“O que realmente significa quando você coloca pessoas gordas em um palco e as chama de profissionais da dança?” Foi a pergunta a ser respondida pela diretora artística da Force Majure, Kate Champion, em seu último trabalho antes da aposentadoria. O projeto que chama Nothing to Lose, coloca uma equipe inteira de pessoas plus size na dança.
A sua verdadeira inspiração veio das baladas, quando ela via pessoas comuns (não profissionais) dançando na pista e seus olhos eram automaticamente puxados para as mais gordas, então ela passou a se questionar: “por que nós não vemos isso nos palcos? Quando isso foi proibido?”. Ela começou a pensar como seria ter um grupo inteiro de dançarinos gordos. Aí ela encarou a primeira dificuldade: por ser magra, precisava de uma coreógrafa que sentisse na pele como era ser gorda, para que o resultado final não ficasse pejorativo ou abusivo. Foi quando Kate encontrou a artista, cineasta e ativista plus size Kelli Jean Drinkwater, que a ajudou desconstruir os preconceitos acerca dos gordos e realmente levar ao público o prazer de ver um corpo fora dos padrões se mexer de acordo com a música.
Sua segunda dificuldade foi se deparar com as diferenças entre um corpo plus size e o de uma bailarina magra. Aprender a lidar psicológicamente e fisicamente com a limitação de seus bailarinos foi um grande desafio, por outro lado trabalhar com novos movimentos por conta do excesso de carne e formas foi o lado positivo e de grande aprendizado da diretora artística, já que as plus size na dança tinham muito mais o que chacoalhar – de forma positiva, é claro.
Essa produção destemida teve como objetivo investigar as experiências das vida real e histórias que desafiam os padrões estéticos e recuperam um espaço performativo perdido pelas pessoas de corpos grandes. As plus size na dança representam o abandono dos velhos esteriótipos e a mudança das expectativas nas performances.
O vídeo está em inglês, mas vale o play 😉
♥ Plus size na dança com o projeto Nothing to Lose ♥
Bom, gostando ou não do resultado final, o importante é sempre ter respeito, né, meu povo? Eu gostei bastante (me lembrou eu nas aulas de dança hua hua hua). Acho que projetos como esse são importantíssimos para “reacostumar” o olhar de todas pessoas (magras e gordas) e para tornar cada vez mais comum ver corpos grandes em lugares onde eles foram, incoscientemente, proibidos. Achei corajoso e sensível ♥
Sua primeira apresentação ao vivo deve rolar dia 11 de março de 2015, no Merlyn Theatre, Malthouse Theatre, na Austrália. Fica a dica se estiver por lá!
Por hoje é isso, curtiram? Então compartilhem com as amigas plus size para mostrar que SIM, TODAS PODEM FAZER TUDO O QUE QUISEREM – inclusive ser dançarina profissonal. Beijinho-no-ombro
HUA HUA
BJÓN