Falar de amor próprio não é incentivar obesidade #ficaadica

Eu sempre penso muito depois de receber alguns comentários negativos (como aconteceu depois que saiu a propaganda da TNT estrelada por mim e pela maravilhosa Flávia Durante AQUI). Entre os ataques cheios de ódio gratuito, um em especial me chamou a atenção e me levou a uma velha discussão que sempre tive comigo mesma: afinal o trabalho que venho fazendo há tantos anos com o blog e nas redes sociais incentiva a obesidade?

Pensei muito sobre isso e gostaria de compartilhar uma conclusão parcial que tive. Digo parcial porque como todos os outros assuntos complexos, esse é motivo de debates internos e externos diários, então sempre pode mudar e se completar.

Eu sempre falei de amor próprio, de autoestima e autoconfiança. Acredito que esses 3 sentimentos são empoderadores e tiram a mulher da posição de submissa e a colocam em posição de dona de si mesma. Uma mulher submissa, vejam, não é apenas aquela cujo marido a manda lavar a louça depois de fazer a janta. A submissão está em diversos graus da sociedade. Uma mulher que sacrifica sua vida social, seus prazeres e bons momentos da vida em prol de um ideal de corpo perfeito, é uma mulher submissa aos padrões. Uma mulher que não se veste como gostaria porque teme o que os outros vão falar dela, é uma mulher submissa a padrões de comportamento. Esses exemplos entre tantos outros de submissão é o que eu tento quebrar com diversos discursos aqui do blog. É levar a mulher a um patamar onde ela entenda que SEU corpo SÓ pertence a ELA MESMA.

amor proprio 2Foto da Marcha das Vadias. Não sei a autoria, se souber me avise, por favor 🙂

A questão é que não digo APENAS para a mulher gorda. É claro que me identifico mais com essa parcela de mulheres, já que eu também sou gorda. Mas esse é um discurso geral, para todas as mulheres, de todos os tamanhos, pesos, cores, etnias, lugares… É um discurso de LIBERDADE, para que a mulher decida POR SI PRÓPRIA o que fazer com SEU corpo.

Eu acredito de verdade e com todo o meu coração que quando nós aceitamos que podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo, nós passamos a cuidar dele da forma como NÓS achamos ideal. Eu acredito nisso porque quando eu era muito submissa a padrões de beleza e magreza, acabei fazendo dietas radicais, prejudicando minha saúde de forma extrema, apenas para atingir um padrão visual – e carrego até hoje uma série de traumas. Atualmente, apesar de ser gorda, cuido do meu corpo como um templo, faço dele o que eu bem entendo e, PARA MIM, isso significa fazer esportes, academia, comer de forma equilibrada e me divertir muito. Porque assim eu mantenho minha saúde física E mental. Mas, veja, eu coloquei o PARA MIM em caixa alta, porque eu não acredito que o que EU quero para o MEU corpo seja o que todas as outras mulheres devam querer para os delas. Tá aí a magia da liberdade: cada uma fazer o que quiser com o que é seu.

amor proprioImagem do Brasil Post aqui 

Mas como conclusão no geral, eu não incentivo que a mulher seja magra… Tampouco que ela seja gorda. Falar de amor próprio e de autoaceitação não é incentivar um tipo de corpo. É apenas falar para a mulher que o que ELA decidir sobre seu corpo é de única e exclusiva responsabilidade dela mesma. Para mim, descobrir que meu corpo era só meu, me trouxe uma noção maior de que eu deveria cuidar dele, porque ele é minha casa até o fim da vida – e cuidar dele não tem nada a ver com como ele se parece por fora. Essa noção é extremamente saudável e não incentiva doença alguma.

Doença mesmo é achar que mulher empoderada é um risco à saúde… Aí, minha gente, é como eu falo… O problema está nos outros, não na gente 😉 

12 Comments
    1. Chavez has a son. One of the children from his first marriage is named Hugo Rafael, hardly a girl's name.I would imagine that the little girl in the first picture is his graegdaudhtnr, probably the child of the older daughter. Which brings up an interesting point – given the little girl's color, her father most likely is very dark, perhaps black.Peter

  1. Seu trabalho é lindo, obrigada por ser uma inspiração para meninas que se sentem fora do padrão. Eu me identifico com seu tipo físico, seus looks me incentivam a ousar mais, me arrumar, ficar mais feliz com minha aparência. Não se desanime com as críticas e o ódio gratuito =*

  2. Nossa Ju,que gente sem noção, socorro. Eu nunca comento mas sempre te sigo, e visto 36. Quem vê deve achar que eu tô super bem com meu corpo, mas até hoje tem gente que me chama de gorda porque sou bunduda e bem baixinha. Falaram que me achavam mais bonita quando estava mais magra (porque tava doente). Tô no meu peso ideal,faço exercício… Essas pessoas não estão preocupadas com a nossa saúde, só querem meter o bedelho na vida alheia. Continue fazendo seu trabalho que inspira a mim e a tantas outras mulheres, de todos os tamanhos, a se amarem mais. Beijão 🙂

  3. Ju, acalma o seu coraçãozinho! Segura que lá vem textão.
    Te conheço há algum tempo, mas nunca comentei, porque não sou muito de comentários mesmo, mas acho que te devo essa hoje.
    Sou uma gordinha, não satisfeita com o peso e sempre em busca de uma dieta pra reverter o quadro, hahaha. Mas o seu blog nunca me incentivou a ser gorda, seu blog me incentivou a me amar enquanto estou gorda, e me amar mesmo que eu fique gorda pro resto da vida. É diferente.
    Seu blog me fez ver que não preciso esperar vestir 38 pra usar um cropped. Quero emagrecer? Sim! Quero usar cropped? Também! Nesse intervalo de tempo, vem você, maravilhosamente me mostrar que a gente pode ficar gatona de cropped mesmo vestindo 44 (meu caso), e me mostrar que posso usar hoje mesmo, porque amanhã ninguém sabe, né?
    Essa cultura do meu corpo, meu templo, deveria ser um mantra, tatuado imprescindivelmente por dentro de nós, e até mesmo por fora, pra gente nunca esquecer, e pelo menos pra mim, essa é a mensagem que fica ao te acompanhar. Ou aquela que viralizou por aí: ” corpo feliz é aquele que tem uma pessoa feliz dentro dele”. É assim que eu te vejo: linda e feliz, independente do manequim, e é assim que quero me sentir tb.
    Então fica tranquila, continua incentivando e empoderando meninas com o seu trabalho, a problematização é saudável e nos faz ponderar algumas coisas, mas nesse caso, como leitora te digo: o que você faz é infinitamente mais positivo do que negativo.
    Beijo :*

  4. Demais Ju! Concordo plenamente… e Infelizmente é um trabalho de formiguinha… Como é difícil que as pessoas não se intrometam ou apenas não façam comentários sobre a vida alheia…. A vida é de cada um… e o trabalho que você faz é muito legal e ajuda muito. Eu também tento, à minha maneira incentivar as pessoas ao amor próprio e a auto-confiança…. mas fico preocupada com esse mimimi todo que leva à um extremismo sem base dessa sociedade sem amor, que julga e critica apenas por fazer, sem se colocar no lugar do outro.
    Parabéns!!

  5. Ju lindaaaa! Concordo extremamente com você. Sou psicóloga e trabalho com adolescentes e as sinto tão oprimidas e submissas às “regras” impostas pela sociedade, mídia, família…. aff, em pleno 2016 quase 17… Faço o máximo que posso para que entendam que seu corpo é SEU, e isso justifica qualquer escolha que você faça. As gordas, sempre indico VOCÊ para que tenham uma referencia positiva, de alguém que se aceitou, se ama e se cuida! Continue firme e forte por aqui, vamos juntas!

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