. Vou pro próximo. Eu tento não me abalar. Mas fico chateada porque algumas seguidoras sofrem e me mandam mensagem querendo até mesmo desistir. E algumas são magras e se enxergam gordas.

Foto: Adriana Líbini

7. Ainda tem movimentos que você não consegue fazer por ser bailarina plus size? Por quê? O corpo plus size limita um pouco a dança, como em pegadas a dois, ou isso é só uma lenda?

Alguns eu não faço ‘ainda’ por falta de prática. Acredito que se eu me dedicar mais eu farei. Em pas-de-deux a pegada fica mais complicada por conta do peso que dobra, triplica, para o bailarino. Mas com técnica e muito ensaio algumas coisas podem sair. Inclusive vou montar um duo com um bailarino do Teatro Municipal e vamos ver do que seremos capazes.

[blockquote author=”Thainá Morango, dançarina” pull=”normal”]Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física.[/blockquote]

8. Você sente que tem espaço para dançarinas plus size? Ou você continua a sofrer preconceitos em audiências e testes?

Estamos conquistando espaço. Quero integrar o corpo de baile de algum programa, mas não quero ser a diferente, não quero ter destaque pelo meu corpo diferente. Quero estar no meio das magras, dançar com as que são padrão, estar ali pelo meu talento e trabalho e não pela minha forma física. Ainda tem muito preconceito. Sobretudo quando uma audição é pedida via e-mail, com uma fotografia corpo inteiro e não um vídeo dançando. Você é julgada pelo estereótipo e não pela técnica.

Foto: Adriana Líbini

9. Depois de se recuperar de um câncer e ganhar uma segunda chance de viver, como você encara as “limitações” que as pessoas se colocam por causa do formato do corpo?

Eu ganhei muita maturidade e aprendi a lidar melhor com a vida e os obstáculos dados por ela. Hoje não é qualquer coisa que me abala, e eu tento trazer essa mensagem. O número da balança é apenas um número, e se seu corpo esta saudável, exames em dia, porque não dar a volta e sair do comodismo? Minha luta é para que as pessoas façam o que tenham vontade. Parar de problematizar tudo ou se achar incapaz por conta do biotipo. Só quem pode me parar sou eu mesma, e muitas pessoas se param, não precisa nem chegar outro pra apontar e dizer a ela que ela é incapaz porque ela já esta estacionada na cama se lamentando.


 

Hoje Morango faz parte do grupo Ballet Plus Size e, além da faculdade e das aulas na In’Cena Cia de Dança, dá workshops e tem projetos de dança, em que sempre procura pessoas de fora para dançar junto e dar oportunidade a quem não teve. Para saber mais sobre essa linda bailarina plus size, siga ela no instagram @thaiimorango e assista esse vídeo emocionante de uma entrevista recente a um site britânico. Aperta o play:

 

 

“Você é gorda, não pode fazer isso”… “Você tem potencial, mas precisa emagrecer”… “Se daria super bem se perdesse uns quilinhos”… “Você jamais poderá seguir com isso, você não tem corpo”. Que mulher nunca ouviu uma dessas frases em algum momento da vida, seja quando compartilhou um sonho ou quando pediu uma opinião sobre uma carreira desejada, não é?!  E quantas de nós já não desistimos de nossas vontades por acreditarmos que não seríamos boas o suficiente para sermos bem sucedidas em alguma área? Então toda vez que você duvidar do seu potencial ou duvidarem de você, lembre-se da história da Morango e saiba que TUDO É POSSÍVEL com garra, persistência, treino e muito amor!

 

Além da Morango, vemos pipocar uma ou outra bailarina plus size em vídeos virais por aí, além é claro da MARAVILHOSA Mari Xavier que está levando nossas curvar para requebrarem no Dança dos Famosos… Mas isso eu conto em outro post mais pra frente, com uma lista de inspirações da dança pra você… Você quer? Me conta aqui nos comentários e compartilha com as amigas pra inspirar todo mundo! 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Mariana Xavier abre o jogo sobre preconceito | Tia Ju entrevista

Olá queridas! A última vez que fui ao RJ tive a chance de conversar muuuito com a Mariana Xavier, atriz que tá em cartaz com o filme Gostosas, Lindas e Sexies AND na novela das 21hs A Força do Querer (onde interpreta uma aspirante a modelo plus size).

Mariana Xavier abriu o jogo comigo e contou sobre como é ser atriz e ter um corpo plus size, os preconceitos, as lições, como foi gravar um filme sendo uma tarada bem resolvida… No vídeo a gente fala bastante coisa, principalmente que você não precisa de aprovação de ninguém para ter o corpo que você QUISER! E que SIM, dá pra você seguir a carreira que tiver vontade, independentemente do peso. Ah! E também que você vai tomar 1, 2, 3 ou 10 NÃOS, mas não é para desistir…

Enfim, falamos um pouquinho de tudo, então aperte o play e assista no vídeo a seguir:

 

♥ Mariana Xavier abre o jogo sobre preconceito | Tia Ju entrevista 

 

 

Eu também gravei um vídeo para o canal da Mari, o Mundo Gordelícia, vou deixar links logo abaixo, mas antes dá uma olhadinha no vídeo delícia:

 

 

INSCREVA-SE NOS NOSSOS CANAIS

Ju Romano >>> https://www.youtube.com/juromano

Mundo Gordelícia, por Mari Xavier >>> https://www.youtube.com/mundogordelicia

 

Bom, gatonas, espero que vocês tenham curtido os vídeos. Como eu disse, acho que a Mari Xavier é uma baita representante do movimento plus na televisão e nos cinemas ao lado de outras maravilhosas como Cacau Protásio, Fabiana Karla e outras lindas, por isso fico muito honrada em poder ajudar a divulgar o trabalho delas e espalhar aos 4 cantos que a mulher plus size pode SIM ser bem sucedida em QUALQUER área da vida e qualquer carreira!!! YOU GO, GIRL!!! \o \o \o

 

E vocês? Já assistiram o filme ou leram o livro? Me contem TUDO aqui nos comentários e compartilhem esses vídeos do amor pra todas as mulheres plus se sentirem abraçadas. 😉

 

 

HUA HUA

BJÓN

 

Hunter McGrady para Elegance: entrevista com a musa da Sports Illustrated

OMG! A modelo plus size Hunter McGrady é a musa 2018 da edição anual da Sports Illustrated Swimsuits Issue e eu tive a honra de entrevistá-la ♥ Ela vai protagonizar a trajetória de uma mulher plus size em seu processo de autodescoberta e fortalecimento do amor próprio, na nova campanha de verão da Elegance. As fotos – INRCRÍVEIS – rolaram em Galinhos, no Rio Grande do Norte e o resultado é realmente poderoso e inspirador. Estou ansiosa para a campanha vir a público (em breve gente, mostro tudo quando sair 😉 ).

Foto: Marcio Rodrigues (@marciorodriguesphoto)

Foi sentadas em um bangalô de uma pousada nas praias paradisíacas de Galinhos que Hunter e eu tivemos uma conversa regada a risadas e muita admiração. A modelo, que já foi magérrima, contou sua trajetória até o sucesso, deu dicas inspiradoras, contou como lida com críticas e até alguns segredos pessoais que a gente sequer imagina de uma top model. Leia tudo na entrevista a seguir!

Hunter McGrady para Elegance: entrevista com a musa da Sports Illustrated ♥

♥ Qual é sua maior dificuldade como mulher plus size?

Definitivamente é achar roupas. Eu sou muito maior na parte de baixo, então é muito difícil pra eu conseguir achar jeans. É difícil achar peças com bom caimento, que não pareçam um saco, sabe? Isso é o que eu mais amei na Elegance, que a marca faz peças acinturadas, modeladas para valorizar as curvas de um corpo plus size.

♥ Qual foi sua peça favorita da coleção de verão 2018 da Elegance?

Eu amei os macacões da coleção, as pernas justas, achei tão hot, muito “resort”… Eu senti como se estivesse no Brasil, o que eu estou mesmo! (risos). Eles são super sexy e gostosos de usar.

♥ O que você acha que ainda falta no mercado plus?

Eu adoraria poder sair pra fazer compras com as minhas amigas mais magras e não sentir que preciso ir para o cantinho escondido, na arara separada de tamanhos maiores, para achar alguma coisa pra mim, sabe? Eu adoraria ver mais marcas a bordo e até culture designers fazendo roupas plus size. Eu acho que isso já está até acontecendo aos poucos, mas estamos caminhando ainda.

♥ O que você acha do termo plus size?

Eu não me importo, sabe, eu sou uma mulher plus size, eu tenho orgulho disso, eu só não gosto do rótulo. Pra mim, é uma forma de segregação. Eu sou uma modelo, e Candice Swanepoel também é modelo, que diferença faz se ela é da Victoria’s Secret? Nós duas somos modelos e nossa profissão e é a mesma. Se tiver que escolher um rótulo, eu gosto de Curves, é sexy, empoderador e feminino.

♥ O que você acha que é necessário pra ser uma modelo bem sucedida?

Determinação é o principal para seguir em frente, porque muita gente acha que é só você se tornar modelo que automaticamente vem todo o glamour, carros te buscando, voando de primeira classe, etc… Mas é uma longa jornada para chegar aqui. Você tem que pagar suas contas no começo e eu já fiz diversos trabalhos que eu nem queria ter feito, passei por dificuldades. Mas eu sabia que valeria a pena no final! E o caminho apesar de duro, também é divertido. Eu aprendi muito, trabalhei com muita gente incrível… E agora aqui estou nesse paraíso chamado Galinhos! (risos)

♥ Você se considera uma feminista? Como isso se encaixa no seu trabalho?

Sim, absolutamente!!! Eu acho que especialmente agora, com tudo que tá acontecendo nos EUA, nós precisamos de mais mulheres apoiando outras mulheres. Eu vi muitas amigas na marcha feminista, que foi espetacular e eu queria tanto ter estado lá lutando ao lado delas – infelizmente eu não pude ir porque estava trabalhando fora. Eu acho que é um tempo muito especial para fazer parte e se estar viva. Ver as mulheres se empoderando é incrível!

[blockquote author=”Hunter McGrady, modelo plus size” ]Toda vez que eu posto uma foto nas redes sociais e tem estrias, gordurinhas, marcas, isso para mim está mostrando para outras mulheres: “olha, você não precisa ser essa imagem da perfeição que a gente tá acostumada a ver na mídia, você pode ter sua beleza única e ser linda. Você é forte e poderosa. Seu corpo não é de outra pessoa, você não se veste para nenhum homem, é APENAS para você”. [/blockquote]

♥ Você também é uma ativista do body positive, como isso rola na sua vida?

Uma coisa que eu sempre tento fazer é não me policiar muito, então toda vez que eu posto uma foto nas redes sociais e tem estrias, gordurinhas, marcas, isso para mim está mostrando para outras mulheres: olha, você não precisa ser essa imagem da perfeição que a gente tá acostumada a ver na mídia, você pode ter sua beleza única e ser linda. Você é forte e poderosa. Seu corpo não é de outra pessoa, você não se veste para nenhum homem, é APENAS para você. Eu tento por isso para os meus seguidores, muitas meninas novas me seguem e eu quero que elas saibam que elas  podem ser poderosas, elas não precisam aguentar bullying ou serem colocadas para baixo. A nova geração, que vai seguir a gente, tem que se sentir confortável em seus corpos, donas de si, porque uma vez que isso acontece você se sente confiante e pode ser muito melhor.

Você já sentiu pressão para emagrecer?

Sim, muita. Quando eu comecei a modelar eu era do tamanho regular, eu era muuuuito magra. Eu entrei em uma agência e eles me pediram para perder ainda mais centímetros no meu quadril, mas eu não conseguia. Eu fiquei devastada, porque eu era uma jovem de 16 anos, cheia de sonhos, e alguém chegou e disse: você não vai chegar lá enquanto não emagrecer. Eu achei que nunca ia modelar. Até que então, há mais ou menos 4 anos, eu vi a capa da Vogue Italiana onde algumas amigas minhas como a Candice Huffine, Tara Lynn e Robin Lawley, estavam estampando um ensaio curvy muito sensual e eu pensei: OMG o que é essa coisa de plus size afinal?! Então eu fui até Whilhemina e eles começaram a me agenciar no mesmo dia e dentro de um mês eu estava trabalhando e viajando como modelo plus size. Agora eu posso dizer: não fale o que eu devo fazer com o MEU corpo!!!

♥ Como é sua rotina de alimentação?

Eu tento sempre comer comidas saudáveis, mas quando estou viajando em lugares diferentes eu quero experimentar de tudo! Como agora, que é a primeira vez que venho ao Brasil, e tenho que dizer: é uma das melhores comidas que eu já provei. E também tento malhar o máximo que posso, o personal trainer da Sports Illustrated me ensinou exercícios incríveis que dá para fazer em qualquer lugar.

Conta mais sobre a Sports Illustrated… 

Eu participei da busca de modelos para a Sports Illustrated 2018 então basicamente a gente tirou fotos com pintura corporal. A maquiadora pintou 4 garotas com pinturas corporais e teve uma votação para ver quem seria a garota da próxima edição e eu ganhei. 

[SIIM, MINHA GENTE, NÃO É UM MAIÔ É SÓ PINTURA CORPORAL!!! (imagine aqui o emoji com carinha de choque hua hua hua)]

♥ Você acorda todo dia diva desse jeito?!

OMG, não! Quando eu cheguei aqui pra fotografar a Elegance desceu minha menstruação… E eu estava de tpm, de mau humor, desabando, inchada e eu não queria sair do quarto… Até nasceu uma espinha na minha bochecha! Eu apenas não queria fazer nada… Mas eu acho importante que as pessoas saibam que foi necessária uma equipe de 15 pessoas para fazer as fotos que saímos “perfeitas”, eu não acordo glamurosa! (risos) É preciso a câmera, as luzes, os assistentes, maquiadores e um monte de coisa. Eu acordo com olheiras, um coquinho e uma espinha na bochecha sabe?!

♥ Quando você está sozinha pelada na frente do espelho, o que você pensa?

Eu me sinto uma mulher linda, forte, empoderada, confortável e confiante. Eu me sinto mais sexy quando saio do banho, sem maquiagem, sem cabelo montado, sou eu mesma, limpa, quem eu sou como sou.

♥ Tem alguma coisa que você mudaria no seu corpo?

Antigamente eu costumava apontar muitas coisas no meu corpo que eu gostaria de mudar, até eu perceber que se eu não amasse meu corpo por inteiro eu nunca seria feliz na minha vida. A gente tem só um corpo, temos que tomar conta dele. Eu ficava eu quero mudar meu pé, mudar minha barriga, afinar meus quadris… Mas a coisa é que o corpo das mulheres é feito em tantas formas e tamanhos diferentes, e o que nós podemos fazer com nossos corpos é incrível… A gente carrega bebês pelo amor de Deus, a gente cria humanos!

♥ O que você diria para as mulheres que ainda querem mudar tudo no corpo?

Eu só queria perguntar: POR QUÊ? Você pode gastar essa energia com tantas outras coisas MUITO mais incríveis, como viagens e ver coisas bonitas… A única pessoa se importando tanto com a sua aparência é você mesma! É muito importante para as mulheres se darem conta que seu corpo vai mudar, vão ter dias em que você vai querer mudar coisas, isso é OK, mas não deixe que isso domine sua vida, tome conta de todos os seus pensamentos.  Se nós todas nos apoiássemos, ninguém ia ficar apontando o dedo uma para a outra. 

[blockquote author=”Hunter McGrady, modelo plus size” ]A gente só tem um corpo, a gente só pode fazer 2 coisas: amá-lo ou não amá-lo. Então, me diga: o que você acha que vai te fazer mais feliz?[/blockquote]

A gente só tem um corpo, a gente só pode fazer 2 coisas: amá-lo ou não amá-lo. Então, me diga: o que você acha que vai te fazer mais feliz? É tão simples, mas ao mesmo tempo não é. É mais difícil amar seu corpo, porque sempre nos foi dito o contrário. Mas existem tantas mulheres diferentes e tão lindas, olha você por exemplo, fazendo a diferença sendo dona do seu próprio corpo e dizendo: ei, é OK ser diferente, é OK ser gorda, é OK ter curvas e ser linda, muita gente tem!

♥ Como você lida com comentários negativos a respeito do seu corpo?

É difícil porque eu recebo muitos comentários negativos. Eu tento apagá-los da minha cabeça, mas é claro que sou humana e me atingem as vezes. Mas meus pais sempre me lembram que você nunca vai atingir 100% das expectativas dos outros. Se você é magra sempre tem alguém pra falar que você está magra demais… Se você está gorda sempre tem alguém pra falar que você precisa emagrecer. Você nunca consegue agradar todo mundo. Tenho pena dessas pessoas, porque é uma perda de vida e de energia, tem que ser muito amarga para comentar sobre o peso e o corpo das pessoas, sabe?! Então eu acho que são pessoas tristes e eu rezo por elas, porque elas precisam, isso é um problema de insegurança delas. Eu rezo pra que essas pessoas possam encontrar mais doçura e delicadeza em seus corações e possam se amar e ter uma autoestima melhor.

♥ Você responde elas?

Não! Porque se eu responder eu só vou continuar uma história sem fim, continuar me incomodando e é terrível.

♥ Qual é o seu guilty pleasure?

Eu moro em cima de uma loja de conveniência em NY, então sempre que eu tenho um tempo e quero ter meu momento eu compro um sorvete Talenti, coloco meus pijamas e fico no sofá tomando sorvete no pote e assistindo Friends.

♥ Se você pudesse ser QUALQUER pessoa, morta ou viva, quem você seria?

Essa é uma pergunta difícil! Eu seria a Beyoncé, eu sei que parece clichê, mas eu acho que ela é uma “bad bitch”. Ela é dona de tudo, ela é poderosa, ela é talentosa, ela é bem sucedida, uma ótima mãe, ela é bem incrível!

♥ O que você nunca tira da sua bolsa e leva contigo para tudo quanto é lugar?

Oh, céus, muitas coisas! Um creme hidratante da Weleda, que serve para mãos, rosto, cutículas, e meu celular (que nunca sai da minha mão). Sempre que eu viajo eu carrego meu bichinho de pelúcia – o Bunny, que apesar do nome é uma cabeça de sapo com um cobertorzinho pendurado. Eu seeei, eu sou tão boba! Mas eu viajo com ele desde os 7 anos, inclusive o Bunny está lá no meu quarto agora (risos).

 

Bom, gente, é isso… Só sei que ao final da entrevista eu só queria ser a MELHOR AMIGA da Hunter e assistir Friends tomando sorvetes (em NY de preferencia, né non?!). Fica aqui meu agradecimento especial à Elegance, que trouxe essa diva para o Brasil, e deu pra gente a chance de conhecer mais sobre essas mulheres inspiradoras que mostram que não importa o tamanho do seu corpo, TUDO é possível – inclusive estampar uma revista de esportes sendo plus size, para calar a boca da patrulha da saúde aí! 😉

Olha só a foto da equipe toda nessa delícia de viagem, um agradecimento especial a cada um de vocês e às meninas incríveis da Elegance que lutam todo dia para o plus size ficar cada dia mais profissional ♥

 

Estou ansiosíssima para ver o catálogo de verão 2018 da Elegance e vocês, curtiram a entrevista? Concordam com a Hunter? Me contem TUDO! 

 

 

HUA HUA

BJÓN

Justine LeGault para a Elegance | Ju Entrevista

OMG! Depois da última campanha de inverno bafônica, é a vez de ficarmos babando com a Justine LeGault para a Elegance Plus Size ♥ Pra quem não conhece, a Justine foi a primeira capa plus size da Elle Quebec e faz ensaios incríveis, como a campanha ImNoAngel e a PlusIsEqual, sendo considerada uma das modelos plus size mais famosas do mundo. Já a Elegance é uma marca nacional e, na minha opinião, a marca mais profissional e evoluída quando falamos de moda plus size brasileira. 

Foi no Teatro Municipal de São Paulo, pouco antes das fotos para a próxima campanha da Elegance, que tive alguns minutinhos a sós com a Justine para poder fazer algumas perguntinhas. Simpática, cheia de energia e muito (muito, muito, muito…) linda, ela me recebeu vestida com um look de cropped e saia lápis preto de veludo, já da coleção inverno 2017 da Elegance.

Bom, com a palavra, Justine LeGault…

 

Ju entrevista: Justine LeGault para a Elegance ♥

 

Você já tinha vindo ao brasil? Como foi receber o convite de uma marca Brasileira?

Eu ainda não visitei muito por aqui, mas até agora já amei as brasileiras! Eu fiquei super animada, pensei “Uhuuul, o Brasiiiiil!”. Eu nunca nem sequer tinha vindo para a América do Sul – normalmente eu viajo muito pela Europa.

 

O que você achou da campanha da Elegance e das peças?

A gente ainda vai fotografar, mas eu AMEI o drama da coleção! Minhas favoritas são as peças em veludo, que tem sido meus queridinhos ultimamente, como esse vestido que eu estou usando, e as mangas oversized, meio anos 60.

Justine LeGault veste tamanho 14/16 na gringa e tem 1,75m de altura

 

Você ja se sentiu envergonhada ou sofreu preconceito durante algum trabalho, por ser plus size? 

Envergonhada é uma palavra muito forte, mas eu já senti preconceito algumas vezes por parte dos fotógrafos, eles é quem tinham que ficar com vergonha (risos). Por exemplo, uma vez estava fazendo um ensaio com 2 modelos e a outra era do tamanho tradicional e pude notar que o fotógrafo ficava mais empolgado por ela… Aí eu pensei: ok, quando é minha chance de te mostrar? Mas isso é uma coisa minha, eu encaro isso como um desafio, mesmo. Quando fui fotografar o jogo virou e eu ganhei o respeito dele. É algo que acontece com muita frequência. Mas de fato, todo o meu respeito teve que ser conquistado com mais esforço do que as modelos tradicionais, porque ainda tem pessoas com a cabeça muito fechada nesse meio.

 

E como você vê o futuro da moda plus size?

Eu acho que não vai ser sobre tamanhos, vai ser mais sobre aceitação e personalidade da modelo, independentemente do seu tamanho. Por exemplo, minha amiga Sakina, também modelo, ela tem um cabelão cacheado e vermelho, sardas, diastema, tudo que é TÃO cool e diferente, que fazem ela única, e em 2016 é tudo sobre isso. Eu AMO e acho que esse é o futuro da moda, no geral.

 

Existe um forte movimento que acredita que as modelos plus size menores (tamanho 46/48) só ajudam a reafirmar um padrão corporal magro. Qual sua opinião em relação a isso?

Eu não concordo com isso, porque não é sobre o seu tamanho, mas sim sobre a mensagem que você passa. Minha melhor amiga é provavelmente a menor pessoa que você vai ver, ela é muito magrinha, e ela me diz que eu a ajudo a se aceitar, apesar de sermos totalmente diferentes. Não acho que tenha um “tamanho ideal” pra nada, acho que todo mundo tem seu espaço. Eu não estou lá pra defender um tipo de pessoa, estou lá pra defender diversidade e igualdade mais do que um tamanho.

 

Você se chama de guerreira do amor próprio, como você acha que contribui de fato nessa guerra?

Acho que meu trabalho fala por si só, as imagens que eu produzo, o jeito como eu me coloco para transmitir essas mensagens de amor próprio. Eu não sou o tipo de pessoa que vai levantar uma bandeira sobre como as coisas devem ou não serem feitas, mas eu vou fazendo meu trabalho e ganhando visibilidade de forma sutil, e aos poucos eu vou conseguindo abrir a mente das pessoas.

 

E para as meninas que desejam se tornar modelos plus size, você tem alguma dica?

Sabe, são muitas viagens, muitos eventos sociais, muita paciência, eu acho que tem muita mulher que quer ser modelo mas não entende a indústria 100%. Além disso, você tem que se sentir muito confortável e bem com o seu corpo, tem que saber suas melhores posições e caras e bocas. Modelar exige muita adaptabilidade, você tem que se adaptar ao personagem, se adaptar à roupa, você tem que dar um jeito, é como um quebra-cabeça cheio de peças que você tem que montar. Embora você possa ter uma equipe, você tem que ser a melhor e saber melhor que eles. Para as novas modelos é bom sempre estar aberta para aprender tudo.

 

Finalizamos a entrevista falando sobre goiabinhas, o doce mesmo, já que ela me recebeu com um prato de biscoitos na frente e me contou que era a primeira vez que provava o doce de goiaba, mas que já estava apaixonada por ele… Ah, esse Brasil, né?! hua hua hua

 

A temporada de inverno 2017 da Elegance Plus Size tirou inspiração no drama e intensidade da ópera. Com referências ao período barroco, a coleção traz cores intensas, shapes vitorianos, amarrações de golas, fendas e modelagens envelopadas, com destaque para decotes no colo e costas, valorizando a sensualidade e elegância da mulher de manequim 42 ao 56. Podemos esperar estampas exclusivas, muito veludo, aplicações em metais, bordados manuais e pedrarias.

O ensaio contou com styling de Patrícia Kuratti, beleza por Carla Biriba e foi clicado pelas lentes do fotógrafo Márcio Rodrigues.

Bom, estou ansiosíssima por essa coleção! Eu já sei que a Elegance Plus Size arrasa muito na produção das peças, na pesquisa de tendências e nas campanhas, agora nos resta esperar. Eu quero MUITO ver essas peças de veludo que já estão fazendo meu coração bater mais forte!

 

Curtiram a entrevista? Me contem aqui nos comentários o que vocês acham da Justine LeGault para a Elegance!

 

 

HUA HUA

BJÓN

Ju Romano na TV Capricho: uma história de amor próprio e autoestima

Queridaaaas, essa semana eu tive a honra imensa de ser entrevistada na TV Capricho pela fofa da Ju Costa, a editora online de beleza da Capricho. A gente falou um pouco sobre a minha história, sobre amor próprio e autoestima, aceitação, o mundo plus size, roupas, compras e até sobre truques de uniforme (omg! Há anos não lembrava do uniforme). A entrevista foi toda muito fofa e cheia de verdades.  Até fiz o Jô Soares e mandei um beijo da gorda hua hua hua

Acho que vale a pena ver, minha entrevista começa nos  38 minutos e 11 segundos do vídeo abaixo, dá o play:

 

Pra quem não conhece, a TV Capricho fica online de segunda a sexta, das 17hs as 19hs, mostrando tudo que rola na redação da revista e do site. É muito bacana. E mais bacana ainda é levarem pessoas do universo plus , para mostrar diversidade e provar para as meninas, nessa fase cruel que é a adolescência, que dá sim para ter amor próprio e autoestima elevada com o corpo, a idade e a personalidade que quiser!

Espero que tenham gostado da entrevista, me contem tuuuudo o que acharam!!!

 

HUÁ HUÁ

BJÓN

Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, fala sobre moda plus size, preconceito e seu papel na novela

Entre todas as modelos e fashionistas magérrimas, era de se esperar que Fabiana Karla, a Perséfone de Amor à Vida, chamasse atenção. A atriz, claro, causou frisson não porque é uma plus size bem servida, mas sim porque sua beleza e simpatia conquistaram todos os jornalistas e transeuntes da edição de inverno 2014 do SPFW.

Com seu look P&B e detalhes em vermelho, chiquérrima, Fabiana falou ao Entre Topetes e Vinis um pouco do que mais gosta no seu armário, sobre seu estilo e o impacto de sua personagem. Confira!

Como você escolhe suas roupas? 

Ah! Eu uso a moda a meu favor! Meu princípio básico é elegância. Não sou escrava das roupas, gosto de roupas confortáveis e amo cores. [ela elogia a roupa que estou usando, toda colorida] Eu uso preto, porque acho chique, mas tudo depende muito do meu humor. Tem dias que eu acordo e me visto inteira de roupa clara, com aquela cor de palha, sabe?! Digo que é a roupa de aeroporto [risos].

E você tem aquela preocupação com roupas claras porque “engordam”? 

Eu não ligo para nada disso! Esses dias eu tinha duas opções de calça para ir ao Faustão, escolhi a branca e quando apareci na televisão fiquei enooorme [para quem não sabe, a TV engorda cerca de 5 kg]. Mas sabe que eu nem liguei?! Eu tinha gostado mais da branca e estava me sentindo muito bem com ela ao vivo.

Tem alguma coisa que você não use de jeito nenhum?

Salto só uso tamanho 7, porque é o limite do conforto e eu não uso roupas justas, porque acho desconfortável. Prefiro peças fluidas e esvoaçantes sabe?!

Quais são suas peças favoritas?

Eu gosto muito de calças de alfaiataria, vestidos bonitos e femininos e saias lápis.

E para fazer a personagem Perséfone de Amor à Vida, como são escolhidas as roupas?

Eu tive todo um trabalho de conversar e escolher o que a minha personagem vai usar junto à Labibe Simão, a figurinista responsável – e ótima diga-se de passagem. E não sei se você sabe, mas o figurino da Perséfone bate recorde de pedidos na Central de Atendimento ao Telespectador da Globo, viu?!

Por falar em Perséfone, o que você achou da repercussão da sua personagem? 

Deixando as polêmicas de lado, me diz quando o Brasil inteiro parou para ver o casamento de uma gorda – e virgem? Eu acho que as pessoas estão se revelando todos os dias. Estamos vendo que tem muita gente bacana, é uma mudança no país. As pessoas ficam do lado da Perséfone, defendem ela.

Na vida real, você já sofreu preconceito? 

Olha, eu vou estar mentindo pra você se eu disser que já. Nunca sofri preconceito. Eu vim de um lar superestruturado, meu pai sempre me disse que eu era linda, sou casada e tenho filhos. E olha que eu tenho todos os motivos pra sofrer preconceito aqui: sou mulher, gorda e nordestina. A verdade é que eu nunca fiquei parada pensando se tinha alguém me xoxando. Se algum dia alguém já me menosprezou por eu ser gorda, eu nunca percebi porque simplesmente não me atento a esse tipo de coisa. A vida tem muitas outras coisas mais significativas, para ficar se ligando a coisa ruim. Essa ligação eu não atendo, meu amor! [risos]

Para finalizar, uma dica que você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Só você é responsável pela sua felicidade, por isso, se ame! Vocês são lindas, acreditem, e todo mundo pode ser o que quer. #everybodyisfree

 

Muito simpática, Fabiana também contou que é mega vaidosa e que não fica sem perfume, hidratações quinzenais no cabelo e protetor solar. Brincando ela disse, “gasto um carro por mês, na cara”, de tanto que ela se cuida. Justo, não!?

Bom, o que dizer? Eu acho ela linda e pessoalmente é mais maravilhosa ainda. Cada pedacinho de sucesso totalmente merecido! Arrasa, Fabi!

 

Curtiram a entrevista? Me contem tudo nos comentários e vamos lá pro meu Facebook conversar mais

 

HUA HUA

BJÓN

#inspiradoras: entrevista com a Bru Tavares, do blog Pausa Para Feminices

Olá queridas, resolvi inaugurar uma seção de entrevistas, a #inspiradoras, com mulheres fora dos padrões que nos inspirem, que nos façam ver outro lado da vida, que se tornem exemplos e que possam, de alguma maneira, adicionar alguma coisa à nossa vida. De cara, lembrei de uma amiga e parceira de profissão – tanto blogueira, quanto jornalista – a querida Bruna Tavares, do Pausa Para Feminices (acho meio difícil você não conhecer, mas se ainda não conhece, clica AQUI agora!).

A Bru também não se encaixa nos padrões: ela é pequenininha como eu e veste 44 de calça. Ela não está na categoria plus size, mas também fica naquele limbo da moda – aqueles números que as marcas meio que esquecem propositalmente, sabe?! Na entrevista a seguir, Bru conta como foi aceitar um novo corpo depois da maternidade, como é lidar com as críticas no blog e até seus truques na hora de montar os looks e encontrar peças que não marquem a barriguinha.

Confira a entrevista com a Bru Tavares!

– Eu te acho uma mulher super poderosa, tem seu negócio, administra sua vida, criou uma filha linda e é um exemplo de beauty para todas nós. Alguma vez, você achou que ser gordinha atrapalhou a sua vida?

Ju, obrigada, muito lindo ler isso! Então, sinceramente, as pessoas ainda têm preconceito. TÊM, não adianta! Então às vezes rola sim algumas situações chatas. Pra você ter ideia já pediram pra eu sair de uma foto no SPFW (em 2010). Claro que não tem exatamente a ver com peso, tem a ver com “quem eu sou na noite”. Mas nessa foto, por exemplo, tinham só meninas anônimas e magras e bem-vestidas. Eu era só gordinha (e bem vestida, tá?! rsrs). Nesse dia eu saquei o preconceito. Ridículo! Chorei, fiquei mal… Nossa, me acabei. Mas eu fiz um trabalho incrível nesse SPFW, e se alguém tem a capacidade de me tratar com indiferença por causa de peso ou qualquer coisa do tipo, o que eu posso fazer? Nada, apenas me fortalecer porque eu tenho uma cabeça boa, já essas pessoas…

– Você acha que ser gordinha faz alguma diferença?

Faz nisso do preconceito, rola um padrão! As pessoas te cobram “tão linda de rosto porque não emagrece”. QUE COISA CHATA MEODEOLS! E tem roupa que eu não consigo mais usar, mas de boa, nada traumático que afete de fato minha vida.

– Você tem dificuldades para encontrar roupas?

Dificuldade eu não tenho, uso calça 44 e blusa G. Dependendo da modelagem rola um 42 e um M. Só evito algumas peças, tipo, eu amo shortinhos jeans, mas não uso (aqui em SP, porque no RJ seria sussa!). Mas também uso muito saia longa, legging… A minha maior dificuldade é a barriga que marca, né? A gente fica meio revoltada mas depois sai da loja e esquece!

 

 

– Tem alguma peça, cor ou estampa que você não use de jeito nenhum?

Shortinho jeans e saia curta, eu usava muito quando era magrinha e agora não curto. Também evito regata (mas nem quando era magra eu usava, porque eu sou muito friorenta, então nunca foi uma coisa usável na minha vida). Sobre estampas e cores uso de tudoooo, amo, minha marca favorita é a Farm então, já viu! Eu evito usar muito preto, porque num tráz uma vibe legal. Tem que usar cores!

– Você tem algum truque na hora de se vestir ou de comprar? 

Eu estou amando saia longa, me deixa mais magra e não marca, sabe? Uso com blusinhas soltinhas um um coletinho. Se quero ficar mais social opto por leggins (amo as da Zara, vestem MUITO BEM), camisas mais compridinhas (tampando o bumbum) e blazer/jaqueta. 

– O que você acha da moda plus size hoje em dia?

Eu acho ainda bem defasada! Faltam roupinhas da moda plus size, sabe? Geralmente é sempre aquele mesmo padrão meio “roupa de senhora”, fora que as vezes viajam na maionese como fizeram nessa campanha fiasco da C&A (com a Preta que diga-se de passagem eu amoadoro!). Mas nada muito largo porque não fica bom, tem que ser mais próximo do corpo mas sem marcar, por isso amo camisa, saia longa…

 

 

– Eu vi uma foto mais antiga sua e você era super magrinha. Como foi esse processo de mudança no corpo? Foi depois da gravidez? Como você conseguiu aceitar?

 Foi sim, olha, foi muito aos poucos! Eu engordei pouco na gravidez, sai da maternidade com jeans 38. O pior foi depois, comecei a engordar porque minha rotina MUDOU MUITO. Eu passei a madrugar, meu horário de lazer e trabalho virou à noite (depois que a filha dorme), aí comer nesse horário foi me engordando. Mas nada traumático, porque hoje estou na melhor fase da minha vida e o peso não faz diferença, sabe? Magra ou gordinha, ok! Hehe

– Como é a relação que você tem com o seu corpo?

Quando eu era mais nova eu era mais encanada pra ficar magrinha (sempre pesei de 48kg a 50kg) mas de boa, nunca fui paranoica. Depois de ter filho, fui engordando aos poucos, nem reparei, e sinceramente não faz diferença na minha vida. Estou bem hoje em dia em todas as áreas, me preocupo com a saúde, faço exame a cada 6 meses e até hoje nunca deu nada alterado, pelo contrário, meu colesterol e meu açúcar são super baixos, no limite do mínimo, sabe? Peso não quer dizer falta de saúde, as pessoas precisam entender isso!

– Você acha que a questão do peso tem muito espaço na sua vida ou nunca fez diferença pra você?

Tem as vezes só na hora de comprar uma roupa, algumas coisas eu deixo de lado porque não ficam bem. E salto alto, porque sinto que o sobrepeso me deixa com as pernas mais cansadas ai evito o saltão. Mas de boa, meu marido diz que to “goxtosa”, risos.

 

– Você tem vontade de voltar a ser magra? Qual é o tempo que o “emagrecimento” ocupa na sua vida?

Olha, as vezes tenho por causa de roupa LINDASSSS da época de magrinha que queria voltar a usá-las, mas não vou abrir mão do meu lazer. Fazer dieta é CHATO, a gente fica mau humorada, não acompanha a família nos restaurantes, essas coisas. O que eu estou sentindo é o sedentarismo. Estou meio sem energia então pretendo começar a fazer algum exercício. Coisa light tipo hidroginástica/pilates, nada sofrido na vida, quero algo que me faça ficar mais calma também, exercício é bom porque a gente descarrega. E emagrecer é consequência, não foco! Até porque eu estou dentro da minha faixa de peso “normal” no IMC, bemmmm mo limite mas ainda na faixa. É que os padrões de peso hoje são meio malucos!

– Você tem aqueles dias de tpm que você acorda se achando feia? Como você lida com isso?

Você sabe que me acho mais bonita hoje?!? Mais magrinha meu rosto fica meio sem graça (muito infantil!). Mas eu não encano com beleza, como disse, eu tô muito bem na minha vida/família/trabalho, quando a gente tá assim meio que nada atinge. Mas claro que tem dias que eu acho que num tá bom, dias que eu não estou inspirada mesmo, nem o makeup sai direito, risos.

– Como blogueira, sempre tem as pessoas que criticam. Como você lida com essas críticas? 

Tem mesmo, criticam de tudo! Até a cor do cabelo e o branco dos olhos. Até já criticaram o fato de eu gostar de sereia. Pelo amor! Eu no começo ficava MUITO CHATEADA, muito mesmo, queria socar a pessoa mentalmente. Aos poucos fui entendendo que a pessoa me crítica porque de alguma forma se incomoda, e não to falando de recalque, to falando da pessoa achar que eu sou tosca mesmo pra estar bem como blogueira (as vezes ela acha, tem direito!). No final das contas, “pessoa feliz não enche o saco”, ou seja, pra quê vir no blog ou numa rede social e criticar alguma coisa besta? Faz uma critica legal, então! Críticas educadas geralmente vêm por e-mail, inclusive, ou a pessoa comenta e fala “olha não precisar aprovar mas tem um errinho ali no texto”. Acho fofo demais! As críticas “pesadas” vêm sempre com acidez e falta de educação. O que eu faço? Algumas eu aprovo e respondo com edução, outras em deleto. Mas psicologicamente não em atinge nem 0%. Na hora rola uma raivinha light mas na mesma hora eu penso que não faz diferença, que a pessoa tá lá pra me derrubar ou porque de alguma forma acha injusto meu sucesso e está infeliz consigo mesma.

– Você acha que se uma pessoa for muito boa em alguma coisa, as pessoas não estarão nem ligando para o quanto ela pesa?

COM CERTEZA! Mas sempre rola uns comentários chatinhos, mas no geral, vale mais o que você é do que o quanto você pesa. Como meu foco é make, então tanto faz o meu peso, sabe? Não afeta a qualidade do meu make e qualquer pessoa pode tentar, magrelas, gostosas, gordinhas e obesas. Make é democrático. Amo!

 

Para finalizar, pedi para que a Bru Tavares mandasse um recadinho para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis:

“Você tem que buscar a felicidade e cuidar da saúde. Se está bom assim, se não afeta de fato sua vida, seja feliz. Os padrões impostos por algumas pessoas são apenas reflexos ridículos de uma sociedade, mas reflexos daquele momento. Não existe regra. Ninguém um dia falou que “tem que ser magro”, o que a gente sabe é que “tem que ser saudável”, né? Cuide-se, não é porque você está gordinha que precisa RELAXAR geral, sabe? Vejo que isso acontece muito e é uma pena. Cuide da pele, faça maquiagem, arrase nas unhas e compre roupas que você gosta e que você acha que fica bonita em você. Nada de seguir regrinha tosca de “estampa não pode”, porque às vezes uma roupa preta te deixa mais gordinha que uma roupa colorida que valorize melhor suas formas (experiência própria, eu fico mais magra com saia longa estampada e blusinha do que calça jeans e blusa preta básica)”.

Quanto às criticas, Bru ainda deixa a dica com a voz da experiencia: “agrade apenas você mesma. Quem critica, vai fazê-lo sempre. Quando eu estava magrinha ouvia muito “nossa, não tem bunda”, “se engordasse um pouquinho ia ficar com um corpo mais de mulher”, “tá doente?”, “mas você come?”. Ou seja, DESENCANA AMIGA, se a pessoa é mala ela vai te criticar, vai arrumar algo. Fato! Então não encane com peso! De verdade. Relaxa porque a gente sempre tem pessoa sem “semancol” por perto, e se você é criticada é porque de alguma forma está ofuscando/incomodando alguém com seu brilho. 😉

 

E é isso gatonas, eu acompanho o Pausa Para Feminices há anos e acho um make mais lindo que o outro. Assim, vou sequestrar a Bru para me dar aulas particulares de como esfumar uma sombra!

 

Curtiu a entrevista? Você também compartilha o mesmo ponto de vista da Bru? Então me conta tuuuudo aí nos comentários e vamos lá para a minha página do Facebook conversar mais!

 

HUA HUA

BJÓN

Criadora da Flaminga fala sobre a situação da moda plus size

Olá queridas, vocês já devem ter ouvido falar da Flaminga, certo? Caso não conheçam, eu explico. É uma loja online, que tem o objetivo de reunir um mix das melhores peças plus sizes de diversas marcas, quase um garimpo GG mesmo.

Conheci a Sylvia, uma das sócias da marca, de forma bem engraçada para uma gordinha. Certo dia fui fazer uma matéria em uma academia famosa de SP e estava tomando um café pré-entrevista, quando uma mulher super magrinha me abordou. Ela me perguntou se eu era eu mesma (muito recorrente essa pergunta, aliás ¬¬) e disse que lia meu blog. Na hora subiu um balão na minha cabeça “mas ela é magra e gosta de academia, por quê?”, aí como sou linguaruda, perguntei mesmo. Foi aí que descobri, antes mesmo de seu lançamento, a loja Flaminga.

A verdade é que apesar de magrinha, a Sylvia e sua sócia já vinham notando que está cheio de mulher gordinha por aí sedenta por moda – e não só “roupas que sirvam”. Pensando em nós, elas criaram um lugar virtual que atendesse a todas, de todas as formas e estilos. No começo desse mês, elas lançaram umalinha super jovem e com pegada fashion, chamada Bold, e aproveitando esse gancho, troquei umas palavrinhas com a Sylvia, para ela me contar como está o cenário da moda plus size e quais saídas ela propõe para nós. Você confere tudo no bate-papo abaixo:

 

De onde surgiu a motivação para lançar a Flaminga?

Surgiu da constatação do crescimento desse mercado no Brasil e fora. Nosso desafio é o de oferecer variedade e qualidade pra esse mercado e a internet nos pareceu o melhor canal para isso: democrático e abrangente.

O que vocês sentiram no mercado plus size?

Tínhamos uma experiência anterior de atacado (minha sócia tem uma confecção, a Creare, que faz do M até o G4 e vende pra lojistas de todo o Brasil) e, além disso, pesquisamos muito esse público. Sentimos que tá cheio de gente mais cheinha, louca pra usar uma roupa bacana, mais estilosa e que  enfrenta  dificuldades para achar uma peça que sirva e, principalmente, que seja aquilo que ela estava buscando. Por vezes veste-se aquilo que serve, mas não exatamente aquilo que se deseja. E como acreditamos que a roupa é uma maneira de manifestar a identidade, não encontrar uma roupa que te represente limita inclusive a maneira de se expressar. Isso é muito chato.

O que vocês acreditaram que faltava?

Produtos bons para esse público. Nossa curadoria de roupas leva muito em conta a qualidade dos produtos. Trabalhamos também com algumas marcas que não são exclusivamente plus size mas que produzem numerações maiores. São marcas bem autorais e com acabamento primoroso como a Cléo Aidar, Nem, Linha Pura e outras.

Durante o processo de abertura da loja, vocês consultaram consumidoras plus size?

Sim, falamos com bastante gente e pesquisamos esse mercado durante um ano antes da abertura da loja e durante 30 anos minha sócia ouviu lojistas de todo o Brasil reclamando da falta de opção.

Qual era/é a maior reclamação das consumidoras?

Sentimos que o maior desejo dessas consumidoras é entrar em uma loja qualquer e encontrar aquilo que se deseja, sem ter que recorrer a uma loja de tamanhos especiais. Querem também uma roupa que siga tendências de moda, que tenha personalidade e que não seja simplesmente algo para cobrir o corpo. E gostariam que as marcas em geral oferecessem na sua grade tamanho maiores.

Como vocês trabalharam a loja para melhorar esse cenário?

Oferecendo um mix de produtos garimpados em tamanhos maiores e ajudando a consumidora a se conhecer melhor através de algumas prestações de serviço : Criamos uma sessão PROVADOR no site, onde ela através de um quiz descobre o seu biótipo. Vamos inaugurar uma parceria de consultoria de estilo onde elas podem tirar dúvidas, pedir sugestões de roupas para uma determinada ocasião e fazemos também um atendimento telefônico personalizado para ajudá-las a fazer escolhas mais certeiras quanto a tamanho e modelagem. Somos também bastante rigorosas com a maneira que apresentamos nossos produtos. Queremos mostrar que uma roupa bacana e usada da maneira correta deixa as nossas clientes elegantes e lindas. Isso ajuda a aumentar auto-estima delas e “dá um tapa nos padrões rigorosos da moda” – que ainda reluta em produzir peças e associar a sua imagem a um padrão maior e, por que não dizer, mais real.

Vocês têm a coleção Bold, que tem uma pegada mais jovem e moderna, onde vocês buscam inspiração para essa coleção?

Pensamos em um conceito de roupa descontraída e básica, mas com combinações inusitadas de tecidos,formatos e texturas que atendesse o mercado jovem.

Como vocês acreditam que seja a personalidade dessa “mulher Bold”? 

Acho que por serem roupas básicas, a Bold veste várias personalidades que priorizam o conforto e a originalidade e que tenham espírito jovem. Já vendemos Bold para várias senhoras “antenadas “ e já vendemos para “modernetes Rock and Roll”.

O que vocês acreditam que falta para as plus sizes começarem a ousar nos looks?

Acreditamos que o mundo já acordou para o plus size e que a oferta de roupas vai cada vez aumentar. Principalmente se começarmos a trabalhar a imagem da gordinha positivamente. Acreditamos que ousar em um look é questão de atitude e para isso elas precisam se gostar. As mídias precisam fazer uma associação positiva com a imagem da gordinha. Veja na novela: a gordinha é uma garota bacana, mas carente que só se da mal. Tenho certeza que ela ainda vai dar a volta por cima e desdenhar o bonitão. Primeiro porque é novela e segundo porque num momento como esse onde todos se rebelam com que é injusto, estereotipar a gordinha virgem não ta com nada! Ainda mais em uma população onde quase 50% está acima do peso.

Qual o papel dos blogs e revistas femininas nesse processo?

Como qualquer canal de mídia os blogs e revistas tem papel importantíssimo! Pode ser uma ferramenta que gere informação, que acrescente, que aproxime consumidor e produto, que ensine a se vestir de um jeito diferente, a fazer isso de um jeito legal que elas nunca pensaram antes. Que as ajude a encontrar aquilo que é certo ou errado e faça com que elas se sintam bem!

Por fim, qual recado você daria para todas as leitoras do Entre Topetes e Vinis?

Meninas, ousem!

 

Bom, se quiserem conhecer o site cliquem AQUI.

O que acharam? Concordam com a Sylvia? Me contem TU-DO nos comentários e vamos lá pro meu Facebook fofocar mais!

HUA HUA

BJÓN

 

 

 

 

Sair da versão mobile