Olá queridas, sabe aquela tristeza que bate quando você entra no provador, então, fica tranquila, a culpa não é só sua…
É sempre a mesma coisa, a gente passeia no shopping, se encanta com as vitrines, sonha alto e faz planos para quando formos ricas e pudermos comprar tooooodos aqueles panos lindos, para cobrir nossas amadas dobrinhas. Enquanto o dinheiro sonho não chega, nos direcionamos à loja de departamento mais próxima, entramos e olhamos entusiasmadas as araras recheadas de peças de todos os números possíveis – até o 44 é claro, porque até para achar um 46, jé é suado imagine maior! Até que, lá no meio daquele bolo de tecido… PÁ… a etiqueta com o nosso número. É esse! Empolgadas, pegamos a peça e mais todas as outras que tiverem aquele número – praticamente ganhamos a Mega Sena – e levamos um bolo para o provador. Fechamos a cortina com um sorriso e abrimos chorando…
“É a tristeza de provador, uma doença que atinge mulheres de todas as faixas etárias, peso e estatura. Praticamente uma praga do mundo moderno. Há casos de depressão profunda e perda de apetite, depois que os primeiros sintomas são diagnosticados. Ela geralmente vem acompanhada de distorção visual e tentativa de “auto-esmagamento” (sabe quando você não se conforma e tenta apertar só mais um pouquinho? Então…).
Com um misto de raiva, chateação e vergonha, entregamos o bolo de volta para a vendedora “Alguma deu certo, senhora?”, aquele silêncio constrangedor toma conta do recinto e substitui a necessidade de resposta. Saímos da loja com aquela cara de quem comeu e não gostou (literalmente) para encontrar nossos respectivos maridos/namorados/amantes/pais/primos/amigos, somos tomadas por uma súbita dor de cabeça, que nos faz querer correr para casa, deitar na cama, enfiar a cabeça no travesseiro e chorar… chorar… chorar…. Até prometer não comer um só carboidrato, praticar corridas diárias e ir a um centro de estética para diminuir ‘só‘ 5 centímetros no abdômen. Meia hora depois estamos na frente da televisão, com um garfo na mão, um copo de coca-cola na outra e uma bela macarronada apoiada sobre as pernas, enquanto assistimos “O Diário de Bridget Jones” e pensamos em como foi que engordamos um número, sem nem perceber…
Calça 44 X Calça 48 – Dá para notar alguma diferença? (a listrada é 44 e a vermelha 48)
Vou ser sincera com vocês, eu tenho pleno conhecimento do meu corpo (me olho e me amo no espelho todos os dias), sei quando engordo ou emagreço 10 gramas, sei a localização de todas as minhas pintas e o comprimento de todas as minhas estrias, mas até hoje não sei quanto visto. Sei que visto calças do 44 ao 48, tranquilamente. Sei que tenho calças 44 largas e 48 apertadas, da mesma forma que tenho 48 largas e 44 que não cabem mais. E mesmo assim, tenho a doença do provador (quem nunca, não é mesmo?). Com o passar dos anos (e terapias) descobri que na maior parte dos “casos de provador”, não era eu que tinha engordado, era a roupa que tinha “diminuído”. O.K. lá vem a tia chata falar que isso é desculpa de gorda, mas a verdade é que não dá para exigir que seu corpo tenha só um número, se as lojas não respeitam número nenhum… O que eu digo? Paciência, minha querida leitora, hoje você veste 42 mas amanhã pode vestir 46 e isso não quer dizer que você caiu de boca na macarronada. Não dá para culpar a vendedora e sair gritando mundos e fundos sobre como aquela loja é um absurdo. Ainda não temos uma grade padronizada e muitas lojas compram peças de diferentes fornecedores, o que resulta em numerações com um abismo de tamanho entre um modelo de calça e outro. O jeito é devolver e falar “Acho que errei o número”, voltar para a arara de origem e pegar uma maior/menor ou procurar uma peça parecida em outra loja. Sem alarde, nem para você nem para as vendedoras.
Quando a gente tá gordinha, tem a mania de se culpar por tudo. OK, você engordou, mas não há nada que você possa fazer da noite para o dia, certo? Então o jeito é aceitar a situação e trabalhar para melhorar(seja fazer um regime ou lidar com o novo peso). Mas não fique se culpando também por não entrar em uma peça do “seu tamanho”. Faça o teste em outras lojas e com roupas de outras modelagens. As vezes o formato da peça não funciona no seu corpo (como as saias e vestidos balonê no meu corpo, por exemplo… Posso até encontrar no meu tamanho, mas eles nunca caem bem em mim!). Pode ficar liiiindo na sua amiga, mas o seu corpo é diferente do dela, aceite. E isso não quer dizer que nenhuma peça vai ficar boa em você.Não desista, meu bem! E também, não precisa ficar se matando porque aumentou um número. Quem liga se você veste 40 ou 46? São elas que pagam as suas calças? Então o que têm a ver com isso?
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Bom queridas, fiz este texto porque tenho recebido diversos relatos sobre a “doença do provador” e acho uma tristeza pensar que algumas meninas desistem de se vestir do jeito que gostariam, só porque não couberam nas “primeiras 3 peças”. Sei que para nós, gordinhas, a compra é muito mais difícil, mas vale a pena um pouco de insistência. Você é tão linda quanto qualquer outra menina e pode se vestir tão bem quanto qualquer uma!
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Por hoje é isso
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HUA HUA
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BJÓN